sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

AS ORIGENS DA EMPATIA - INTELIGÊNCIA EMOCIONAL (Daniel Goleman)





A empatia é uma das mais importante inteligências que uma pessoa possa ter. Não adianta ter inteligência cognitiva alta se não tem inteligência emocional/social. A arte da boa comunicação é um dos pilares da empatia. Comunicar seus sentimentos e também fazer ser entendido evita muitos transtornos emocionais. Ninguém duvida que é muito melhor conviver com pessoas que conseguem sintonizar com você ou com o seu meio social transmitindo uma sensação de harmonia e identidade do que conviver com pessoas altamente inteligentes e até com elevada cultura se não há essa sintonia. Eu fico imaginando como deve ser terrível não ter essa aptidão de interpretar os sinais não-verbais e não saber sintonizar com as outras pessoas do seu meio social. Sem essa habilidade não há relação que desenvolva ou tenha êxito, seja na interpessoal, profissional, acadêmica, social, amorosa-afetiva ou familiar. Graças a Deus 'nunca' tive dificuldades nesta área. Eu por exemplo traduz o título deste blog: Sou sentimentos ... (vários). Eu tenho grande facilidade de comunicação e de fazer amizades desde de terna idade. Mas quem não tem empatia ou certas habilidades sociais agora poderá aprender a ter. Foi descoberto através da neurociência, que o cérebro pode ser condicionado, ou seja, aprender o que não sabe. Isto é fantástico! Revolucionário! Portanto, nada é definitivo nesta vida, basta ter disciplina e boa vontade de querer aprender-mudar. Por quê? ... Tudo é possível para aquele que quer. Querer é poder! Ser simpático ou empático é questão de escolha e observação, e claro, muito suor e trabalho ...
Roberta Carrilho

Gary, o brilhante mas alexitímico médico que tanto perturbava a noiva, Ellen, por ignorar não apenas seus próprios sentimentos, mas também os dela. Como a maioria dos alexitímicos, faltava-lhe não só empatia, mas também intuição.Se Ellen se dizia deprimida, ele não demonstrava entender os seus sentimentos; se ela falava de amor, ele mudava de assunto. Gary fazia críticas "construtivas" a coisas que Ellen fazia, sem compreender que ela se sentia agredida, e não ajudada.

A empatia é alimentada pelo autoconhecimento; quanto mais consciente estivermos acerca de nossas próprias emoções, mais facilmente poderemos entender o sentimento alheio. Alexitímicos como Gary, que não têm idéia do que eles próprios sentem, ficam completamente perdidos quando se trata de saber que as pessoas à sua volta estão sentindo. Não têm ouvido emocional. As notas e os acordes emocionais que são entoados nas palavras e ações das pessoas - um tom revelador ou mudança de postura, o silêncio eloquente ou o tremor que trai - passam despercebidos.

Confusos acerca de seus próprios sentimentos, os alexitímicos ficam igualmente perplexos quando outras pessoas falam do que estão sentindo. Essa incapacidade de registrar os sentimentos de outrem significa que existe um grande déficit de inteligência emocional e um trágica falha no entendimento do que significa ser humano. Pois todo relacionamento, que é a raiz do envolvimento, vem de uma sintonia emocional, da capacidade de empatia.

Essa capacidade- de saber como o outro se sente - entra em jogo em vários aspectos da vida, quer nas práticas comerciais, na administração, no namoro e na paternidade, no sermos piedosos e na ação política. A falta de empatia é também reveladora. Nota-se em criminosos psicopatas, estupradores e molestadores de crianças.

As emoções das pessoas raramente são postas em palavras; com muito mais frequência, são expressas sob outras formas. A chave para que possamos entender os sentimentos dos outros está em nossa capacidade de interpretar canais não-verbais: o tom de voz, gestos, expressão facial e outros sinais. Talvez a mais ampla pesquisa acerca da capacidade que têm as pessoas de detectar mensagens não-verbais seja a de Robert Rosenthal, psicólogo de Harvard, e seus alunos. Ele idealizou um teste de aferição de empatia, o PONS - Porfile of Nonverbal Sensitivity, que consiste na exibição de uma série de videoteipes em que uma jovem manifesta sentimentos que vão da antipatia ao amor materno. As cenas percorrem todo um espectro de emoções, desde um acesso de ciúmes até um pedido de perdão, de uma demonstração de gratidão a uma sedução. O vídeo foi editado de forma que, em cada um desses estados, fossem sistematicamente apagados um ou mais canais de comunicação não-verbal; além do som, por exemplo, em algumas cenas todos os outros sinais são bloqueados, sendo mantida apenas a expressão facial. Em outras, somente são exibidos os movimentos do corpo, e assim por diante, passando pelos principais canais não-verbais de comunicação, para que os espectadores possam deletar a emoção a partir de uma ou outra indicação não-verbal.

Em testes feitos com mais de 7 mil pessoas nos Estados Unidos e em outros 18 países, as vantagens de poder interpretar sentimentos a partir de indicações não-verbais incluíam um melhor ajustamento emocional, maior popularidade, mais abertura e - talvez o que seja mais surpreendente - maior sensibilidade. Em geral, as mulheres são melhores que os homens nesse tipo de empatia. E as pessoas cujo desempenho melhorou no decorrer do teste, que durou 45 minutos - um indicador de que aquelas pessoas têm talento para adquirir aptidões não é nenhuma surpresa, ajuda na vida romântica.

Conforme constatações sobre outros elementos de inteligência emocional, havia apenas uma relação incidental entre as contagens nessa mediação de acuidade e os resultados do SAT, QI ou dos testes de desempenho escolares. A independência da empatia em relação à inteligência acadêmica também foi constatada em testagens com uma versão do PONS destinada a crianças. Em testes feitos em 1.011 crianças, aquelas que mostraram aptidão para interpretar sentimentos não-verbalizados eram consideradas as mais queridas na escola, eram as mais emocionalmente estáveis. Além disso, tinham melhor desempenho acadêmico embora, na média, não tivessem QI superior ao de outras crianças menos capacitadas para interpretar mensagens não-verbais - o que sugere que o domínio dessa capacidade empática abre o caminho para a eficiência na sala de aula (ou simplesmente faz com que os professores gostem mais delas).

Assim como a forma de expressão da mente racional é a palavra, a das emoções é não-verbal. Na verdade, quando as palavras de alguém entram em desacordo com o que é transmitido por seu tom de voz, gestos ou outros canais não verbais, a verdade emocional está mais no como ele diz alguma coisa do que no que ele diz. Uma regra elementar usada na pesquisa de comunicações é que 90% ou mais de uma mensagem emocional são não-verbais. E essas mensagens - ansiedade no tom de voz de alguém, irritação na rapidez de um gesto - são sempre aceitas inconscientemente, sem que se dê uma atenção especial ao conteúdo da mensagem, mas apenas recebendo-a e respondendo-a tacitamente. As aptidões que nos permitem fazer isso bem ou mal são também, na maioria das vezes, inferidas.

Daniel Goleman






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