quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

O MUNDO ESTÁ CANSADO DE MENTIROSOS, DE PADRES DA MODA, ALERTA PAPA FRANCISCO por Front Católico

Aos novos bispos do curso anual de formação, o papa afirma que fazer pastoral da misericórdia não é fazer liquidação de pérolas.


“Não poupem esforços para ir ao encontro do povo de Deus, estejam perto das famílias com fragilidade. Nos seminários, apontem para a qualidade, não para a quantidade. Desconfiem dos seminaristas que se refugiam na rigidez.”

“O mundo está cansado de encantadores mentirosos… e, eu me permito dizer, de padres ou bispos na moda. As pessoas ‘farejam’ e se afastam quando reconhecem os narcisistas, os manipuladores, os defensores das causas próprias, os arautos de cruzadas vãs.”

O Papa Francisco dirigiu um longo discurso aos bispos recém-nomeados, em Roma, para um curso de formação, tocando diversas questões do seu ministério, a partir da necessidade de tornar pastoral – “isto é, acessível, tangível, encontrável” – a misericórdia, que é o “resumo daquilo que Deus oferece ao mundo”.

Os bispos, disse Jorge Mario Bergoglio, devem ser capazes de encantar e de atrair os homens e as mulheres do nosso tempo a Deus, sem “lamentações”, sem “deixar nada de não tentado a fim de alcançá-los” ou “recuperá-los”, e graças aos percursos de iniciação (“Hoje, pedem-se frutos demais de árvores que não foram cultivadas o suficiente”).

Além disso, é necessário vigiar a formação dos futuros sacerdotes, apontando para a “qualidade do discipulado”, e não para a “quantidade” de seminaristas, e usando “cautela e responsabilidade” ao acolher sacerdotes na diocese.

Francisco também convidou os novos bispos a estarem perto do seu clero, àqueles que Deus coloca “por acaso” no seu caminho e às famílias com as suas “fragilidades”.

“Perguntem a Deus, que é rico em misericórdia – disse o papa aos 154 novos bispos (16 dos territórios de missão) que participaram do curso anual de formação promovido conjuntamente pela Congregação para os Bispos e pela Congregação para as Igrejas Orientais – o segredo para tornar pastoral a Sua misericórdia nas suas dioceses.

De fato, é preciso que a misericórdia forme e informe as estruturas pastorais das nossas Igrejas. Não se trata de rebaixar as exigências ou vender barato as nossas pérolas. Ou, melhor, a única condição que a pérola preciosa dá àqueles que a encontram é a de não poder reivindicar menos do que tudo.

Não tenham medo de propor a Misericórdia como resumo daquilo que Deus oferece ao mundo, porque o coração do homem não pode aspirar a nada maior”, disse Francisco, que, sobre a misericórdia como “limite para o mal”, citou Bento XVI, acrescentando duas perguntas retóricas: “Por acaso, as nossas inseguranças e desconfianças são capazes de suscitar doçura e consolação na solidão e no abandono?”.

Para tornar a misericórdia “acessível, tangível, encontrável”, acima de tudo, o papa recordou que “um Deus distante e indiferente pode ser ignorado, mas não resistimos facilmente a um Deus tão próximo e, além disso, ferido por amor.








segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

NOTAS DO SUBSOLO (FILME COMPLETO) - Fiódor Dostoiévski - Legendado PT


As "Notas do Subterrâneo" (também traduzido como "Memórias do Subsolo" ou "Notas do Subsolo") ou Cadernos do Subterrâneo - é um pequeno romance de Fiódor Dostoiévski, publicado em 1864.



Para Walter Kaufmann, esta obra faz de Dostoiévski o principal precursor do existencialismo. Apresenta-se como um excerto das memórias de um empregado civil aposentado que vive em São Petersburgo. O livro, com cerca de 150 páginas (a depender da edição) e dividido em duas partes, é realmente muito pequeno quando comparado ao tamanho de outras obras-primas de Dostoiévski. A primeira parte é intitulada "O Subterrâneo", contendo 11 capítulos; a segunda parte, "A Propósito da Neve Derretida", possui 10 capítulos.

Este é um homem amargo, isolado, sem nome (chamado geralmente de Homem subterrâneo). Este personagem, que não menciona seu nome em nenhum momento, encena na primeira parte do romance um grande solilóquio com a intenção de "comover" de alguma forma seu leitor. Este leitor é de suma importância que seja detectado na leitura, pois o discurso do narrador é "moldado" por seu receptor, dessa forma o seu solilóquio, na verdade, é uma grande evocação de discursos alheios que são parodiados de uma forma zombeteira e às avessas.

A personagem chega a dizer que é um homem mau, ou age como tal, mas que pode ser agradado e visto como uma pessoa de bem. Essa incapacidade de se livrar do peso moral o aflige. Diz que os homens sanguinários eram cultos e inteligentes (reforçando as ideias de Raskolnikov em Crime e Castigo), e que ele mesmo gostaria muito de encontrar um motivo para dar sentido a sua vida, como os chamados homens de ação. Ele conclui que "o melhor é não fazer nada".

Na segunda parte, nomeada de "A propósito da neve molhada", há três episódios que relatam de uma forma concreta como o nosso anti-herói é encurralado socialmente pelos discursos e ações de uma sociedade despótica. Essa narrativa é exposta com uma visão da consciência do protagonista, num dos melhores exemplos do recurso literário fluxo de consciência.

O Homem subterrâneo tornou-se uma influência para diversas personagens criadas em trabalhos posteriores. Alguns exemplos disso são Nikolai Levin, personagem do romance Anna Karenina, de Leo Tolstoi, a personagem Mersault, do romance O Estrangeiro, de Albert Camus; Gregor Samsa, personagem do romance A Metamorfose, de Franz Kafka; e Moses Herzog, personagem do romance Herzog, de Saul Bellow.

