Os indivíduos que acreditam que tudo sabem a respeito do amor não têm meios de descobrir que não sabem, pois para nos tornar aptos ao aprendizado é necessário estarmos abertos às experiências e às observações. Aprender sobre o amor, vem, em muitas ocasiões, através do reconhecimento de nossa própria ignorância, pois o "não saber" não deveria ser encarado com desapontamento e fracasso, mas sim como um estímulo e um desafio a um conhecimento mais amplo.
A maior parte das pessoas se comporta como se o amor não fosse um sentimento a ser cada vez mais aprendido e compreendido. Agem como se o amor estivesse inerte na intimidade humana e passam a viver na expectativa de que um dia alguém ou alguma coisa possa despertá-lo em toda a sua potência, como se fosse um fenômeno encantado.
Na questão do amor, vale considerar que, quanto mais soubermos, mais teremos para dar; quanto maior o discernimento maior será a nossa habilidade para amar; quanto mais compartilharmos o amor com os outros, mas estaremos alargando a nossa fonte de compreensão a respeito dele.
Quase todos os habitantes da Terra são considerados um "livro em branco" no entendimento do amor. Por não admitirmos nossa incapacidade de amar verdadeiramente, é que permanecemos desestimulados e conformados a viver uma existência com fronteiras bem limitadas na área da afetividade.
Negamos frequentemente o fracasso amoroso, durante anos e anos, para não admitir diante de outros nossas escolhas precipitadas e equivocadas. Não percebemos, muitas vezes, oportunidades imensas de caminhar pelas veredas do amor, porque não renunciamos à necessidade neurótica de ser perfeitos; ficamos sempre preso a uma pressão torturante de inafabilidade.
Perdemos excelentes momentos de crescimento pessoal, queixando-nos sistematicamente de que estamos sendo ignorados e usados, porém nunca tomamos atitude alguma. Deixam-nos magoar pelos outros e, por que não dizer, magoando também a nós mesmos. Reagimos às ofensas e ao desdém, experimentando sentimentos de frustração, negação, autopiedade, raiva, e imensa mágoa. Culpamos as pessoas pelos nossos sofrimentos, verbalizando as mais diversas condenações e, em seguida, esforçamo-nos exaustivamente para não ver que a origem de nossas dores morais é fruto de nossa negligência e comodismo.
O produto amargo de nossa infelicidade amorosa são nossas mágoas, resultado direto de nossas expectativas, que não se realizaram, sobre nós mesmos e sobre as outra pessoas.
Nós nos "barateamos", quando colocamos nossa autovalorização em baixa na espera de seduzir e modificar seres humanos que nos interessam.
Vivemos comumente desencontros na área da afetividade, por desconhecermos os processos psicológicos que nos envolvem, o que nos faz viver supostos amores. Justificamos nossa infelicidade conjugal como sendo "débitos do passado" e passamo uma vida inteira buscando "álibis reencarnatórios" para compensar o desprezo com que somos tratados e a opção que fizemos de viver com pessoas que nos desconsideram e nos agridem a alma constantemente.
"... Julgas, porventura, que Deus te constranja a permanecer junto dos que te desagradam? Depois, nessas uniões ordinariamente buscais a satisfação do orgulho e da ambição, mais do que a ventura de uma afeição mútua. Sofreis então as consequências dos vossos prejuízos". "... é uma das infelicidades de que sois, as mais das vezes, a causa principal".
Casamentos considerados comerciais foram realizados entre promessas socialmente dissimuladas, mas, certamente, eram transações de compra e venda. Negociações da posição social compraram beleza físico-sexual; comercialização de diplomas promissores e rentáveis aliaram-se a aquisição de estruturas financeiramente sólidas. A isso é que denominamos uniões matrimoniais?
A paixão a que denominam amor raramente atravessa seu estágio embrionário. Aos poucos, perde a força motivadora por não possuir raízes profundas nos verdadeiros sentimentos da alma.
Quando a desilusão desfaz a paixão é porque desgastou-se o estado de irrealidade. Paixões acontecem, quando usamos nossas emoções sem ligá-las aos nossos sentidos mais profundos.
Quase sempre acreditamos que o fracasso conjugal é antônimo do sucesso matrimonial, esquecendo-nos, contudo, de que o sucesso, em muitas circunstâncias, está do outro lado do que denominamos ruína afetiva. Aprendemos quem somos e como agimos convivendo com os defeitos e qualidades dos outros. É justamente nos conflitos de relacionamentos que retiramos as grandes lições para identificar as origens de nossas aflições.
Perguntemo-nos a nós mesmos: Por que estou me deixando magoar tanto? Onde e como nasceram minhas crenças de autopunição? Como esta minha postura de vida pode me fazer feliz?
Sempre temos infinitas possibilidades de escolha, por isso liguemos-nos a Deus e creiamos na Bondade Divina; com certeza, Ele nos mostrará o caminho para conquistar a felicidade que tanto almejamos.
Hammed - As dores da alma
Este texto é especial para mim, falou fundo dentro da minha alma. Eu me enxerguei em vários parágrafos... reconheço que tenho imensas mágoas de um "ex" porque ele não se dignou a me explicar os motivos do seu abandono e muito menos da destruição dos meus e dos nossos sonhos ... enfim lendo várias vezes eu posso afirmar que foi uma libertação na minha consciência. "Por que estou me deixando magoar tanto? Onde e como nasceram minhas crenças de autopunição? Como esta minha postura de vida pode me fazer feliz?" (Roberta Carrilho)
Magoar alguém é transferir para outrem a degradação que temos em nós. (Simone Weil)
ResponderExcluirOlha Roberta, gostei muito da sua análise...
ResponderExcluirTrabalhei muito esse tema em mim e nas pessoas que atendo...
Aprendi com Luiz Gasparetto, que só tem mágoa quem é magoável, quem não toma posse de si e entrega para o outro a sua vida e seus sentimentos.
Precisamos nos conhecer, principalmente no campo emocional, ter menos expectativas sobre o outro e aceitarmos as situações como elas vêm para nós.
Se não houver uma mudança íntima, permaneceremos na repetição, apenas trocando os personagens de cena.
Um grande abraço! Jacilda 11 9522-63025
Olha Roberta, gostei muito da sua análise...
ResponderExcluirTrabalhei muito esse tema em mim e nas pessoas que atendo...
Aprendi com Luiz Gasparetto, que só tem mágoa quem é magoável, quem não toma posse de si e entrega para o outro a sua vida e seus sentimentos.
Precisamos nos conhecer, principalmente no campo emocional, ter menos expectativas sobre o outro e aceitarmos as situações como elas vêm para nós.
Se não houver uma mudança íntima, permaneceremos na repetição, apenas trocando os personagens de cena.
Um grande abraço! Jacilda 11 9522-63025
Olha Roberta, gostei muito da sua análise...
ResponderExcluirTrabalhei muito esse tema em mim e nas pessoas que atendo...
Aprendi com Luiz Gasparetto, que só tem mágoa quem é magoável, quem não toma posse de si e entrega para o outro a sua vida e seus sentimentos.
Precisamos nos conhecer, principalmente no campo emocional, ter menos expectativas sobre o outro e aceitarmos as situações como elas vêm para nós.
Se não houver uma mudança íntima, permaneceremos na repetição, apenas trocando os personagens de cena.
Um grande abraço! Jacilda 11 9522-63025