sexta-feira, 8 de março de 2013

MULHERES, MUITO OBRIGADO - Marcelo Vitorino


Obrigada eu pelas palavras. 
Adorei o texto do Marcelo Vitorino. 
Sinto-me abraçada neste dia das mulheres. 
Roberta Carrilho


É estranho parabenizar uma mulher pelo dia da mulher. Um dia que nasceu justamente para combater injustiças que sequer deveriam existir. Vejo a data com um misto de tristeza e esperança. Tristeza pela necessidade de haver uma data para lembrar aos homens a grandiosidade das mulheres. Esperança por ver que graças às mudanças que surgiram talvez um dia essa comemoração deixe de ser útil e passe a ser simbólica. 

De qualquer forma, fica aqui a minha justa homenagem a todas as mulheres. Não posso reclamar da relação que desenhamos ao longo do tempo. Sem desprezar meu pai, que teve grande contribuição, mas tudo começou com uma que me deu a oportunidade de vir ao mundo e evoluir. 

Depois disso, do alto da minha sabedoria infantil, as achei bem chatas e até meio burras, pois não entendiam e achavam nojentas as brincadeiras que eu e os demais meninos fazíamos, mesmo assim, aproveitei todas as oportunidades para interagir com elas (grudar chiclete no cabelo é uma interação aos 5 anos). 

O tempo foi passando e lá estavam elas de novo, dessa vez já com apetrechos. Viraram minha obsessão. Jogava bola, tirava boas notas, contava piadas, me vestia bem, tentava parecer forte, valente e bonito, tudo para arrancar alguns sorrisos delas. 

Mais adiante uma em especial me atraiu bastante e acabei tendo a oportunidade de conviver com ela por muitos anos. Aprendi muito. Fui presenteado com a paternidade. A união acabou, mas o respeito e o carinho continuaram. Não posso reclamar da minha vida afetiva, todas as mulheres que passaram por ela me deram carinho e dedicação. Ok, algumas também me deixaram com raiva, mas passou logo. O fato é que, olhando para trás, tudo foi ótimo. Posso afirmar que eu é que não mereci a maioria, mesmo assim, sempre fui bem recebido. 

Tive também a grata surpresa de escrever um blog com muitas leitoras. Cerca de 200 mil mulheres liam o que eu escrevia todos os meses. Com estas eu também aprendi bastante. Foi com elas que eu reduzi os meus preconceitos e ampliei o entendimento do que é a vida. É por causa dessa experiência que hoje tento escrever crônicas. 

O homem não tem ideia de como as coisas funcionam até tentar pensar como uma mulher. A nossa visão dura e matemática das coisas faz com que sejamos impulsionados a pensar somente entre o preto e o branco, o sim e o não, ligado e desligado. 

A mulher nasceu com o dom da sensibilidade, algumas deixaram isso de lado e foram agir como homens, mas a maioria mantém essa essência (ainda bem). 

A admiração da beleza subjetiva, o gosto pelo perfume, o prazer de uma caminhada sob o sol, a dificuldade de escolher entre o vermelho ou amarelo, a vontade de trazer alguém ao mundo, de deixá-lo mais bonito, mais vivo, só poderiam ter base na essência feminina. É por isso que eu sou fã delas. Incondicional. Por hoje não cabe o meu parabéns, mas sim o meu reconhecimento e agradecimento. Muito Obrigado!

Marcelo Vitorino

Ps. Sei que essa não é uma crônica, mas não poderia deixar de incluir uma música.

ROSA
Composição de Pixinguinha, letra de Otávio de Souza, interpretação na voz de Marisa Monte 

Tu és divina e graciosa, estátua majestosa
Do amor, por Deus esculturada
E formada com ardor
Da alma da mais linda flor de mais ativo color
Que na vida é preferida pelo beija-flor
Se Deus me fora tão clemente aqui neste ambiente
De luz, formada numa tela deslumbrante e bela
Teu coração, junto ao meu lanceado
Pregado e crucificado sobre a 
rósea cruz do arfante peito teu
Tu és a forma ideal, estátua magistral
Oh alma perenal do meu primeiro amor, sublime amor
Tu és de Deus a soberana flor
Tu és de Deus a criação
Que em todo coração sepultas um amor
O riso, a fé, a dor em sândalos olentes cheios de sabor
Em vozes tão dolentes como um sonho em flor
És láctea estrela, és mãe da realeza
És tudo enfim que tem de belo
Em todo resplendor da santa natureza
Perdão se ouso confessar-te, eu hei de sempre amar-te
Oh flor, meu peito não resiste
Oh meu Deus, o quanto é triste
A incerteza de um amor que mais me faz penar em esperar
Em conduzir-te um dia ao pé do altar
Jurar aos pés do Onipotente em preces comoventes
De dor, e receber a unção da tua gratidão
Depois de remir meus desejos em nuvens de beijos
Hei de envolver-te até meu padecer de todo fenecer


Blog Naquela Mesa 
http://naquelamesa.com/mulheres-muito-obrigado/




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