quarta-feira, 15 de outubro de 2014

MEDO: PSICOPATOLOGIA, DIFERENTES MANIFESTAÇÕES E ERRADICAÇÃO por Divaldo Franco pelo Espírito Joanna de Ângelis



Foto by Antonio Palmerini - https://www.flickr.com/photos/65776569@N03/



Psicopatologia (Estudo das causas e da natureza das doenças mentais) do medo

A herança da culpa no inconsciente humano responde por inúmeros desequilíbrios que dela se desdobram, mascarando-se de variadas expressões que se tornam fenômeno inevitável no processo para aquisição de superior nível de consciência. 


Após vencer o estágio da consciência de sono, o Es­pírito reencarnado descobre a paisagem fascinante e quase infinita que faz parte da sua existência corporal, proporcionando-lhe mais amplas aspirações de crescimento, com vistas a alcançar o elevado nível de consciência cósmica.


Os erros e crimes praticados durante a fase inicial de conquista da razão e do discernimento, em face do despertar da consciência, ressumam dos arquivos profun­dos do Self reaparecem na personalidade com imposição constrangedora. Não poucas vezes torna-se inevitável a instalação mortificadora da consciência de culpa que inconscientemente induz ao medo.


Trata-se de um medo absurdo, que se transforma em transtorno de comportamento, agravado pela natural aceitação do paciente, que o aumenta em face da insegurança emocional, tornando-se, não raro, uma patologia que pode desencadear síndromes do pânico ou transtornos depressivos graves. 


Quando se apresenta em comportamentos assinala­dos pela timidez, há uma natural tendência para a alienação ao convívio social, isolando-se e ruminando pensamentos pessimistas em relação a si mesmo e aos demais, ou trans­formando o sentimento em raiva malcontida que empurra para pavores imprevisíveis.


Todos são vítimas do medo em relação ao desconhe­cido como ocorrência normal.


Quando se aguarda a concretização de algo am­bicionado, é natural que ocorram dúvidas em forma de medo da sua não viabilidade; quando alguém se afeiçoa por outrem, ocorre o medo de não ser correspondido; em face da instabilidade dos fenômenos existenciais, o medo ocupa um lugar de destaque, assim como ocorre com ou­tros sentimentos. Todavia, quando extrapola, gerando si­tuações conflitivas, dando largas à imaginação atormen­tada, propiciando ansiedade, sudorese, arritmia cardíaca, identifica-se de imediato um pavor que assoma e ameaça a estabilidade emocional.


Em tal circunstância, instala-se o transtorno fóbico na condição de gigante opressor, que a cada dia mais temí­vel se torna, violentando a lógica e gerando outros distúr­bios no comportamento dos indivíduos. 


Psicologicamente, o medo condicionado, que é re­sultado de um processo de acúmulo desse fenômeno, desde que associado a qualquer estímulo do meio, quase sempre de natureza neutra, responde ao estímulo.


Quase sempre cultivado, deveria ser racionalizado, a fim de inutilizar-se-lhe a procedência para constatar que tem origem maior na imaginação receosa e não em fator real de desequilíbrio e de prevenção de perigo.


Pode-se afirmar que existem fatores endógenos e exógenos que respondem pela presença do medo. 


No primeiro caso, os comportamentos infelizes de reencarnações anteriores imprimem-no nos refolhos do períspirito que, por sua vez, instala no inconsciente profundo as matrizes do receio de ser identificado, descoberto como autor dos danos que foram produzidos noutrem e procurou ignorar, mascarando-se de inocente. Nesse sentido, podemos incluir as perturbações de natureza espiritual, em for­ma de sutis obsessões, consequências daqueles atos inditosos que ficaram sem regularização no passado. 


No segundo caso, as atitudes educacionais no lar, os relacionamentos familiares agressivos, o desrespeito pela identidade infantil, as narrativas apavorantes nas quais muitos adultos se comprazem, atemorizando crianças; os comportamentos agressivos das pessoas, desenvolvem medos que adquirem volume à medida que o crescimento mental e emocional amplia a capacidade de conduta do educando. 


