segunda-feira, 29 de outubro de 2012

28 DE OUTUBRO DIA DE SÃO JUDAS TADEU - relatos do meu passado com H.K.


Vitral da Igreja de São Judas Tadeu, bairro das Graças em BH 

Quando morei em BH no bairro Sagrada Família eu me lembro que no dia 28 de outubro de 2002 eu e H.K. fomos à Igreja de São Judas Tadeu, no bairro das Graças em Belo Horizonte.

Naquela época estávamos passando por um crise conjugal severa. Eu estava com depressão-aguda-pós-parto (hormonal) e ele por falta de apoio ou esclarecimento não aceitava a situação. Achava que eu estava sendo mimada e queria chamar atenção me fazendo passar por triste. Era uma desculpa minha, na cabeça dele, só na cabeça dele, que eu não mais o amava como antes. Mas isso não era verdade!!! Eu o amava muito e não queria me separar dele. É bem verdade que eu estava magoada com as atitudes dele (surras na gestação, abandono, etc), naquela época eu não conseguia entender e aceitar isso, não sabia que era devido as crises na fase maníaca da sua doença (Bipolaridade). 

Eu me lembro que mesmo assim, sem saber de nada, continuava acreditando em nós, apesar de tudo que tinha acontecido. Eu olhava o rostinho da nossa filha e falava para mim mesma: - Isto vai passar! Ele vai voltar a ser como antes! Olhava para a Maria Eduarda e dizia: - Mamãe e papai te amam muito. Você ficará bem, confia em Deus e na sua mamãe. Seremos uma família. Com ela eu não estava sozinha. Não sentia solidão vendo aqueles olhinhos puxados como os meus. Uma menininha perfeita. Eu estava disposta a esquecer tudo e perdoa-lo em prol dela, de nós, da nossa família. 

Voltando aquele dia, me lembro que pedi para ele me levar à Igreja do Santo das Causas Impossíveis - São Judas Tadeu que ficava pertinho da 'nossa' casa, do 'nosso lar'. Eu queria implorar misericórdia e ajuda ao Santo. Eu fiz um esforço sobre humano para subir aquele morro e vencer minha vontade de ficar quieta na cama (doente-depressão). Eu não queria continuar vivendo aquela situação; queria que tudo voltasse a ser como antes, ou seja, uma relação amistosa, alegre, cheia de risos soltos e olhares apaixonados. De danças no meio da sala, no quarto, escutando músicas românticas. Certa vez fomos ao centro de BH e comprei um CD pirata do grupo Falamansa, Adorava! E continuo gostando muito hoje em dia. H.K. não sabia dançar, ele era duro igual a um pau. Eu queria ensinar a ele a se soltar e dançar comigo forró. Dançar agarradinhos. Foram muitas coisas boas que vivemos.

Escrevi seu nome na areia
O sangue que corre em mim sai da tua veia
Veja só você é a única que não me dá valor
Então por que será que este valor é o que eu ainda quero ter
Tenho tudo nas mãos, mas não tenho nada.
Então melhor ter nada e lutar pelo que eu quiser

Ê, mas péra aê.
Ouça o forró tocando e muita gente aê
Não é hora pra chorar
Porem não é pecado se eu falar de amor
Se eu canto sentimento seja ele qual for
Me leva onde eu quero ir
Se quiser também pode vir
Escuta o meu coração
Que bate no compasso da zabumba de paixão

Ê pra surdo ouvir, pra cego ver que 
este xote faz milagre acontecer.

Ê pra surdo ouvir, pra cego ver que 
este xote faz milagre acontecer.

Ê pra surdo ouvir, pra cego ver que 
este xote faz milagre acontecer.

Ê pra surdo ouvir, pra cego ver 
Falamansa faz milagre acontecer.


Eu queria que um milagre acontecesse conosco. 

Risos!! Sobre ensinar forró pra o H.K. (risos) ele aprendeu 'um pouquinho' (risos).

Estes momentos são únicos! 

Eu me lembro de muitos deles. Eu não tive só momentos tristes com o H.K.. Não! Tivemos muitos momentos alegres, riso solto, planos, sonhos, paixão, tesão. Nós naquela época éramos muito amados um pelo outro. 

Eu e ele éramos como duas crianças felizes por estarem juntas. Brincando de família, de casal. Eu pelo menos tinha este sonho de família, lar e um esposo amoroso e sensível. Quanto a ele, acredito hoje que não! 

