domingo, 1 de setembro de 2013

DESEJO - PASSO NÚMERO 1 DO LIVRO: PENSE E ENRIQUEÇA de autoria Napoleon Hill


Conforme prometido neste blog em 8 de dezembro de 2012, 
passarei a publicar os 13 passos descritos
por Napoleon Hill no livro: "Pense e Enriqueça"
Grande Abraço fraterno e
muito sucesso para todos nós!
Roberta Carrilho


PASSO NÚMERO 1

EM DIREÇÃO À RIQUEZA:

DESEJO


Os sonhos se tornam realidade quando o desejo os transforma em ação concreta. Peça grandes presentes à vida e a estimulará a dá-los a você.

QUANDO EDWIN C. BARNES desceu do trem de carga, em East Orange, New Jersey, há mais de cinqüenta anos, poderia parecer um vagabundo, mas seus pensamentos eram os de um rei!

Enquanto se encaminhava, dos trilhos da estação ao escritório de Thomas A. Edison, sua mente trabalhava. Via-se na presença de Edison. Ouvia-se pedindo uma oportunidade a Edison, de concretizar a consumidora obsessão de sua vida, o desejo ardente de tornar-se sócio comercial do grande inventor.

O desejo de Barnes não era uma esperança! Não era um anseio! Era um desejo agudo, que transcendia a tudo o mais. Era definido.

Alguns anos mais tarde, Edwin C. Barnes novamente se postou diante de Edison, no mesmo escritório em que conheceu (p. 20) o inventor. Dessa vez, seu desejo traduzira-se em realidade. Estava em negócios com Edison. O sonho dominante de sua vida tornara-se realidade.

Barnes foi bem sucedido por ter escolhido um objetivo definido, colocando toda a sua energia, força de vontade, todo o esforço, tudo, por trás daquele objetivo.

Nenhum Caminho para a Retirada

Cinco anos se passaram antes que aparecesse a oportunidade que buscava. Para todos, menos para si mesmo, ele parecia apenas um dente a mais na engrenagem comercial de Edison. Em sua mente, porém, via-se como sócio de Edison, a cada minuto, desde o dia em que começara a trabalhar lá.

É um exemplo notável do poder de um desejo definido. Barnes conquistou seu objetivo porque queria ser sócio de Edison, mais do que qualquer outra coisa na vida. Criou um plano, para atingir seu propósito. Mas destruiu todas as pontes atrás de si. Sustentou o desejo até tornar-se a obsessão dominante de sua vida – e – finalmente, um fato.

Quando se dirigiu a East Orange não disse a si mesmo: “Tentarei induzir Edison a dar-me alguma espécie de emprego”, mas sim: “Verei Edison e o avisarei de que vim para entrar em negócios com ele.”

Ele não disse: “Conservarei os olhos abertos para outra oportunidade, caso falhe em obter o que quero na organização Edison.” Mas disse: “Só há uma coisa no mundo que estou resolvido a obter e é uma sociedade comercial com Thomas A. Edison. Queimarei todas as pontes à minha retaguarda e arriscarei todo o futuro na minha capacidade de conseguir o que quero.”

Não deixou a si mesmo nenhum caminho possível para a retirada. Tinha de vencer ou perecer!

Eis toda a história do sucesso de Barnes!

Ele Incendiou Seus Navios
Há muito tempo, um grande guerreiro enfrentou uma situação que lhe exigiu uma decisão capaz de lhe assegurar o sucesso no campo de batalha. Estava para mandar o exército (p. 21) contra poderoso inimigo, cujos homens excediam, em número, os seus. Embarcou os soldados nos navios, navegou para o país inimigo, desembarcou homens e equipamento, dando então a ordem de atear fogo aos barcos, que os tinham transportado. Dirigindo-se aos homens, antes da primeira batalha, disse ele: “Vocês estão vendo os barcos em chamas. Isso significa que não podemos deixar essas praias, vivos, a não ser que ganhemos! Não temos escolha agora – vencemos – ou perecemos!” . Venceram!!

