sábado, 10 de janeiro de 2015

SEM VOCÊ por Roberta Carrilho




Sinto falta do sentimento e da sensibilidade
Que se afastaram dos meus olhos,
Desapareceu a visão da alma.

O ser está vazio.
Profundo e cinza.

Conheci um pedaço lindo,
Que a vida me proporcionou ao seu lado.
Frações de vida e amor,
Que jamais havia sentido ou mesmo vivido.

Hoje sei que a minha limitação humana,
É exigente, tem vontade própria de existência.
Simplesmente existe e resiste.

Roubou a plenitude de sonhar e amar...

Culpa sentimento afiado,
Pesado e doído.

Sinto medo da certeza,
Que meu amor despertou.
Um monstro adormecido,
Desconhecido, de dois sentidos.
Que não foi ainda contido.

Ele acordou para o meu sofrer...

O seu despertar fez morrer,
Sonhos sonhados,
Sonhos amados,
Sonhos carregados de esperança
... e Felicidades.

Gostaria de usar pronomes possessivos,
Mas não posso mais ...

Retóricas alucinações irreais,
Mentiras íntimas,
Verdades esquecidas e negadas,
Dispensando uma estrutura de
Convencimentos e fundamentos.

Desnecessários ...

A verdade é flexível e subjetiva,
Cada um advoga em seu nome.

E a vida vai passando ...
No seu ritmo frenético,
Fazendo seu papel no tempo,
Envelhecendo sentimentos.

Quando lembro de você...
Tão "meu" (possessivo de um passado distante)
Sinto as fibras da dor pulsar no peito.

E sem pedir permissão
Lágrimas caem
Misturadas de dor, raiva e amor.

Não gosto de chorar ...

Ficar sem você,
Aterroriza meu ser.
Como viver, conviver e sobreviver?
Se agora estou...
Vazia, Profunda e Cinza.


Roberta Carrilho 
(15/01/2004)


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