O tempo se tornou nosso artigo mais precioso, pois nunca é o bastante. Freqüentemente eu vejo pais que entram em meus seminários quase ofegantes, como se estivessem acabado de correr em uma maratona. De certo modo, isso é verdade. A vida moderna deixa a maioria das pessoas sentir como se estivesse muito a fazer e muito pouco tempo para isso. Tanto estresse envolve o tempo – a falta dele – e as pressões ligadas a esse artigo tão limitado.
Se você se sente tão sobrecarregado pelos “deveres” e “semideveres” de sua vida e nunca tem tempo suficiente para curtir suas crianças, aqui estão algumas idéias de pais que eu conheço:
DECIDA O QUE É IMPORTANTE
As pessoas sempre estão dizendo: “Se eu não fosse tão ocupado...”, sem realmente pensarem como reduzir suas tarefas de modo arrumarem mais tempo para passar com seus filhos. A administração do tempo é certamente útil, mas envolve muito mais que rearranjos de itens na sua “lista de coisas a fazer”, pois tal vez sua lista seja simplesmente muito longa. É difícil abandonar a convicção fortificada de que o trabalho em excesso por si só é uma virtude. Você pode achar maneiras para passar o tempo e ganhar tempo – mas para quê? A chave para administrar melhor seu tempo é reavaliar o que realmente importa e renunciar a alguns dos “semideveres” que possam estar atrapalhando seus dias.
Estratégia: Elabore uma lista de tudo o que você faz durante o dia. Depois, divida seus itens em três categorias: deveres, semideveres e prazeres. Por exemplo: pagar as contas é um dever, mas limpar a sala de estar com aspirador de pó pode ser semidever. Como prazeres, você poderia listar a leitura de um livro ou um passeio de bicicleta com seu filho. Depois que você revisar as categorias, tente pensar em modos de gastar menos tempo com os semideveres, organizar os deveres e aumentar o tempo dedicado aos prazeres.
Uma história de pais: Preste Atenção!
“Outro dia, quando estava deixando minhas crianças na escola, meu filho mais velho estava olhando para o carro em frente ao nosso, no qual outra mãe fazia a mesma coisa. Ela estava falando ao telefone celular. Parou o carro, os filhos desceram e, a medida que ia embora, os filhos davam tchau, acenando, mas ela ainda estava falando ao telefone e não olhou para trás. Se você pudesse ter visto o olhar nos rostos dessas crianças, teria ficado com o coração partido. Andamos com muita pressa hoje em dia, e nossas crianças estão pagando o preço. Elas, às vezes, se sentem como se fossem nada além de um incumbência a ser realizada”.
PRATIQUE O COMPARTILHAMENTO FAMILIAR
O melhor modo de fazer suas crianças se sentirem importantes e incluídas em sua vida é envolvê-las na atividade de ser uma família. Muitos pais separam as tarefas comuns dia do “tempo de qualidade” que eles passam com seus filhos. Porém, a maioria das crianças (especialmente as pequenas) gosta de tomar parte das atividades diárias do papai e da mamãe. Elas freqüentemente se sentem orgulhosas e importantes quanto têm a chance de ser úteis.
Estratégia: Envolva as crianças em suas atividades. Se você está cozinhando, deixe seu filho ajudar a escolher o arroz. Quando você estiver lavando roupa, peça a ele para separar as roupas claras das escuras ou achar os pares das meias. Quando estiver trabalhando no jardim, mostre a ele como plantar uma semente. As tarefas podem levar um pouco mais de tempo e requerer mais de sua paciência, mas o tempo será bem-empregado na construção de laços entre você e seu filho. Esse tipo de envolvimento também o ajuda a se sentir como um membro valioso da família, ao perceber que fez algo diferente e ao se sentir seguro por ter dado uma contribuição.
DEIXE SEU TRABALHO FORA DE CASA
Embora nem sempre seja possível, tente separar sua vida profissional da familiar. As crianças se sentem decepcionadas se esperam avidamente pelos pais chegarem em casa depois de um dia inteiro no escritório, só para vê-los rapidamente, pois continuarão trabalhando noite adentro. Ou então os pais estão tão preocupados com o que aconteceu no trabalho que não podem estar emocionalmente presentes com as crianças.
Estratégia: Uma mãe que eu conheço termina seu trabalho extra no trem, no caminho de volta para casa, e fecha sua pasta durante a noite. Ela fez disso uma regra: não abrir a pasta novamente até estar no trem na manhã seguinte. Um pai resolveu o problema dando ao tempo gasto com seus filhos o tratamento de prioridade na agenda dele. Ele programou um tempo familiar em sua agenda no trabalho, da mesma maneira que fazia com reuniões de vendas e conferências. A secretaria tanto o lembra de seus compromissos familiares como dos profissionais: “Você tem um jogo de beisebol com John às duas horas.” Uma mãe, que é executiva de uma grande empresa, reserva todas as quartas-feiras para jantar cedo com os filhos, às cinco e meia.
PASSE UM TEMPO SOZINHO COM SEU FILHO
As crianças apreciam um tempo especial com apenas um dos pais. Freqüentemente, ouço histórias de adultos que ainda se lembram de maneira terna como “papai e eu jogávamos basquete pó meia hora depois do jantar” ou “mamãe e eu tocávamos duetos no piano”. Essas recordações ao apreciadas porque lembram tempos em que os pais estavam totalmente concentrados e preocupados em estar sozinhos com seus filhos.
Estratégia: Quando você realmente está com pouco tempo disponível, tente encontrar maneiras de passar vários momentos com seus filhos. Uma mãe, por exemplo, fazia questão de passear por quinze minutos com sua filha de sete anos todas as noites depois do jantar, se o clima permitisse. Outra mãe tem um ritual noturno de dez minutos no qual ela diz ao filho em fase de educação infantil: "Fale-me sobre a melhor parte do seu dia". Um artista que conheço passa vinte minutos por noite ensinando lições de pintura a seu filho. Juntos, eles escolhem seus desenhos favoritos para enviar aos parentes. E quase todo pai que conheço tem um ritual de boa-noite na hora de dormir.
É fácil falar para uma criança: "Eu amo você!", mas é o tempo real que nós passamos completamente focalizados apenas nessa criança que faz com que ela se sinta importante.
Eu nunca ouvi pais de crianças crescidas dizerem que desejavam passar mais tempo no escritório quando seus filhos eram pequenos.
Os acontecimentos de 11 de setembro de 2001 trouxeram esse lar até nós mais acerbamente do que qualquer fato já ocorrido antes. Essa tragédia nos alertou sobre o que mais importa: colocar a família em primeiro lugar e valorizar as pessoas importantes em nossas vidas.
Nancy Samalin e Catherine Whitney
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