Toda a pessoa que vence numa iniciativa, deve estar pronta a atear fogo aos seus navios, cortando todas as retiradas. Somente assim procedendo é que se pode ter certeza de um estado de espírito conhecido como ardente desejo de vencer, o que é essencial ao sucesso.

Na manhã seguinte ao grande incêndio de Chicago, um grupo de comerciantes estava na rua State, vendo os escombros fumegantes do que tinham sido suas lojas. Fizeram uma conferência para resolver se tentariam reconstruir, ou se deixariam Chicago, para começar outra vez, numa parte mais promissora do país. Chegaram à decisão – todos, exceto um – de deixar Chicago.

O comerciante que resolvera ficar e reconstruir apontou o dedo para as ruínas de sua loja e disse: “Senhores, nesse mesmo lugar construirei a maior loja do mundo, não importando quantas vezes ela possa incendiar-se.”

Isso foi há quase um século. A loja foi construída. Lá está ela hoje, monumento altaneiro ao poder do estado de espírito conhecido como desejo ardente. Teria sido muito mais fácil para Marshall Field fazer o que seus colegas comerciantes fizeram. Quando as coisas ficaram pretas e o futuro parecia sombrio, arrumaram as malas e foram para onde as coisas pareciam mais fáceis.

Note bem a diferença entre Marshall Field e os outros comerciantes, porque é a mesma diferença que distingue praticamente a todos os que têm êxito, dos que fracassaram.

Todo o ser humano que alcança a idade da compreensão do propósito do dinheiro anseia por ele. Ansiar não traz riquezas. Mas desejá-las num estado de espírito que se torna obsessão, planejar modos e meios definidos para adquiri-las, sustentar os planos com persistência que não reconhece o fracasso, trará riquezas. (p. 22) 

Seis Passos que Transformaram os Desejos em Ouro

O método pelo qual o desejo de riquezas pode ser transmudado em seu equivalente financeiro consiste nós seguintes passos, definidos e práticos:

1. Fixe, em seu espírito a quantia exata de dinheiro que deseja. Não é suficiente dizer apenas: “Quero bastante dinheiro.” Seja positivo quanto à quantia. (Há uma razão psicológica para essa positividade que será descrita em capítulo subseqüente.)

2. Determine, exatamente, o que pretende dar em retribuição pelo dinheiro que deseja. (Não existe o “algo de graça” como realidade.)

3. Estabeleça uma data definida de quando pretende possuir o dinheiro que deseja.

4. Crie um plano definido para levar a cabo seu desejo e comece já, quer esteja pronto, quer não para por o plano em ação.

5. Escreva uma declaração clara e concisa da quantidade de dinheiro que pretende obter, fixe o limite de tempo para sua aquisição, estabeleça o que pretende dar em troca do dinheiro e descreva, claramente, o plano através do qual pretende acumulá-lo.

6. Leia sua declaração em voz alta, duas vezes por dia, uma vez antes de deitar-se à noite e outra após levantar-se de manha. Ao lê-la, veja, sinta e acredite-se já de posse do dinheiro.

É importante que siga as instruções descritas nesses seis passos. É especialmente importante que observe e siga as instruções do sexto parágrafo. Você pode dizer que lhe é impossível “ver-se de posse do dinheiro”, antes de tê-lo, realmente. Eis como um desejo ardente poderá vir em seu auxilio. Se você deseja mesmo o dinheiro tão avidamente, que seu desejo chega a ser obsessão, não terá dificuldades em convencer-se de que o obterá. O objetivo é querer o dinheiro e estar tão resolvido a obtê-lo que você se convence de que o terá.

Princípios que Valem Cem Milhões

Aos não iniciados, aos não versados nos princípios operantes da mente humana, essas instruções podem parecer pouco práticas. Será útil, a todos os que não reconhecerem a segurança dos seis passos, saber que a informação que transmito veio de Andrew Carnegie, que começou como operário comum (p. 23) numa fábrica de aço, conseguindo, apesar do início humilde, fazer com que esses princípios lhe trouxessem fortuna muito maior que cem milhões de dólares.