O livro também influenciou fortemente o filme Taxi Driver (1976). Sobre isso, seu diretor Martin Scorcese disse: "[...]Eu fiz muita leitura ao longo dos anos, e passei uma vida no cinema em certo sentido, assistindo muitos filmes. Mas um dos primeiros livros que eu li e causaram um forte impacto em mim, que eu realmente quis fazer (filmar) ou fazer versões - ou outras versões de outras obras deste autor - é Notas do Subsolo de Dostoiévski. Então, essa é a coisa mais próxima que eu cheguei a fazer.[...]".






Fonte: Notas do Subterrâneo


domingo, 26 de janeiro de 2020

VOCÊ CAIU DO CÉU, UM ANJO LINDO QUE APARECEU... frisson (morreu hoje de madrugada Tunai)


Dedico ao meu primeiro amor que foi o 'Maurício Assis Amaral' (Farmax)ou como eu o chamava naquela época de "Mumor" que significava "meu amor". 



Foi uma paixão avassaladora e intensa que vivi e senti por ele. Ele foi meu amor primeiro, não o primeiro namorado que é diferente. Ele foi aquele que me entreguei de corpo e alma sem medo, delicadamente me fez mulher. Eu o amei profundamente. Agradeço por ter me proporcionado lembranças lindas nesta vida. Momentos mágicos, risos soltos, abraços avulsos e caminhos de mãos dadas.

Minha primeira viagem fugida para Cabo frio no Rio de Janeiro foi com ele, nos hospedamos no Hotel Helena na qual vivemos momentos que jamais poderão ser esquecidos nesta existência e nem nas demais que virão, pelo menos eu não! Nossos namoros na praia tendo o mar e as estrelas de testemunhas até amanhecer; Meu 'mumor' foi muito especial! Fomos muito felizes naqueles dias. Éramos um casal lindo! Ele quem me encontrou em Divinópolis andando por ai e eu adorei isso. Ele caiu do céu e me enfeitiçou. 

Eu era uma menina e ele um homem feito. Nunca esquecerei aqueles olhos verdes folhas para escuros-profundos, cabelos lisos, macios e muitos negros. Sua pele era tão alva como a minha. Ele tinha 35 anos e eu com 17 anos, uma diferença de idade de 18 anos que acabou sendo o motivo da nossa separação. 


A família dele achava que eu era muito nova para ele e que não daria certo uma diferença tão grande ainda mais que ele queria ter filhos antes dos 40 anos. Sua mãe Odete era muito possessiva e mandona não aceitava, seu pai Lafontaine era um sujeito boa praça. Então sua irmã começou a levar para passar finais de semana em Divinópolis uma colega de BH que ficava na casa deles na avenida 21 de abril com Cel. João Notini e o apresentou que acabou se tornando sua esposa. Ela engravidou logo em seguida do casamento e teve 2 filhos homens (gêmeos).


Antes, porém, desse dia ele me procurou e me propôs ficarmos juntos mesmo depois do casamento que era só uma convenção para ele ter filhos, mas, apesar da nossa diferença de idade ele não queria me perder. Mas precisava casar porque estava ficando velho e queria ter filhos e eu por outro lado ainda estava me formando no ensino médio. Precisava entrar na faculdade e ter uma profissão para me realizar para depois pensar em casar e ter filhos e ele não poderia esperar. 


Não aceitei seu pedido com o coração partido. Queria naquele momento ser mais velha para podermos ficarmos juntos e ele não ser obrigado a casar para ter uma família. Foi muito triste ter que dizer que não suportaria ser a outra sendo que eu e ele já estávamos juntos bem antes dessa mulher chegar nas nossas vidas. Não suportaria dividi-lo com uma estranha mesmo entendendo a situação e os sentimentos deles.


O verdadeiro amor liberta... apesar que eu fiquei em pedaços muitos anos depois. Andava com uma foto dele na carteira até que um dia o Zé (José Geraldo Martins - Codil) encontrou e me disse que era primo dele. Eita mundo pequeno... rsrs depois disso eu e o Zé conversamos sobre o assunto. Eu e o Zé éramos grandes amigos além de namorados. Até aparecer o mal em nossas vidas de nome Carlos Alberto (Bana) que ... enfim... 


O tempo passou hoje eu estou com quase 48 anos e não sei dele. Mas essa canção "Frisson" do "Tunai" marcou especialmente muito nossa relação em 1989. Eu gostava de cantarolar olhando para ele para ganhar um apertinho naqueles olhos verdes quando dormíamos juntinhos no sítio do Sr. Lafontaine Amaral (pai dele) que ficava na estrada que ligava Divinópolis a São José dos Campos - Ermida. Ele adorava e ria com aquele sorriso perfeito com o olhar profundo e intenso, olhos verdes lindos.

Ele era o...
'anjo lindo que apareceu para mim'!!! 






Meu coração pulou 
Você chegou, me deixou assim 
Com os pés fora do chão 
Pensei: que bom 
Parece, enfim acordei 


Prá renovar meu ser 
Faltava mesmo chegar você 
Assim, sem me avisar 
Prá acelerar um coração 
Que já bate pouco 
De tanto procurar por outro 
Anda cansado 
Mas quando você está do lado 
Fica louco de satisfação 
Solidão nunca mais 


Você caiu do céu 
Um anjo lindo que apareceu 
Com olhos de cristal 
Me enfeitiçou 
Eu nunca vi nada igual 


De repente 
Você surgiu na minha frente 
Luz cintilante 
Estrela em forma de gente 
Invasora do planeta amor 
Você me conquistou 


Me olha 
Me toca 
Me faz sentir 
Que é hora, agora 
Da gente ir.




sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

PAIS ESTÃO FORMANDO UMA GERAÇÃO DE EGOÍSTAS, EGOCÊNTRICOS E ALIENADOS, POIS CONFUNDEM EDUCAR COM SIMPLESMENTE CUIDAR






Parece que perdemos a capacidade de raciocinar, de entender o contexto e complexidade de tudo os que nos cerca. Ninguém discute com seriedade o que está levando a nossa sociedade a viver na idade das trevas.