Ao mesmo tempo, os apavorantes fenômenos sísmicos que periodicamente varrem o planeta, ceifando vidas, des­truindo cidades e ameaçando outras, o virulento terroris­mo político internacional, a violência urbana, as injustiças sociais profundas, a competição perversa pela projeção no mundo dos negócios, dos divertimentos, do poder de qual­quer natureza, produzem medo naqueles cuja constituição emocional, perturbada desde a infância pelos temores que lhe foram infundidos, desborda-se em pavores inquietantes. 


A impotência do ser humano diante dos fenômenos da Natureza e a quase indiferença de algumas autoridades do mundo em relação aos seus governados geram medo de cada qual ser a próxima vítima, refugiando-se no silêncio e no temor que assalta ameaçador. 


Grande parte do noticiário da mídia (lixo) que se compraz em exaltar o esdrúxulo, o agressivo ao contexto social, o crime, contribui dessa forma para a alucinação de alguns enfermos perversos que se sentem estimulados à prática de arbitrariedades, assim como desenvolve o medo da convivência, do relacionamento com outros indivíduos, sempre vistos como futuros agressores. 


Esses medos sempre impedem o repouso, desenca­deiam mais imaginativos receios, e mesmo quando apoia­dos em ocorrências reais, aumentam de intensidade, tor­nando-se quase insuportáveis.


Atormentam a vida e não evitam que ocorram os fe­nômenos desagradáveis, que se tenta evitar sem uma peda­gogia apropriada. 


É como se aquilo que mais se teme sempre aconte­cesse, exatamente por estar registrada no cerne do ser a necessidade dessa experiência para vir a ser vivenciada, para contribuir eficazmente em favor do amadurecimento psi­cológico, do crescimento cultural, da realização pessoal. 


Caminhos não percorridos prosseguem sempre como incógnitas desafiadoras. 


Nos tormentosos fenômenos de obsessão espiritual, a indução telepática do perseguidor faz que o vitimado ressinta-se de tudo quanto à sua volta possa trabalhar pela sua recuperação, pela reconquista da saúde e do equilíbrio. Te­leguiado pelo adversário invisível, experimenta o desconforto que se deriva do medo que lhe é infligido, adotando conduta estranha, doentia... 


De maneira idêntica ocorre quando se está preocu­pado em demasia com a realização de um projeto muito importante ou de uma programação qualquer que se apre­sente como relevante, o cansaço, a não renovação do en­tusiasmo desencadeiam o medo de não ser bem-sucedido, passando-se a adotar essa postura desastrosa.


Diferentes manifestações do medo


Embora inconsciente, o medo da morte predomina na natureza humana, como se ele traduzisse o pavor do aniquilamento da vida. Disso resultante, apresentam-se os inumeráveis me­dos: da perda de emprego, de objetos valiosos ou de gran­de estima, de afeições compensadoras, da confiança nos demais, de amar... 


O medo do desconhecido, do escuro, de altura, de pes­soas, de multidões, de animais e insetos, que se apresentam como condutas fóbicas, são outros desafios perturbadores. 


Acrescente-se a esses o medo de adoecer, de sofrer, de morrer... Cultivados esses sentimentos, a existência torna-se um contínuo sofrimento, exatamente o que o indivíduo muito teme.  


Assumisse-se, no entanto, a atitude do amor e constatar-se-ia que ele é o grande eliminador de qualquer ex­pressão de receio e inquietação, porque oferece resistência moral para os enfrentamentos, para os fenômenos que fa­zem parte do processo de evolução. 


Transitando-se num corpo de constituição mole­cular que se altera a cada segundo, no qual as mudanças processam-se continuamente, não há como adquirir-se es­trutura de permanência, exceto quando o Self assume o comando consciente das funções orgânicas que lhe dizem respeito conduzir. 


Mesmo em referência aos automatismos fisiológicos e psicológicos, que aparentemente independem da vonta­de, esta exerce tal predomínio na organização celular que, bem-direcionada, pode gerar novos condicionamentos, sobre os quais se podem estruturar hábitos de saúde e de bem-estar. 