Pode ser útil saber, também, que os seis passos aqui recomendados foram cuidadosamente verificados pelo falecido Thomas A. Edison, que neles colocou o selo de aprovação, considerando-os não só os passos essenciais para a acumulação de dinheiro, mas para atingir qualquer objetivo. 

Os passos não exigem “trabalho árduo”. Não impõem sacrifícios. Não requerem que você se torne ridículo ou crédulo. Aplicá-los não exige grande educação. Mas a aplicação bem sucedia desses seis passos exige imaginação suficiente para possibilitá-lo a ver e entender que o acúmulo de dinheiro não pode ser deixado ao acaso, ou à boa sorte. É preciso compreender que todos os que acumularam grandes fortunas passaram primeiro por muito sonho, esperança, anseio, desejo, e planejamento, antes de adquirir dinheiro.

Você deve saber, desde já, que nunca poderá obter grandes quantidades de riqueza se não arder de desejo por dinheiro e realmente acreditar que o possuirá.

Grandes Sonhos Podem Transformar-se em Riquezas

Nós que estamos nesta corrida de riquezas devemos saber que este mundo mudado em que vivemos exige novas idéias, novas maneiras de fazer as coisas, novos líderes, novas invenções, novos métodos de ensino, novos métodos de compra e venda, novos livros, nova literatura, novos programas de televisão, novas idéias para fitas de cinema. No fundo de toda essa procura por coisas novas e melhores, é preciso possuir uma qualidade para vencer: propósito definido, conhecimento do que se quer e um desejo ardente de possuí-lo. 

Nós que desejamos acumular riquezas, devemos lembrar-nos que os verdadeiros líderes do mundo sempre foram homens que dominaram e empregaram as forças intangíveis e invisíveis da oportunidade ainda inexistente, convertendo-as (as forças, ou impulsos do pensamento), em arranha-céus, cidades, fábricas, aviões, automóveis e todos os tipos de utilidades que tomam a vida mais agradável. 

Ao planejar a aquisição da sua quantidade de riquezas, não deixe que ninguém influa sobre você, zombando do sonhador. (p. 24)

Para conseguir os grandes prêmios nesse mundo mudado, e preciso captar o espírito dos grandes pioneiros do passado, cujos sonhos deram à civilização tudo o que tem de valioso, o espírito que serve de sangue vital do nosso próprio país – a sua oportunidade e a minha, para desenvolver e negociar nossos talentos.

Se o que você quiser fazer está certo e você acredita nisso, vá em frente e faça-o! Concretize seu sonho e não se importe com o que “eles” possam dizer se você sofrer uma derrota temporária. “Eles” talvez não saibam que cada fracasso traz em si a semente de um êxito equivalente.

Thomas Edison sonhava com a lâmpada que podia ser operada por meio de eletricidade, começando, onde se encontrava, a pôr seu sonho em ação e, apesar de mais de dez mil fracassos, persistiu no sonho até tomá-lo realidade física. Sonhadores práticos não desistem!

Whelan sonhava com uma cadeia de charutarias, transformou o sonho em ação e agora as “Charutarias Unidas” ocupam os melhores cantos na América.

Os irmãos Wright sonhavam com uma máquina que voasse. Atualmente, podemos ver evidências, no mundo inteiro, de que o sonho era sensato.

Marconi sonhou com um sistema que utilizasse as forças intangíveis do éter. Provas de que não sonhou em vão podem ser encontradas em cada aparelho de rádio e televisão do mundo. Pode interessar-lhe saber que os “amigos” de Marconi fizeram-no ser detido e examinado, num hospital psiquiátrico, quando ele anunciou que descobrira o princípio através do qual poderia enviar mensagens pelo ar, sem o auxílio de fios ou quaisquer outros meios físicos de comunicação. Os sonhadores de hoje passam melhor.