Acabaram as festas, Janeiro começou e em breve o ano letivo ganhará vida. Novos calouros ávidos por uma “nova” vida de descobertas desembarcarão em Adamantina. Nem faz um ano uma garota, em sua primeira semana de aula na faculdade, teve suas pernas queimadas em um dia de acolhimento de calouros. Jovem, em seus 17 anos e feliz por realizar o sonho de ingressar em uma faculdade. Mas em um dia que deveria ser de festa foi interceptada por “colegas” veteranos. Foi pintada com tintas e esmalte até que sentiu que jogaram um líquido em suas pernas. Nada notou até que a água da chuva, por ironia, em lugar de lavar e limpá-la provocou uma reação química que resultou em queimaduras de terceiro grau em suas duas pernas. O mesmo aconteceu com uma colega de turma que teve as pernas queimadas e outro rapaz que correu o risco de perder a visão. O líquido? Uma provável mistura de creolina e ácido!

Casos amplamente noticiados pela imprensa local, regional e nacional. Mas relatos contam mais sobre este dia trágico, como inúmeros casos registrados de coma alcoólico, além de meninas que tiveram suas roubas rasgadas e sofreram toda uma série de constrangimentos. 

Fatos como estes contribuem para nos trazer de volta à realidade e, guardadas as devidas proporções, ilustra que vivemos sim em um país onde a “barbárie” ganha força e impera em diversos núcleos de nossa sociedade e se alastra com uma rapidez de rastilho de pólvora. Casos se repetem em diversos estados e cidades, o caso dos calouros da FAI de Adamantina não é e nem será o último, quantas tristes histórias já foram relatadas, como a do o jovem morto atirado em uma piscina da USP, amanhã mais um homossexual ou um negro, ou mais uma mulher que não se “deu o valor” e andou por aí exibindo seu corpo.

Vivemos em uma sociedade de alienados, sujeitos que não conseguem sequer interpretar um texto, nossas crianças são “condicionados nas escolas” jamais educados. Infelizmente não há cultura neste país da desigualdade. Parece que perdemos a capacidade de raciocinar, de entender o contexto e complexidade de tudo os que nos cerca. Ninguém discute com seriedade o que está levando a nossa sociedade a viver na idade das trevas.

O apresentador Chico Pinheiro do Bom dia Brasil, revoltado com os trotes violentos, afirmou que estes alunos deveriam voltar para o ensino fundamental. Discordo radicalmente dele, estes alunos deveriam voltar para o seio de suas famílias e lá, sim, receber educação básica, educação para a vida.

Os pais estão terceirizando a educação de seus filhos ou deixando sem companhia da presença deles para ouvir e aconselhá-los corretamente. Pais individualistas que alimentam seus super egos e que não conseguem ver o filho e suas demandas e, em um mundo sem tempo e repleto de culpa delegam a educação de seus filhos a professores, avós, empregadas domésticas, internet (Instagram, Facebook, Netflix, etc) que não podem ser responsabilizados e muito menos tem competência e formação para isso. Professores são facilitadores da inteligência coletiva, pais são os educadores na/da/para a vida!

Filhos quando têm pais não o substituem em suas vidas por outras pessoas. Não é natural isso e se tornam adultos emocionalmente destruturados. Filhos sejam crianças, adolescentes ou até mesmo adultos que foram ou são obrigados a se separarem de suas famílias (principalmente da mãe que foi criado o elo entre eles na gestação) por 'n' situações das quais eles não possuem controle vão trazer futuramente 'n' consequências também. 

Pais/pai/mãe precisam conversar um com outro mesmo que estejam ou sejam separados. A prioridade depois do advento do nascimento dos filhos já não são só eles e sim a família que eles constituíram. Estamos vendo uma geração inteira de filhos serem criada só por um dos pais e o uso maciço da prática infeliz da 'alienação parental' que foi/é trágico para o nosso futuro. Estamos vivendo o resultado nesta geração de filhos egoístas, egocêntricos, alienados, indiferentes, etc.
Precisamos avaliar melhor essa prática, pois quando uma mulher engravida ela não precisa ser/estar sozinha. A principal responsabilidade de um homem quando se torna pai é tratar bem a mãe dos filhos dele porque dali que sairá todos ou quase todos os problemas emocionais, neuroses desta geração e os filhos sentirão aquele nefasto buraco que nada preenche e buscam de alguma forma preencher para sobreviver num mundo cada vez mais competitivo e de aparência numa busca sem descanso pela perfeição física ou social ou quando não conseguem pelo isolamento familiar e social. Vivem uma vida, alegria, felicidade 'aparente' e 'não real'. Por isso vemos tantos jovens se drogando, suicidando, matando, etc. 

Filhos possuem uma fortíssima ligação com as mães e é preciso que os homens e a sociedade respeitem e apoiem essa necessidade da natureza humana. Filhos cuidados e próximos de suas mães são mais estáveis e saudáveis emocionalmente. Até no mundo animal vemos a necessidade dos filhotes estarem com suas mães o mais próximo possível, não só por necessidade de sobrevivência mas para fortificar emocionalmente para a vida adulta. Uma separação entre eles é algo trágico na alma de qualquer ser gerado no qual se lincou para o resto da vida. Não importa o tempo mãe é sempre um sinal de aconchego e segurança. 

