A paixão é sempre a loucura em devaneios. Enquanto o amor vive de sua liberdade, da capacidade de ceder, confiar, perdoar e não exigir nada em troca, nem mesmo a reciprocidade;
A paixão vive de sufocar, espezinhar e se alimenta de delírios. Por isso, onde quer que o amor se expresse, ele é sempre brando, meigo em suas afeições e manso em suas relações. Por essa razão, o amor é único, e em sua unicidade, ele somente se propõe ao seu objetivo primário - amar.
O amor simplesmente ama, somente ama, e amando põe-se a irradiar como o sol, por jamais fazer distinções. Ele se apresenta como o vento brando e ligeiro avançando por todas as direções, e em tudo se assemelha à luz, pois é veloz, ligeiro, ágil e se faz por inteiro. Em sua presença, onde quer que se expresse, provoca a claridade, aniquila as trevas e faz espargir a vida.
O amor reforça as cores e as faz mais alegres, define com exatidão, tudo é beleza, e nele somente existe o belo, por isso mesmo os olhos que amam jamais enxergam outra coisa que não seja o belo. O amor simplesmente ama e, amando, é tudo. E por isso mesmo se coloca como a síntese da vida.
Já a paixão não consegue amar nem a si mesma, nem ao amor. Ela possui o "p" das posses e da prepotência e se arvora sempre em proprietária do objeto de seu desejo, fazendo-se ardente e incontrolável.
A paixão jamais divide, tem medo de ver diminuído ou subtraído aquilo que presume ser propriedade sua, e jamais entende que a divisão também é "em si" uma operação multiplicadora. Dessa forma, ela é implacável com seu alvo e está sempre disposta a anular seu objeto, constantemente disposta à fagocitose.
A paixão jamais divide, tem medo de ver diminuído ou subtraído aquilo que presume ser propriedade sua, e jamais entende que a divisão também é "em si" uma operação multiplicadora. Dessa forma, ela é implacável com seu alvo e está sempre disposta a anular seu objeto, constantemente disposta à fagocitose.
A paixão nunca percebe que sua dominação é o que a faz dominada e submissa, e que seu desejo canibal a torna prisioneira de si mesma e de seu desejo de posse, chegando a ponto de confundir-se com o próprio objeto de sua paixão.
O ser apaixonado é sempre um miserável a implorar e a requerer desesperadamente compaixão. Ele perde sua identidade na medida em que passa a se confundir com o objeto de seu desejo e, nessa confusão, acaba por aniquilar a si mesmo, na medida em que passa a vagar sem identidade e sem desejos pessoais, fazendo do outro sua própria sombra e seu próprio fantasma.
Dessa forma, o apaixonado passa a viver sob o império das fantasias e das ilusões pessoais; e, de devaneios em devaneios, segue caminhando inexoravelmente para o fim, sem perceber que está a poucos passos de dissociar-se plenamente "de si" e "em si" como "ser", ou melhor, dizendo como uma realidade divina no que se concerne aos ângulos da crianção propriamente dita, por isso a paixão é sempre (des)realizante e eivada de irrealidade.
O ser apaixonado é sempre um miserável a implorar e a requerer desesperadamente compaixão. Ele perde sua identidade na medida em que passa a se confundir com o objeto de seu desejo e, nessa confusão, acaba por aniquilar a si mesmo, na medida em que passa a vagar sem identidade e sem desejos pessoais, fazendo do outro sua própria sombra e seu próprio fantasma.
Dessa forma, o apaixonado passa a viver sob o império das fantasias e das ilusões pessoais; e, de devaneios em devaneios, segue caminhando inexoravelmente para o fim, sem perceber que está a poucos passos de dissociar-se plenamente "de si" e "em si" como "ser", ou melhor, dizendo como uma realidade divina no que se concerne aos ângulos da crianção propriamente dita, por isso a paixão é sempre (des)realizante e eivada de irrealidade.
A viagem de volta é realizada dentro de profundos sentimentos e grandes agonias, onde o ser, em geral, é amparado por mecanismos especiais disponibilizados pela vida.
Autor desconhecido
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