sábado, 1 de fevereiro de 2014

ENTRE O CAVALHEIRISMO E O MACHISMO por Marcelo Vitorino colunista do Blog "Mais de Trinta"





As últimas décadas mostraram avanços significativos na posição das mulheres diante da sociedade brasileira. Em menos de um século elas conquistaram direitos que lhes eram negados desde o começo da civilização.

Os primeiros sinais da revolução feminina começaram com o direito ao voto, tendo sido a Nova Zelândia o primeiro país a adotar essa política, ainda no final do século dezoito. No Brasil chegamos no mesmo ponto em 1932.

De lá para cá as mulheres não pararam mais de avançar, foram para o mercado de trabalho disputar vagas com os homens, tomaram as rédeas de suas vidas afetivas e sexuais por meio da possibilidade do divórcio e da adoção de métodos contraceptivos.

Um ponto que considero crucial nas relações homem/mulher foi a conquista do orgasmo feminino. Falar que uma mulher poderia questionar a falta de prazer há três ou quatro décadas era uma heresia. Cabia às mulheres apenas dar conforto sexual aos seus pares.

O caminho traçado por elas não foi fácil. Para o equilíbrio acontecesse dois inimigos deveriam ser combatidos: os homens — claramente acomodados — e as mulheres tradicionalistas.

Machismo no lar e na sociedade

Enfrentar os homens se tornou questão prioritária para os grupos feministas, exigindo mudanças imediatas nas políticas públicas. Hoje, apesar de em pequeno número, não é incomum ver mulheres em posições de chefia nas corporações, órgãos públicos e nas casas do poder.

Creio que o outro inimigo, as próprias mulheres, ainda não foi corretamente trabalhado. Nenhum homem nasce machista ou conservador. Ele é educado dessa forma. As mães “escolhem”, veladamente, as namoradas. Quando se deparam com uma mais moça mais livre, tratam de envenenar o relacionamento com posicionamentos como “essa moça não é direita”, “você não acha melhor arrumar uma moça de família?” e outros de caráter depreciativo.

Também não é incomum a mãe que incentiva o filho a sair com o maior número de mulheres possível, assim, obviamente fica comprovada a sua masculinidade. O bordão da vez é “segurem suas cabritas que os meus bodes estão soltos”.

Noto que há uma mudança drástica nesse modelo, as famílias não estão mais criando “bodes”. Vejo uma preocupação em sensibilizar os homens para as questões emocionais das mulheres.

Obviamente que, com mudanças nas políticas públicas e no lar, os homens teriam que rever suas posturas e isso aconteceu.

O cavalheirismo machista

Antigamente era muito comum um homem pagar a conta de um restaurante sozinho, pois a mulher não tinha como fazê-lo visto que era geradora de receita por estar fora do mercado de trabalho.

Os homens também desciam as escadas na frente das moças, assim poderiam segurá-las de uma eventual queda, dada a fragilidade do caráter feminino diante da opulência do macho “protetor”.

Essa mesma questão motivava os homens a abrirem as pesadas portas de carros e a andar do lado de fora das calçadas.

De fato, em outros tempos, as mulheres eram tidas como inferiores aos homens, logo, precisariam de alguém para mantê-las vivas e longe de perigos. Quem não se lembra da bravata “mulheres e crianças primeiro!”?

Se olharmos por esse ângulo, sem sombra de dúvidas, o cavalheirismo nada mais é do que o machismo exposto em forma de atitudes restritivas e arcaicas. Isso tem que ter fim! Onde é que já se viu, considerar a mulher mais frágil do que um homem? Um absurdo! Um despautério!

Todo mundo sabe que mulheres não são mais frágeis do que homens, afinal de contas, elas dão a luz, menstruam, suportam muito mais dor e adversidades do que qualquer homem feito. E de quebra ainda sabem fazer coisas bacanas como artesanato e “patchwork” (não sei se é assim que se escreve). Isso sem contar que são muito mais sensíveis e dotadas de uma inteligência emocional muito mais bem trabalhada do que a dos ogros.

Essa visão maniqueísta excluí uma variável notável dessa equação e que faz toda diferença: o ambiente.

Os tempos são outros

Se levarmos o século passado em consideração, onde o machismo era realmente imponente, o cavalheirismo pode ser visto como prejudicial às mulheres. Mas essa é uma visão muito curta.

Boa parte dos homens de hoje lidam com as mulheres como iguais, do ponto de vista social, pois do físico elas nunca serão. Graças a deus!

Hoje, quando um sujeito oferece o seu casaco diante do frio ele não está mostrando para a mulher que aguenta mais do que ela, ele está apenas sendo gentil.

Quando insiste em não dividir uma conta, não pensa em um minuto sequer que sua companhia não tem recursos para fazê-lo. Da mesma forma que não a acha incapaz de puxar uma cadeira, mas considera educado acomodá-la primeiro.

Muito comum também é o ato de segurar a porta para que a mulher passe sem ter que empurrá-la ou o de segurar o guarda-chuva com o objetivo de evitar que ela se molhe.

Sempre fiz tudo o que escrevi acima sem nunca ter imaginado que uma mulher é inferior. Em minha visão, gentilezas não servem para escravizar ou diminuir alguém, mas sim para cativar. Sim, sou um admirador da mulher, quero “cometer o crime” de cativá-la. Faz sentido, não acha?

Até mais!

Respondendo: Eu não acho! Eu tenho certeza!

Adoro as crônicas, textos, comentários, etc do MARCELO VITORINO.... sou sua seguidora fiel no seu facebook e nos seus blogs. Vou fazer um merchandising, pois, são bem escritos e com temas interessantes. 
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Pois é dá para se ver que sou tiete mesmo.
Ele merece!
Abraços,
Roberta Carrilho

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