A mente indisciplinada e invigilante, não se habili­tando a planificações profundas e de alto significado em torno dos ideais da beleza, do conhecimento, da religião, da investigação científica, da solidariedade humana, tende a cultivar os pavores que se lhe transformam em verdadeira paisagem de apresentação masoquista. 


Perdem-se as excelentes oportunidades de viver-se integralmente o momento existencial com as suas dádivas, mesmo algumas que fazem parte do processo humano de evolução, receando o que possa acontecer no futuro e que, certamente, não sucederá, ou que assim sendo, nunca se apresentará conforme se pensou. 


As conjunturas nas quais se manifestam os mais di­versos fenômenos da vida definem-lhes a profundidade, o valor que lhes devem ser atribuídos, os efeitos que ficam. 


No caleidoscópio das mudanças biológicas e emocio­nais, cada ocorrência expressa-se de maneira muito pró­pria, variando de um para outro indivíduo, tendo em vista a sua constituição emocional. 


Eis por que nunca se deve ou se pode avaliar com segurança como seria enfrentada uma situação calamitosa num paralelo pela forma como outrem a tem suportado. 


O momento é sempre o grande definidor de forças. 


Pessoas frágeis e amorosas conseguem superar situa­ções desastrosas com uma coragem e fé surpreendentes, enquanto outras consideradas fortes e resistentes baqueiam diante de sucessos de pequena monta. 


Nutrindo-se de autoconfiança pela valorização das próprias energias, podem-se desmascarar os medos que se apresentam em forma de ciúme - filho doentio da insegurança emocional —, da inveja - tormento do mesmo confli­to de insegurança -, do ódio - incapacidade de compreen­der e de desculpar -, do despeito — ausência de critério de autovalorização —, todos provenientes de imaturidade psicológica, de permanência no período infantil... 


Esse peculiar sentimento de medo destrutivo de for­ma alguma impede que sucedam os transtornos porvindouros, razão por que, entre outras, deve ser combatido com toda decisão, desde que retira o prazer de viver. 


A mudança de óptica em torno do seu desenvolvi­mento na emoção produz a redução de máscaras sob as quais se oculta o danoso inimigo. 


Considerar-se que se têm os mesmos direitos de todo ser humano de fazer-se o que aprouver, desde que não agri­da os interesses alheios, de proceder-se a escolhas e tomar-se decisões, constitui um passo decisivo para a superação do medo. Quando, por alguma razão, não sejam essas as melhores, e os resultados apresentem-se frustrantes, em vez de desencorajamento, concluir-se pelos lucros e a experiência da tentativa, ensejando-se maior campo de habilidades para futuras seleções e ações. 


O terrível medo de amar, em face da possibilidade de sofrer-se a indiferença ou o desprezo da pessoa anelada ou mesmo do ideal elegido, que pode não ser compensa­dor, de forma alguma proporciona satisfação, antes deixa tremenda angústia pelo não experimentado, pelo que fi­cará para sempre como desconhecido, que deveria ter sido vivenciado.


Pior do que amar e não receber resposta idêntica é o prejuízo de nunca haver amado. 


Melhor que se haja vivido uma experiência cujos re­sultados não foram os mais agradáveis do que permanecer--se na incerteza de como seria tal realização. 


Luta-se com o medo para evitá-lo, para contorná-lo, para superá-lo, mais do que se pensa conscientemente, gastando-se tempo valioso, que poderia ser aplicado em experiências que seriam exitosas, em forma de realizações não tentadas. 


Fantasia-se a vida como uma viagem sem incidentes nem acidentes, o que não deixa de ser utópico e irreal. O próprio ato de viver no corpo é firmado em processos desa­fiadores do organismo. 


Na execução do programa de cada vida, todos trope­çam, sofrem decepções, insucessos, que são mestres hábeis no ensino dos mais eficientes meios para alcançar-se as me­tas a que se propõem. 


Nada é fácil, sempre apresentando-se como recurso de aprendizagem e de evolução. 


O medo, portanto, oculta-se na fantasia de tudo muito fácil, sem suores nem lágrimas, sem sofrimentos nem lutas, gerando incertezas em torno do ato de existir. 