Nos dias de hoje o tempo passa rápido demais. Muito rápido, tão rápido que nem dá tempo de tentar entender e processar as coisas mais óbvias, naturais da nossa existência.

A molecada acorda cedo, vai pra escola. Chega em casa, almoça ao mesmo tempo que assiste TV, atualiza a conversa no WhatsApp, checa sua ‘TimeLine’ no Facebook, curte páginas dos amigos, coloca em dia as curtidas do Instagram e comenta de forma superficial – pois não compreende o contexto e complexidade – as reportagens da TV. Se perguntar quem dividiu a mesa com eles (os pais também estão brincando com o celular) é possível que nem tenham se dado conta, pois estão mais próximos dos amigos “virtuais” do que daqueles que compartilham o mesmo espaço, a mesma mesa e a mesma comida com eles. 

Mas o mais trágico nisso tudo é que os pais, também, estão sentados à mesa assistindo TV, atualizando a conversa no WhatsApp, checando sua ‘TimeLine’ no Facebook, fazendo e mantendo suas rotinas de prazer pessoal esquecendo que como pais precisam ser pais e não colegas dividindo apartamento. É função dos pais estarem perto e participarem ajudando seus filhos seja conversando, seja com sua presença física, atenção, diálogos propositivos ou em casos extremos buscarem ajuda com profissionais da 'psicologia familiar' para ajudar todos da estrutura que foi constituída sem exclusão desse ou daquele para que todos os membros, principalmente os filhos não repitam o perverso ciclo da destruturação familiar. É preciso quebrar este ciclo agora. 

Depois do almoço os pais irão para o trabalho e os filhos para a aula de computação, inglês, academia… À noite ficarão no quarto em frente ao note, navegando por sites que jamais se lembrarão, conversando pelo skype, jogando online, Netflix até a hora de dormir. No final de semana estes jovens dormirão a maior parte do tempo para se preparar para a noite, para a balada, onde pegarão todos e todas e beberão até cair. 

Estes jovens entram muito cedo em sua vida pretensamente “adulta”. Já “brincam” de papai e mamãe antes mesmo de brincar de casinha. Estes jovens são lançados da infância, cada vez mais curta, direto para a vida “adulta”, passando sem piscar pela adolescência. 

Qual estrutura e base estes jovens terão para superar conflitos pessoais? Comportam-se como adultos aos 14, 16, 17 anos e, em muitos casos são tratados como adultos, não são adultos, são crianças e adolescentes que não sabem absolutamente nada da vida, mas são cobrados como se soubessem de tudo e pior, acreditam que sabem sobre tudo.

Eles querem ser aceitos, infelizmente querem ser aceitos em um mundo irreal de aparências! 

Nesse “nosso” mundo do “parecer”, do “fake”, do consumo do corpo perfeito, da mentira perfeita, do dinheiro a qualquer custo, do consumir e exibir, da exposição sem limites, da falsa propaganda que vende vidas “perfeitas” somos “forçados” a fazer parte dessa sociedade de “mentirinha”. 

Na sociedade do consumo do corpo perfeito, da vida perfeita, do ser perfeito, não existe espaço pra “ser humano”, não existe lugar “para sermos quem somos”, aqueles que exibem suas imperfeições, pois o imperfeito não cabe na aparência perfeita do mundo da mentira. 

Todos nós queremos fazer parte de algo, ser parte de algo. Principalmente quando somos jovens. Nossa turma é nossa razão de ser e estar no mundo. Comportamo-nos como tribos, somos territorialistas e, fazer parte deste “algo” nos confere identidade. E aí para fazer parte desse mundo, o jovem segue a turma, mesmo em muitos casos, sem saber por que está fazendo isso, mesmo sabendo que muitas coisas que fazem são erradas, vale a pena correr o risco para “ser” parte da turma! 

E neste mundo, empoeirado, intenta-se forçar o sujeito a aderir sem contestação ao padrão de ser e estar neste “mundo”, reduzindo sublimes e maravilhosas peculiaridades e particularidades, ou seja, nossas magníficas diferenças, em uma uniformidade que se encaixa na perfeita adequação a uma sociedade tamponada, uniforme, opaca, moralista, hipócrita. É a construção de um mundo baseado em mentiras e sem alicerce. 

As inquietudes de nossa alma deveriam ser tratadas em nossas relações cotidianas, primeiro no seio carinhoso da família, depois nas escolas, nos relacionando com os professores e com os colegas de aula, com os amigos e também com os inimigos, com os namorados, patrões… 

Vivendo nossas experiências boas e más, aprendendo a entendê-las. Passamos por frustrações a aprendemos a superá-las. Este é o ciclo natural das coisas, é preciso viver para compreender a vida, viver todas as emoções, boas e más, sorrir, chorar, vencer, perder, amar, rejeitar, ser rejeitado, ter amigos, inimigos, construir alianças, quebrá-las… Cabe a família dar o suporte, fornecer o alicerce para que este ser, mesmo em épocas de tempestade, não desmorone. E na convivência física cotidiana, construirá seu edifício interno, com janelas, portas, divisórias, que poderá balançar em muitos casos, mas jamais desabar se bem estruturado. 

Mas como educar se os pais não têm “tempo” para ajudar estes jovens a construir sua estrutura? 

Os filhos não têm “tempo” para escutar o que os pais têm pra dizer, talvez uma conferência familiar pelo Whats ou Skype, quem sabe… 

Os amigos não têm todas as respostas.

E talvez o mais triste para esta geração.

O Google não tem todas as respostas. 