Queria muito ajuda um milagre para nós. Queria poder criar nossa filha recém-nascida, Maria Eduarda ao lado do pai, do H.K.

Naquela época das brigas eu estava com medo. Muito medo! Eu errei! Fiz ele acreditar que não o amava mais e que estava com ele só por causa da gravidez. Era mentira! Queria magoá-lo como ele tinha me magoado. Ele me traiu. Ele não cuidou de mim como tinha prometido. Ele me deixou ficar bêbada pela primeira e última vez na minha vida (estávamos comemorando a liberação do financiamento no 'nosso' apartamento onde iríamos construir uma história, faríamos daquele apartamento o 'nosso' lar). Era muito importante aquilo para mim na época. Era meu sonho se tornando realidade. Por isso, eu precisava extravasar minha alegria, me soltar, e o vinho era o ideal. Fomos comemorar com duas garrafas de Vinho tinto "Miolo" na casa do amigo dele, Francisco, o Zu da Cemig. 

Abrindo um enorme parênteses: Foi por isso que fiquei magoada e quis feri-lo dizendo que não mais o amava. Ele tinha traído a minha confiança. Aquela situação ficou difícil processá-la emocionalmente, era muito traumática para mim, por isso adoeci, entristeci. Na minha mente, só um pensamento, insistente: 'ele sabia dos meus medos, mesmo assim arriscou em transar comigo. Arriscou mesmo sabendo que naqueles dias eu não poderia ter relações sexuais, conversamos sobre isso, antes de irmos para casa do Zu. O motivo era simples, eu tinha feito uma cauterização no colo do meu útero (estava com algumas feridinhas pelo uso contínuo do Perlutan - anticoncepcional injetável). Então decidi colocar DIU. Fui no meu ginecologista, Dr. Júlio César Fonseca, e este nos preveniu a este respeito e nos alertou também para não termos relações sexuais até a colocação do DIU)).

Nota: DIU nessa época tinha que se encomendar dos USA e demorava em torno de 10 dias para chegar no consultório. Era colocado lá mesmo no próprio consultório. 

Acabei ficando grávida novamente sem planejamento, sem casamento. Mais uma vez eu tinha decepcionado meu pai, a pessoa que mais admirava e admiro na vida. Estava furiosa com o H.K.. Queria feri-lo, não pensava em mais nada. Ele estava feliz e eu desesperada.

Voltando a ida à Igreja ... Não tínhamos carro e decidimos ir assim mesmo, andando. Atravessamos a Avenida Cristiano Machado e subimos a pé carregando a Maria Eduarda com mais ou menos 3 meses enrolada numa manta de lã amarela e branca trançadas e com franjas. Esta manta tinha sido um presente da minha amiga e comadre, Jonyse Rachid.

Chegamos a Igreja, esta estava lotada de fiéis, não sei como o H.K. conseguiu um lugarzinho para nós ficarmos sentados no banco dentro da Igreja. Ele ficou com a Maria Eduarda no colo e eu ficava orando de joelhos, rogando a São Judas que intercedesse por nós a Deus-Pai para que não deixasse que nada de ruim acontecesse conosco e que ficássemos juntos para criar nossa Maria Eduarda. Não queria ter que voltar a morar com minha mãe em Divinópolis, com outra filha nos braços, solteira, escutando todas as perversidades que um ser humano pode fazer com outro numa situação frágil como aquela. Eu já tinha vivido aquilo antes, e tinha pânico de ter que viver novamente. Minha mãe era e creio que continua sendo cruel. Apesar que ela hoje vive pedindo perdão para mim e querendo que eu a desculpe por tudo que ela me fez. 

Nas minhas preces pedia piedade a Deus para que nada e ninguém pudesse nos separar. Também pedia que me curasse da depressão para poder amamentar minha filha e ajudar o H.K., pois, ele já demonstrava sinais da sua doença - transtorno bipolar -, mas eu precisava de um milagre, queria ajudá-lo e precisava de alguém para me ajudar. 

Estava perdida, com medo e desesperada e tinha uma bebezinha também. Maria Eduarda era calminha, quietinha, sorridente. Acho que ela sabia que as coisas já estavam muito difíceis e queria ajudar ficando boazinha. 