Não sendo superadas essas facetas do comportamen­to, podem-se enumerar outros medos, quais o de falar em público, de comunicar-se com pessoas desconhecidas, da solidão... 


São medos perversos e traiçoeiros, porque se amon­toam uns sobre os outros, cada vez mais complexos e difíceis de solucionados, caso não sejam enfrentados desde as primeiras manifestações. 


Certamente, todos têm planos e objetivos de felicida­de que o medo ensombra e dificulta a realização. 


Convém, no entanto, enfrentá-lo enquanto é possí­vel realizar esses projetos, porque momento chega em que os recursos disponíveis de tempo, de saúde e de oportuni­dade já não existem mais.


Erradicação do medo


A coragem de manter contato com os próprios me­dos é recurso terapêutico muito valioso para a sua erradica­ção, ou, pelo menos, para a sua administração psicológica. 


Graças aos medos aprende-se como fazer-se algo, o que realmente se deseja fazer e para que se quer realizar.


Desse modo, enquanto não se apresenta como trans­torno patológico, que necessita de psicoterapia ou mesmo de terapêutica química, muitos recursos encontram-se ao alcance de quem os deseje para libertar-se dos medos.


A consciência de que se é portador do medo e se está disposto a enfrentar-lhe as nuanças e manifestações, apresenta-se como um passo inicial de excelentes resultados. O prosseguimento da atitude de confiança em favor da sua li­beração auxilia na conquista de espaço mental, substituin­do-o por novos cometimentos e aspirações edificantes que se lhe opõem. 


A vitória sobre qualquer conflito resulta de esforços ingentes e contínuos que o indivíduo se propõe com deci­são e coragem. 


Mesmo quando superado o medo, isso não significa a sua eliminação total e absoluta, pois que novas situações podem exigir precaução e vigilância que se apresentarão em forma de temor. 


Alicerçadas nos bons resultados já conseguidos, as novas tentativas serão muito mais fáceis do que as iniciais. 


A grande terapia para todos os tipos de medo é a do amor. O amor a si mesmo, ao seu próximo e a Deus. 


A si mesmo, de forma respeitosa e racional, consi­derando a utilidade da existência e o que a vida espera de cada um, desde que todos somente esperam da vida a sua contribuição. Quando diminuam ou desapareçam as doações que a vida oferece, chega o momento da retribuição, no qual é preciso que se lhe dê sustentação, harmonia para que o melhor possa acontecer em relação aos demais. Nesse raciocínio e doação expressa-se o amor ao pró­ximo, mediante o qual a vida adquire sentido e o relaciona­mento se vitaliza; porque centrado no interesse pelo bem-es­tar do outro, irradia-se bondade e ternura em seu benefício, sem o propósito negocista de receber-se compensação.


Esse intercâmbio que une as criaturas umas às outras, leva-as à afeição pela Natureza e por todas as formas vivas ou não, alcançando o excelente amor a Deus, no esforço de preservação de tudo. 


Alguns psiquiatras e psicólogos mais audaciosos redu­zem todas as emoções humanas apenas ao medo e ao amor.  


O amor é o antídoto eficaz para a superação do medo e a sua consequente eliminação. Quando ama, o ser enriquece-se de coragem, embora não possa evitar os enfrentamentos em face dos impulsos edificantes que do amor emanam. 


Assim, a solidariedade abre os braços fraternos em favor do próximo, experimentando-se valiosa fortuna de amar-se, desmascarando-se a artimanha do medo que o distanciava dessa emoção felicitadora. 


Mantendo-se o sentimento de amor no imo, torna-se fácil converter desilusão em nova esperança e insucesso em experiência positiva. 


Sempre que voltem os medos - e eles retornarão vá­rias vezes, o que é muito útil -, porque fortalecido, o indi­víduo com mais decisão e sabedoria os enfrenta, superando-os por completo. Em face disso, a escolha é de cada um: o medo ou o amor, já que os dois não convivem no mesmo espaço emocional. 


É comum ouvir-se alguém em queixa a respeito da própria capacidade de conhecimento, das possibilidades de realização pessoal, em face do medo de insucesso e de erro. 


