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quarta-feira, 31 de agosto de 2022

NECROLÓGIO DOS DESILUDIDOS DO AMOR por Fernanda Torres (texto Carlos Drummond de Andrade)

Espero que você saiba que ainda há esperança, ...
Porém, é preciso, necessário, urgente você se tratar. 
Já não temos mais tempo a perder, a vida é finita.
Reaja! Você está se isolando de todos e tudo. 
Morrendo em vida!
Roberta Carrilho



photo by horlo 






Os desiludidos do amor 
Estão desfechando tiros no peito 
Do meu quarto ouço a fuzilaria 
As amadas torcem-se de gozo 
Oh quanta matéria para os jornais 

Desiludidos mas fotografados 
Escreveram cartas explicativas 
Tomaram todas as providências 
Para o remorso das amadas 

Pum pum pum adeus, enjoada 
Eu vou, tu ficas, mas nos veremos 
Seja no claro céu ou turvo inferno 

Os médicos estão fazendo a autópsia 
Dos desiludidos que se mataram 
Que grandes corações eles possuíam 
Vísceras imensas, tripas sentimentais 
E um estômago cheio de poesia 

Agora vamos para o cemitério 
Levar os corpos dos desiludidos 
Encaixotados competentemente 
(Paixões de primeira e de segunda classe) 

Os desiludidos seguem iludidos 
Sem coração, sem tripas, sem amor 
Única fortuna, os seus dentes de ouro 
Não servirão de lastro financeiro 
E cobertos de terra perderão o brilho 
Enquanto as amadas dançarão um samba 
Bravo, violento, sobre a tumba deles


quinta-feira, 18 de agosto de 2022

QUAL É UM SINAL DE INTELIGÊNCIA EXTREMAMENTE BAIXA?


Ter sua mão maior que seu rosto (esse é só uma piada!);

Nunca ter a capacidade de admitir que estão errados, ou que não sabem de alguma coisa, ou que erraram, não importa o quão óbvio;

Pessoas incapazes de pensar de forma independente e incapazes de resolver pequenos problemas sozinhas;

Papagaiando os pontos de discussão sem poder discuti-los, mesmo em seus termos mais básicos. Isso indica que eles não têm conhecimento e nenhuma curiosidade sobre o mundo;

Nunca mudam de opinião, mesmo depois de provado errado;

É difícil ganhar um debate com uma pessoa inteligente e impossível com uma burra (É extremamente comum as pessoas se apegarem a ideias mesmo depois de serem apresentadas a evidências de que estão erradas.);

Ter opiniões fortes sobre tópicos que você não entende;

Incapacidade de levar a bordo novas informações e mudar sua posição sobre certos assuntos;


"Se eu afirmo ser um homem sábio, isso certamente significa que eu não sou."



 

sexta-feira, 5 de agosto de 2022

EU PARTICIPEI DO MANISFESTO DA USP EM DEFESA DA DEMOCRACIA - 11/08/2022 ( Orgulho!!!)


Orgulho em participar deste ato histórico do Brasil. Assinei a carta em Defesa do Estado Democrático de Direito, inciativa que teve origem na Faculdade de Direito da Universidade São Paulo (USP). A maior demonstração de a que defesa da nossa democracia e do nosso sistema eleitoral hoje está mobilizando toda a sociedade é a grande adesão ao manifesto da USP, que será lido no dia 11 de agosto. São mais de 730 mil assinaturas e quando você vai ver quem são essas pessoas, você vê desde pessoas comuns como eu até o empresário, ou seja, é gente de todos os setores da sociedade.

O texto também reitera um compromisso com "a soberania do povo brasileiro expressa pelo voto", a independência dos Poderes e a importância do Supremo Tribunal Federal (STF).

A data marca o aniversário de 195 anos de criação dos primeiros cursos jurídicos do País.  A minha classe profissional, já que eu sou advogada com muito orgulho desta categoria de profissional que hoje se mostra o norte nestes tempos obscuros, trevosos bolsonaristas.

O movimento foi iniciado após o presidente Jair Bolsonaro (PL) colocar sob suspeita o processo eleitoral brasileiro, sem provas, a diplomatas estrangeiros.

A USP redigiu uma carta em defesa da democracia, em reedição ao documento de 1977, lido no pátio das arcadas, contra a ditadura. Neste ano, outros manifestos foram elaborados, ontem um deles de delegados de polícia. Ao menos 5 cartas já foram lançadas. 

CARTA NA ÍNTEGRA

No ano do bicentenário da Independência, reiteramos nosso compromisso inarredável com a soberania do povo brasileiro expressa pelo voto e exercida em conformidade com a Constituição.

Quando do transcurso do centenário, os modernistas lançaram, com a Semana de 22, um movimento cultural que, apontando caminhos para uma arte com características brasileiras, ajudou a moldar uma identidade genuinamente nacional.

Hoje, mais uma vez, somos instigados a identificar caminhos que consolidem nossa jornada em direção à vontade de nossa gente, que é a independência suprema que uma nação pode alcançar. A estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios. Esse é o sentido maior do Sete de Setembro neste ano.

Nossa democracia tem dado provas seguidas de robustez. Em menos de quatro décadas, enfrentou crises profundas, tanto econômicas, com períodos de recessão e hiperinflação, quanto políticas, superando essas mazelas pela força de nossas instituições.

Elas foram sólidas o suficiente para garantir a execução de governos de diferentes espectros políticos. Sem se abalarem com as litanias dos que ultrapassam os limites razoáveis das críticas construtivas, são as nossas instituições que continuam garantindo o avanço civilizatório da sociedade brasileira.

É importante que os Poderes da República - Executivo, Legislativo e Judiciário - promovam, de forma independente e harmônica, as mudanças essenciais para o desenvolvimento do Brasil.

As entidades da sociedade civil e os cidadãos que subscrevem este ato destacam o papel do Judiciário brasileiro, em especial do Supremo Tribunal Federal, guardião último da Constituição, e do Tribunal Superior Eleitoral, que tem conduzido com plena segurança, eficiência e integridade nossas eleições respeitadas internacionalmente, e a todos os magistrados, reconhecendo o seu inestimável papel, ao longo de nossa história, como poder pacificador de desacordos e instância de proteção dos direitos fundamentais.

A todos que exercem a nobre função jurisdicional no país, prestamos nossas homenagens neste momento em que o destino nos cobra equilíbrio, tolerância, civilidade e visão de futuro.

Queremos um país próspero, justo e solidário, guiado pelos princípios republicanos expressos na Constituição, à qual todos nos curvarmos, confiantes na vontade superior da democracia. Ela se fortalece com união, reformando o que exige reparos, não destruindo; somando as esperanças por um Brasil altivo e pacífico, não subtraindo-as com slogans e divisionismos que ameaçam a paz e o desenvolvimento almejados.

Todos os que subscrevem este ato reiteram seu compromisso inabalável com as instituições e as regras basilares do Estado Democrático de Direito, constitutivas da própria soberania do povo brasileiro que, na data simbólica da fundação dos cursos jurídicos no Brasil, estamos a celebrar.

Brasil, 11 de agosto de 2022.


Roberta Carvalho Carrilho 
...



quinta-feira, 4 de agosto de 2022

COMO IDENTIFICAR UMA PESSOA INTELIGENTE APENAS PELO MODO COMO ELA SE COMPORTA?



  • Eles não precisam de outros para validar sua inteligência.
  • Eles admitem seus próprios erros.
  • A conversa deles nunca é chata.
  • Eles fazem as perguntas certas para as pessoas certas.
  • São bons ouvintes.
  • Eles lêem muito.
  • Eles não são arrogantes.
  • Eles pedem ajuda quando precisam.
  • Eles não dão desculpas para seus erros.
  • Eles gostam de debates intelectuais.
  • Eles tentam ensinar aos outros o que eles sabem.
  • Eles adoram aprender coisas novas.
  • Eles são pensadores críticos que podem analisar as consequências de suas ações e entender as consequências das ações de outras pessoas sobre eles.
  • Eles são bons leitores e frequentemente se desafiam com novos tópicos.
  • Eles fazem conexões lógicas entre as ideias.
  • Eles têm relacionamentos amorosos longos.
  • Eles são humildes.
  • Eles respeitam os outros.
  • Eles têm empatia.
  • Eles têm espírito fraterno.
  • Eles têm um amplo vocabulário.
  • Eles sempre usam roupas formais.
  • Eles trabalham por conta própria.
  • Eles podem identificar o que não é possível.
  • Eles são simpáticos e carismáticos.
  • Eles gostam da natureza e animais.
  • Eles adoram confraternizar com amigos de longa data.
  • Eles cuidam e protegem as pessoas que amam.
  • Eles têm uma compreensão dos conceitos científicos.



quarta-feira, 15 de junho de 2022

INVERNO MINHA ESTAÇÃO FAVORITA

"O inverno chega ao meu corpo, mas uma eterna primavera vive em meu coração".