Nota: Naquela época nem eu e nem ele sabíamos que ele era portador de Transtorno de Humor - Bipolar. Lembro que consultamos diversos clínicos de todas as especialidades para descobri os motivos do H.K. comportar deste ou daquele jeito. Por que ele tinha memória seletiva? Por que ele esquecia as coisas tão facilmente? Por que ele não conseguia concentrar? Queria saber os porquês (era o meu lado investigativo falando mais alto do que a razão). Hoje eu penso que antes tivéssemos deixado as coisas como eram. Eu e ele éramos felizes do nosso jeito. Eu o aceitava com aquela 'dislexia", até achava 'bonitinho' aquele olhar de 'não sei? Você me ajuda?' Para os outros ele era leso, abobalhado, lerdo, chato! Etc. E daí? Hoje eu questiono essas coisas. Não é necessário saber tudo ou querer mudar as coisas por entender que podem ficar melhor. Estava bom daquele jeito para nós o que era mais importante. Fomos cúmplice! Fomos amantes românticos! Eu o entendia e ele tentava me entender (risos). Eu confesso e assumo que errei em querer ajudá-lo a se entender e melhorar. Queria vê-lo mais feliz, conseguindo fazer uma graduação. Antes tivéssemos deixado tudo como era, teria sido melhor para nós dois, pelo menos a priori.

Infelizmente esta doença é de difícil diagnóstico. Começamos a investigação no Hospital Madre Tereza - Dr. Túlio Carvalho Lucciola (clínico geral - (31) 3286.1399) que indicou o Dr. Leonardo Dornas de Oliveira (neurologista, neurofisiologista clínico - (31) 3241.2406); que por sua vez indicou o Dr. Breno de Castro Ferreira Júnior (psiquiatra - (31) 3241.5833) - este começou tratar o H.K. com antidepressivos que ao invés de ajudar acabou intensificando mais ainda suas crises de mania. Ele surtou!!! Tentou suicídio 2 vezes, ficou agressivo, cínico, mentiroso e nenhum controle moral. E após uns 6 meses de tratamento, não quis mais atendê-lo (?) motivos de foro íntimo (?) Ah! este último também indicou a Dra. Ângela Macedo (psicóloga (31) 3422.3345). E com o abandono do Dr. Breno de Castro o H.K. começou a tratar com também psiquiatra - Dr. Sálvio Luiz Moreira Pena - (31) 3292.6926 que infelizmente manteve a medicação errada para o caso dele - Bipolaridade, prescrevendo antidepressivos como (Rivotril e Anafranil). Enfim, foi uma odisseia médica-científica. E mesmo assim, apesar de tantos exames, ressonâncias e esforços, foi tudo em vão. Ninguém ajudou nada!!! Aliás, piorou a situação. Antes ele tinha alguns defeitinhos bobos como: esquecimentos, memória seletiva, etc, menos ruim do que surto, agressão física, moral e psicológica, sadismo, tentativas de suicídios, etc. Ninguém merece passar por este calvário. Ninguém! E com tudo isso fiquei ainda mais depressiva na gestação toda e pós-parto.

Infelizmente, só após quase 7 anos que descobriu o que o H.K. tinha na verdade, ou seja, Transtorno de Humor - Bipolaridade. Esta descoberta foi por um acaso, já estávamos separados (desde 18.11.2002) e no processo de separação - tínhamos uma união estável - fomos submetidos a perícia médica judicial (2009). Eu alegava que ele era 'esquizofrênico' e ele alegava que eu estava ainda em 'Depressão Pós-parto' (risos! Maria Eduarda já tinha 7 anos). Enfim, fizemos a tal perícia judicial. A minha não deu nada, pelo contrário, fui diagnosticada como: inteligente, lúcida, articulada, coerente, blá, blá... enquanto a perícia do H.K. diagnosticou-o como sendo uma pessoa dissimulada, etc, ou seja, ficou inviabilizada a conclusão do perito Dr. Jaime Antônio Balbo - psiquiatra e perito judicial de Divinópolis (37) 3222.2099. Este então indicou um exame mais apurado de personalidade. Famoso teste de 'Rorschach'. H.K. tentou fugir desse exame igual capeta foge da cruz (ele fazia pouco caso, não acreditava nos diagnósticos), perdeu duas vezes os prazos, etc, mas no final foi obrigado a fazer assim mesmo. Coitado do H.K.!!! (no fundo eu já sabia que ele tinha alguma coisa, mas não sabia o que era, e queria saber, e deu!). 