Muito pior é não tentar, não saber com segurança a respeito de si mesmo, preferindo a dúvida mesquinha.


Quando seja constatada a insuficiência de recursos para que o êxito coroe o esforço envidado, adquire-se o exato conhecimento de onde se encontra a falha ou a ca­rência, podendo-se e devendo-se voltar aos tentames com novas cargas de que não se dispunha antes. 


Considerando-se a possibilidade de alguns dos medos serem inspirados por adversários desencarnados, a oração-terapia gera um clima psíquico tão elevado que o opositor perde o contato com a vítima em face de esta erguer-se em superior onda vibratória, na qual não consegue ser alcançada pelo perseguidor espiritual. 


Nessa faixa de poderoso psiquismo nutriente, haurem-se resistência e vitalidade para vencer-se os limites e vitalizar-se de forças para voos mais altos e audaciosos. Toda vez que se equivoque, em vez de uma reação de raiva pelo erro, permita-se a compaixão como direito que se tem pelo erro cometido, considerando-se o estágio de humanidade em que se encontra e age.


Evite-se a postura intransigente de não se desculpar pelos feitos infelizes, pelas ações transtornadas. 


Ninguém é exceção no mundo, vivenciando todos experiências equivalentes, que fazem parte do programa de elevação individual. 

O medo da morte, por exemplo, que em muitos in­divíduos se transforma em infelicidade, não deve perma­necer como possibilidade em relação aos enfermos termi­nais que estão diante da certeza do desprendimento carnal.

Nada obstante, quem poderá avaliar quando irá su­ceder a morte deste ou daquele indivíduo?

Crianças e jovens saudáveis de um para outro mo­mento são acometidos de enfermidades virulentas e rápi­das que lhes ceifam a vida, enquanto pacientes em deplo­rável estado orgânico sobrevivem, expiam, decompõem-se quase em vida.

Ademais, os acidentes de todo tipo, quais aqueles que acontecem com veículos de diferente porte, os da Na­tureza, os de balas perdidas, os de quedas fatais, demons­tram a fragilidade do corpo e a imprevisibilidade dos impositivos humanos.

O medo é sempre injustificável, seja como for que se expresse. Muitas vezes, as pessoas têm receio de aproximar-se de outras nas reuniões sociais, nos encontros de negócios, nas atividades quotidianas, sem recordar-se que também aquelas experimentam as mesmas emoções de incerteza e receio. Se não as desvelam, é porque têm sido obrigadas por necessidades múltiplas a sobrepor-lhes os compromissos abraçados.

Se for considerado que muitos indivíduos venceram os seus medos, encontram-se formas estimulantes para a vitória sobre os próprios.

Na solidariedade estão igualmente os estímulos para o avanço, para a autoestima, para o encorajamento em fa­vor de novos tentames de progresso.

Sempre que o medo permaneça, mais medo se acu­mula.

Na terapia do amor em relação ao medo, quanto mais se ama, naturalmente mais amor se tem a oferecer. Mediante também a compaixão, que é diluente do medo, o ser humano torna-se mais digno e saudável.

Graças a esse sentimento que se expande na medida em que se ama, o ser engrandece-se e enriquece-se de vida, envolvendo-se em paz.



Divaldo Pereira Franco ditado pelo

Espírito Joanna de Ângelis 





COMPLEMENTANDO ARTIGO INTERESSANTE SOBRE ALGUMAS PATOLOGIAS DO TRANSTORNO DE PERSONALIDADE

O artigo da Dra. Leda Beolchi Spessoto - psiquiatra e psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise.



O psicopata não respeita regras ou direitos
das outras pessoas
Ter medo ou vergonha de algumas coisas, explodir de raiva em certos momentos, dramatizar situações ou ter atitudes egoístas esporadicamente é comum na vida de grande parte das pessoas. O problema é quando algumas características passam a ocorrer com frequência e em exagero. Ao ultrapassar esta linha tênue, o diagnóstico pode ser de transtorno de personalidade - também conhecido como sociopatia, condutopatia e psicopatia. "Todos nós temos um pouco de tudo, o problema é a quantidade deste distúrbio", afirmou o psiquiatra forense Guido Palomba. "Os condutopatas - portadores de transtorno de personalidade - que praticam delito são minoria", disse. 