O mundo esta repleto com uma tal quantidade de oportunidades, que os sonhadores do passado jamais conheceram.

Colocaram o Desejo por Trás dos Sonhos

O desejo ardente de ser e de fazer é o ponto inicial do qual deve partir o sonhador. Os sonhos não nascem da indiferença, do ócio ou da falta de ambição. (p. 25) 

Lembre-se de que todos os que têm sucesso na vida partem de um mau começo, passam por muitas lutas desanimadoras, antes de “chegar”. O ponto culminante na vida dos bem sucedidos geralmente chega no momento de alguma crise, através da qual são apresentados ao seu “outro eu”. 

John Bunyan escreveu The Pilgrim’s Progress, que está entre os melhores livros ingleses, depois de ter penado numa prisão e de ter sido dolorosamente punido por causa de suas opiniões religiosas. 

O. Henry descobriu o gênio adormecido em seu cérebro, depois de ter sofrido grande desgraça e de ter ficado numa cela de prisão. Forçado pela desgraça a conhecer seu “outro eu” e a usar a imaginação, descobriu que era um grande autor e não um miserável criminoso e marginal. 

Charles Dickens começou colando rótulos em latas de graxa. A tragédia do seu primeiro amor penetrou-lhe as profundezas da alma, convertendo-o num dos autores de fama mundial, realmente grande. Essa tragédia produziu primeiro David Copperfield, depois uma série de outras obras, que fizeram o mundo mais rico e melhor para todos os seus leitores. 

Helen Keller tornou-se surda, muda e cega, logo depois que nasceu. Apesar da enorme desgraça, escreveu o nome, indelevelmente, nas páginas da história dos grandes. Sua vida toda serve de prova de que ninguém está totalmente derrotado, enquanto não aceitar a derrota como realidade. 

Robert Burns era um camponês iletrado. Atormentado pela pobreza, cresceu bêbado. O mundo se tornou mais belo por ele ter vivido, pois agasalhou lindos pensamentos poéticos, o que arrancou um espinho, plantando, em seu lugar, uma rosa. 

Beethoven era surdo, Milton cego, mas seus nomes permanecerão para sempre, porque sonharam e traduziram os sonhos em pensamento organizado. 

Existe diferença entre ansiar por algo e estar pronto a recebê-lo. Ninguém está pronto para alguma coisa, enquanto não acreditar que poderá obtê-la. O estado de espírito deve ser o de convicção, e não mera esperança ou anseio. Mente receptiva é essencial à crença. Mente fechada não inspira fé, coragem ou crença. 

Lembre-se de que não se exige mais esforço para um alto objetivo na vida, para a abundância e prosperidade, do que para aceitar a miséria e a pobreza. Um grande poeta formulou essa verdade universal através destas linhas: (p. 26)

I barged with Life for a peny,
And Life would pay no more,
However I begged at evening
When I counted my scanty store.

For Life is just employer,
He gives you what you ask,
But once you have set the wages,
Why, you must bear the task.

I worked for a menial’s hire,
Only to learn, dismayed,
That any wage I had asked of Life,
Life would have willingly paid.

[Tradução:]

Regateei com a vida por um centavo,
E a Vida não quis pagar mais,
Por mais que eu implorasse à noite
Quando contava meus magros haveres.

Pois a Vida é apenas empregador,
Dá-lhe o que você pede,
Mas desde que tenha estabelecido o salário,
Ora, é preciso aguentar a tarefa.

Trabalhei por um salário vil,
Só para descobrir, assombrado,
Que qualquer salário que eu tivesse pedido à Vida,
Ela teria pago com boa vontade.

O Desejo Faz o “Impossível”

Para um clímax adequado ao presente capítulo, quero apresentar uma das pessoas mais incomuns que conheci. Vi-o, pela primeira vez, alguns minutos depois que nasceu. Veio ao mundo sem nenhum sinal físico de orelhas e o médico admitiu, quando o apertaram para dar a opinião sabre o caso, que a criança podia ser surda e muda para o resto da vida. Contestei a opinião do médico. Eu tinha o direito: era o pai da criança. Também eu cheguei a uma decisão e formei opinião, mas expressei a opinião silenciosamente, no segredo do meu coração.