 Parafraseando Victor Hugo 
Fotos tirada hoje 15/06/2022 em Divinópolis - MG

 .

domingo, 11 de julho de 2021

SEXO ANAL, O ÚLTIMO TABU DO HOMEM HÉTERO


Eu sei que todos nós somos bissexuais de alguma ou de muitas formas, seja biologicamente ou por atração ou curiosidade. Tabus, preconceitos, medos, receios, recalques, e tudo mais que trava sua essência é perda de tempo e vida (plena). O importante numa relação a dois ou três num poliamor por exemplo estejam presentes: a reciprocidade, respeito, atenção, lealdade e amor. Com esses fatores  além da atração e admiração só sei que tudo vale a pena quando a alma não for pequena. Não vejo mal algum em viver e ser feliz desde que não machuque os sentimentos de outrem. O corpo é um instrumento de vida e vida significa também sexo de boa qualidade e criatividade.
Roberta Carrilho
Não cabe dúvida de que o ânus é uma zona erógena com uma enorme carga simbólica, cultural e social. Durante muito tempo foi o anticoncepcional mais seguro e a única maneira que as mulheres tinham de chegar virgens ao casamento, embora não inexperientes. Talvez por isso, entregar o traseiro era sinônimo de lascívia e entranhava também um grau importante de submissão.

Na Grécia e Roma antigas, como conta Valérie Tasso em um artigo a respeito, “não existia nenhum impedimento pelo qual essa zona não pudesse ser utilizada por um homem para o prazer, independentemente de que fosse o ânus de uma mulher ou o de outro homem. Só havia uma regra de ouro que nenhum homem que se prezasse podia violar: devia ser sempre o agente ativo, e nunca um mero sujeito passivo (isso era coisa de mulheres, escravos ou efebos).

Há alguns anos, começou a falar-se do bud sex (bud nesse contexto significa colega ou amigo). Homens héteros que mantêm relações homossexuais, mas que não se consideram gays. Além disso, muitos exibem também condutas um tanto homofóbicas.

Em 2017, um sociólogo da Universidade do Oregon, Tony Silva, dedicou-se a estudar este fenômeno, que ocorria geralmente entre homens brancos que viviam num meio rural, nos EUA. Silva, a quem entrevistei para um artigo, relacionava esta prática aos múltiplos fatores que afetam a identidade sexual, como a cultura, o contexto social, o lugar, o momento histórico e as interpretações pessoais. “De fato”, dizia este sociólogo, “as identidades sexuais, tal como as conhecemos hoje em dia (héteros, gays, lésbicas, bissexuais etc.), só foram classificadas entre meados e o final do século XIX, e a forma de entendê-las não é a mesma em todo o mundo. Mas não só isso: como se viu no estudo, pessoas com a mesma cultura podem ter práticas sexuais similares, mas interpretá-las de formas distintas, dependendo do conceito que tenham da sua própria sexualidade”.

Para Silva o termo bud sex poderia ser aplicado àquelas relações que seus participantes interpretam como ajudar um amigo (em que está ausente o fator romântico), entre homens brancos e heterossexuais, ou secretamente bissexuais. São encontros secretos, sem consequências e sem associação nenhuma a ideias como feminilidade ou homossexualidade.

Nesta evolução da conduta sexual, alguns homens cogitam agora explorar, na própria carne, o prazer que o sexo anal pode lhes proporcionar com suas parceiras. “Mas fazem isso muito timidamente e procurando sempre uma permissão profissional ou social”, observa Raúl González Castellanos, sexólogo, psicopedagogo e codiretor do Ars Amandi, centro de terapias sexológicas e psicológicas em Madri.

“O beijo negro ou anilingus [estimulação oral do ânus], praticado por sua parceira, é algo mais fácil de aceitar para um hétero, mas o fato de ser penetrado já é outro assunto”, diz González Castellanos. Serena, massagista erótica que trabalha em Madri e se anuncia na Internet, reconhece que muitos homens lhe pedem o extra do pegging (penetração anal com um dildo e um arnês). 

“São heterossexuais, mas querem provar esta prática ou já a provaram e acham muito excitante. Entretanto, não se atrevem a pedir às suas mulheres ou parceiras, por medo da sua reação”, conta Serena.
Anos atrás, guardei um recorte do EL PAÍS sobre um espetáculo — um monólogo que a atriz Isabelle Stoffel apresentou na capital espanhola e no Festival do Edimburgo, lá por 2013. A obra se chamava A Rendição, falava de sexo anal, e Stoffel argumentava teorias como estas: 

“No cu, a verdade sempre vem à luz. Um pau num cu é como a agulha de um detector de mentiras. O cu não mente: se ele mente, dói em você”. Ou esta outra: “Na sodomia, confiança é tudo. Se você resistir, podem te machucar de verdade. Com esta prática aprendi muito, mas sobretudo aprendi a me render”.

O ponto G masculino

“A zona localizada entre os testículos e o ânus (incluindo também este) é uma zona muito sensível”, diz Marta Jesús Camuñas, sexóloga e psicóloga da Amaltea, centro de educação e medicina sexual em Zaragoza. Aí fica o períneo e muitos localizam o ponto G masculino, no interior do reto, a 4 ou 6 centímetros de profundidade. “É uma zona em contato com a próstata, que alguns homens relacionam com uma sensação muito prazerosa. Embora, como ocorre no sexo, o prazer dependa de muitos fatores, além do fisiológico. Há a situação e a companhia com confiança e entrega sem medos ou receios de qualquer críticas ou censuras que influenciam poderosamente no desejo”, afirma a especialista.

Os benefícios da massagem prostática é outro dos argumentos que os curiosos ou os amantes desta prática esgrimem. “Qualquer parte do corpo que receba uma estimulação correta será beneficiada”, comenta González Castellanos, “mas ainda se sabe pouco a respeito, embora já tenha ficado demonstrado que a ejaculação frequente não é boa apenas para a espermatogênese [produção de espermatozoides], mas também para adiar os problemas de próstata, apesar de antigamente dizerem que estes transtornos eram o castigo divino aos homens promíscuos. Levar a zona anal em conta também pode ser uma opção sexual a mais para homens que, por determinadas circunstâncias, não tenham ereções”, conclui o sexólogo.

Para os que estiverem dispostos a explorar a porta de trás, sem medo das etiquetas ou preconceitos, González aconselha que “seja algo combinado entre as partes e que haja um mínimo ingrediente de curiosidade e desejo. É preciso também reforçar a higiene e ir muito devagar, já que a musculatura do esfíncter anal é concêntrica e será preciso dilatá-la pouco a pouco”. As lojas de brinquedos eróticos já dispõem de pequenos dildos e de lubrificantes especialmente desenvolvidos para essa área delicada. A zona da verdade, como a chamava Stoffel.

Relembrando a primeira vez que eu assisti o filme "Brokeback Mountain" eu fiquei pensativa e muito interessada nos sentimentos ali expostos. Eu não vi mal algum na narrativa e mesmo com um pouco mais de 30 anos. Penso que minha alma sempre foi assim, evoluída, progressista, livre de tabus. E eu tenho muito orgulho desta parte de mim.

Pra quem não sabe, um resumo básico da trama: dois vaqueiros, Ennis Del Mar (um impressionante Heath Ledger e Jack Twist (um ainda superior Jake Gyllenhaal, que se entrega com uma intensidade singular) são mandados para a Montanha Brokeback para uma temporada cuidando de um rebanho de ovelhas. Ambos nos seus vinte e poucos anos, começando a vida adulta, acabam se apaixonam um pelo outro. A relação, a princípio meramente sexual, logo se transforma em carinho, solidariedade e amor.

Porém estamos nos anos 60 do século passado, e o local é o interior do estado de Wyoming, região e tempo marcado pelo conservadorismo. O que significa que a vida não seria nada fácil para um casal homossexual. Por isso os dois se afastam quando o trabalho termina, indo cada um para um lado com a intenção de construir uma vida “normal”: com esposa, filhos, trabalho, muito tédio e insatisfação. 

Ambos tentam manter submersos os verdadeiros sentimentos que permeiam suas vidas, mas não são bem-sucedidos. Após alguns anos, o destino trata de colocá-los novamente lado a lado, para juntos construírem uma história tão íntima quanto universal.

Esta deve ser a primeira ideia a se ter a respeito de O Segredo de Brokeback Mountain: este não é um filme gay, simplesmente. Seu contexto é muito mais amplo e complexo. Trata-se um romance proibido, acima de tudo, com tudo de bom e triste que esta expressão possa compreender. 

São duas pessoas apaixonadas uma pela outra e que pela condição em que se encontram se vêem impossibilitadas de ficarem juntas. Poderia ser uma questão racial, de idade, religiosa ou familiar, como tantas outras ocasiões o cinema tão bem tratou de mostrar no passado. Mas não, o foco desta vez é o sexo – no caso dois homens, completamente entregues um ao outro, no amor, na raiva, no sentimento de injustiça e na sensação de não saber qual o melhor rumo tomar. Não que eles não tentem – todos sempre tentam – mas o mundo lá fora é mais forte, ao menos na maior parte do tempo.


Tinha tudo para dar errado. O diretor poderia não ter a sensibilidade suficiente para lidar com o drama que tinha em mãos. O roteiro – baseado no texto de Annie Proulx – poderia abusar da ocasião e explorar outros ângulos mais rasos e menos nobres. 

Os atores envolvidos talvez não fossem dignos da tarefa a qual foram incumbidos, dotados dos mesmos receios que os personagens vivenciam na ficção. Ou, pior ainda, talvez o próprio mundo – a sociedade, a mídia, a indústria cultural – não estivesse pronto para se deparar com algo aparentemente tão explosivo e polêmico.