Nossos jovens produzem eventos para postar, ser curtido e comentado. Situações são criadas para movimentar e dar liquidez ao “mercado” da popularidade, as “ações pessoais na bolsa virtual” crescem conforme o número de “posts, comments e likes”. Uma sociedade baseada no consumismo, que valora cada ser humano por seus bens de consumo e potencial de exibição do produto, passou a consumir avidamente “vidas”. Vidas são colocadas em exposição, para o deleite do consumidor e regozijo daquele que se expõe, pois quanto mais visto, mais é consumido, assim, ganha popularidade, consequentemente “poder”. 

Uma sociedade sem amor, sem paz e sem alma. 

A alma não está sendo vendida para o diabo, mas sim, depositada em sites de relacionamento e eventos que precisam ser constantemente alimentados para nutrir o mercado. Se não existe um evento, tudo bem, faz-se imagem de si mesmo, pois a imagem é tudo neste mundo baseado no TER, SER não importa, o que vale é PARECER e, para parecer e aparecer é preciso exibir.

É imperativo que estes jovens compreendam que eles NÃO têm o valor do que é “consumido” ou do que consomem em imagens, exposição, “likes”, compartilhamentos e “comments”. O seu valor não é “subjetivo e líquido”, pois este “valor” está na forma como ele se constitui enquanto ser humano real. SER REAL não é nada fácil no mundo “líquido”, mas precisamos tentar, ensinar, dar exemplo principalmente para nossos filhos e com os jovens, mas também em relação a nossas vidas, pois creio que se hoje estas moças e moços vivem dessa forma, não são nada diferente de quem os criou, pois nossa sociedade vive de ter e exibir, nossa juventude nada mais é do que reflexo de uma sociedade “adoentada”. 

Pois nossas crianças já nascem sem tempo, extremamente competitivas, presas em escolas integrais que garantirão seu “futuro”. E dessa forma continuarão a lubrificar as engrenagens de nossa sociedade doente e “medicada” que confunde saúde com remédios, consumo com qualidade de vida, amor com bens de consumo. 

Estamos formando uma geração de egoístas, alienados e inconsequentes, que se preocupam mais com sua imagem do que em “ser” humano. 

Quando somos jovens, acreditamos que sabemos tudo, que estamos prontos para a vida, mas viver nos ensina que a gente não sabe NADA sobre a vida. 

Compreender e aceitar que não somos e nunca seremos perfeitos, que simplesmente não sabemos de quase nada e nem temos certeza de tudo, nos torna mais abertos, mais humanos, mais doces, mais amorosos e tolerantes, com nós mesmos e com os outros. Mas para que nossos jovens possam compreender tudo isso, precisamos cria-los para que sejam mais humanos, colaborativos, criativos, transgressores, mas para isso, precisarão ser ensinados que serão alguém, não pela quantidade de bens que possuírem e exibirem, mas sim, por “ser” humano, "exemplo de comportamento", “ser” como verbo de ação! 

Educar os filhos dá muito mais trabalho do que simplesmente cuidar… Você sabe como colocar limites nos seus filhos? A grande maioria dos pais não sabem. Mas por que não conseguem? 

Como os pais têm pouco tempo para ficar com os filhos outros não querem ficar em casa e ficar reclamando do comportamento deles e acabam mimando-os. As crianças ganham presentes para compensar a ausência dos pais, que por sua vez sentem-se menos culpados pelo tempo que não dedicam aos filhos.

Ouça seu filho, diga que o ama e o quanto ele é importante para você, mas entenda que seu papel é educá-lo e prepará-lo para a vida e não satisfazer suas vontades. Quando você diz não para seu filho está dizendo até onde ele pode ir. Mas se a mãe diz não e o pai diz sim está tirando a autoridade um do outro, e seu filho vai usar isso contra vocês. Então estejam sempre de acordo. 

Algumas mães dizem que falam dez vezes e o filho não escuta, mas quando fala onze aí ele sabe que é de verdade… É exatamente isso que acontece! 

O filho sabe quando os pais falam pra valer, então enquanto isso não acontece, não obedece, pois procura vencer o adulto pelo cansaço e isso funciona muitas vezes. Algumas crianças ou adolescentes usam o choro ou indiferença para manipular os pais e param de chorar ou dão atenção assim que conseguem o que querem. 

Se os pais fizerem o que elas querem uma vez, os filhos irão repetir esse comportamento por muitas outras vezes. 

Prepare seu filho para o mundo! Esse é o papel dos pais, não é da escola e nem da sociedade, mas, se os pais não o fizerem, eles aprenderão de qualquer jeito e não da forma correta. Eduque seus filhos com amor e dedicação, pois isso dá mais trabalho do que simplesmente cuidá-los. 





sábado, 18 de janeiro de 2020

ÁUDIOS: Nova matéria da #VazaJato



Moro aprovou jornalistas do Roda Viva



Sergio Moro estará no Roda Viva na próxima segunda. Ele aprovou os nomes dos jornalistas que estarão na bancada para entrevistá-lo, nós confirmamos com fontes. Não me espanta: Moro não sentaria em um canal ao vivo por duas horas sem saber quem estaria na sua frente. Ele, assim como Bolsonaro, vê parte da imprensa como inimiga. Logo ele, que tanto usou a imprensa para seu projeto de poder. Pra Moro, jornalista só serve se escreve notícias de joelhos.

Imagine o ex-juiz chegar lá e dar de cara com um dos dezenas de jornalistas que trabalharam e trabalham nos arquivos da Vaza Jato? Nessa hora não dá nem tempo de chamar o Deltan. Moro se preveniu.

