terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

A DEPILAÇÃO TOTAL DA PÚBIS 'BRAZILIAN WAX' ESTÁ SAINDO DA MODA! SERÁ?


A depilação da vagina pode até estar saindo da moda ou ser considerada politicamente errada nos dias atuais por ser uma beleza anti-natural. Mas sinceramente eu (Roberta) não consigo nem me imaginar visualmente como uma mulher das cavernas. Toda peluda. Não gosto! Também não sou adepta ao radicalismo da depilação 100% e ficar como uma criança. Sou uma mulher madura. Eu continuarei fora deste movimento feminista ou da moda pelo corpo ser totalmente natural a 'la monkey'. Aff!


Roberta Carrilho 

A depilação total do púbis ("Brazilian bikini wax") parece dominar os salões de beleza e a cultura popular há dez anos, deixando as mulheres que aderem a ela totalmente (ou quase totalmente) lisas na região púbica.

Recentemente, contudo – talvez para alívio daquelas que se submetem ao procedimento doloroso –, parece que um look mais "cabeludo" vem conquistando adeptas.


Gwyneth Paltrow aludiu ao visual mais natural dos anos 1970 quando descreveu sua "região do biquíni" na turnê de divulgação de "Homem de Ferro 3". Lady Gaga posou na capa da revista "Candy" com pelos púbicos fartos. E Gaby Hoffman aparece nua, com "mata" ao natural, no filme "Crystal Fairy and The Magical Cactus" e na série "Girls".

Brendan McDermid.

Em entrevista, Hoffmann disse que simplesmente prefere um estilo mais cheio. Seus experimentos com depilação foram limitados até hoje, diz. "Cresci vendo muitas mulheres nuas com pelos fartos", explicou. "Nunca me passou pela cabeça depilar o púbis. Eu estava indo ao casamento de uma amiga no sul da França. Sabia que ela acharia divertido se eu aparecesse com a região depilada. Foi a primeira vez que fiz. Acho incômodo."


Hoffman se mostra igualmente incomodada com a atenção que vem recebendo em função de seu visual. "Esse é um tópico que infelizmente não vai deixar de ser comentado enquanto não superarmos nossas obsessões puritanas com o sexo e o corpo feminino", disse a atriz.


No mês passado uma loja da American Apparel em Nova York pôs pelos púbicos em suas manequins. Virou piada on-line mas ganhou o apoio da direção geral da empresa.


"Uma de nossas lojas fez esse display para exibir nossa lingerie semitransparente para o Dia dos Namorados, e somos há muito tempo defensores da beleza natural, de modo que gostamos", declarou Marsha Brady, diretora criativa da American Apparel, sediada em Los Angeles. "A impressão é que as pessoas estão vendo tudo do avesso. Ter pelos púbicos não é moda – o modismo é a depilação. É como se todo o mundo estivesse dizendo que ter pelos é uma ideia nova."


A ginecologista Lauren Streicher, de Chicago, autora do livro "Love Sex Again", a ser lançado este ano, disse: "Historicamente, ter pelos pubianos fartos era indicativo de saúde. Se você não tem pelos nessa região, é grande o risco de irritação e dor provocadas pela raspagem."


Em algumas partes de Manhattan, a aparência "careca" deixada pela depilação à brasileira já saiu de moda, sendo mais sugestiva de uma boneca Barbie pelada do que do estilo de vida orgânico das mulheres que apostam em sucos de verduras e frutas cruas.


"Observamos uma diminuição grande nos pedidos de depilação completa de púbis", diz Angela Jia Kim, dona da Savor Spa. "Nossas clientes são atentas para a ecologia e a saúde. O visual peludo é mais adequado às mulheres mais naturais."


Num vídeo sobre seu livro "How to Be a Woman", a feminista Caitlin Moran diz: "Minha região pubiana não parece a de uma criança, mas de uma mulher adulta".


Shannon Conley é dona da rede de salões de depilação Urban Waxx, que fez 23 mil depilações "à brasileira" em 2013 em clientes que pagaram US$70. Ela não notou queda na demanda, mas incorporou uma versão modificada do "Brazilian wax".


"Quando as mulheres ficam mais velhas, às vezes ficam constrangidas em não ter pelo algum", comentou. "Assim, deixar os pelos na parte superior cria a ilusão de que têm pelos normais na área, mas ainda assim a região continua ajeitada."


Homens divergem em opinião. "Eu tinha horror à ausência deles" [pelos pubianos], comentou o escritor Rob Delaney. Mas o comediante Jim Norton disse que preferiria "ouvir falar na volta da calça boca de sino que no retorno dos pelos púbicos. Eles bloqueiam a visão de uma coisa que eu amo muito."


