segunda-feira, 1 de março de 2010

VÍCIO II (TRAIÇÃO) AS DORES DA ALMA pelo Espírito de HAMMED



Tradição é ato de transmissão oral ou escrita de costumes, lendas ou fatos levados de geração a geração através dos tempos. Quanto mais antigos, mais notáveis e fora do comum eles se tornam. Uma vez atingida tal dimensão, transformam-se em crenças inquestionáveis.

As pessoas assimilam conceitos simplesmente porque outras, que elas julgam importantes e entendidas, lhes disseram que são verdadeiros. As crenças de toda espécie começaram geralmente através das histórias e dos costumes criados por alguém. Com o passar dos séculos entretanto, tornaram-se regras éticas. Crenças é a ação de acreditar naquilo que convencionamos adotar como verdade. Evidentemente, algumas são verdadeiras; outras não.

Precisamos revisar nossas concepções sobre os vícios. Não podemos entendê-los como uma problemática que abrange, exclusivamente, delinquentes e vadios. Em verdade, viciados são todos aqueles que se enfraquecem diante da vida e se refugiaram na dependência de pessoas ou substâncias.

Pelas crenças tradicionalistas, são tachados de criminosos e vagabundos; para nós, no entanto, representam, acima de tudo, companheiros do caminho evolutivo, merecedores de atenção e entendimento. Por serem carentes e sofridos, entregaram sua força de vontade ao poder dos tóxicos, procurando se esquecer de algo que, talvez, nem mesmo saibam: "eles próprios", pois não aguentaram suportar seu mundo mental em desalinho.

A ociosidade pode ser considerada, ao mesmo tempo, "causa e efeito" de todos os vícios.

Reportando-se à ociosidade, eis o pensamento das Entidades Superiores: "Haverá Espíritos que se conservam ociosos (...) mas esse estado é temporário e dependendo do desenvolvimento de suas inteligências (...) em sua origem, todos são quais crianças que acabam de nascer e que obram mais por instinto que por vontade expressa".

Sob o prisma do "efeito", tais considerações podem ser analisadas conforme o que se segue abaixo:

Os dependentes são considerados por muitos como pessoas intencionalmente indolentes; por outros, julgados precipitamente como "parasitas sociais" e ainda por desocupados, improdutivos e preguiçosos. Mas sem qualquer conotação ou justificativa de tirar lhes a responsabilidade por seus feitos e decisões, não podemos nos esquecer de que o "peso do fardo" que carregam lhes dá tamanha lassidão energética, que passam a viver em uma constante "embriaguez na alma", entre fluidos de abatimento, fadiga e tédio.

Não são inúteis deliberadamente, mas se utilizam, sem perceber, do desânimo que sentem como " estratégia psicológica", para que possam fugir à decisão de "arregaçar as mangas" e enfrentar a parte que lhes cabe realizar na vida. Adiam sistematicamente seus compromissos, vivem de uma maneira no presente e dizem que vão viver de outra no futuro.

Aqui está um possível raciocínio de que se utilizam: "Sei que devo trabalhar para me realizar, mas, como desconfio de minha capacidade, temo não fazer direito", ou mesmo, "O que gosto de fazer não será aprovado pelos outros, por isso, digo a mim mesmo e aos outros que o farei no futuro. Agindo assim, não terei que admitir que não vou fazê-lo". Os toxicômanos são pessoas de caráter oscilante, não desenvolveram os senso de autonomia, vivem envolvidos numa aura fluídica de indecisão e imobilização por consequência da própria reação emocional em desajuste.

Protelam as coisas para um dia que, talvez, nunca chegará. Fixam-se ao consumo cada vez maior de produtos narcóticos, enquanto desenvolvem atitudes emocionais que os levam à subjugação a pessoas e situações.

A ociosidade como "causa" das viciações pode ser estudada da maneira exposta abaixo:

As velhas crenças religiosas continuam afirmando que a felicidade dos bem-aventurados consiste na vida contemplativa, no repouso absoluto os céus, em uma eterna e fastidiosa inutilidade. Asseguram também, em contrapartida, que os infernos são destinados aos espíritos culpados  Conduzidos forçosamente, ficariam condenados a viver eternamente as dores do fogo e o sofrimento não menos cruel da eterna ociosidade.

As crenças no poder dos "melhores", ou seja, dos aristocratas, fortificaram-se ainda mais no tempo dos patriarcas, das sociedades greco-romanas. Expandindo-se, essas idéias fizeram com que os homens formassem unidades produtivas com base no escravismo. As vilas romanas e gregas possuíam dezenas de criado/cativos para satisfazer a todas as necessidades dos patrícios, para que vivessem no fastio na inutilidade.

Durante séculos, a escravidão no Brasil foi aceita sem que as classes dominantes questionassem a legitimidade dos cativeiros. Os senhores de engenho se justificavam dizendo que resgatavam os negros do paganismo em que viviam para  conversão cristã, o que lhes faculta a redenção dos pecados e lhes abria as portas da salvação. Na realidade, ocultavam suas verdadeiras intenções: a mão-de-obra lucrativa, que lhes permitia a vida fácil de esbanjamento com seus familiares, para manter a aparência social.

Aprendemos com as sociedades absolutistas do passado que a ociosidade era uma peça importante na vida. Na corte, as etiquetas, jogos, bailes e saraus eram as atividades mais comuns da nobreza. Assim pensavam os nobres na época de Luís XIV da França: "somos uma classe que não ganha dinheiro pelo trabalho, mas o tempo pela nossa genologia  não queremos ser confundidos com os poupadores vulgares, que são a gentinha da burguesia." Pode-se afirmar que; até poucas décadas atrás, a grande maioria também assim raciocinava.

As regras e costumes do passado pesam sobre todos nós. Somos espíritos milenares, encarnando sucessivas vezes, adquirindo experiências e assimilando crenças, algumas verdadeiras, outras não, repetindo o que escrevemos inicialmente. Eis o porquê da necessidade de revisar nossos conceitos.


Disse certa feita Sócrates: "Não é ocioso apenas o que nada faz, mas também o que poderia empregar melhor o seu tempo".


A ociosidade é uma porta que se abre para os vícios, é uma csa sem paredes; as "serpentes" podem entrar nela por todos os lados.


Hammed - as dores da alma




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