quarta-feira, 2 de outubro de 2013

NÃO EXISTE UM DEUS CATÓLICO, MAS UM DEUS, DIZ PAPA FRANCISCO - O Estado de S.Paulo

Bons tempos começam a soprar...
Que bom!
Que eles venham com amor e esperança!
Fraternidade, comunhão e Caridade...
Deus continue iluminando os homens de bom coração
como o Papa Francisco entre outros 
homens e mulheres que detêm poder de transformação 
de muitas vidas e gerações.

Assim Seja!
Roberta Carrilho


Papa Francisco volta a defender uma mudança radical e uma Igreja mais aberta no primeiro dia do processo de reforma do Vaticano



No dia em que o papa Francisco dá início à maior reforma da Santa Sé em décadas, o pontífice deixa claro seu ataque contra a estrutura do Vaticano, contra as disputas de poder nos bastidores da Igreja e defende uma reforma radical. "A corte é a lepra do papado", atacou o argentino.



"A visão 'Vaticanocêntrica' se esquece do mundo que nos rodeia", criticou pontífice

Em entrevista ao fundador do jornal La Repubblica, Eugenio Scalfari, chegou até a alertar que não acredita em um "Deus católico", mas em um Deus de todos. Para ele, Deus tem um conceito que vai além do catolicismo. "Não existe um Deus católico. Há um Deus." Ele, porém, alerta: "Religião sem misticismo é apenas filosofia".

Nessa terça-feira, 1, o grupo de oito cardeais convocados por Francisco começou a apresentar os detalhes de todas as ideias que nos últimos meses recolheram pelo mundo sobre a reforma da Igreja. O processo será longo.

Essa será sua principal obra e ele quer deixar a mudança como seu principal legado, atacando o egoísmo dentro dos muros da Igreja, o fato de a Santa Sé apenas defender seus interesses e um comportamento de bispos que não condiz com o cristianismo. "Esse é o início de uma Igreja com uma organização não tão vertical, mas também horizontal", apontou o papa, apostando em uma Igreja menos centralizada.

Ao retornar de sua viagem ao Brasil, o papa já havia indicado que não seria ele quem julgaria os gays. Ontem, reforçou a ideia de que não será ele nem o Vaticano que julgarão o bem e o mal. Na entrevista publicada nessa terça, uma vez mais Francisco dá sinais concretos de que quer uma Igreja aberta. "Estar aberto à modernidade é um dever", insistiu, revelando o que vai querer de sua reforma.

Ao falar sobre o narcisismo, o papa foi contundente. "Não gosto da palavra narcisismo", disse. "Indica um amor fora de lugar por si mesmo. O verdadeiro problema é que os mais afetados por isso, que na realidade é uma espécie de desordem mental, são pessoas que têm muito poder", atacou. "Muitas vezes, os chefes são narcisistas."

O papa chegou a elogiar alguns membros da Teologia da Libertação, tendência atacada pelo Vaticano, e aponta que foi justamente a perseguição contra esses padres que o politizou. "Isso lhes deu um plus político à sua ideologia, mas muitos deles eram crentes com um alto conceito de humanidade."

Igreja feminina. Ele não deixou de atacar o "liberalismo selvagem que converte os fortes em mais fortes e os fracos em mais fracos e os excluídos em mais excluídos". Para ele, o Estado precisa corrigir "as desigualdades mais intoleráveis".

Jorge Bergoglio voltou a insistir que uma "Igreja missionária e pobre é mais válida do que nunca". "Essa é a Igreja que Jesus pregava." O papa deu sinais de que a participação da mulher na Igreja também será alvo da reforma. "Não se esqueça de que a Igreja é feminina."

Veja também: 


O papa Francisco se reúne com o grupo de oito cardeais

Ao tentar vincular a Igreja à questão do poder, o repórter é interrompido. "Sabe o que eu penso disso? Os chefes da Igreja foram com frequência narcisistas, adulados por seus cortesãos. A corte é a lepra do papado", atacou.

O repórter pede explicações sobre o que o papa chama de corte e se ela envolve a Cúria. "Não, na Cúria há algum cortesão. Mas a Cúria em seu conjunto é outra coisa. É o que administra os serviços de que necessita a Santa Sé. Mas tem um defeito: é Vaticano-céntrica. Cuida dos interesses do Vaticano, que são ainda, em grande parte, interesses temporais", disse o papa.

"Essa visão Vaticano-céntrica se esquece do mundo que nos rodeia. Não compartilho essa visão e farei o possível para mudá-la. A Igreja é ou deve voltar a ser uma comunidade do povo de Deus e dos padres, dos párocos, os bispos estão a serviço de Deus".

Francisco deixa claro que está disposto a abrir a Igreja, mas não vai determinar o que é o bem e o mal. "Cada um tem sua ideia do bem e do mal e deve escolher seguir o bem e combater o mal, como cada um o entenda", disse. "Isso seria suficiente para melhorar o mundo", declarou.

O papa chegou a elogiar alguns membros da Teologia da Libertação, tendência atacada pelo Vaticano, e aponta que foi justamente a perseguição contra esses padres que o politizou. "Isso lhes deu um plus político à sua ideologia, mas muitos deles eram crentes com um alto conceito de humanidade", declarou.

Uma vez mais, ele não deixou de atacar o "liberalismo selvagem que converte os fortes em mais fortes e os fracos em mais fracos e os excluídos em mais excluídos". Para ele, o Estado precisa corrigir "as desigualdades mais intoleráveis".

Jamil Chade, correspondente do Jornal O Estado de S. Paulo



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