Felizmente, no entanto, nenhuma destas percepções se confirmou. E o que vemos é um filme romântico, sim, mas que trata de temas identificáveis por qualquer audiência, não importando o sexo, a idade, o credo ou a ideologia do espectador. O necessário, aqui, é se despir de preconceitos e julgamentos cegos e se deixar abrir para uma realidade que nada tem de estranha ou exótica – muito pelo contrário, é, sim, basicamente, comum a mim, a você e a qualquer um de nós. A mensagem de O Segredo de Brokeback Mountain é o puro e verdadeiro amor, contado com extrema competência por todos os envolvidos, assumido com coragem pelos talentos responsáveis e entregue com paixão à vida.

link do filme completo - adoro cinema 




quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

A VIDA É APRENDER A CONVIVER COM UNS E SOBREVIVER SEM OUTROS



A vida é como uma viagem de trem, com suas estações e mudanças de pista, alguns acidentes, surpresas agradáveis em alguns casos e tristezas profundas em outros …

Quando nascemos, pegamos o trem e conhecemos nossos pais, acreditamos que eles sempre viajarão ao nosso lado, mas eles vão sair em alguma estação e continuaremos a viagem. De repente nos encontraremos sem sua companhia e amor insubstituível. No entanto, muitas outras pessoas especiais e significativas estarão no caminho da nossa vida: nossos irmãos, amigos e em algum momento, nossa cara metade …

Alguns tomarão o trem para descer na próxima estação e eles passarão despercebidos, nem sequer notamos que eles desocuparam seus assentos. Outros vão amargurar a viagem, como aqueles parceiros irritantes que queremos sair o mais rápido possível. Outros, ao descerem, deixarão um vazio definitivo … E até verão que alguns, embora sejam pessoas que você ama, ficarão em carros diferentes dos nossos … Durante toda a jornada eles permanecerão separados, a menos que decidamos nos aproximar deles e nos sentarmos. a seu lado. De fato, se realmente nos importamos, é melhor corrermos para fazer isso antes que outra pessoa chegue e assuma essa posição.

A jornada continua cheia de desafios, sonhos, fantasias, alegrias, tristezas, esperas e despedidas …

No entanto, é importante manter um bom relacionamento com todos os passageiros, procurando em cada um o melhor que eles têm para oferecer desde que respeite a história do outro e suas dores. É preciso compreender e acolher a dor do outro como se fosse sua também, porque o tanto faz, a indiferença destrói tudo. 

Com o tempo, precisamos aprender a conviver com alguns e sobreviver sem os outros. Temos de aprender a lidar com as pessoas que não queremos ter ao nosso lado e também devemos avançar, apesar das perdas e da dor.

Quando você não pode coexistir com pessoas que te incomodam …

Ao longo da vida, encontraremos muitas pessoas que não compartilham nossos valores e pontos de vista. Essas são pessoas que podem ser profundamente egoístas, manipuladoras ou mesmo totalmente tóxicas. No entanto, ficar com raiva não vai ajudar. Pelo contrário, isso vai nos prejudicar.

Precisamos aprender a viver com essas pessoas sem afetar nosso equilíbrio emocional. Nós não podemos mudar de lugar toda vez que uma pessoa faz algo que nos incomoda. Se o fizermos, vamos acabar correndo de um carro para outro no caminho de nossas vidas, perdidamente oprimidos e com raiva. De fato, um dos maiores ensinamentos da vida é precisamente aprender a lidar com as pessoas que nos incomodam. Com o passar do tempo, não apenas nos tornamos pessoas mais tolerantes, mas também aprendemos a nos concentrar nos aspectos positivos daqueles que nos rodeiam. 

Não se trata de sofrer passivamente, mas de se tornar mais sábio e mais equilibrado. Com o passar do tempo, entendemos que outras pessoas cometem erros e são imperfeitas, como nós, e aprendemos a nos concentrar nos pontos em comum e não nas diferenças. Assim tudo fica mais fácil.

Quando você não pode sobreviver sem as pessoas…

Há pessoas que gostaríamos de ter sempre ao nosso lado. Infelizmente, isso quase nunca acontece. Todo mundo tem sua própria estação e devemos aprender a deixá-las ir. É difícil, mas se não curarmos essa ferida, ela permanecerá continuamente aberta. Desta forma, não permitiremos que outras pessoas fantásticas se aproximem, pois cada vez que o fizerem, a ferida supurante arderá e nós recuaremos.

Essas novas pessoas não vão tomar o lugar daqueles que nos deixaram. Temos muito espaço em nossos corações para armazenar memórias e criar novos laços. Nós apenas temos que aprender a deixar ir e praticar o desapego um pouco mais. Se ficarmos presos nessa dor, o trem da vida continuará enquanto perdemos as belas paisagens e a companhia dos viajantes.

De fato, o grande mistério é que não sabemos em que época devemos viajar, e trancados nessa dor, podemos perder tudo o que temos para oferecer às pessoas que continuam ao nosso lado. Quando não podemos deixar ir aqueles que nos abandonaram, seja por nossa própria decisão ou por razões de vida, nossa viagem perderá seu significado e não valerá a pena.

Portanto, vamos fazer essa viagem contar. Não devemos apenas nos esforçar para criar boas lembranças para aqueles que estão ao nosso lado, mas também para nos fornecer boas lembranças. Tenha sempre em mente que há outra estação além, e você não sabe quando será a última. Portanto, aproveite cada momento da viagem.



Fonte indicada: Rincon de la Psicología


quinta-feira, 24 de novembro de 2016

SÓ UMA COISA PODE FAZER A OUTRA PESSOA MUDAR by Liliya Ahremchik




Sempre que eu acabava algum relacionamento conturbado, ficava um bom tempo presa ao passado e, mesmo quando percebia que aquilo não levaria à nada, achava que poderia mudar alguma coisa. Quando a euforia da última relação passou, comecei a notar todas as peculiaridades psicológicas da outra pessoa. No fundo, eu conhecia todas elas, mas, como a maioria das pessoas, achava que poderia mudar algumas delas. Procurava artigos sobre diferentes tipos de personalidades, natureza da imaturidade humana, formas de manipulação, etc. 

E, claro, compartilhava essas informações nas redes sociais para que ele também as lesse. Era como se eu estivesse dizendo «olha, está acontecendo isso, você é assim, e assim, e assim, e deve fazer isso, isso e isso».

Adivinha o que eu recebia em troca. Agressão e desprezo. Que outro tipo de reação você esperava? Quando você mostra a uma pessoa os seus defeitos, dói muito. Todos os comportamentos especiais são uma proteção psicológica em relação às feridas emocionais. São estratégias de comportamento desenvolvidas durante anos e que permitem que você viva de maneira cômoda sem ser uma pessoa completa.

Agora, posso dizer com total segurança que uma pessoa pode mudar. Isso mesmo, ela realmente pode mudar. Mas apenas em um caso (leia atentamente): QUANDO ELA MESMA QUISER.

Provavelmente você acha que pode motivar o seu amor a mudar de personalidade ou os costumes por você. Não se engane. Você não tem tanta influência, ninguém tem. Talvez a outra pessoa possa se adaptar um pouco às suas exigências, mas mudar a forma de pensar e de agir da outra pessoa, isso não. 

Apenas quando alguém se cansa de ser infeliz, de não ter ’sucesso’, de reclamar que a vida não é o que ela esperava, ou de qualquer outro problema. Ou talvez quando, em algum sonho, ela perceber alguma coisa nova que a faça entender que ela não gosta da própria vida. Neste caso sim, ela pode mudar.

Mas pode ser que você já esteja longe do epicentro da explosão. E é melhor assim, desta forma a explosão não te afetará. Porque aceitar que «eu mesmo causei tudo o que aconteceu» não é nada fácil. Em geral, culpamos quem temos ao lado pelos fracassos e pelos erros, ou alguém que estava próximo. Até que compreendemos — e isso leva tempo — que nós mesmos somos culpados pelos nossos erros. 

Donald Walsch escreveu: «a melhor coisa que podemos fazer pela pessoa amada é deixá-la ser, para que ela tenha uma mostra maior de si mesma». Isso não é uma vergonha, não é um «vamos ver se você sobrevive sem mim». No final, cada um tem o direito de ser o que é. Mesmo que você, temporariamente, esteja junto dela (sim, temporariamente, porque nada é eterno), isso não te dá o direito de mudá-la.

Somos apenas responsáveis por nós mesmos. Nascemos sozinhos e deixaremos este mundo individualmente, cada um numa hora. Cada pessoa vive a própria vida.

A sua vontade pode apenas mudar a sua vida. Não tente ser uma espécie de Deus achando que tem o direito de influenciar o destino de outra pessoa. Deixe que ela decida e cuide de sua vida.

Alguns psicólogos defendem a seguinte ideia: não resolva um problema de um cliente até que ele peça. Na realidade, se ele não pedir ajuda, ele não é um cliente e o ideal é seguir a regra básica: não se meta onde não é chamado. Vale ressaltar que uma pessoa adulta e em sã consciência (claro que quem decide isso também não somos nós) é capaz de resolver os problemas dela ou pedir ajuda se não conseguir resolvê-los sozinha.