Sabia, no íntimo, que meu filho iria ouvir e falar. Como? Tinha a certeza de que devia de existir um meio e sabia que o encontraria. Pensei nas palavras do imortal Emerson: “Todo o curso das coisas serve para ensinar-nos fé. Basta-nos obedecer. Há orientação para todos nós, e, se ouvirmos com humildade, escutaremos a palavra certa.”

A palavra certa? Desejo! Mais do que qualquer outra coisa, eu desejava que meu filho não fosse um surdo-mudo. Desse desejo jamais retrocedi, nem por um segundo.

O que podia eu fazer? Teria de achar, de qualquer modo, o meio de transplantar para a mente da criança o meu ardente desejo de transmitir-lhe som ao cérebro, sem o auxílio de orelhas. (p. 27)

Assim que ela estivesse com idade suficiente para cooperar encher-lhe-ia de tal modo a mente com o desejo ardente de ouvir, que a natureza, por métodos próprios, se incumbiria de traduzi-lo em realidade física.

Esse raciocínio todo teve lugar em meu cérebro e eu não o mencionei a ninguém. Todos os dias, renovava o juramento que fizera a mim mesmo de que meu filho não seria surdo-mudo.

Com o correr dos anos, quando começou a notar as coisas ao seu redor, observamos que tinha um leve grau de audição. Ao chegar à idade em que as crianças geralmente começam a falar, não fez a menor tentativa nesse sentido, mas percebíamos, por suas ações, que ouvia vagamente certos sons. Era tudo o que eu queria saber! Estava convencido de que, se ele pudesse ouvir, mesmo um pouco, poderia desenvolver maior capacidade de audição. Algo aconteceu, então, que me deu esperanças. Veio de uma fonte totalmente inesperada.

Encontramos o Caminho

Compramos um fonógrafo. Quando a criança ouviu a música, pela primeira vez, entrou em êxtase e, imediatamente, se apossou da máquina. Certa vez colocou e recolocou o mesmo disco durante quase duas horas, postando-se diante do fonógrafo, com os dentes fincados no canto do estojo. O significado desse seu hábito bem formado só se nos tornou claro anos mais tarde, pois não tínhamos ouvido falar ainda no princípio da “condução do som através dos ossos”.

Pouco depois que se apossou do fonógrafo, descobri que me ouvia claramente quando eu falava com os lábios tocando seu osso mastóide, na base do crânio.

Tendo constatado que ele podia ouvir perfeitamente o som de minha voz comecei a transferir, imediatamente, à sua mente, o desejo de ouvir e falar. Cedo descobri que gostava de histórias na hora de dormir, de modo que me pus a trabalhar criando histórias destinadas a desenvolver-lhe a autoconfiança, a imaginação e um desejo agudo de ouvir e ser normal.

Havia uma certa história, à qual eu dava ênfase, acrescentando-lhe uma cor nova e dramática, cada vez que a contava. Destinava-se a implantar-lhe na mente a ideia de que (p. 28) seu mal não era uma deficiência, mas sim qualidade de grande valor. Apesar do fato de que todas as filosofias que estudei indicarem claramente que toda a adversidade traz em si a semente de uma vantagem equivalente, devo confessar que não tinha a menor ideia de como esse mal poderia algum dia tornar-se um bem.