Na semana que acaba hoje, o programa foi forçado a se manifestar sobre a ausência do TIB na bancada – o público levou ao topo do Twitter a tag #InterceptNoRodaViva. Eu compreenderia um veto de Moro aos nossos nomes, mas o programa negou a interferência editorial do ministro: “Não pedimos sugestões nem submetemos a bancada ao entrevistado.” Então se não pedem sugestões e nem submetem a lista aos convidados, a formação da bancada sem nenhum dos vários jornalistas de vários veículos que participaram da Vaza Jato foi escolha deliberada do programa. Nessa versão dos fatos, Moro tem tanta confiança de que não precisará nos encarar que sequer precisa conhecer a lista. Vocês decidam o que é pior.

A campanha #InterceptNoRodaViva incomodou algumas pessoas. O Marcelo Tas (lembram dele?) mais uma vez atacou nossos jornalistas. Ele já tinha metido os pés pelas mãos antes. Com 9,5 milhões de seguidores e engajamento pífio digno de 9,5 milhões de robôs, Tas usa o TIB pra ter relevância no Twitter de tempos em tempos. Eu fico feliz que o TIB ajude o Marcelo Tas a ter relevância no Twitter uma vez por trimestre. Assim ele pode vender mais cursos sobre como ser relevante no Twitter. Geramos empregos! Vamos em frente!

O jornalista Pedro Doria entrou na onda: retuitou sem checar o ex-apresentador, e comentou: “Estou tentando lembrar quando foi a última vez que um veículo exigiu participar e moveu uma campanha para isso. E não consigo lembrar.” Pedro: você não consegue lembrar porque nunca existiu. A campanha partiu do público. Uma hora te mostro como pesquisar no Twitter (é fácil, prometo).

Os dois são exemplos de pessoas que não suportam que exista crítica de mídia no Brasil, porque eventualmente ela atingirá amigos e até a eles próprios (imagina se trabalhassem aqui no TIB, um dos veículos mais criticados do país...).

Na Itália, onde morei, é comum, até porque parte importante da TV é pública por lá (ei: a TV Cultura é pública também). Nos EUA nem se fala. Imaginem um programa onde o entrevistado fosse o já falecido Richard Nixon. Quem não gostaria de ver na bancada Bob Woodward e Carl Bernstein, jornalistas do caso Watergate, que derrubou Nixon? Quem se incomodaria em ver o público pedindo a participação dos dois? No Brasil, tem gente que sim.

Mas já que o público pediu que um site fosse convidado pela TV pública para questionar um personagem público sobre temas de interesse público e não foi atendido, então vamos lá: na segunda-feira, no mesmo horário do Roda Viva (22h30), nós estaremos ao vivo no nosso canal do youtube.


Vamos, basicamente, assistir ao programa com vocês, como vizinhos vendo TV na calçada. Mais ou menos como o Bolsonaro assistindo ao Trump, mas sem babar de amor. Esperamos vocês!


sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

É PRECISO DIZER MAIS "CONTE-ME". "PERDOE-ME" E "TE AMO" por LUZ SÁNCHEZ-MELLADO


O veterano psiquiatra Luis Rojas Marcos revela que fala muito sozinho e recomenda que seu exemplo seja seguido em nome da lucidez


São sete horas de uma noite fria de primavera. Este senhor que aparenta ter uma década menos de seus 75 anos passou o dia todo falando sobre seu livro e, com a desculpa de que esta é sua última entrevista e me vê chegar perturbada, me arrasta para o bar do hotel Palace em Madri para me convidar para um café e, de passagem, tomar um “cuba-libre como se deve” como prêmio pelo fim da jornada.

Serve-o, solícito, seu garçom, um profissional que, a base de atendê-lo em suas quatro ou cinco visitas anuais à Espanha vindo de Nova York, onde vive há meio século, tornou-se um amigo. Barman e psiquiatra. Difícil encontrar dois ofícios em que se escute mais ao outro. Estou com sorte.

Pergunta. Se “somos como falamos”, como é o senhor, doutor?
Resposta. Falador. Falo muito comigo mesmo, às vezes em voz alta, às vezes em voz baixa, mas isso ajuda a me administrar, a me encorajar, a me estabelecer limites. Falar comigo mesmo é fundamental no meu dia a dia. Todos nós deveríamos falar mais sozinhos. 

P. Isso não era coisa de loucos? 
R. Esse é o problema. Foi estigmatizado. As crianças, desde os 2 ou 3 anos, falam consigo mesmas, se encorajam, se aconchegam, se consolam. Depois isso nos dá vergonha, porque a pessoa que fala sozinha é identificada com o doente que ouve vozes. Nós nos reprimimos e é um grande erro. Assim como nos ensinam a falar e a pedir as coisas "por favor", deveriam nos ensinar a falarmos com nós mesmos. 

P. Hoje se vê muita gente falando sozinha, mas no celular. 
R. Se estão falando com alguém, tudo bem. A coisa ruim da tecnologia é quando ela interfere na sua capacidade de falar consigo mesmo, ou de conversar com os outros, ou de ter relações reais: é um problema muito sério. 

P. As Ilhas Canárias tornarão obrigatória a educação emocional nas escolas. O que pensa da ideia? 
R. Uma maravilha. Colocar palavras no que você sente. Falar. Se você tem vontade de chorar, saber que isso se chama ficar triste. Se você sente vontade de insultar alguém, é estar com raiva. É uma educação muito útil para a vida e para a saúde das crianças, que mais tarde serão adultos. 

P. Vão tirar seu trabalho. 
R. Você acertou. Mas não fazer isso seria anti-humano. Essa seria uma boa causa, procurar outro trabalho, com a satisfação de ter podido ajudar o grupo. 

P. Ou seja, “charlatão” para o senhor não é nenhum insulto. 
R. Se te dizem isso como um insulto, terão de explicar, porque, em geral, as pessoas tagarelas têm muita sorte em serem assim. 

