O tipo de carta que Miss Corações Solitários – sabida e havida como consultora sentimental oficial deste blog- mais recebe no momento pode ser resumida em um parágrafo de M., leitora do interior de SP, uma virginiana que ama ser discreta, como quase todas, e assim se descreve:
“Tenho 43 anos, não sou nenhuma miss, mas não sou feia, sou inteligente, bem humorada, vivo de bem com a vida, apesar de saber de toda a minha responsabilidade e a solidão que insiste em estar ao meu lado.
Sinto-me muito só, estou sem namorado e estou achando difícil encontrar alguém, não sei bem por quê. Será que os homens só querem as mulheres mais novas? Não sou atirada, de chegar, dar em cima, sou bem discreta.
(…)
Virginiana, adoro a discrição… Tento ser um pouco mais atirada, mas acho que não está funcionando bem, kkkk….
Bem, queria sua opinião como homem sobre estas minhas dúvidas??!!! Está difícil mesmo?”
Querida M., não está fácil para ninguém. Queixam-se as Lolitas, reclamam as lindas afilhadas de Balzac.
Não está sendo fácil, como escuto aqui da Kátia, a cantora cega afilhada do Roberto.
Miss C. Solitários, porém, não cai nesse conto. Não gosta desse lenga-lenga tipo David Copperfield.
A nuestra cigana e consultora amorosa vai direto ao ponto:
“Não caia nesse conto homofóbico da ditadura gay, meu anjo. Cada um na sua, no problem”, discorre a danada. “O que a mulherada enfrenta é a epidemia do homem frouxo”.
O homem frouxo não chega nem a ser um homem -Tim Maia, aquele que enche o saco e não comparece mesmo.
O homem frouxo sequer é um homem-Ossanha, aquele, a exemplo do afrosamba de Baden/Vinícius, que diz que vai e não vai.
O homem frouxo é quase uma abstração.
Sofre de um grave problema de comparecimento, de presença, o homem não passa de uma elipse de gênero, retrocedeu à infância e morre de medo de tudo que desconhece.
Estará o homem perdido por causa da fêmea que avançou tanto e hoje se acha?, indago também Miss Corações Solitários com minha questão mais óbvia.
“Se macho está perdido, não sou eu quem vou procurá-lo, como diz meu chapa Marçal Aquino”, responde. “O homem anda muito é brocha (ou broxa, seu Aurélio)”.
Tem jeito, Miss?
“Quem sabe?”, ela responde enigmática.
E você, amigo, amiga, a que atribui essa crise masculina de comparecimento?
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