Nada Podia Detê-lo

Ao analisar agora, em retrospecto, a experiência, vejo que a fé que meu filho em mim depositava teve muito a ver com os assombrosos resultados. Não punha em dúvida nada do que eu lhe contava. Convenci-o de que possuía uma vantagem clara sobre o irmão mais velho, e que essa vantagem se refletiria sobre ele mesmo, de muitas maneiras. Por exemplo, os professores, na escola, observariam que ele não tinha orelhas e, por causa disso, dar-lhe-iam atenção especial, tratando-o com extraordinária bondade. Sempre o fizeram. Convenci-o também de que, quando tivesse idade suficiente para vender jornais (o irmão mais velho já se tornara jornaleiro) teria grande vantagem sabre o mano, pois as pessoas lhe pagariam a mais pelo produto, vendo que ele era um menino inteligente, aplicado, apesar de não ter orelhas.

Quando estava com uns sete anos, demonstrou a primeira evidência de que nosso método de “programação” da mente estava produzindo resultado. Durante meses, implorou o privilégio de vender jornais, mas a mãe não quis dar o consentimento ao projeto.

Finalmente, resolveu tomar o assunto em suas próprias mãos. Uma tarde, quando ficou em casa, com os criados, subiu à janela da cozinha, caiu sentado no chão e saiu sozinho. Tomou emprestados seis centavos, do sapateiro da vizinhança, investiu-os em jornais, vendeu-os, reinvestiu o capital e continuou repetindo o processo até tarde da noite. Após o balanço das contas e de pagar os seis centavos, que pedira emprestado ao seu banqueiro, teve um lucro líquido de quarenta e dois centavos. Ao chegarmos em casa, naquela noite, encontramo-lo na cama, dormindo, apertando o dinheiro na mão.

Sua mãe abriu-lhe a mão, tirou as moedas e chorou. Ora essa! Chorar pela primeira vitória do filho parecia tão fora de propósito.(p. 29)

Minha reação foi o oposto. Ri, de todo o coração, pois sabia que minha tentativa de implantar na mente da criança uma atitude de fé em si mesmo obtivera sucesso.

Sua mãe viu, nessa primeira aventura comercial, o menininho surdo que saíra pelas ruas, arriscando a vida para ganhar dinheiro. Eu vi um pequenino homem de negócios, corajoso, autoconfiante, ambicioso, cuja confiança em si mesmo aumentara cem por cento, porque entrara nos negócios por iniciativa própria e vencera. A transação me agradou, porque percebi que provara ser capaz de recursos que o acompanhariam pela vida inteira.

Uma Brecha na Audição

O menininho surdo passou pela escola primária, ginásio e college, sem conseguir ouvir seus professores, a não ser que gritassem bem alto e a pequena distância. Não foi a uma escola para surdos. Não permitimos que aprendesse a linguagem dos sinais. Estávamos resolvidos a que levasse vida normal e se reunisse com crianças normais. Persistimos nessa decisão, embora nos custasse muitos debates acalorados com funcionários escolares.

Quando no ginásio, experimentou um aparelho elétrico para surdez, mas de nada adiantou.

Durante sua ultima semana no college, aconteceu algo que marcou o mais importante ponto crítico de sua vida. Pelo que parecia puro acidente, entrou de posse de outro aparelho elétrico, que recebeu para experimentar. Demorou para testá-lo, devido a decepção anterior com aparelho semelhante. Afinal, apanhou o aparelho e, com certa negligência, colocou-o na cabeça, ligou a bateria e záz! Como por um passe de mágica, o desejo de toda a sua vida, por uma audição normal, tornou-se realidade! Pela primeira vez na vida, conseguiu ouvir praticamente tão bem quanta uma pessoa de audição normal.

Felicíssimo pelo mundo transformado que lhe fora dado através do aparelho, correu para o telefone, ligou para a mãe, ouvindo-lhe a voz, perfeitamente. No dia seguinte, ouviu claramente as vozes dos professores em classe, pela primeira vez na vida! Pela primeira vez na vida, pôde conversar livremente com outras pessoas, sem necessidade de que falassem alto. Na verdade, entrara de posse de um mundo transformado. (p. 30) 

O desejo começara a trazer juros, mas a vitória ainda não estava completa. O menino ainda tinha de encontrar um meio definido e prático de converter seu defeito numa qualidade equivalente.