P. Por quê? 
R. As pessoas extrovertidas, que falam mais, que se conectam com os outros, estão mais satisfeitas com sua vida em geral. A razão é simples: ao se conectar com os outros, temos relações afetivas, nos ajudamos, compartilhamos e nos apoiamos em situações difíceis, e também nos queixamos e pedimos ajuda se precisamos... 

P. As mulheres falam mais ou é uma farpa dos homens? 
R. A maioria dos estudos mostra que as mulheres falam em média 15.000 palavras mais que os homens. Porque elas têm a parte do cérebro que controla a linguagem mais desenvolvida. E porque os pais falam mais com as filhas do que com os filhos, especialmente sobre questões emocionais. Estou convencido de que as mulheres vivem mais porque falam mais. E as espanholas, ainda mais. 

Eu sou neta de PAI E MÃE DE FAMÍLIA ESPANHOLAS - BRAZ E CARRILHO Ixi... prazer, Roberta a tagarela... Eu era assim até o ano 2001. Grande decepção. Morte de uma ilusão. Escravizei-me em um ciclo de rancor, ódio, angústia, tristeza, decepção, não podia aceitar que estava acontecendo comigo e ainda mais ser 'aquela pessoa' acima de qualquer suspeita ter feito o que fez comigo, com nós. Dor! Foi um trauma tão louco e profundo que me perdi, nem sei se curarei antes de morrer. Gostaria de me libertar disso. Apagar da mente tudo. Alzheimer seria uma benção talvez. Apagar-apagado! Esquecer que aconteceu: conheci, vivi, sofri... esqueci, morri. Depois disso algo em mim mudou, perdi a alegria que sentia pela vida. Meus olhos escureceram e não riram mais. Meu corpo adoeceu não suportou meu cérebro doente que diz o médico que chama depressão severa. CID.10 F34 um punhado de coisas misturadas não especificadas e persistentes com anedonia. Essa me diz ser a antítese do Deus Êdonis no livro a ler " Elogio da loucura" de Erasmo de Roterdãm. Lerei. Porém, Desacreditei das pessoas e, pior, de mim mesma. Como fui me deixar escravizar por tantos ressentimentos? rancores? dessa tal pessoa que não vale nem um pensamento solto. Até o fruto dele que acreditei ser doce é azedo. O mundo se tornou cinza escuro. Meu mundo antes tão colorido passou a ser monocromático. Enfim... 

P. Mas nos dizem que caladas somos mais bonitas. Quando é preciso morder a língua? 
R. Quando vamos cometer um deslize. Quando sabemos que o que diremos vai criar um conflito ou ferir alguém, é melhor se calar. 

P. Vale a pena insultar? 
R. Não. O insulto ataca a autoestima, a identidade e o valor da pessoa. Não acrescenta nada. As palavras não são levadas pelo vento. 

P. O senhor escuta tristezas há meio século. São sempre as mesmas? 
R. O que acontece conosco, o que escuto em consulta é basicamente o mesmo. Medo, tristeza, angústia ou necessidade de que nos orientem em um momento da vida. 

P. E temos remédio? 
R. Muitos, para começar, falar, contar o que acontece conosco. Falar é fundamental para entender o que acontece conosco e pedir ajuda. 

P. Que palavras estão em sua caixa de primeiros socorros? 
R. Para mim, a palavra mais importante, profissional e pessoalmente, é “conte-me”, mas, para isso, você precisa estar disposto a escutar, e isso nem sempre acontece. Outra é “perdoe-me”: pedir perdão é fundamental, porque sem perdão não há futuro na vida. 

P. E se você não perdoar? 
R. Você adoece. O perdão é fundamental para sobreviver. Para se reinventar. A vítima perpétua é uma pessoa muito limitada por sua ferida aberta. O luto não pode se eternizar. Passar mais de três anos como vítima não é saudável. Te fecha no papel de traumatizado. Evita abrir outro capítulo de sua vida com expectativa, esperança e criatividade. 

P. A dor atinge todos nós? 
R. Sem exceção. Perdas, traumas, divórcios. Segundo os epidemiologistas, cada pessoa tem duas adversidades graves na vida. Algumas têm quatro; outras, uma. Mas os momentos ruins chegam a todos nós. 

P. Na questão das palavras mágicas, o senhor se esqueceu do “te amo”. 
R. Dizer “te amo” é fantástico, especialmente se for verdade e você tiver alguém para dizer isso. Nós dizemos isso, mas dizemos por dentro. E é bom verbalizá-lo. Mas não somente ao outro, mas a nós mesmos. Dizer a você: “olha, Luis, eu te amo muito” é muito útil, sei que isso não nos é ensinado quando crianças, mas eu recomendo. 

P. Ou seja, o senhor ama a si mesmo. 
R. Sim. Muito, aliás. Obrigado. 





quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

ESTOU ENVELHECENDO... por ROBERTA CARRILHO







Estou envelhecendo, e quero envelhecer... não me venha dizer que tenho espírito jovem. Não!
Tenho espírito condizente com a minha idade, ou seja, tenho espírito maduro, experiente e trabalhei para chegar neste ponto.
Porém não quero envelhecer sem meu sorriso, achando que a vida é simplesmente uma coisa normal, triste, sem cor...
Não quero envelhecer achando que tenho razão em tudo, que posso tudo e que sou melhor que tudo e sem me importar com os outros... é a morte em vida para mim esse sentimento mesquinho e egoísta. 
Não quero envelhecer amargurada a cada dia com lembranças de um passado pesado...
Não quero envelhecer sem amar e ser amada verdadeiramente, sem mentiras, interesses sejam quais forem ou manipulações principalmente dos que mais confiei ou confio... 


