quinta-feira, 15 de julho de 2010

NÃO CASTIGUE, ENSINE - Livro: Amar sem Mimar




Como qualquer pai ou mãe, sabe uma das tarefas mais difíceis que enfrentamos é ensinar as crianças a pensarem, argumentarem, planejarem e anteciparem os resultados de suas ações - em outras palavras, ensinar como ser responsável. O melhor modo para realizar isso é ajudar as crianças a aprenderem por meio de consequências.

Quando discuto a importância de ensinar as crianças sobre consequências, os pais frequentemente respondem: "Consequências" não é apenas um modo caprichoso de dizer "castigo?". Na realidade, as duas coisas são diferentes. O castigo normalmente é ineficaz porque seu objetivo é fazer a criança se sentir mal, e não a ajuda a se comportar de maneira diferente de uma próxima vez. Usar as "as consequências" possibilita às crianças uma maneira de antecipar os resultados de um comportamento inaceitável e de participar de um plano para mudá-lo. Pense nisso como uma mera versão avançada de dizer para uma criança pequena: "Quente" para impedir que encoste no fogão.

De uma maneira ou de outra, as crianças acabam por descobrir que o seu comportamento tem um efeito profundo nas pessoas ao seu redor. E o modo como as crianças se sentem sobre si mesmas é crítico quanto à maneira como tratam as outras pessoas. Você estará em melhor situação fazendo sua criança tomar parte da solução e não do problema.

Tente estas idéias em vez do castigo:

  • Diga a elas, calma e firmemente, o que fazer o que você espera. Se discutirem não caia ma armadilha de também fazê-lo. Simplesmente use a técnica do "disco riscado": Tranquilamente, repita sua declaração: "Lição de casa antes da TV... Casacos no armário... Cintos de segurança apertados...".

  • Expresse desaprovação severa, se necessário. Fale para as crianças como você se sente sobre o comportamento delas e por que se sente assim. Mas tenha cuidado para não atacar a sua personalidade ou as rotular: "Esse tipo de bagunça tem de acabar. Alguém pode se machucar seriamente".

  • Diga ou mostre às crianças como cuidar do problema. "Eu sei que você não quis derramar todo o leite no chão, mas eu vou ensinar você a usar o pano de chão para limpar esse tipo de coisa".

  • Ofereça uma opção, mas apenas uma. com a qual você possa arcar. "Você pode sentar no carrinho ou caminhar ao meu lado, mas tem de ficar comigo".

  • Aja. Quando oferecer uma opção ou declarar suas expectativas, leve isso adiante: "Como você não está segurando minha mão, vou colocá-la no carrinho novamente".
Geralmente o castigo não diminui a frequência do comportamento problemático. Se você continua castigando uma criança e o comportamento dela não muda, está na hora de procurar uma abordagem diferente. Os castigos falham quando tentamos "ensinar uma lição aos nossos filhos" com raiva ou expressamos uma reação imediata que envia a mensagem "agora você vai se arrepender". Uma criança que está cheia de raiva e com desejo de se vingar não aprende nada sobre mudar de comportamento. Eu admiro o modo como Barbara Coloroso, em seu livro inspirador Kids Are Worth It, Crianças Valem a Pena (Avon Books, 1995), define a disciplina: "A disciplina não é julgadora, arbitrária, confusa ou coercitiva ... Nosso objetivo como pais é dar vida ao aprendizado de nossos filhos - instruir, ensinar e ajudá-los a desenvolverem a autodisciplina".


Nancy Samalim e Catherine Whitney

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