O Menino “Surdo” Ajuda os Outros

Mal compreendendo o significado do que já fora alcançado, mas intoxicado pela alegria do recém descoberto mundo do som, escreveu uma carta ao fabricante do aparelho de surdez, descrevendo, com entusiasmo, sua experiência. Algo em sua carta fez com que a companhia o convidasse para ir à Nova York. Ao chegar, foi escoltado pela fábrica, e, enquanto conversava com o engenheiro-chefe, contando-lhe sobre seu mundo transformado, um pressentimento, ideia ou inspiração – chamem-no do que quiserem – passou-lhe pela mente. Foi esse impulso do pensamento que converteu o mal que o afligia em qualidade, destinada a trazer tanto juros em dinheiro como em felicidade, a milhares, para sempre.

A síntese daquele impulso de pensamento era o seguinte: ocorrera-lhe que poderia ser útil a milhões de surdos, que passam a vida sem os benefícios de aparelhos de surdez, contando-lhes a historia do seu mundo transformado.

Durante um mês inteiro, pesquisou intensamente, analisando todo o sistema de marketing do fabricante de aparelhos de surdez. Criou então meios e modos de se comunicar com os que têm dificuldades de audição, no mundo todo, com o propósito de com eles partilhar do mundo há pouco descoberto. Feito isso, redigiu um plano bienal, baseado em suas descobertas. Ao apresentar o plano à companhia, recebeu, imediatamente, um cargo com o objetivo de realizar o que ambicionava.

Nem sonhava, quando foi trabalhar, que estava destinado a trazer esperanças e alívio prático a milhares de pessoas surdas que, sem essa ajuda, estariam condenadas para sempre à surdez.

Não tenho a menor duvida de que Blair teria sido surdo ou mudo por toda a vida, se sua mãe e eu não tivéssemos conseguido formar-lhe a mente, como o fizemos.

Quando lhe plantei na mente o desejo de ouvir e falar, de viver como pessoa normal, com esse impulso lhe transmiti uma (p. 31) estranha influência, que fez a natureza se tomar construtora de pontes, eliminando o golfo entre seu cérebro e o mundo exterior.

Na verdade, o desejo ardente tem meios tortuosos de transmudar-se em equivalente físico. Blair desejava audição normal; agora ele a tem! Nasceu com um defeito que poderia, facilmente, jogar alguém que tivesse um desejo menos definido, à rua, com um punhado de lápis, e uma latinha.

A pequena “mentira branca” que eu lhe implantara na mente, quando ele ainda era criança, levando-o a crer que seu defeito se tornaria uma grande qualidade, justificara-se. Nada existe, em verdade, certo ou errado, que a crença, aliada ao desejo ardente, não possa tornar real. Essas qualidades estão à disposição de qualquer pessoa.

Desejo Produz Mágica para uma Cantora

Um curto parágrafo, num despacho de jornal referente a Madame Schumann-Heink fornece-nos a pista para o sucesso estupendo, como cantora, dessa mulher incomum. Cito o parágrafo, porque a pista que contém não é senão o desejo.

No começo de sua carreira, Madame Schumann-Heink visitou o diretor da Ópera da Corte de Viena, para que lhe testasse a voz. Mas ele não o fez. Após um olhar à moça mal vestida e tímida, exclamou, não multo gentilmente: “Com esse rosto e sem nenhuma personalidade, como pode esperar vencer na ópera? Minha filha, desista da idéia. Compre uma máquina de costura e vá trabalhar. Você nunca poderá ser cantora.”

Nunca e um longo tempo! O diretor da Ópera da Corte de Viena conhecia bem a técnica do canto, mas conhecia bem pouco o poder do desejo, quando assume as proporções de uma obsessão. Se tivesse conhecido melhor esse poder, não teria cometido o erro de condenar um gênio, sem dar-lhe uma oportunidade.

