Bater e espancar geralmente acontece no calor do momento, quando você está bravo, assustado ou simplesmente frustado até o pescoço e não sabe mais o que fazer. Mas, quando você pode controlar sua raiva, tem muito mais controle sobre seus filhos. E, quando você olha além de suas reações de momento, pode encontrar soluções a longo prazo para solucionar os problemas de disciplina. Aqui estão algumas alternativas eficazes contra o espancamento, que aprendi com os peritos no assunto - os próprios pais.
DEIXE UMA IMPRESSÃO
Uma mãe disse que normalmente não acreditava em surra, mas sentia que era necessária depois que sua filha de três anos estava a ponto de grudar o dedo em uma tomada elétrica. "Meu coração quase parou!", ela disse. "Eu bati forte nela, porque estava muito apavorada e queria que ela soubesse disso".
Posso entender a compulsão por bater em tal circunstância. Porém essa mão provavelmente só conseguiu colocar medo em sua filha e chamar mais atenção para a dor da surra que para o ato errado em si. A mãe poderia ter obtido um resultado melhor se tivesse se agachado, olhado nos olhos de sua filha, colocado as mãos em seus ombros e declarado, com uma voz que tivesse igualmente tons de medo e fúria: "Nunca mais faça isso novamente!".
FALE COM FIRMEZA
Recentemente, uma mãe se levantou durante uma sessão de perguntas e respostas, em um de meus workshops, e disse que a única coisa que fazia seus filhos pararem era a ameaça de uma surra. Ela ficou surpresa quando eu disse que talvez lhe faltasse a voz com autoridade.
A voz com autoridade é a ferramenta de disciplina mais efetiva que existe. A maioria de nós se lembra de um adulto de nossa infância, talvez pai, mãe, professor ou treinador, que podia nos parar com uma única palavra ou até mesmo um olhar. Esses adultos tinham a verdadeira autoridade porque apelavam não para o medo, mas para a consciência. Eles também eram consistentes em suas respostas, estáveis. Diziam as coisas uma única vez, e apenas uma vez, seguida de uma ação, se fosse necessário. Se eles dissessem "Se você não consegue se sentar à mesa sem brigar, nós vamos embora do restaurante!", sabíamos que eles queriam dizer exatamente isso. Porque eles não vacilavam, as suas palavras tinham muito peso. Eu gosto de chamar esse tipo de pessoa de "o pai/mãe com credibilidade".
RESPONSABILIZE-OS
Uma mãe descreveu um incidente no qual seu filho de sete anos disse uma palavra vulgar em frente à sogra dela. "Eu fiquei tão envergonhada e horrorizada que o esbofeteei!", ela me falou. "Eu não queria que minha sogra pensasse que eu deixaria isso passar em branco".
"O que aconteceu quando você o esbofeteou?", perguntei.
Ela fez uma careta. "Ela me olhou com tamanho ódio que me fez estremecer. Percebi imediatamente que isso foi uma coisa errada a fazer. Ele não se sentiu mal por ter sido rude; ele agiu como uma vítima, cheio de raiva de mim. Isso certamente não o encorajou a mudar seu comportamento rude".
O que essa mãe poderia ter feito em vez disso? Ela poderia ter dito calma e firmemente: "Essa palavra é totalmente inaceitável. Assim que chegarmos em casa, vamos falar sobre isso". Mais tarde, depois de uma conversa sobre linguagem imprópria, ela poderia ter feito o filho escrever para a avó ou ligar para ela para se desculpar, mantendo-o responsável por suas ações e ensinando-o muito mais do que um tapa poderia fazer. Esse teria sido um modo melhor de explicar a ele que os sentimentos das outras pessoas importam e que ser rude ou insultar são atitudes não-toleradas.
Mantenha-se calmo
A briga dos seus filhos está deixando você louco. Não bata - divida e conquiste. Diga: "Se vocês não podem brincar juntos, precisam ser separados". Pode ser que isso não seja o que eles realmente querem. Colocá-los sozinhos pode ser comparável a uma Sibéria para as crianças. Essa atitude também dá oportunidade para você esfriar a cabeça.
Seu filho de três anos desenha na parede com canetas de ponta porosa. Respire fundo e tente se pôr no lugar do seu pequeno artista. Ele não entende por que você elogiou seu bonito desenho ontem, mas está furioso hoje. Explique que o desenho deve ser feito no papel, não nas paredes, e limpem tudo, juntos. E compre apenas canetas com tinta lavável.
Sua filha de seis anos é rude com uma de suas colegas, dizendo que ela pe estúpida. É bastante embaraçador quando as crianças se comportam de maneira desrespeitosa na frente de outros adultos. Faça sua filha escrever um bilhete de desculpas ou telefonar para a colega e enfrentar a realidade sozinha.
Nancy Samalin e Catherine Whitney
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