quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

A MORTE - texto de Pedro Bial




É um texto interessante, do Pedro Bial, aliás, eu admiro muito sua inteligência ao escrever, comentar e apresentar (sempre de forma bem humorada e perspicaz, é um observador). Seu texto sobre a morte, faz refletir até mesmos aqueles que são incrédulos ou materialista. Isso é muito bom, faz analisar nosso comportamento diante da vida e melhorarmos como seres humanos falíveis.

A grande maioria das pessoas nunca pensa na morte - essa coisa meio estranha, porém, eu não creio na morte eterna, creio somente na morte do corpo, somos seres espirituais, ou seja, eternos e alunos na escola da vida.

Outro dia estava conversando com o Maxwell, sobre diversos assuntos, entre eles, surgiu "a morte", citamos diversos autores, textos e chegamos a uma conclusão:

A morte é inevitável e necessária ao homem, porque se pudéssemos imaginar que a morte não existisse, e ficássemos vivos por exemplo: 100, 200, 300 anos ... Analise, reflita e projeta esta utopia: viver 100 ou 300 anos com os mesmos pais, irmãos, amigos, casa, país, marido/esposa, com os mesmos medos, angústias, vícios morais, raiva, ódios, inimigos, etc; enfim seria uma tortura inenarrável ou extremamente horripilante.

Taí a confirmação que Deus é sempre "Perfeito e Justo", pois, com a "morte" nos dá novas oportunidades de vivenciar e experimentar tudo que Ele criou na Terra, ou seja, países diferentes, sabores outros, oportunidades novas, reconciliação com seus "inimigos", novos conhecimentos e vai por aí afora.

Para mim, a morte é uma parada obrigatória, temporária e necessária. Voltamos para a nossa verdadeira pátria, que é a Espiritual, revemos nossos erros e acertos, estudamos e aperfeiçoamos para depois voltarmos renascidos em um novo corpo, uma nova vida, mais conscientes e melhores. Na Natureza (humana) nada se perde... tudo se aproveita nas sucessivas experiências.

Outro ponto interessante, com essa nova oportunidade, podemos quitar nossas dívidas com quem prejudicamos de alguma forma consciente ou não, pois nada fica sem reparação.

Por mais injustiçado (a) que você se sinta, em determinados assuntos, a certeza concreta e justa que você terá "justiça" é muito confortante. Se alguém algum dia você magoou, traiu e outros tantos vícios, seja por maldade ou ignorância, terá que reparar este mau, é compulsório, não há faculdade de escolha, seja na existência atual ou em uma futura.

Ninguém fica impune na Justiça Divina. Portanto, conclui que o melhor é fazer tudo certo nesta existência mesmo (a presente) para não precisar voltar e reparar tais erros. (repetir o ano como na escola).


ORAI E VIGIAI, JÁ DIZIA O MESTRE JESUS.


Roberta Carrilho


Morrer é ridículo.

Você combinou de jantar com a namorada,está em pleno tratamento dentário, tem planos pra semana que vem, precisa autenticar um documento em cartório, colocar gasolina no carro e no meio da tarde morre.
Como assim?
E os e-mails que você ainda não abriu, o livro que ficou pela metade, o telefonema que você prometeu dar à tardinha para um cliente?
Não sei de onde tiraram esta idéia: morrer.
A troco do que?
Você passou mais de 10 anos da sua vida dentro de um colégio estudando fórmulas químicas que não serviriam pra nada, mas se manteve lá, fez as provas, foi em frente. Praticou muita educação física, quase perdeu o fôlego, mas não desistiu.Passou madrugadas sem dormir para estudar pro vestibular mesmo sem ter certeza do que gostaria de fazer da vida, cheio de dúvidas quanto à profissão escolhida, mas era hora de decidir, então decidiu, e mais uma vez foi em frente...
De uma hora pra outra, tudo isso termina numa colisão na freeway, numa artéria entupida, num disparo feito por um delinqüente que gostou do seu tênis.

Qual é?

Morrer é um chiste.

Obriga você a sair no melhor da festa sem se despedir de ninguém, sem ter dançado com a garota mais linda, sem ter tido tempo de ouvir outra vez sua música preferida.
Você deixou em casa suas camisas penduradas nos cabides, sua toalha úmida no varal, e penduradas também algumas contas.
Os outros vão ser obrigados a arrumar suas tralhas, a mexer nas suas gavetas, a apagar as pistas que você deixou durante uma vida inteira.
Logo você, que sempre dizia: das minhas coisas cuido eu.
Que pegadinha macabra: você sai sem tomar café e talvez não almoce, caminha por uma rua e talvez não chegue na próxima esquina, começa a falar e talvez não conclua o que pretende dizer.
Não faz exames médicos, fuma dois maços por dia, bebe de tudo, curte costelas gordas , mulheres e morre num sábado de manhã.
Se faz check-up regulares e não tem vícios, morre do mesmo jeito.
Isso é para ser levado a sério?
Tendo mais de cem anos de idade, vá lá, o sono eterno pode ser bem-vindo.
Já não há mesmo muito a fazer, o corpo não acompanha a mente, e a mente também já rateia, sem falar que há quase nada guardado nas gavetas.

Ok....

Hora de descansar em paz.
Mas antes de viver tudo, antes de viver até a rapa? Não se faz. Morrer cedo é uma transgressão, desfaz a ordem natural das coisas.

Morrer é um exagero.

E, como se sabe, o exagero é a matéria-prima das piadas.

Só que esta não tem graça.
Por isso viva tudo que há para viver.

Não se apegue as coisas pequenas e inúteis da Vida...

Perdoe....sempre!!
Perdoe....sempre!!

Pedro Bial

2 comentários:

  1. Muito lindo, mas triste, pois transmite o que penso sobre a morte, que nos faz deixar tudo pra trás, assim, de um segundo pros outro, que parece tao distante, mas que na verdade, anda lado a lado conosco, so esperando uma oportunidade, pra nos pegar.

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