Há muitos anos, um de meus sócios comerciais adoeceu. Piorou com o decorrer do tempo, até que, afinal, foi levado ao hospital, para ser operado. O médico avisou-me de que pouca ou nenhuma chance haveria de vê-lo vivo novamente. Essa era a opinião do médico, porém, não era a opinião do paciente. Antes de ser levado para a mesa, sussurrou, fracamente: “Não se incomode, chefe, sairei daqui em alguns dias.” A enfermeira (p. 31) de serviço olhou-me, penalizada. Mas o paciente se salvou. Depois que tudo terminou, o médico afirmou: “Só o seu desejo de viver é que o salvou. Nunca teria aguentado se não se tivesse recusado a aceitar a possibilidade de morte.” 

Acredito no poder do desejo, apoiado pela fé, porque vi esse poder erguer homens de origem obscura a posições de riqueza e poder; já o vi roubar a sepultura de sua vítima; vi-o servindo de meio para que homens ensaiassem a volta, após derrotas em centenas de maneiras diferentes; vi-o permitir ao meu filho uma vida normal, feliz e bem sucedida, apesar da natureza tê-lo mandado ao mundo sem orelhas. 

Como se pode subjugar e utilizar o poder do desejo? Isso foi respondido através desse e dos capítulos subsequentes do livro. 

Através de um princípio estranho e poderoso de “química mental”, jamais divulgado, a natureza envolve no impulso do desejo forte, aquele “algo” que não reconhece palavras como “impossível” e não aceita realidade como a derrota. 

PONTOS A FIXAR:

Quando o desejo converge grandes forças para a sua vitória, você não precisa de nenhum modo recuar; a vitória é certa.

Seis passos definidos, aqui mostrados, transformam o desejo em ouro. Para Andrew Carnegie, esses princípios valem cem milhões. 

O desejo constrói nova vitória da derrota temporária. Foi o desejo que construiu uma das maiores lojas de departamentos do mundo, literalmente sobre cinzas. 

Um menino sem orelhas aprendeu a ouvir. Uma mulher “sem possibilidades” tornou-se grande cantora de óperas. Um homem doente, que os médicos pensavam que morreria, conseguiu se salvar. Desejo foi a força que auxiliou essas pessoas, por alguma estranha, mas natural “química mental”. 

Não há limitações à mente, exceto as que admitimos.





LINKS QUE COMPLEMENTAM A LEITURA
Veja também:

LIVRO: "PENSE E ENRIQUEÇA" 
PENSAMENTOS SÃO COISAS


PASSO NÚMERO 1 
DESEJO 
PASSO NÚMERO 2 
FÉ E CONFIANÇA 
PASSO NÚMERO 3 
AUTO-SUGESTÃO
PASSO NÚMERO 4 
CONHECIMENTO ESPECIALIZADO
PASSO NÚMERO 5 
IMAGINAÇÃO
PASSO NÚMERO 6 
PLANEJAMENTO ORGANIZADO
http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-6.html


PASSO NÚMERO 7DECISÃO
http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-7.html


PASSO NÚMERO 8
PERSISTÊNCIA

http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-8.html


PASSO NÚMERO 9
PODER DA MENTE SUPERIOR

http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-9.html


PASSO NÚMERO 10
MISTÉRIO DA TRANSMUTAÇÃO SEXUAL

http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-10.html


PASSO NÚMERO 11
O SUBCONSCIENTE

http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-11.html


PASSO NÚMERO 12
O CÉREBRO

http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-12.html


PASSO NÚMERO 13
O SEXTO SENTIDO

http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-passo-numero-13.html


OS SEIS FANTASMAS DO MEDO
Napoleon Hill
http://robertacarrilho-div.blogspot.com.br/2013/09/livro-pense-e-enriqueca-os-seis.html




2 comentários:

  1. Olá Roberta. Gostei muito do seu BLOG. Tem uns 8 meses que estou estudando a tudo sobre a mente. Mas esse seu blog está sendo o mais completo. Vou ler os 14 passos. Abraços... SUCESSO... Pedrito...

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