sexta-feira, 21 de maio de 2010

ACABE COM O RESMUNGO - Livro: Amar sem Mimar




Você está sentada à mesa da cozinha, tentando escrever um cartão a um amigo quando seu filho de seis anos a interrompe. É a terceira vez em três minutos.

"Eu estou cheio!", ele resmunga.

Sem olhar, você diz: "Deixe de resmungar. Eu já falei que terminaria logo!".

A voz de seu filho aumenta um tom. "Mas, mamãe, eu não tenho nada para fazer."

"Então encontre algo. Eu preciso terminar este cartão". Agora você está ficando nervosa.

"Mas, mãeeeeeeeeeeeeee!" O tom de voz dele agora subiu ao extremo. "O que eu vou fazeeeeeer?"

Você joga a caneta no chão e se vira. "Pare de resmungar agora mesmo. O que você quer que eu faça?

Você tem um quarto cheio de brinquedos!".

Parece um disco riscado que toca sempre a mesma faixa. Ele resmunga; você reage. Ele resmunga um pouco mais; você levanta sua voz. Ele resmunga; você cede ou desiste. É compreensível e inacreditavelmente frustante. Quando seu filho começa a lamentação, tudo o que você consegue pensar é como fazê-lo parar.

O resmungo é como giz que arranha o quadro-negro. É como a irritante sirene ininterrupta de um alarme de carro ou o latido contínuo de um cachorro. E pode levar qualquer pai ou mãe bem-humorado(a) ao limite. Mas, na maioria das vezes, ordenar que uma criança pare de resmungar é quase tão eficaz quando ordenar que pare de chorar.

DESEMPENHO DE PAPEL: UMA ESTRATÉGIA ANTI-RESMUNGO

Quando uma criança desenvolve o hábito de resmungar, ela geralmente não consegue, sair desse padrão sozinha. Carol, uma das mães presentes em meus seminários, tentou ensinar sua filha de quatro anos, Hannah, a identificar a diferença entre resmungar e pedir, para que pudesse ter mais controle sobre o modo como se expressava. Quando Hannah começava a resmungar, Carol dizia: "Eu só respondo quando você falar em seu tom de voz normal, Hannah. Você pode me pedir da maneira certa para que eu escute?. Com o tempo, Hannah aprendeu a pedir o que queria sem resmungar. Quando ocasionalmente alterava o comportamento, Carol dizia calmamente: "Tente novamente. Eu aposto que você pode dizer em seu tom normal de voz, Hannah".

Outra menina de seis anos era tão resmungona que a mãe teve dificuldades para explicar a diferença entre os tipos de vozes:

Jennifer (resmungando): Estou morrendo de fom. Por favorrrrrr... Eu quero um lanche.

Mãe: Você terá seu lanche se me pedir com sua voz normal. 

Jennifer (resmungando): Esta é minha voz normal! Mãe: É? Tem certeza? 

Jennifer: Siiiim! 

Mãe: Ok, você será a mamãe e eu serei a Jennifer. Eu vou lhe pedir um lanche com minh a voz normal.

Jennifer (começando a rir com o canto da boca): Ok.

Mãe: (em um ganido exagerando ...): Manhêêê, estou morrendo de fome. Por favorrrrrr... Eu quero um lanche. 

Jennifer (rindo): Esta não é a minha voz normal!

Mãe: Ainda bem. Estava começando a ficar preocupada. Agora deixe-me ouvir sua voz normal.

Jennifer concordou. E também ficou mais consciente do modo como falava quando estava resmusgando  Além disso, ela e a mãe puderam compartilhar uma risada porque o exercício foi conduzido de maneira divertido, não julgadora. Mas, se você tentar desempenhar papéis, tenha cuidado para fazer isso de maneira divertida, nunca sarcasticamente. Sua meta é ensinar, não zombar de seu filho. Além disso, se sua criança realmente tem fome ou está cansada, não conseguirá compreender suas palavras ou apreciar seu humor.

Uma História de Pais: Lições de Linguagem

Sheila e sua filha de cinco anos de idade, Emily, estavam em um ônibus. Dois bancos à frente, um menininho perturbava a mãe, resmungando em voz alta e de maneira irritante: "Mamãe, por favor, podemos ir ao jardim zoológico? Por favor ... Por favor". Como seu discurso ficava cada vez mais estridente, as pessoas no ônibus fecharam a cara em sinal de reprovação. Sheila observava sua filha, que, em fascinação silenciosa, olhava fixamente para o menino. Sheila pensou que tinha encontrado o "momento de ensinamento perfeito", até que Emily se inclinou e sussurrou ruidosamente: "Mãe, aquele menino também fala resmungando!".

Não ceda. Um resmungão experiente sabe dobrar os pais com seus argumentos inflexíveis. Se você está tentado a desistir apenas para não ouvir mais a ranhetice  vá para longe de seu filho. Diga: "Se você está a fim de resmungar tudo bem, mas eu não quero ouvir isso. Vá para seu quarto e resmungue à vontade até que esteja pronto para parar. Eu estarei na cozinha; saia somente quando terminar a lamentação!".

Uma das mães que eu conheço jura que uma estratégia, bastante original, funciona. Quando a filha começa a resmungar, ela lhe dá um gravador e diz: "Por que você não vai até o quarto e grava isso para mim? Eu tentarei escutar quando tiver uma chance". Inevitavelmente, a filha já esqueceu toda a queixa quando a mãe está pronta para escutar a gravação.


SEIS RESPOSTAS RÁPIDAS PARA CORTAR O RESMUNGO PELA RAIZ

Sempre use sua própria voz "anti-resmungo" ao dar estas respostas:

  1. "Você pode me pedir novamente".

  2. "Eu não consigo escutar quando você está remugando".

  3. "Tente um tom de voz diferente".

  4. "Resmungar não transformará meu não em sim".

  5. "Ok, se você quiser resmungar, faça isso em seu quarto".

  6. "Ai! Meus ouvidos estão começando a doer".


Nacy Samalin e Catherine Whitney


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