Transforme-se no criador do seu destino, isso é o melhor que você pode fazer. Se a pessoa ao seu lado quiser mudar, ela vai mudar. Ao realizar um sonho, você pode motivar e inspirar a pessoa ao seu lado. Se o seu caminho não parecer atrativo, tudo bem, ela vai achar o caminho dela. E você encontrará outra pessoa cuja jornada se alinhará à sua.



completando com um conto...


O CONTO DAS QUATRO ALMAS

Era uma vez quatro almas que nasceram na matéria. A primeira delas era um pouco mais esclarecida, e por isso, Deus lhe deu a missão de conduzir as outras três almas pelos caminhos da luz.

Logo após o nascimento, durante sua existência corporal, a primeira alma, mais esclarecida, foi ao encontro da segunda alma. Assim que a encontrou, pegou em sua mão e, de mãos dadas, a foi conduzindo pela escuridão. Após um tempo, apontou para ela o caminho da luz e a deixou seguir sozinha. Logo depois, foi ao encontro da segunda alma e fez a mesma coisa: pegou em sua mão e, de mãos dadas, a primeira alma conduziu a terceira alma pela escuridão, mostrando depois o caminho a ser seguido para a luz.

Assim que deixou a terceira alma, a primeira alma foi ao encontro da quarta e última alma que ela deveria auxiliar na vida corpórea. Fez exatamente o mesmo das duas primeiras: pegou em sua mão e, de mãos dadas, ambas começaram a caminhar juntas. No entanto, a quarta alma deu dois passos e logo depois parou. A primeira alma disse: “Vamos. Eu te mostrarei o caminho”. Mas a quarta alma retrucou: “Não quero ir. Prefiro permanecer aqui mesmo”.

A primeira alma insistiu: “Procure entender que aqui só existe escuridão. Mas há um lugar melhor para todas nós, almas de Deus, que é um local todo iluminado”. A quarta alma permaneceu irredutível e reafirmou: “Não me importo. Quero ficar aqui.”

Nesse momento, de mãos dadas, enquanto a primeira alma fazia força para frente, a quarta alma fazia força para trás, e força de uma anulava a força da outra. Acreditando saber o que é melhor, a primeira alma, ainda de mãos dadas, tentou convence-la e fez ainda mais força para que ambas seguissem, mas a quarta alma insistiu que preferia ficar, e por isso, fez mais força ainda para ficar onde estava. A primeira alma, mais esclarecida, acabou ficando presa nessa situação, de mãos dadas com a outra, tentando carrega-la e forçando seu caminhar, mas a quarta alma não queria de jeito nenhum seguir para a luz.

A vida material de ambas foi se esgotando, até que chegou ao fim. A primeira alma acabou ficando presa ao mundo, sem conseguir ir para a luz. A quarta alma também permaneceu presa à matéria, como era seu desejo. Por isso, as duas almas acabaram se transformando em fantasmas que perambulavam perdidas e erráticas pelo mundo astral da Terra.

Essa é uma lição que serve para todos nós. Aquele que pega na mão de uma pessoa e tenta leva-la ao melhor caminho, deve entender que o outro pode não querer ser ajudado e pode optar em permanecer estagnado onde está. Assim, quando damos a mão a alguém e essa pessoa não quer seguir em frente, o melhor é soltar sua mão e caminhar sem ela. Caso contrário, os dois ficarão estacionados, presos e o resultado será a perda de suas vidas.

Não jogue fora a sua vida tentando carregar os outros. Se a pessoa que você ama não quer se melhorar, solte sua mão e siga em frente. Não tente forçar a melhora do outro; não intente modificar alguém que não quer mudar; não imponha o desenvolvimento a ninguém. Respeite sua livre vontade de ficar onde está e não se melhorar. Se a pessoa não quiser caminhar, solte sua mão e caminhe você… Cada alma que vem a Terra é responsável apenas e tão somente pelo seu próprio destino. Ninguém pode forçar a caminhada daqueles que preferem ficar inertes e estacionados em seu próprio nível.

Hugo Lapa


quarta-feira, 23 de novembro de 2016

AGORA É CIENTÍFICO: PESSOAS MAL AMADAS SENTEM MENOS EMPATIA por Pâmela Carbonari



Cientistas descobrem a relação entre o “hormônio do amor” e a falta de sensibilidade aos problemas dos outros

Quando estamos apaixonados tudo é mil maravilhas. Não interessa se faz frio, calor ou se você perdeu o ônibus – o importante é estar com a pessoa amada. Não que seu parceiro ou parceira não tenha parte nessa sensação de plenitude, mas a grande responsável é a oxitocina, conhecida como hormônio do amor. A oxitocina é aquele sentimento de bem-estar quando abraçamos uma pessoa querida. Ela é produzida no hipotálamo e liberada quando nos ligamos emocionalmente a alguém – podem ser laços familiares, românticos e de amizade.

Além de interferir no estado de espírito, o “hormônio do amor” controla várias funções vitais do organismos como apetite, sede, sono, libido e controle de estresse. Quando o corpo não dá conta de produzir ocitocina o suficiente, a forma como a reagimos aos estímulos sociais é diretamente afetada, como lidamos com a nossa vida social. O que os cientistas não sabiam era que isso poderia interferir também no que sentimos por outras pessoas. Um novo estudo realizado pela Universidade de Cardiff, no Reino Unido, descobriu que pessoas com baixos índices de ocitocina sentem menos empatia pelos outros.

Os cientistas avaliaram 20 indivíduos com diabetes insipidus CDI, que acontece quando o corpo não consegue tratar corretamente os fluidos. Trata-se de uma disfunção hormonal em que não há produção ou liberação dos hormônios diuréticos. Pacientes com CDI têm taxas muito reduzidas de vasopressina, o hormônio responsável pela controle da urina, cuja estrutura é muito parecida com a da ocitocina. Eles também acompanharam 15 pessoas com hipopituitarismo, uma condição que diminui a liberação dos hormônios sintetizados na hipófise – e, consequentemente, também da ocitocina. Esses dois grupos de pacientes com níveis baixos de “hormônio do amor” foram comparados com 20 pessoas saudáveis.

Todos eles fizeram duas atividades para testar suas demonstrações de empatia com base em reconhecimento das expressões de emoções. Além dos testes, os cientistas também examinaram os voluntários para medir as taxas de ocitocina e perceberam que os dois grupos doentes foram os que tiveram os piores resultados nas tarefas de empatia e os níveis mais baixos do hormônio. Ou seja, quanto menos hormônio do amor no organismo, menos sensibilidade aos problemas e sofrimentos alheios.

A pesquisa, apresentada na conferência anual da Sociedade de Endocrinologia, em Brighton, é pioneira ao estudar seres humanos com ocitocina reduzida (hormonalmente falando, os “mal amados”) como resultado de problemas clínicos e não a partir de disfunções psicológicas como depressão e estresse, por exemplo.

Os cientistas querem replicar o estudo para comprovar se a reposição da substância pode ser uma boa saída para melhorar as condições psicológicas dos pacientes que sofrem com poucas doses do hormônio do amor no organismo. Suplementação de ocitocina para aqueles casos em que um abraço não resolve.


sábado, 9 de julho de 2016

PSICOPATAS E SOCIOPATAS (TPA) COMO IDENTIFICAR, SINTOMAS, DIAGNÓSTICOS, ETC



MORRO DE MEDO DE CONVIVER COM UM 
PSICOPATA E SOCIOPATA.
NÃO TENHO NENHUM PREPARO EMOCIONAL PARA ISSO.


QUE DEUS ME PROTEJA E AFASTE DA MINHA VIDA E DOS QUE EU AMO ESTAS PESSOAS PROBLEMÁTICAS, MANIPULADORAS, SEM EMPATIA, ETC. TENHO PAVOR DESTAS PESSOAS COM ESTE TRANSTORNO DE PERSONALIDADE ANTI-SOCIAL (TPA), PSICOPATIA OU SOCIOPATIA.

Roberta Carrilho





Principais Sintomas


1. - Encanto superficial e manipulação
Nem todos psicopatas são encantadores, mas é expressivo o grupo deles que utilizam o encanto pessoal e, conseqüentemente capacidade de manipulação de pessoas, como meio de sobrevivência social.Através do encanto superficial o psicopata acaba coisificando as pessoas, ele as usa e quando não o servem mais, descarta-as, tal como uma coisa ou uma ferramenta usada. Talvez seja esse processo de coisificação a chave para compreendermos a absoluta falta de sentimentos do psicopata para com seus semelhantes ou para com os sentimentos de seu semelhante. Transformando seu semelhante numa coisa, ela deixa de ser seu semelhante.O encanto, a sedução e a manipulação são fenômenos que se sucedem no psicopata. Partindo do princípio de que não se pode manipular alguém que não se deixe manipular, só será possível manipular alguém se esse alguém foi antes seduzido.

2. - Mentiras sistemáticas e Comportamento fantasioso
Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada.O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, nem sequer sente desprazer quando mente. E mente, muitas vezes, sem nenhuma justificativa ou motivo.Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de suicídio, etc. É comum que o psicopata priorize algumas fantasias sobre circunstâncias reais. Isso porque sua personalidade é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade é narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro.