H.K. é portador de Transtorno de Humor - Bipolar. Esta nova perícia foi feita pela Dra. Eni Ribeiro da Silva - CRP 04/15758, psicóloga graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais, especialista em Docência do Ensino Superior pela PUC Minas, mestre em Psicologia Social pela Universidade Federal de Minas Gerais. Professora da PUC Minas da área de Avaliação Psicológica. Professora de PMK, Rorschach e Zulliger. Membro da banca de Avaliação Psicológica do Ministério Público/MG e do Tribunal de Justiça de Minas Gerais.

Nota: Ele não admite que é doente. Nega veementemente este diagnóstico e pior, pelo que li a respeito da doença só tende a pior a intensidade e tempo nas crises. Não há cura! Há controle e tratamento medicamentoso e terapêutico. Um portador de bipolaridade pode até ter uma vida normal (veja sobre o tema através de uns vídeos que postei recentemente). Eu não sei como ele está hoje. Há muitos anos que eu não o vejo, não temos amigos em comum, não sei de nada dele. E pra ser sincera está ótimo assim! Cada um no seu canto. Só poucas coisas que fico sabendo através da nossa filha, como ele deixou ela com 9 anos sozinha no shopping - Diamond no final de ano e foi trabalhar na CEMIG, durante 4 dias ele fez isso. Veja o perigo dela ser sequestrada, amolestada, etc. Pirei na batatinha quando ela me contou (depois do ocorrido) Ou que ele a pega em Caxambu e viaja sem acompanhamento de um monitor (contrariando a sentença), enfim, essas coisas que envolve a nossa filha. Mas não faço nada (denúncia) porque minha filha me pediu para não fazer. Ela disse que é uma forma dela poder sair e ficar longe da Dora, e que fazia bem para ela. Também me tranquilizou dizendo que o H.K. não faz nada de mal a ela, que ele só é esquecido e parece um pai-criança igual a ela. "Ela não o vê com autoridade e sim como um coleguinha esquecido e 'avoado'". Ela também fala que ele é pai de verdade é da máquina de fotografia dele (a filhinha dele e que ela acha um saco os programas quando ele sai com a tal máquina!) Ah! Também comentou que ele nem chama de 'filha' somente de Maria Eduarda e que só eu faço isso (risos!).

Não consegui ficar forte o suficiente para suportar essas crises de mania do H.K. e minha depressão hormonal. Queria que este horror, este pesadelo acabasse logo e voltássemos a ser como antes. E também cuidar e amamentar minha bebê (até hoje tenho esta frustração de não ter podido amamentá-la devido aos meus remédios). Antes dos surtos do H.K., ele me tratava com respeito, amor, cumplicidade e me dava segurança. Ele só me chamava de Robertinha e eu o chamava de Haroldinho (era assim que nós nos chamávamos de forma afetuosa, carinhosa, andávamos só de mãos dadas). 

Fomos um casal muito feliz. Jamais tínhamos brigado, sequer discutido. Éramos muito unidos!!! Eu e ele. Tínhamos muito apreço um pelo outro. Queria ter essa sensação de volta.

Nós dois estávamos muito assustados e com medo do desconhecido, ou seja, da maternidade-paternidade, do fracasso da relação. Não tivemos ajuda de ninguém, pelo contrário, tanto a família dele como a minha queriam que nós dois separássemos. Eles não pensaram em nós, em nossos vínculos, em nossos sentimentos, e mais, em nossa filha Maria Eduarda. Para eles eram mais cômodo separar nós dois, para deixá-los em paz sem nossas confusões. 

Nota: A mãe do H.K., além de não querer ajudar, lembro que eu cheguei a ligar para ela e pedi ajuda, ela me disse: - Eu já criei meus filhos, e não tenho nada com a vida de vocês. Ele já é homem barbado e vocês que se virem aí. Eu não vou ajudar! Foi como dar um soco na ferida aberta. Sangrou mais ainda. Tive pânico e medo! Quanto a minha mãe não foi muito diferente, ela dizia: Larga este bicho-esquizofrênico, ele não presta, não vale nada! Volta para casa, aqui é seu lugar! Mas eu sabia que aquilo era uma falácia, um embrolho. Minha mente passava várias cenas, repetidas vezes, da forma da qual ela tinha me tratado na minha primeira maternidade como solteira. Hoje ela se arrepende de tudo que fez. Pergunta o que ela pode fazer para reparar, e pede perdão para mim o tempo inteiro quando me vê. Eu evito contato com ela. Tudo que ela me pede eu tento fazer, converso o precisa quando ela liga, mas é só. Ainda não consigo ter muita aproximação. 