A atriz Cameron Diaz trata do tema em seu novo livro, "The Body Book". Ela desaconselha as leitoras a efetuarem mudanças permanentes, como a depilação a laser. "As tendências e preferências mudam e é bom pensar em deixar suas opções futuras em aberto para você mesma (e seus amantes futuros)."


As discussões sobre o assunto em alguns casos viraram polêmica. Em outubro passado a fotógrafa Petra Collins virou "cause célèbre" on-line quando o Instagram deletou sua conta, depois de ela ter postado autorretrato em que usava a parte de baixo do biquíni sem ter feito depilação. Desde então, ela abriu uma conta nova e até agora vem aderindo às diretrizes.


PÚBIS NA VITRINE


Manequins decorados com cabelos, óculos e pelos pubianos por baixo da lingerie estão chamando a atenção dos pedestres que passam em frente à vitrine da loja de roupas American Apparel, na East Houston Street, em Nova York. A loja colocou os manequins em poses naturais para mostrar aos consumidores a ideia de que é ” sexy ” valorizar a forma natural feminina em tempos de “brazilian wax”, método usado por muitas mulheres para depilar quase todos os pelos pubianos.

A ação faz parte da estratégia da marca para aumentar as vendas de lingeries às vésperas do Dia de São Valentim (14 de fevereiro), quando os norte-americanos comemoram o seu “dia dos namorados“.






A marca já havia ousado no ano passado quando lançou uma camiseta com um desenho que representava uma vagina menstruada, veja:


Vitrine da American Apparel em Nova York chama a atenção do público. No ano passado, marca lançou camisa que ilustrava uma menstruação.

OPINIÃO DOS MÉDICOS:

Médicos ainda batem boca, mas as mulheres parecem ter resolvido a polêmica: pelos pubianos, melhor não tê-los. O resultado é que nunca como agora vaginas foram observadas tão de perto e, por que não? Acariciadas.

OPINIÃO DOS 'CONTRA DEPILAÇÃO TOTAL'

Xico Sá colunista da Folha: 
"Sexo sem pelo não é sexo"

O mundo limpinho decreta o fim dos pelos púbicos. Sou da turma do contra. Por uma razão simples: sexo sem pelo não é sexo. Tudo bem, o estilo consagrado na "Playboy" amazônica da Claudia Ohana pode ter datado, mas a falta total de pelo infantiliza muito o enlace amoroso.

Só há maldade e erotismo nos pelos. A depilação 100% sempre funcionou muito bem como um fetiche provisório, um presentinho ocasional ao amado. Não deve ser permanente.

Onde estão o Greenpeace, o S.O.S. Mata Atlântica e todas as ONGs que não berram contra um crime desses? Humor ecológico à parte, temos que lutar contra o desmatamento radical das mulheres.

Por mais que o pensamento metrossexual avance, não podemos permitir uma mudança tão significativa na paisagem sexual e amorosa. O macho-jurubeba, como este cronista de costumes denomina o homem inimigo do metrossexualismo, resiste. Mesmo sabendo que será centrifugado pela história.

Lembro do protesto dos leitores da "Playboy" diante das fotos da atriz Vera Fischer, em 2008. E o índice de pelos não chegava a 10% da escala Claudia Ohana. O nojinho dos novos marmanjos foi muito representativo como mudança de hábitos do homem brasileiro.

A adesão masculina à depilação definitiva é mais assombrosa ainda. Uma marcha sem volta. Nesse cenário devastador, só o velho Clint Eastwood, 80, salva. Recentemente o ator e diretor de cinema tomou a decisão histórica de não permitir o uso do photoshop nas suas fotos para a revista "M", do jornal francês "Le Monde".

Foi um duro golpe no metrossexualismo, com direito a tufos de pelos nas orelhas e às mais explícitas rugas, mas em um mundo moralmente raspado e asséptico, a guerra está no final e quase perdida.

OPINIÃO DOS 'A FAVOR DA DEPILAÇÃO TOTAL'

Uma pesquisa realizada com 2.451 americanas pela Universidade de Indiana e pelo Instituto Kinsey para Estudos sobre Sexo, Gênero e Reprodução mostrou que:

1. Quanto mais jovens as mulheres (18 a 24 anos), maior a prevalência da remoção total ou parcial de pelos pubianos (87,7% das entrevistadas). No grupo com mais de 50 anos, 51,7% declararam não ter arrancado um só fio no mês anterior.

2. Mulheres que removeram todos os seus pelos pubianos pelo menos uma vez nos 30 dias anteriores tinham maior probabilidade de ter observado seus genitais no mesmo período.

3. E em que grupo se encontraram as mulheres mais confiantes em relação a sua imagem genital? Pois é. Entre as que fizeram a depilação íntima total ou parcial.

4. Por fim, as "peladas" reportaram índices de satisfação sexual significantemente maior do que suas colegas "cabeludas".