3. - Ausência de Sentimentos Afetuosos

Desde criança se observa, no psicopata, um acentuado desapego aos sentimentos e um caráter dissimulado. Essa pessoa não manifesta nenhuma inclinação ou sensibilidade por nada e mantém-se normalmente indiferente aos sentimentos alheios.Os laços sentimentais habituais entre familiares não existem nos psicopatas. Além disso, eles têm grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros mas, havendo interesse próprio, podem dissimular esses sentimentos socialmente desejáveis. Na realidade são pessoas extremamente frias, do ponto de vista emocional.

4. - Amoralidade

Os psicopatas são portadores de grande insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente juízo e consciência morais, bem como noção de ética.

5. - Impulsividade

Também por debilidade do Superego e por insensibilidade moral, o psicopata não tem freios eficientes à sua impulsividade. A ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos à falta de sentimentos morais, impulsiona o psicopata a cometer brutalidades, crueldades e crimes. Essa impulsividade reflete também um baixo limiar de tolerância às frustrações, refletindo-se na desproporção entre os estímulos e as respostas, ou seja, respondendo de forma exagerada diante de estímulos mínimos e triviais. Por outro lado, os defeitos de caráter costumam fazer com que o psicopata demonstre uma absoluta falta de reação frente a estímulos importantes.

6. - Incorrigibilidade

Dificilmente ou nunca o psicopata aceita os benefícios da reeducação, da advertência e da correção. Podem dissimular, como dissemos, durante algum tempo seu caráter torpe e anti-social, entretanto, na primeira oportunidade voltam à tona com as falcatruas de praxe.

7. - Falta de Adaptação Social

Já nos primeiros contatos sociais o psicopata, desde criança, manifesta uma certa crueldade e tendência a atividades delituosas. A adaptação social também fica comprometida, tendo em vista a tendência acentuada do psicopata ao egocentrismo e egoísmo, características estas percebidas pelos demais e responsável pelas dificuldades de sociabilidade.Mesmo no meio familiar o psicopata tem dificuldades de adaptação. Durante o período escolar tornam-se detestáveis tanto pelos professores quanto pelos colegas, embora possam dissimular seu caráter sociopático durante algum tempo. Nos empregos a inconstância é a característica principal.

Mandamentos dos Psicopatas:



1- Zelais apenas pelos vossos interesses;
2 - Não honreis a mais ninguém além de vós;
3 - Fazei o mal, mas fingi fazer o bem;
4 - Cobiçai e procurai fazer tudo o que puderdes;
5 - Sede miseráveis;
6 - Sede brutais;
7 - Lograi o próximo toda vez que puderdes;
8 - Matai os vossos inimigos;
9 - Usai a força em vez da bondade ao tratardes com o próximo;
10 - Pensai exclusivamente na guerra.

Maquiável 


Compreender melhor o funcionamento dos psicopatas é uma tarefa de importância vital para a humanidade
Acorrei, espíritos que velais sobre os pensamentos mortais! Tirai-me o sexo e, dos pés à cabeça, enchei-me até transbordar da mais implacável crueldade! Fazei que meu sangue fique mais espesso; fechai em mim todo acesso, todo caminho à piedade, para que nenhum escrúpulo compatível com a natureza possa turvar meu propósito feroz, nem possa interpor-se entre ele e a execução! Vinde a meus seios e convertei meu leite em fel, vós gênios do crime, do lugar de onde presidis, sob substâncias invisíveis, a hora de fazer o mal! Vem noite tenebrosa, envolve-te com a sombria fumaça do inferno para que meu punhal agudo não veja a ferida que ele vai fazer e para que o céu, espiando-me através da cobertura das trevas não possa gritar-me: "pára! pára!". Lady Macbeth, nos momentos que antecedem ao assassinato do rei Duncan, que dorme em seu castelo como hóspede. (A tragédia de Macbeth.William Shakespeare).
A citação que abre esta publicação, proveniente de uma peça teatral, mostra de uma forma vigorosa e dramática aspectos profundos do tema que trataremos agora.

Compreender melhor o funcionamento dos psicopatas é uma tarefa de importância vital para a humanidade. O número de portadores deste transtorno cresce vertiginosamente e eles se infiltram em todos os âmbitos do tecido social, do direito à medicina, da polícia ao mundo dos negócios e principalmente na política.

O resultado é a condição de total insegurança que vivemos nas ruas, no transito e dentro de nossas casas. A ação de psicopatas dentro de grandes empresas quebram a confiança de acionistas e investidores que não acreditam nos dados fornecidos pelas empresas e em seus auditores. O acionar dos psicopatas no mundo da política tornou o mundo mais empobrecido e sem perspectivas para bilhões de seres humanos. É do contingente dos portadores deste transtorno que saem os autores dos piores crimes contra a humanidade embora um grande número deles não cheguem a cometer crimes violentos. 

Os psicopatas são seres atormentados e que fazem sofrer outros seres humanos muito mais do que eles próprios sofrem, por razões que ficarão mais claras neste estudo. São seres muito destrutivos em suas relações com o ambiente, com eles próprios e principalmente com as pessoas com quem se relacionam. A sua conduta predatória os transforma no maior inimigo do ser humano. É muito importante delimitar o conceito de psicopatia para que não se torne um rótulo aplicado indiscriminadamente, como já ocorreu com opositores de regimes totalitários e com seres humanos levados à delinquência como última possibilidade de sobrevivência.

- Conceito de psicopatia e seu desenvolvimento histórico
Nos estudos médicos sobre este transtorno são usados como sinônimo de psicopatia as denominações de sociopatia e transtorno de personalidade anti-social (TPA). Esta última denominação é a mais usada nos textos científicos.

O conceito atual de psicopatia refere-se a um transtorno caracterizado por atos anti-sociais contínuos (sem ser sinônimo de criminalidade) e principalmente por uma inabilidade de seguir normas sociais em muitos aspectos do desenvolvimento da adolescência e da vida adulta. Os portadores deste transtorno não apresentam quaisquer sinais de anormalidade mental (alucinações, delírios, ansiedade excessiva, etc.) o que torna o reconhecimento desta condição muito difícil. Até chegarmos ao conceito atual foi necessário o trabalho de inúmeros pesquisadores. Pinel, a partir da observação de que existiam indivíduos que se comportavam de modo irracional ou inapropriado, publicou um trabalho em 1806 sobre esta forma de "loucura" e usou a denominação manie sans delire (insanidade sem delírio).Um médico inglês, Prichard (1835) introduziu o conceito de insanidade moral. Depois estudiosos alemães introduziram a noção de "inferioridade constitucional" dos psicopatas.

Nas décadas de 30 e 40 os clínicos, com uma orientação psicodinâmica, estudaram o transtorno e ressaltaram a dimensão social do transtorno devido à perspectiva cultural que dominava à época. Nesta etapa nasceu a denominação sociopata. A nossa época contribuiu com os exames de imagem e funcionais do sistema nervoso, altamente sofisticados e chegamos ao conceito atual, mais neutro, de transtorno de personalidade anti-social ( TPA ).

- Quais os critérios que os médicos seguem para diagnosticar o TPA?
Grande parte da comunidade científica adota os critérios do Manual Estatístico e Diagnóstico da Associação Psiquiátrica Americana que afirma:

Critérios diagnósticos para o transtorno de personalidade antissocial. 
A - Existe um padrão de desrespeito e violação dos direitos dos outros, ocorrendo desde a idade de 15 anos, como indicado por três (ou mais) dos seguintes: 
  • falhas em adaptar-se às normas sociais que regem os comportamentos legais, indicadas pela repetição de atos que são motivos para prisão. 
  • propensão para enganar, indicada por mentiras repetitivas, uso de codinomes e manipulação dos outros para benefício ou prazer pessoal. 
  • impulsividade ou falha em planejar o futuro. 
  • irritabilidade e agressividade, indicado por brigas e agressões repetitivas. 
  • desrespeito negligente pela própria segurança ou dos outros. 
  • irresponsabilidade, indicada por falhas repetitivas em sustentar um trabalho consistente ou honrar obrigações (financeiras ou morais). 
  • falta de remorso, indicado pela indiferença ou racionalização ao ter maltratado alguém ou roubado alguma coisa.
B - O indivíduo tem pelo menos 18 anos de idade.

C - Há evidências de transtornos de conduta com início antes dos 15 anos de idade.

D - A ocorrência do comportamento anti-social não é exclusiva do curso da esquizofrenia ou de um episódio maníaco.

- Com critérios tão claros é fácil fazer o diagnóstico de TPA durante a consulta médica? 
Não é nada fácil uma vez que o portador de TPA é um mentiroso contumaz. Não existe profissional de saúde mental que não tenha sido enganado por um psicopata. Em geral têm uma boa apresentação, falam bem e são muito convincentes.

- O que pode ajudar a diminuir a enganação?
O profissional que dispõe de informações provenientes de familiares, de amigos, de registros hospitalares ou fornecidos por autoridades pode confrontar o paciente com suas mentiras, às vezes abrindo as portas para o início de uma relação terapêutica com um mínimo de sinceridade e às vezes deixando o paciente furioso e nada propenso a voltar ao médico. 

