quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

ÉTICA - Ingrid dos Santos


Tão em falta nos tempos atuais e principalmente made in Brasília. Roberta Carrilho


O próprio ser do homem é o fundamento da ética, pois é a partir do comportamento humano que surge sua natureza. Como todas as coisas, o agir depende do ser. Cada coisa se comporta de acordo com sua natureza, formando uma unidade. Desarte a única obrigação do homem é ser e agir como homem.

A ética surge de dentro do ser humano, dos elementos que o caraterizam como tal, diferenciando-se dos outros seres, pois a ética do ser humano exige antes uma determinação de sua realidade ontológica para, a partir daí, estabelecer a forma de comportamento.

A construção da ética parte das exigências ou necessidades fundamentais da natureza humana; estas não são aleatórias, existem no ser humano para limitá-lo, identificá-lo para que a ele seja possível o seu descobrimento pessoal para sua satisfação e realização das coisas que lhe forem solicitadas.

Assim, atesta Pessini (1997:76) "Ética vem do vocábulo grego 'ethos' que em primeiro lugar significa 'morada'". Daí Heidegger dar aos "ethos" o significado de "morada do ser".

O homem usando sua racionalidade deve descobrir sua essência, seus valores e princípios universais, suas faculdades ou capacidades, determinando também como vivê-las.

O objetivo da ética é apontar rumos, descortinar horizontes para a realização do próprio homem; ela é a construção constante de um "sim" a favor do enriquecimento do ser pessoal como eminentemente positiva e não proibitiva; é mais importante valorizar a vida do que o "não matar".

Logo, a ética não se torna uma imposição ou obrigação aleatória e até extrínseca ao homem: seus fundamentos e objetivos têm que ser assimilados ou conscientizados pelo indivíduo humano concreto. Por isso, afirma Silva  (1994:6): "De um modo geral a ética é a ciência que tem por objeto a finalidade da vida humana e os meios para que isto seja alcançado". Esta ideia é bem complementada por Martins (1990:24): "Vejo a ética como caminho para a busca do aperfeiçoamento humano".

Desarte, fica claro que o mais importante é o ser humano em todas as suas dimensões, perfazendo, porém, uma unidade no ser e no seu dever.

Magistralmente Jolivet (1966:22) resume: "As leis morais são necessariamente função da natureza humana, porque o fim e o bem do homem como tal não podem ser determinados senão em referência à natureza humana".



Ingrid dos Santos





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