Ao lançarmos mão de uma lanterna em uma noite escura e focalizarmos determinado lugar, vamos torná-lo evidente. Quando destacamos algo, convergimos todas as nossas percepções mais íntimas para o motivo de nossa atenção e, ao examiná-lo, estaremos estabelecendo profundas ligações mentais através de nosso olhar ligado a esse lugar específico.
Focalizar com a lanterna de nossas atenções os lugares, as pessoas, os fatos, os eventos e as coisas em geral significa que estaremos enfatizando, para nós mesmos, o que queremos que a vida nos mostre e nos forneça.
"O Espírito unicamente vê e ouve o que quer. Dizemos isto de um ponto de vista geral e, em particular, com referência aos Espíritos elevados (...)"
Questão 250 do Evangelho Segundo Espiritismo:
"Constituindo elas atributos próprios do Espírito, ser-lhe-à possível subtrair-se às percepções?
"O Espírito unicamente vê e ouve o que quer. Dizemos isto de um ponto de vista geral e, em particular, com referência aos Espíritos elevados, porquanto os imperfeitos muitas vezes ouvem e vêem, a seu mau grado, o que lhes possa ser útil ao aperfeiçoamento.
A percepção é um atributo do espírito. Quanto maior o estado de consciência do indivíduo, maior será sua capacidade de perceber a vida, ou seja, não se limita apenas ao fragmentos da realidade, mas sim à realidade plena.
Colocar nossa atenção nas coisas da vida é fator importante para o nosso desenvolvimento mental, emocional e espiritual, mas é necessário saber direcionar convenientemente nossa percepção e atenção no momento exato e para o lugar certo.
Quanto mais pensamos e voltamos nossa atenção para as calamidades e desastres mas teremos a impressão de que o mundo está limitado à nossa pessoal maneira catastrófica de vê-lo e senti-lo.
Nas oportunidades de crescimento que nos oferecem nossas experiências, temos a possibilidade de validar e potencializar determinadas crenças e conceitos que poderão nos desestruturar psiquicamente, levando-nos a uma verdadeira hipnose mental. A partir disso, esquecemos-nos de visualizar o restante do mundo que nos cerca. Passamos a viver simplesmente voltados para a opinião que adotamos como "única verdade", assustados e amedrontados entre constantes atmosferas de receio e apreensão.
Em muitas ocasiões, ficamos parados à margem do caminho, focalizando nossos conflitos, dificuldades e problemas, deixando a vida girar em torno deles. Colocamos nossos dilemas como peças centrais e, quando essas forças conflitantes começam a nos ameaçar, sentimo-nos apavorados.
O resultado do medo em nossas vidas será a perda do nosso poder de pensar e agir com espontaneidade, pois quem decidirá como e quando devemos atuar será a atmosfera do temor que nos envolve.
Ancorados pelo receio e pela desconfiança, criamos resistências, obstáculos e tropeços que nos impedem de avançar. Passamos, então, a não viver novas experiências, não receber novos pensamentos e não fazer novas amizades, estacionando e dificultando nossa caminhada e progresso íntimo.
As sensações do medo sobrecarregam as energias dos "chakras" do plexo solar e do cardíaco (cabeça e coração), provocando, quase sempre, uma impressão de vácuo no estômago e um descontrole nas batidas do coração. Contudo, não seríamos afetados por nenhum acontecimento de maneira tão desgastante, se estivéssemos centrados em nós mesmos.
Nosso centro não é nossa mente, nem nossos sentimentos ou emoções, mas é, em verdade, nossa alma - a essência divina por meio do qual testemunhamos tudo o que ocorre dentro e fora de nós.
Cada um vê o universo das coisas pelo que é. Vemos o mundo e as pessoas segundo o nível de desenvolvimento da consciência em que vivemos. Quanto maior esse nível, mais estaremos centrados e vivendo estáveis e tranquilos. quanto menor, mais teremos um juízo primário de tudo e uma estreita visão dos fatos e das pessoas.
Aprendendo a focalizar e desfocalizar nossas crises, traumas, medos, perdas e dificuldades, bem como os acontecimentos desastrosos do cotidiano - dando-lhes a devida importância e regulando o tempo necessário, a fim de analisá-lo proveitosamente, teremos metas sempre adequadas e seguras que favorecerão nosso progresso espiritual. Não devemos jamais subestimá-los ou ignorá-los.
Lembremo-nos de que "a beleza não está somente nas flores do jardim, mas, antes de tudo, nos olhos de quem as admira".
Hammed - As dores da alma
Nenhum comentário:
Postar um comentário