- Podemos então dizer que os psicopatas criam situações clínicas difíceis? 
Não existe outro grupo de transtornos mentais que seja tão interessante e tão frustrante para os clínicos. O enigma de pessoas tão hábeis para algumas coisas e tão incapazes para outras levanta questões de uma complexidade fantástica, mas a falta de continuidade nos contatos (como veremos na parte dedicada ao tratamento) limita muito as possibilidades de compreensão e estudo desta condição. 

Todos os portadores de TPA tentam ocultar do médico os seus problemas com os relacionamentos, com a dificuldade de trabalhar e com a lei? 
Não. É impossível generalizar ao falar de TPA. Cada um tem a sua peculiaridade e recursos diferentes, traduzindo a noção de um grupo heterogêneo de transtornos. Alguns falam abertamente de seus comportamentos delinquentes e de sua dificuldade de viver. Quando abrem o seu mundo interior à inspeção (o que ocorre muito raramente) podemos ver uma mente estéril, dominada pelo tédio e ausência de valores e objetivos de vida. Nestas circunstâncias podemos compreender, diante deste vazio, a busca desesperada de estímulos e sensações, ainda que com o risco da própria vida e mais comumente da vida dos outros. 

- Qual é a causa do TPA? (Transtorno de Personalidade anti-social) 
Não existe uma causa única que determine o TPA. É um transtorno multideterminado o que significa que é o resultado de uma somatória de fatores. 

- Quais são estes fatores? 
Fatores genéticos (os parentes em 1º grau do portador tem 5 vezes mais possibilidades de desenvolver o transtorno que pessoas da população em geral). Fatores próprios da mente de cada indivíduo; cada pessoa tem uma conformação própria que é resultado da interação de fatores inatos com as experiências e relações de cuidados (físicos e afetivos) no início da vida. Há internalizações dos vínculos primários, o que ocorre de forma diferente em cada indivíduo, determinando que cada pessoa tenha uma arquitetura interior diferente. Fatores de ordem neurológica, que mostram alterações já bem estudadas do sistema nervoso. 

Fatores de ordem social também participam. Vivemos uma época que aspira liberdade e distância de imposições autoritárias e isto influencia o desenvolvimento dos psicopatas. Os psicopatas interpretam a falta de normas que temos no mundo atual como licença para violentar os direitos dos outros e não como espaço para a cidadania. 

- A vida familiar também influencia na TPA? 
Sim. Exerce uma grande influência na formação de uma mente perturbada. Grande parte dos portadores de TPA vem de famílias muito perturbadas em que os pais, com frequência também são portadores de TPA. Muitos dos portadores foram vítimas de violência física e abusos sexuais dentro de suas próprias casas.Por outro lado, o surgimento de um filho com as perturbações de comportamento que mais tarde se cristalizarão com TPA, tem um efeito devastador sobre a família e pais que, em outras circunstâncias poderiam ser até razoáveis, perdem o controle do processo educativo e chegam a ficar descontrolados na tentativa de realizar a educação de um filho impossível de ser educado. 

- Podemos concluir que há um verdadeiro círculo vicioso na formação de novos psicopatas? 
Sim. Uma pessoa agredida e tratada com violência desde cedo na vida e mais tarde desenvolvendo o TPA será um agressor violento de seus filhos e reproduzirá o inferno no qual viveu a sua infância . Em geral eles têm muitos filhos porque constituem relações de casamentos muito precoces e muito perturbados, com muitas traições, mentiras, brigas violentas e rupturas das ligações que não são profundas. Ao quebrar-se o vínculo precário o portador de TPA em geral abandona os filhos e inicia outra vez com outra pessoa o mesmo ciclo. Como não tem sentimentos de compaixão com nenhum ser humano não há problemas de culpa pelo abandono dos filhos. A falta de sentimento de responsabilidade por seus atos faz com que eles acreditem que os filhos que eles trouxeram ao mundo são de responsabilidade da sociedade, da qual eles não se sentem partes. 

- Seria então um meio de prevenir o aumento de portadores de TPA evitar que estas pessoas tivessem tantos filhos? 
Sabemos que mesmo crianças que são criadas em lares estáveis, com boas relações afetivas podem vir a desenvolver o TPA. As que se originam de famílias enlouquecidas têm poucas chances de escaparem. Orientar os portadores de TPA para evitarem a gravidez, oferecer-lhe suporte nas épocas de maior crise, quando estão saindo de casa e tentando encontrar um lugar no mundo com uma mente inadequada, é um fator de prevenção. Estas medidas de prevenção encontram oposição em setores hipócritas da sociedade e de algumas religiões que acham que todos devem se reproduzir, em qualquer circunstância, ainda que os filhos gerados não venham a conhecer nada além do inferno da loucura, miséria e doença.

- É grande o número de portadores de TPA na nossa sociedade? 
É praticamente impossível determinar na população em geral o número de indivíduos portadores de TPA. É grande a diferença de um para outro e eles se disfarçam e mentem muito. Em populações específicas, que ficam confinados estes estudos se tornaram realizáveis e são da ordem de 20% dos internados em hospitais psiquiátricos e 70% da população carcerária. Na população em geral o número estimado é de 2 a 3%, sendo a proporção homens mulheres 3 para homens para 1 mulher. Em resumo, não temos dados satisfatórios neste setor e não sabemos nem mesmo qual a proporção de portadores de TPA que chegam ao serviços médicos. 

- Quando os portadores de TPA são punidos por desobedecer leis e violentar os direitos dos outros eles passam por modificações? 
Eles não se beneficiam de punições e castigos e hoje se considera verdadeira a antiga afirmação de que portadores de TPA não aprendem com a experiência. O comportamento anti-social é repetitivo com ou sem punições. 

- Os modernos métodos de investigação neurológico ajudam a esclarecer porque os portadores de TPA não aprendem com a experiência, mesmo a maioria tendo uma inteligência próxima da normal? 
Os exames que se utilizam da tecnologia mais avançada como ressonância nuclear magnética, tomografias computadorizadas, tomografias computadorizadas com emissão de positrons e mapeamento topográfico cerebral entre outros, mostram uma elevada ocorrência de alterações no lobo frontal do cérebro (a parte do nosso cérebro que controla as condutas de relacionamentos com os nossos semelhantes) e anormalidades em áreas de controle das emoções (daí a irritabilidade e às vezes ataques de fúria). O cérebro dos portadores de TPA funciona de uma maneira lentificada com pobre estimulação interna (daí a busca de situações que criem emoções fortes, mesmo perigosas) e são cérebros considerados como pouco amadurecidos (dificuldade de aprendizagem, mesmo com punições). Um provável amadurecimento cerebral explicaria porque muitos portadores de TPA estabilizam e até diminuem a sua perturbação em sua 3º ou 4º década de vida , ocorrência que é denominada de "desgaste". 

- Como é a vida profissional de um portador de TPA? 
Os que chegam a constituir uma certa carreira profissional e tem muito entrecortado por demissões, problemas com superiores, problemas com condutas ilegais e de convivência com colegas. Não chegam a postos mais elevados e constantemente têm problemas financeiros, reforçando o lado parasitário e predador deste transtorno. Outros nem isto conseguem e sobrevivem de tráfico de drogas, prostituição, roubos e sequestros. É o que conseguem com uma mente nada sofisticada e nenhum entendimento do mundo afetivo das pessoas que têm os sentimentos normais. Aqueles que têm uma mente mais sofisticada chegam a ter sucesso momentâneo em profissões liberais, nas atividades empresariais e sobretudo na política. Mas é só questão de tempo para a queda. Não é possível enganar a todos o tempo todo. 

- Tendo noção do que é um psicopata como podemos nos proteger de sua ação predatória? 
Como um todo social tivemos nas últimas eleições uma experiência de rejeitar nas urnas predadores e enganadores notórios, mostrando que o conhecimento das práticas destes indivíduos traz a rejeição e a consequente proteção.No nível individual devemos ter mais observação e conhecimento das pessoas que nos cercam (os psicopatas sempre fazem referência à ingenuidade das vítimas de seus golpes). Só a prevenção funciona, uma vez caímos em um golpe não há como revertê-lo. Quando convivemos com pessoa que não tem nenhuma identificação com os sentimentos e valores humanos só a distância e limites pode representar a proteção. 

- Com tantos psicopatas gerenciando negócios e empresas como não ser vítima? 
O grande recurso é a informação. Uma empresa que é dirigida por um psicopata vai cometer muitas falhas que irão para os órgãos de defesa do consumidor e de imprensa.Se você lê jornais não comprará um apartamento de uma construtora que usou areia do mar em suas obras, matando, desabrigando e lesando inúmeras pessoas. A informação protege e a distância dos psicopatas e seus "negócios" também. O único temor dos psicopatas é serem denunciados. Uma vez conhecida a sua maneira de agir o jogo acaba. 

- Porque os portadores do TPA não temem a justiça? 
Não a temem porque não têm as emoções normais de um ser humano. Quando envolvidos em questões legais assistem com indiferença os processos, como se não tivessem envolvidos.Quando adquirem muito dinheiro com sua atividade predatória, usam estes recursos para escapar das consequências de seus atos, além de grandes promessas de mudança e arrependimento que às vezes sensibilizam os encarregados da justiça. Quando não têm recursos financeiros e são condenados isto não tem importância. Vão para a prisão onde eles organizam facções criminosas, usam e vendem drogas, recebem entregas de alimentos e "visitas íntimas". Eles não se sentem nada penalizados e a única coisa que eles temeriam fica muito afastada deles: o trabalho. 

