A sexualidade é a área em que a culpa mais floresce na sociedade. Como pouco sabemos sobre ela, ficamos praticamente confinados às idéias e opiniões alheias. Nossa limitação na compreensão dos outros seres humanos se deve ao pouco ou a quase nada que sabemos sobre nós mesmos, ou seja, ao desconhecimento de nossa sexualidade. Por isso é que temos dificuldades de admitir a diversidade de sentimentos e emoções efetivas e sexuais.
Confundimos constantemente a nossa habilidade para o sexo com a nossa capacidade sexual. Por acreditarmos saber distinguir a diferença biológica entre o macho e a fêmea, julgamos conhecer tudo sobre o conjunto dos fenômenos sexuais que se podem observar nos seres vivos.
Na atualidade, as crianças são introduzidas prematuramente na esfera dos adultos por inúmeras revistas, filmes, cartazes, fotografias e pela publicidade da televisão e do rádio, o que lhes provoca a malícia numa idade desprovida da lógica e do bom sendo contra essa espécie de afronta sexual.
Desde cedo, os ensinamentos de valores éticos e morais deverão ser ministrados aos menores, para que eles possam absorver, inconscientemente, através dos gestos, atos, idéias e palavras dos pais, tudo o que necessitam para formar um padrão normal psicossexual emocional.
Orientar, a nosso ver, não é a mesma coisa que educar. A educação sexual é assimilada, basicamente, na experiência de vida no lar; traz a marca ou o caráter distintivo e particular dos pais. Já a orientação sexual engloba métodos de ensino, informações e notícias transmitidas e/ou aplicadas à criança pelos parentes, religiosos, professores, psicólogos, médicos e outros profissionais especializados.
Ainda que os pais não tenham fornecido, intencionalmente, educação sexual aos filhos, mesmo assim, as crianças formaram hábitos, conceitos e idéias sobre o sexo, absorvidos no dia-a-dia da vida familiar no mais diversos exemplos que recolheram dos atos e crenças dos adultos.
Noções, crendices, preconceitos e concepções já existem nas crianças, pois são frutos de suas existências pretéritas. Além disso, soman-se à sua "bagagem espiritual" as ocorrências e aprendizagem da vida atual. É importante, no entanto, para desenvolver adultos maduros e ajustados psicossexualmente, fundamentar o ensino da orientação sexual sobre métodos pedagógicos e psicológicos de cunho reencarnacionista, pelos quais os menores são observados como almas milenares e educados sob uma atmosfera de vida eterna.
Em certas circunstâncias evolutivas, encarnamos como homens; em outras, como mulher. Em virtude disso, o espírito, passando por inúmeras encarnações, adquire como resultado o fenômeno da bissexualidade, manifestado de modo peculiar em quase todas as criaturas. Independente da forma de sexualidade que estamos vivenciando no presente procuremos aceitá-la em plenitude, visto que há sempre, em qualquer condição, a oportunidade de adquirir experiências e, consequentemente, progredir, vencendo desafios e promovendo realizações.
" ... o mal depende principalmente da vontade que se tenha de o praticar. O bem é sempre o bem e o mal sempre o mal, qualquer que seja a posição do homem. diferencça só há quanto ao grau da responsabilidade".
Não podemos nos esquecer de que o "o grau de responsabilidade" deve ser sempre coerente à estrada evolucional por onde transitam as almas. Portanto, os indivíduos responderão adequadamente por seus atos e atitudes e serão responsáveis somente por aquilo que conhecem, mas não pelo que ignoram.
Devemos, assim, viver em paz com nossa experiência sexual atual, valorizando nosso aprendizado e, em tempo algum, culpar-nos ou atribuir culpa a alguém.
Todos os seres humanos são regidos pela "Lei das Vidas Successivas". Cada um de nós está vivendo um aprendizado singular e único em todos os aspectos e, obviamente, também na área sexual. Efetivamente, existem tantos níveis de entendimento e amadurecimento sexuais quanto indivíduos que os possuem.
Não podemos determinar exatamente a extensão das dificuldades e das carências de conhecimento e discernimento de uma pessoa em seu desenvolvimento afetivo. Mesmo porque estamos na Terra a fim de aprender e é através de nossos acertos e desacertos que ficaremos sabendo como agir corretamente nas experiências subsequentes.
Podemos julgar a promiscuidade sexual moralmente errada, mas não podemos julgar o indivíduo promíscuo, por desconhecermos sua necessidade evolutiva e seu "coeficiente de maturidade".
Na fisiologia o denominado "ponto cego" é um local no campo da visão em que não há células sensíveis à luz. É nesse ponto que as fibras nervosas da retina convergem para formar o nervo óptico, que transmite os sinais nervosos ao cerébro para a definição em imagens visuais. Transportando o significado deste termo fisilógico "ponto cego" para área psicológica, poderemos fazer uma analogia entre esta lacuna em nosso campo visual com nossa falta de visão íntima para ver as coisas como realmente são. Nossos "pontos cegos" interiores se prendem à nossa inexperiência e à nossa incapacidade evolutiva.
Querer ser iguais aos outros e nos comparar sexualmente se deve ao fato de faltarem peças importantes em nossa consciência profunda, tornando-nos incapacitados para perceber a extensão das Leis Divinas que regem a todos nós.
Hammed - as dores da alma
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