Não quero envelhecer primeiro por dentro, destruindo meus sentimentos mais puros, meus ideais, sonhos ou esperanças...
Quero poder amar e ser amada, valorizar e ser valorizada, sorrir sem qualquer motivo ou em contrapartida de nada, só porque estou feliz e agradecida a vida, a Deus, me conhecer, observar, estar perto da natureza, do mar, das plantas, das flores, das artes plásticas, dos artesanatos, músicas boas e calmas, longe da barulheira, do tumulto de pessoas. Quero se puder estar perto também dos animais, dos netos ou netas, dos amigos sinceros dos tempos bons e ruins, dar gargalhadas e abraços afetuosos....
Simplesmente Viver com a minha idade sem saudosismo de um passado já vivido ou continuar a querer ter aquele corpo durinho e bonito para essa sociedade consumista e sem conteúdo sólidos.
Tudo é realmente líquido. Mas, eu não !


Roberta Carrilho 

A VIDA É APRENDER A CONVIVER COM UNS E SOBREVIVER SEM OUTROS



A vida é como uma viagem de trem, com suas estações e mudanças de pista, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns casos e tristezas profundas em outros …

Quando nascemos, pegamos o trem e conhecemos nossos pais, acreditamos que eles sempre viajarão ao nosso lado, mas eles vão sair em alguma estação e continuaremos a viagem. De repente nos encontraremos sem sua companhia e amor insubstituível. No entanto, muitas outras pessoas especiais e significativas estarão no caminho da nossa vida: nossos irmãos, amigos e em algum momento, nossa cara metade …

Alguns tomarão o trem para descer na próxima estação e eles passarão despercebidos, nem sequer notamos que eles desocuparam seus assentos. Outros vão amargurar a viagem, como aqueles parceiros irritantes que queremos sair o mais rápido possível. Outros, ao descerem, deixarão um vazio definitivo … E até verão que alguns, embora sejam pessoas que você ama, ficarão em carros diferentes dos nossos … Durante toda a jornada eles permanecerão separados, a menos que decidamos nos aproximar deles e nos sentarmos. a seu lado. De fato, se realmente nos importamos, é melhor corrermos para fazer isso antes que outra pessoa chegue e assuma essa posição.

A jornada continua cheia de desafios, sonhos, fantasias, alegrias, tristezas, esperas e despedidas …

No entanto, é importante manter um bom relacionamento com todos os passageiros, procurando em cada um o melhor que eles têm para oferecer desde que respeite a história do outro e suas dores. É preciso compreender e acolher a dor do outro como se fosse sua também, porque o tanto faz, a indiferença destrói tudo. 

Com o tempo, precisamos aprender a conviver com alguns e sobreviver sem os outros. Temos de aprender a lidar com as pessoas que não queremos ter ao nosso lado e também devemos avançar, apesar das perdas e da dor.

Quando você não pode coexistir com pessoas que te incomodam …

Ao longo da vida, encontraremos muitas pessoas que não compartilham nossos valores e pontos de vista. Essas são pessoas que podem ser profundamente egoístas, manipuladoras ou mesmo totalmente tóxicas. No entanto, ficar com raiva não vai ajudar. Pelo contrário, isso vai nos prejudicar.

Precisamos aprender a viver com essas pessoas sem afetar nosso equilíbrio emocional. Nós não podemos mudar de lugar toda vez que uma pessoa faz algo que nos incomoda. Se o fizermos, vamos acabar correndo de um carro para outro no caminho de nossas vidas, perdidamente oprimidos e com raiva. De fato, um dos maiores ensinamentos da vida é precisamente aprender a lidar com as pessoas que nos incomodam. Com o passar do tempo, não apenas nos tornamos pessoas mais tolerantes, mas também aprendemos a nos concentrar nos aspectos positivos daqueles que nos rodeiam. 

Não se trata de sofrer passivamente, mas de se tornar mais sábio e mais equilibrado. Com o passar do tempo, entendemos que outras pessoas cometem erros e são imperfeitas, como nós, e aprendemos a nos concentrar nos pontos em comum e não nas diferenças. Assim tudo fica mais fácil.

Quando você não pode sobreviver sem as pessoas…

Há pessoas que gostaríamos de ter sempre ao nosso lado. Infelizmente, isso quase nunca acontece. Todo mundo tem sua própria estação e devemos aprender a deixá-las ir. É difícil, mas se não curarmos essa ferida, ela permanecerá continuamente aberta. Desta forma, não permitiremos que outras pessoas fantásticas se aproximem, pois cada vez que o fizerem, a ferida supurante arderá e nós recuaremos.

Essas novas pessoas não vão tomar o lugar daqueles que nos deixaram. Temos muito espaço em nossos corações para armazenar memórias e criar novos laços. Nós apenas temos que aprender a deixar ir e praticar o desapego um pouco mais. Se ficarmos presos nessa dor, o trem da vida continuará enquanto perdemos as belas paisagens e a companhia dos viajantes.

De fato, o grande mistério é que não sabemos em que época devemos viajar, e trancados nessa dor, podemos perder tudo o que temos para oferecer às pessoas que continuam ao nosso lado. Quando não podemos deixar ir aqueles que nos abandonaram, seja por nossa própria decisão ou por razões de vida, nossa viagem perderá seu significado e não valerá a pena.

Portanto, vamos fazer essa viagem contar. Não devemos apenas nos esforçar para criar boas lembranças para aqueles que estão ao nosso lado, mas também para nos fornecer boas lembranças. Tenha sempre em mente que há outra estação além, e você não sabe quando será a última. Portanto, aproveite cada momento da viagem.



Fonte indicada: Rincon de la Psicología