- Há tratamento para estes transtornos? 
Os tratamentos para o TPA na maioria das vezes resultam em nada. O emprego do psicofármacos é limitado pelo risco de dependência e as psicoterapias dão pequeno resultado, em função de que os pacientes têm uma mente limitada que não aprende com a experiência. As mudanças que podem ocorrer são muito pequenas e ocorrem em prazos muito longos. Poucos pacientes e terapeutas conseguem esperar que isto ocorra, e há um grande desestímulo neste setor. Muitos terapeutas rejeitam os pacientes com esta condição. 

- Então é muito pouco o que pode ser feito em termos de tratamento? 
Com esta perspectiva tão limitada às vezes o tratamento consegue ajudar a um ou outro portador de TPA a deixar álcool e drogas, o que já é um beneficio. É função do terapeuta orientar os familiares que terão que conviver sempre com o portador de TPA como minimizar o efeito destrutivo desta patologia. É muito importante que os pais não neguem os problemas de conduta que um filho comece a apresentar, coloquem limites e procurem ajuda para lidar com o problema. A intervenção precoce tem mais possibilidade de ajudar a obter alguma melhora do que quando o problema já está consolidado (após a idade de 18 anos). 

- Como poderíamos resumir o tema que foi estudado nesta publicação? 
Os aspectos essenciais do estudo do TPA (psicopatia ou sociopatia) são: um transtorno de natureza crônica que inicia-se como transtorno de conduta em torno de 15 anos e consolida-se como TPA aos 18 anos. Atinge mais homens do que mulheres, tem componentes genéticos, familiares, neurológicos e sociais. 

O número de seus portadores aumenta muito na sociedade atual. Os portadores de TPA tem uma inteligência média e alguns são muito inteligentes. Usam muito os recursos verbais e são muito convincentes nas suas argumentações.Tem alterações no lobo frontal (a parte do cérebro que controla o relacionamento com as pessoas) e nos circuitos que controlam as emoções. Estas alterações fazem com que sejam agressivos, irritadiços e estabeleçam relações muito perturbadas. Muitos cometem crimes violentos (a maioria não) e são conhecidos os casos de matadores em série, terroristas e líderes do crime organizado. 

Uma parte dedica-se a atividades predatórias do ser humano, tendo a enganação como elemento essencial. As possibilidades de tratamento são limitadas pois os portadores de TPA não estabelecem vínculos firmes e duradouros e não aprendem com a experiência. 

Quando punidos não aprendem com a experiência, voltando a cometer crimes e violar os direitos dos outros. Não sentem culpa com os atos anti-sociais que cometem e sempre têm explicações e racionalizações. Às vezes chegam a dizer que "matei por amor", abandonei por que foi preciso eu tinha que fazer isto". São pessoas extremamente frias e calculistas. Colocam nos outros (projetam) aspectos detestáveis da sua mente e sentem uma espécie de triunfo e grandiosidade quando enganam ou agridem alguém. 

As medidas de prevenção não são muitas e consistem em ajudar aos portadores a não se reproduzirem com o excesso que lhes é peculiar, com medidas de apoio. A nível individual a proteção é o conhecimento e boa observação das pessoas com os quais convivemos e com quem fazemos transações comerciais. A sociedade como conjunto pode escolher melhor os políticos que vão representá-la eliminando os predadores velhacos. 

Dr. Osvaldo Lopes do Amaral 
Diretor Clínico do INEF 



Entrevistas com Psicopatas 
Não, não temos sentimentos éticos e altruístas; 
Nem sentimentos de culpa e de vergonha; 
Sim, abusamos de mentiras e insinceridade; 
Sim, mascaramos atos amorais; 
Não, jamais admitiremos erros; 
Sim, ignoramos regras éticas; 
Sim, fazemos intrigas; 
Sim, fazemos uso de manipulação e chantagem; 
Sim, não temos remorsos; 
Sim, somos promíscuos; 
Sim, somos irresponsáveis; 
Não, não nos responsabilizamos por nossas ações; 
Sim, faremos de tudo para alcançarmos nossos objetivos; 
Sim, somos racionais articuladores; 
Sim, estaremos sempre impunes; 
Sim, queremos destruir vocês; 
Não, suas emoções não nos incomodam; 
Não, não temos princípios; 
Sim, queremos derrubar todos os valores; 
Sim, somos irreconhecíveis; 
Sim, somos transgressores; 
Sim, somos indiferentes aos seus sentimentos; 
Sim, nossa mente é cruel; 
Sim, sabemos representar; 
Sim, somos predadores; 
Sim, vocês são as presas; 
Sim, queremos o poder; 
Sim, somos perversos; 
Sim, somos superiores; 
Sim, somos psicopatas; 
Não, não existe tratamento... 

Porque os portadores do TPA não temem a justiça? 
Não a temem porque não têm as emoções normais de um ser humano. Quando envolvidos em questões legais assistem com indiferença os processos, como se não tivessem envolvidos. Quando adquirem muito dinheiro com sua atividade predatória, usam estes recursos para escapar das consequências de seus atos, além de grandes promessas de mudança e arrependimento que às vezes sensibilizam os encarregados da justiça. 

Quando não têm recursos financeiros e são condenados isto não tem importância. Vão para a prisão onde eles organizam facções criminosas, usam e vendem drogas, recebem entregas de alimentos e "visitas íntimas". Eles não se sentem nada penalizados e a única coisa que eles temeriam fica muito afastada deles: o trabalho. 

Personalidade Psicopática 

Personalidade Psicopática, Sociopata, Personalidade Anti-social ou Dissocial ? 
Alguns autores não vêem como sinônimo, a Personalidade Psicopática e a Personalidade Anti-social. A Personalidade Anti-social, segundo os autores que a diferenciam da psicopática, se constitui num caso mais franco, declarado e aberto de anomalias no relacionamento, ou seja, menos dissimulado e teatral que a psicopática. Essas pessoas costumam ser mais impetuosas, contestam com mais franqueza as normas sociais, criam mais transtornos e animosidades com os demais e, por fim, estão mais associados aos fatores de criminalidade que os psicopatas. 

De acordo com essa visão, os psicopatas costumam ser até mais perigosos que os sociopatas, tendo em vista sua maneira dissimulada de ocultar a índole contraventora. Os sociopatas atentam contra as normas sociais mais abertamente que os psicopatas. 

Para nós, e creio que academicamente também, será benéfico tomar o sociopata e o psicopata como a mesma ocorrência. 

Esses casos de Personalidades Anti-sociais e a CID.10 de Personalidades Dissociais, ambos afastando-se da denominação Psicopata. Isso se deve, exclusivamente, à natureza etimológica da palavra. 

Por uma questão de coerência, assim como a cardiopatia significa qualquer patologia que acontece sobre o coração, o termo psicopatia deveria referir-se a qualquer patologia psíquica. Portanto não é correto, etimologicamente, chamar de psicopatas apenas os sociopatas. 

(Veja esses transtornos no DSM.IV e na CID.10 como Personalidade Dissocial). 
http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?sec=91&art=149 

A mente do Psicopata


O neurologista americano Jonathan Pincus diz que um assassino frio é fruto de doenças mentais, danos neurológicos e abuso infantil - Rodrigo Cavalcante 
Imagine se você tivesse que trabalhar frente a frente com um dos mais perigosos assassinos do seu país. Esse é o trabalho do neurologista americano Jonathan Pincus, que, em 25 anos de profissão, já conversou com mais de 150 psicopatas em busca dos motivos que os levaram a cometer crimes cruéis. Chefe de Neurologia do Hospital dos Veteranos de Washington e professor de Medicina na Universidade Georgetown, ele esteve ao lado de gente como Kip Kinkell, o estudante de 15 anos que chocou o mundo em 1998 depois de matar o pai e a mãe e metralhar os colegas de escola em Springfield, Oregon, Estados Unidos. Autor do livro Base Instincts – What Makes Killers Kill (Instintos básicos – O que faz matadores matarem, inédito no Brasil), ele diz que é uma simplificação dizer que a pobreza é a causa dos crimes cruéis. 

Super – Em seu livro, você diz que doenças mentais, danos neurológicos e abusos infantis estão presentes na formação de um assassino frio. Isso é verdade em todos os casos? 
Somados, esses três fatores estão presentes em dois terços dos assassinos cruéis. Nos outros casos, você encontra pelo menos uma ou duas dessas causas. É claro que a doença mental, sozinha, não é suficiente para causar a violência – já que a imensa maioria dos doentes mentais não são violentos, assim como inúmeras pessoas que sofreram danos neurológicos. Também é claro que a experiência de ter sofrido o abuso infantil nem sempre basta para acionar a violência. Mas, quando estão juntos, esses fatores minam a capacidade do cérebro de conter os impulsos da violência. 