Quanto a mãe do H.K., creio que para ela foi bem mais aproveitoso nossa separação. Ela acabou ficando com nossa filha, realizou seu sonho em ser mãe de uma menina. Para a Dora foi vantagem eu e o H.K. termos separado, mesmo ela arrumando mil e uma desculpa para afirmar o contrário.

Minha filha hoje com 10 anos, quando vou a Caxambu, me confessa os horrores que ela passa com a Dora. Ela pede para eu não contar para ninguém as maldades que a Dora faz com ela. Tem medo! Diz que quando completar 12 anos vai pedi ao juiz de Caxambu para deixar ela vir morar comigo. As coleguinhas dela, Brenda, Tamara, Thalya, Maria Eduarda Arantes, todas sabem o que minha filha passa com a Dora e o desejo dela de vir morar com a mãe dela. Elas sempre conversam comigo no face. Dizem que minha filha não vê a hora de completar 12 anos para vir morar comigo. Algumas delas, dizem que a Dora não é tão boa avó como ela gosta de parecer, dizem que ela tem ciúmes quando a Maria Eduarda fala comigo e é por isso que a 'Duda' não atende o celular, etc.

Um dia o lerdo do H.K. saberá a verdade, não por mim, mas pela própria filha que pedirá contas a ele, por ter imputada a ela tanto sofrimento. Quem viver verá. Triste isso!!! Não precisava.

Nota: Analiso a relação materno-filial do H.K. com a Dora e concluo que é uma ligação doente. Destas: - Eu te odeio porém faço tudo que você quer, mamãe querida!!! É uma relação de dependência emocional exacerbada. Ele tem uma necessidade em agradar e dar a mãe o que o pai dele não foi capaz de dar ou não quis dar. Parece que ele precisa e sente confortável fazendo o que a mãe acha que é bom e certo. Precisa da aprovação dela. Precisa falar seus delírios e ela concordar. Para mim tanto o pai como a mãe do H.K. têm problemas mentais. É como se o H.K. pudesse transferir a responsabilidade de seus atos ou omissões para mãe e não ser penalizado pelas consequências. Ou seja, se deu certo, a atitude é dele, senão deu certo a culpa é da mãe dele, e assim ele parece conseguir ter a sensação de paz dizendo a si próprio: - pelo menos eu não desobedeci e nem fiz a mamãe triste ou 'eu fiz o que tinha que ser feito, fiz o correto' - detalhe: o correto, ou certo para uma pessoa como H.K. é relativo dentro dos padrões aceitáveis de normalidade ou moralidade. Ele não tem a mínima condição de saber certo o que seja um ou outro, não tem base moral e familiar. Infelizmente ele é produto de uma família totalmente desestruturada e louca. É sem dúvida uma relação doente de amor-ódio, medo-segurança, dependência-rejeição entre eles. Não precisa ser psicóloga, analista para perceber isso, é tão parente, tão detectável. Basta ter um pouco de sensibilidade, percepção, inteligência mediana e observação. Também percebo que ele não se dá conta disto. Ele não consegue perceber nada!! Coitado do H.K., ele não consegue fazer links entre suas atitudes, suas omissões e consequências. Triste isso.

Às vezes eu posto aqui no blog coisas que me veem na memoria, no coração, como as tristezas, mágoas que tenho dele. Mas é só para desabafar mesmo. Já faz tempo que o H.K. saiu do foco das minhas atenções. Eu não desejo nenhum mal a ele, pelo contrário desejo que ele encontre o caminho de volta para o bem. Ele precisa rever algumas questões. Algumas ou muitas questões. Desejo isso para o bem dele, não mais para nada além disso. "Fora da caridade não há salvação" e além do que ele querendo ou não, ele é o pai da minha filha. Não posso negar isto. Ele fará parte da minha história para sempre.