A mudança no padrão estético, que nos Estados Unidos aconteceu de uma década para cá, motivou a produção de vários estudos científicos. Foram migrantes brasileiras trabalhando como esteticistas que levaram a moda da depilação pubiana, praticada por aqui desde o advento do biquíni cavadão, para o outro lado do Equador.

Mas, mesmo na pátria das caça-pelinhos, os costumes estão mudando. As depiladoras admitem: se antes a moda era manter uma faixinha de pelos no meio (a parte que não apareceria mesmo usando biquíni), agora as meninas pedem a depilação ampla, total e irrestrita.

"A maioria já pede a depilação total", diz Maria Francisca Oliveira, do Salão Care, do Rio. "De 30 anos para menos, então, todas fazem."

Dói? "Dói sim, não vou mentir. E também custa caro --U$ 75 [ou R$ 132] a sessão. Por que elas então fazem? Três explicações: sexo, sexo e sexo", afirma a depiladora paulista Reny Ryan, 58, há 35 anos vivendo em San Francisco, Costa Oeste americana.

O pessoal do contra diz que se trata de mais um sintoma da clássica sujeição feminina aos homens, hoje convertidos à causa da depilação delas (para mostrar que não foi sempre assim, registre-se o furor que causou, em 1985, o nu peludo e cabeludo da atriz Claudia Ohana na "Playboy" nacional).

Se fosse simplesmente sintoma da sujeição feminina aos homens, como explicar que, na pesquisa americana, 86% das bissexuais e 74% das lésbicas se declarem total ou parcialmente depiladas, índices em tudo semelhantes aos 80% das heterossexuais?

Reny conta que, quando começou a depilar nos Estados Unidos, as mulheres chegavam pedindo para fazer sobrancelha e meia perna. "E só. Tive de ir com muito tato para convencer americanas puritanas a tirar toda a roupa e abrir as pernas para mim. É preciso ganhar a confiança, mas aí faço tudo: região pubiana, área anal, tudo."


DESCOBERTA

Para a depiladora, essas mulheres percebem uma parte do corpo que nunca antes tinham visto. "Muitas surpreendem-se com a delicadeza da pele lisa e com sua própria aparência. Saem daqui com a disposição de comprar uma calcinha sexy", diz Reny, autora do livro "Confissões de uma Depiladora Brasileira nos Estados Unidos" (Matrix, 151 págs., R$ 24,90).

Segundo a pesquisa americana, parece haver uma correlação direta entre depilação e sexo oral. Mulheres que não removem pelos pubianos relataram, em 58,7% dos casos, ter recebido sexo oral nas quatro semanas anteriores à pesquisa. O índice subia a 70,8% para as que haviam feito uma remoção parcial e chegava aos 81,6% para aquelas sem pelo nenhum.

A dermatologista Mônica Aribi contraindica a depilação total: "Pelos protegem a região vaginal contra a invasão de bactérias e ajudam a manter a temperatura e o pH ideais para a região".

Cresce, porém, a corrente dos médicos que acham que a depilação -- hoje em dia -- pode ser feita sem maiores prejuízos. "Com recursos como os sabonetes íntimos, a depilação não aumenta os riscos de infecção. Pode fazer, sim. Basta querer", diz a ginecologista Rosa Maria Neme, diretora do Centro de Endometriose São Paulo.

Entre as americanas, ainda é esmagadora a prevalência da depilação feita em casa, com a lâmina de barbear --como retratado na "Playboy" de agosto de 1995, com Adriane Galisteu no papel de raspadora e "raspadinha".

REMOÇÃO COM CERA

Os especialistas no assunto (médicos e depiladores) afirmam que a depilação com cera oferece um conforto maior para a mulher, desde que feita em local com alto padrão de higienização, sem reciclagem da cera.

O ginecologista Newton Busso diz que depilações feitas com cera reciclada expõem a mulher ao risco de contrair uma foliculite, inflamação do folículo piloso: "Como a cera é aplicada em uma temperatura alta, ela provoca a abertura do folículo, expondo-o mais a contaminações por bactérias."



Um comentário:

  1. As mulheres que depilam as pepecas são mais erógenas. O sucesso de Úrsula Andrews no filme 007 contra o Satanico Dr. No foi em grande parte atribuído a uma cena de centésimos de segundo em que ela aparecia sem pelos púbicos. Estudei desenho e aprendi que as modelos nuas depiladas provocavam êxtase quando eram desenhadas. Salvador Dali também adorava reproduzir modelos com pepeca depilada. Até hoje, velho safado que me tornei, continuo "sonhando" com a pepeca ideal. Gosto de praticar sexo oral na parceira depilada, já na parceira cabeluda, a prática me deixa preocupado e eu não faço. Tive muitos amigos que me contam que pegaram aqueles bichinhos chatos "não sabiam de onde", eu, gralhas a deus não sei o que é isto..

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