De acordo com o psiquiatra, um indivíduo com transtorno de personalidade tem três defeitos básicos: são altamente egoístas; não se arrependem dos atos; têm valores morais distorcidos; não se incomodam com o sofrimento alheio. "Aparentemente, a pessoa é normal e lúcida, mas tem uma conduta deformada", disse. "O problema foi descrito pela primeira vez em 1835, como insanidade moral. (...) Ao longo dos anos, já foi chamado de psicopatia, sociopatia, condutopatia e transtorno de personalidade", lembrou Palomba.


A deformação de conduta pode ou não se manifestar, no entanto, não existe cura para o problema, segundo Palomba. "Existe tratamento para controlar", afirmou o psiquiatra. De acordo com a psiquiatra e psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise Leda Beolchi Spessoto, o indivíduo pode ter predisposição aos transtornos, mas o problema está ligado ao ambiente em que ele vive quando criança. "Os traços se formam na infância, mas devem ser bem analisados na adolescência", disse.


O tratamento é difícil, pois, quando uma pessoa tem um transtorno de personalidade, dificilmente assume o problema. "Se assume, não quer por em cheque que está com o transtorno. E procurar ajuda profissional já é um terceiro passo", afirmou Leda. Segundo ela, o tratamento da doença comportamental fica ainda mais difícil nos casos mais graves, como dos criminosos em série.


Leda afirmou que uma pessoa que gosta de dirigir a 200 km/h e faz isso por puro prazer, sem se importar se pode ocasionar a morte de alguém, tem um transtorno de personalidade. O transtorno narcisista - em que a pessoa tem o desejo de ser melhor do que os outros - é um dos mais presentes no dia a dia da psicanalista. "A cultura atual incentiva isso: ser mais esperto, passar por cima dos outros, ser mais bonito", explicou.


Veja a seguir as características comuns de diferentes transtornos de personalidade.


Transtorno paranoide - "São aquelas pessoas cismadas demais, que acham que estão sendo perseguidas", descreveu o psiquiatra. De acordo com a Classificação Internacional de Doenças (CID), os paranoides são desconfiados, têm sensibilidade excessiva a contrariedades e o sentimento de sempre serem prejudicados pelos outros.


Transtorno esquizoide - Segundo descrição da CID, os esquizoides são desapegados, não têm interesse pelo contato social, têm dificuldade em se relacionar de forma íntima e afetiva com as demais pessoas e bloqueio para experimentar prazer e relações sexuais.


Transtorno antissocial - Eles são indiferentes aos sentimentos alheios, podem ter comportamento cruel, não obedecem a normas e obrigações, têm baixa tolerância à frustração e cometem facilmente atos violentos. Este tipo viola os direitos das outras pessoas e não sente remorso pelo que faz, de acordo com a CID.


Transtorno emocionalmente instável - Pessoas impulsivas e imprevisíveis. Além de agir de forma descontrolada em determinadas situações, o indivíduo também tem perturbações que dificultam a definição de preferências pessoais e provocam o sentimento de vazio, segundo a Classificação Internacional de Doenças.


Transtorno histriônico - "São pessoas que têm o comportamento dramático e fazem palco para aparecer. O transtorno está relacionado à histeria", explicou Palomba. Segundo a CID, os histriônicos são egocêntricos, não toleram frustrações e têm a necessidade de atrair a atenção para eles próprios. Quando algo é bom se torna excelente para o histriônico e, quando é ruim, vira uma tragédia.


Transtorno anancástico - De acordo com a Classificação Internacional de Doenças, o portador tem excessiva preocupação com detalhes, é rígido e teimoso. A pessoa tem pensamentos repetitivos e é perfeccionista.


Transtorno ansioso - Tem sensibilidade excessiva a críticas, sentimentos persistentes de tensão e apreensão e timidez excessiva por insegurança pessoal, descreve a CID.



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