Minha raiva aumenta quando me lembro dos olhinhos da minha filha falando das suas dores, etc. Aí eu não me aguento e vem uma avalanche de memórias, dores, lembranças ruins dele. Sou humana, caramba! Tenho meus limites. Essa é a dor que eu lembro de ter acreditado nele, no amor que ele dizia ter por mim, em suas promessas vazias e falsas que ele fez várias e várias vezes. Ah! Ele também dizia que jamais permitiria que eu voltasse a sofrer sozinha. Ele estaria ao meu lado quando eu precisasse. Que desta vez eu seria mãe. Mãe de fato e de direito da Maria Eduarda e que ninguém me tiraria isso. Veja o que ele fez!!!! Percebe através destes relatos o porque dos meus desabafos? Qual situação é pior? Qual pessoa com a mínima sensibilidade não sentiria raiva? Mágoa? Qualquer pessoa razoavelmente sensível ou moral entenderia o que sinto e os meus motivos de me manter bem longe dele e da família dele. Tenho sentimentos e memória, esta última eu queria não tê-la neste caso. Só neste caso especificamente, pois estou estudando pra concursos federais e farei outra graduação - arquitetura no ano que vem e preciso dela(risos). 'Quem tem olhos, que vejam'. 

Ele simplesmente decidiu por nós três nosso destino (o dele, o meu e da nossa filha), sem perguntar, sem analisar. Não me deu nenhuma chance para que eu pudesse recuperar a saúde emocional e física para depois me abandonar e pior, me tirar a filha. Foi tudo numa só tacada. Ele fez isso tudo sem pensar que eu era gente e tinha sentimentos, que estava doente (por causa das crises dele durante a gestação, pelo fator hormonal-pós-parto). Fui sentenciada e condenada: - Robertinha eu te amo, mas não podemos ficar juntos e o trânsito em julgado da minha sentença foi por e-mail (risos): "Roberta, um conselho: procure se cuidar, faça terapia, procure ajuda para você, e me esqueça. H.K." e pronto. Ele decidiu e acabou! Que se dane você e seus sentimentos maternos e pessoais-afetivos-amorosos que sente por mim. Eu não me importo com você. Foi assim que eu senti naquela época. Acho que ele queria que eu suicidasse para ficar livre de mim (risos) só pode ser isso. Não tem explicação para tamanha crueldade com a companheira, mãe de sua única filha, a sua 'robertinha' ... 

Chega de chorar pitangas... Vamos ser realistas! Era esse sentimento de indiferença, de abandono, de rejeição que ele queria que eu sentisse. Era a intenção dele me mostrar que eu não valia nada e ele não precisa mais de mim. Simples assim! Eu era descartável. Tanto é que quando ele estava desfilando nos shoppings com a Maria Eduarda (bebezinha) e alguém perguntasse pela mãe dela, ele respondia: - Ela morreu no parto! Acredite, ele mesmo que contou isso. Demais não é? Eu pergunto: cadê as promessas? Cadê a palavra dada? Cadê todo aquele amor que dizia ter por mim? A resposta: (...) procure se cuidar, faça terapia, procure ajuda para você, e me esqueça, hk". É de matar de rir ou morrer de chorar! (risos) Foi trágico mesmo!! Mas passou!

Ele decidiu isso fazer esta 'tacada' tudo numa crise maníaca da bipolaridade. Eu quero acreditar que fora assim. Eu não sei. Se não foi, fica ainda pior a realidade. 

Aff! Basta!!!!!!!!!!! Chega de dar explicações. Cansei de lembrar e de escrever isso. Pois, diante de fatos não há argumentos! Velho jargão jurídico - inconteste. Agora a verdade já não dói tanto assim. Mas fica um bichinho aqui dentro mordendo de vez em quando o orgulho de ter sido tratada assim. Fazer o quê? Porque o que ele fez chama-se: nada mais do que arrogância e individualismo puro. Ele é insensato pensando ser sensato. Loucura demais para mim. 

E para finalizar a 'fiação do rosário' do 'calvário da Roberta Carrilho' (risos) Só um.... Santo Deus! Como ele não se arrepende e não busca alguma forma colocar as coisas no lugar? Até quando ele manterá esta atitude rígida e inerte. Será necessário alguma perda? Será necessário ele passar por alguma tragédia para repensar nas consequências de seus atos e falas? Para que isso? O que ele ganha em deixar as coisas sem explicação? Pra que deixar tantos ressentimentos!!!! Com sua decisão, ele sentenciou ao sofrimento todos nós. Eu, ele e principalmente a nossa filha.

Ela sofreu e continua sofrendo mais ainda por tirado dela o direito em ter uma família. Se você perguntar para ela o que ela mais quer na vida hoje, verá do que falo. E se perguntar se ela sofre? Terá a resposta. 

Quando vou a Caxambu, ela fica chorando no meu colo e fala que conversa com Deus e pergunta por quê Ele não deixou ela ter mãe e pai perto dela. O que ela fez de tão ruim para ter uma vida longe dos pais. Ele suspira e chora, e repete sem parar... eu sou má, eu separei você e meu pai. Eu sou má, não mereço ter uma família. (eu queria saber quem foi que falou isso para ela. Eu processaria esta pessoa por ter colocado a culpa nela, sendo que ela é e foi a maior vítima disto tudo. Mas ela não fala, não denuncia. Eu desconfio que tenha sido a Dora a avó e atual guardiã dela. Quem é má é esta Dora e não ela!).

Ela me abraça e fica passando a mão no meu rosto com os olhinhos cheios de água. E fala: 

- "mamãe volta pro papai, ele te ama, eu sei disso, eu sinto isto, por favor mamãe, volta pro papai e vamos ser uma família. É o meu maior sonho de vida".

Meu coração quase para de bater de tanto sofrimento nestas horas. 
E ela faz isso comigo sempre... é desalentador!!!

Eu tento mudar de assunto, tento disfarçar as lágrimas, explicar que não tem mais jeito, saio de perto indo para outro lugar, falo que acabou o amor, falo que é passado, falo que é assunto de gente grande e que ela não precisa saber, etc. Ela fica parada me olhando, calada, só olhando, com aqueles olhinhos de súplica. Meu Deus!!! Por quê? Tanto sofrimento?

E ouvindo e vendo tudo isso, me pergunto intimamente: - Por que o H.K. fez isso com nós duas? Por que ele decidiu sobre nossas vidas assim sem pensar com tranquilidade e lucidez o melhor para TODOS NÓS. Porque ele fez isso com a gente? Por quê? Por quê? 

Até ... que um dia cansei de esperar as respostas dele e decidi deletar tudo e recomeçar minha vida longe de tudo isso. Não queria e nem quero mais pensar nisso. Chega! Cansei! Cheguei ao meu limite humano. Acabou!

Enfim, tudo acabou! Triste final. Não precisava de ter acabado assim como foi. Era só uma fase ruim como todo casamento tem. Mas, infelizmente não concretizou nenhum dos meus pedidos que fiz a São Judas Tadeu. Nada acontece por acaso. Talvez tivesse que ser assim mesmo, separados e sem a filha, tanto eu quanto ele. Todos nós três saímos perdendo. Eu, ele e nossa filha. Cada um segue sua vida em caminhos separados. 

Mas todo ano nesta data, além de lembrar de nós rezando com a Maria Eduarda tão pequena no colo dentro da Igreja de São Judas (bairro das Graças) eu continuo acreditando que coisas boas podem acontecer. 

Apesar de tudo, agradeço a Deus por estar viva, por saber que um dia as coisas poderão mudar e eu voltar a ser feliz como naquela época. E desejo que o H.K. siga seu caminho, encontre a paz e uma pessoa melhor do que eu para fazê-lo feliz. Que eu consiga ter paz junto das minha filhas e quem sabe de um marido que me faça feliz e que me traga segurança que tanto busco (se der, não faço muita questão). Que a Maria Eduarda realize seu sonho de me ter junto dela. Que todos nós possamos seguir nossos caminhos. Que o meu e os das minhas filhas seja um só. 

Que São Judas Tadeu seja intercessor de todos nós junto a Deus. 



“ORAÇÃO A SÃO JUDAS TADEU”

“AMADO SERVO DE DEUS, POR ESTE CAMINHO DA VIDA TU SABES DAS MINHAS ALEGRIAS, AMARGURAS E PENAS QUE ENTRISTECEM MINHA ALMA. 

DIANTE DE TI PONHO TUDO O QUE ME OPRIME DE DIA E DE NOITE. 

MAS ALIVIA ESTA PENA MINHA. LEVA MINHAS ANGÚSTIAS E MINHAS DORES E RENASÇA A PAZ E A ALEGRIA QUE MOLDAM MEU CORAÇÃO E PEÇA A DEUS QUE ME GUIE, ME PROTEJA, POIS EM TI COLOCO MINHA CONFIANÇA. 

BENDITO SEJA ‘SÃO JUDAS’ POR TODO MUNDO E TODA ETERNIDADE”.

Roberta Carrilho


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