O senhor nunca esteve ao lado de um assassino sem esses pré-requisitos? 
Recentemente estive horas com Russell Weston, que atirou e matou dois guardas dentro do Capitólio dos Estados Unidos, o prédio do Congresso americano. Ele não tinha danos neurológicos e acredito que não sofreu abuso na infância. Mas, alguns anos antes, em Montana, ele já havia estado em uma instituição mental por ouvir vozes. Há pessoas que são neurologicamente sadias e que, ao tomar drogas, ficam alucinadas e matam. Mas esses casos são raros e é preciso investigar com cuidado. As pessoas tendem a minimizar ou negar que sofreram abuso infantil. Em alguns casos, precisei de um esforço extraordinário para saber o que realmente ocorreu. Estive com um homem que estuprou e matou uma mulher. Quando tinha oito anos, ele havia sido estuprado por um tio. Sua irmã viu o abuso – ela também foi violentada. O criminoso chegou a afirmar que não gostava desse tio mas não sabia a origem da repulsa. 

Você não acredita que uma pessoa normal possa cometer crimes violentos? 
Eu ainda não vi um caso desses. Há 25 000 assassinatos nos Estados Unidos todos os anos. Eu estudei só 150. Talvez seja uma questão de amostra. Por outro lado, 150 é um bom número. Ainda não temos como explicar por que algumas pessoas são vulneráveis e não são violentas. Mas há momentos em que, se você tem alguns dos problemas que citei, estará mais propenso a agir dessa forma. 

Psicopatas têm livre-arbítrio? 
Têm. A diferença é que o escopo desse livre-arbítrio é mais restrito. Imagine um psicopata como uma espécie de compositor que escreve uma sinfonia e precisa de uma orquestra para apresentar seu trabalho. A apresentação da orquestra é terrível. Você pode imaginar que o problema está no compositor, mas descobre que a orquestra está cheia de instrumentos quebrados. O cérebro de um psicopata é como uma orquestra com instrumentos quebrados por doença mental, danos neurológicos e traumas de abuso infantil. Para que sua apresentação não fosse tão ruim, o compositor teria que ter se esforçado mais do que as outras pessoas para não cometer alguns desses atos de violência. A punição deve levar em conta que havia fatores que ele não controlava – acho que a pena de morte nesses casos é muito severa. Mesmo assim, ele tinha algum discernimento sobre os seus atos. 

Um psicopata pode ser reabilitado? 
Não. 

Se não há recuperação, como o Estado deve lidar com essas pessoas? 
Prendendo-as num ambiente com psiquiatras e medicação apropriada. 

Por que psicopatas não sentem remorso? 
Remorso é algo que vem do nosso cérebro, assim como todos os nossos sentimentos e pensamentos. Quando o cérebro está danificado, a capacidade de sentir remorso também fica danificada. Um assassino frio até sabe que está errado. A diferença é que ele não consegue sentir que está errado. 

A genética tem algum papel na predisposição para algum comportamento criminoso? 
Não acredito que os genes sejam responsáveis. Apenas no sentido limitado de que algumas doenças psiquiátricas são genéticas. Alguns estudos feitos na Escandinávia compararam o comportamento de filhos biológicos e filhos adotados para ver se poderia haver algum traço hereditário de violência. O resultado mostrou que quando os filhos de pais violentos crescem ao lado de pais não-violentos eles não mostram nenhuma tendência para a violência. Mas quando os pais adotivos são violentos, as crianças sempre se tornam agressivas. 

Há como descobrir se alguém vai se tornar um criminoso no futuro? 
Não. Há um homem chamado Joel Rifkin que matou 16 prostitutas em Nova York. Ele matou a primeira quando tinha 32 anos e agora está preso. Se eu tivesse visto ele antes dos 32 anos, poderia ter concluído que ele tinha problemas neurológicos, sofreu abuso infantil e tinha fantasias estranhas com prostitutas... Ele nunca havia sido violento antes, embora houvesse pensado em matar pessoas durante um bom tempo. Mas você não pode punir pessoas por suas fantasias. Seria difícil também prever seus atos já que nem todas as pessoas com esses três fatores são violentas. 

Não há nada a fazer? 
Acho que a sociedade pode se concentrar na luta contra a violência e o abuso infantil – é aí que está a relação entre pobreza e a formação de assassinos, uma vez que a violência infantil é mais comum em regiões pobres. Isso tem que se tornar algo inaceitável – e não uma questão particular sobre o jeito que cada um trata seus filhos. A sociedade tem um grande papel para evitar o abuso sexual e a violência – identificando pessoas que são violentas com crianças para reeducá-las. Alguns casos são resultado de pura ignorância. Um exemplo é uma mãe segurando um bebê que começa a chorar. Ela troca a fralda da criança e o bebê continua chorando. Põe a mamadeira e a criança não pára de chorar, já que não está com fome. Frustrada, a mãe sacode a criança. Hoje, sabemos que esses atos podem causar danos cerebrais. 

Filmes e jogos eletrônicos violentos podem incentivar atos de violência? 
Duvido. A não ser que a pessoa já seja vulnerável. Conheci assassinos que assistiram ao mesmo filme de horror dezenas de vezes e fizeram algo muito similar ao que viram no filme. Quando você investiga, descobre que o verdadeiro horror em suas vidas havia acontecido antes de assistirem ao filme – quando foram violentados, por exemplo. Ou seja: pessoas vulneráveis podem ser influenciadas, mas não pessoas normais. 

Jonathan Pincus 
• Chefe de Neurologia do Hospital de Veteranos de Washington e professor da Escola de Medicina da Universidade de Georgetown 

Em 25 anos de carreira, esteve cara a cara com mais de 150 assassinos frios. Entre eles, Kip Kinkell, que matou os pais e atirou nos colegas de Escola em Sprinfield, Oregon

"A pobreza não pode ser usada como a principal explicação para os crimes cruéis" 

Na Super Interessante Endereço desta matéria:
http://www.superinteressante.com.br/superarquivo/2002/conteudo_249072.shtml

Mentes Perigosas
Entrevista com a médica psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva sobre psicopatia, tema do livro de sua autoria Mentes Perigosas: o psicopata mora ao lado. 

Programa: Sem Censura - TVE Brasil
Apresentação: Leda Nagle
Participação: Gloria Perez
Exibido em 06-11-2008


PSICOPATA



SOCIOPATA LEVE A MODERADO= 100% HK (PREdaDOR)



Ana Beatriz Barbosa consultora de novela diz que psicopatia é incurável e esquizofrênico tem cura

A maldade e a frieza da psicopata Yvone (Letícia Sabatella), personagem da novela Caminho das Índias, habita entre nós, na vida real. A cada 25 pessoas, uma é perversa, desprovida de culpa e capaz de passar por cima de qualquer ser humano para satisfazer os próprios interesses. Os psicopatas são 4% da população. E não há cura para eles. 

Psicopata Yvone (Letícia Sabatella)

Quem afirma isso é a psiquiatra Ana Beatriz Barbosa Silva, que é consultora da novela e ajudou a construir a personagem Yvone. A autora Glória Perez se inspirou em um livro da médica, "Mentes Perigosas – o psicopata mora ao lado", que já vendeu mais de 120 mil exemplares. 

Para Ana Beatriz, o grande desafio da novela é fazer a distinção entre o psicopata (Yvone - Letícia Sabatella) e o psicótico (Tarso, representado por Bruno Gagliasso), também chamado de esquizofrênico


Segundo a médica, a diferença principal é que o primeiro tem um déficit no campo das emoções, é incapaz de sentir amor ou compaixão e é indiferente em relação ao próximo; já o esquizofrênico, é o oposto: ele tem afeto em excesso, é extremamente sensível e, "de tanto sentir e não se expressar, ele enlouquece". E para a loucura, há tratamento.
"O psicopata não enlouquece nunca, pois ele não tem afeto.
Ele não é capaz de se botar no lugar do outro e tentar sentir a dor que ele provocou. Mas o problema dele não é cognitivo, a razão funciona bem e ele tem a capacidade plena de distinguir o que é certo e o que é errado. Ele tem certeza que está infringindo a lei, mas não se importa com isso e até calcula os danos para saber o custo-benefício da ação", explica a psiquiatra. 

Tratamento da esquizofrenia 
A psiquiatra acredita que a principal mensagem da novela é que a esquizofrenia tem cura e precisa ser tratada com rapidez. Após o primeiro surto, 80% dos pacientes se curam; no segundo surto, são 50% os que se curam; e após três surtos, 30% dos pacientes são curados. 

"Quando surge o primeiro surto, as pessoas levam muito tempo para procurar ajuda e negam a doença. A grande mensagem da novela é essa: busquem ajuda", disse. 
Ela afirmou ainda que o tratamento, em qualquer caso, tem que ser feito até o fim da vida. 

Psicopatas nascem psicopatas 
De acordo com a consultora de Caminho das Índias, o psicopata já nasce com uma predisposição genética à manifestação desse tipo de comportamento de indiferença afetiva: "O sistema emocional do psicopata vem desconectado e não conecta novamente. Não tem cura até o momento". 

Mas a psiquiatra afirmou que essa manifestação pode ser aumentada ou diminuída: 
"Se você tem uma sociedade que tolera desrespeito, preconceito, tiranias, injustiças, violências, isso acaba fomentando que psicopatas que manifestem mais. Se tem uma sociedade de tolerância zero, a tendência é reduzir essa manifestação. Uma pessoa não vira psicopata. Ela vai manifestando ao longo da vida". 
A impunidade alimenta a psicopatia 
Segundo Ana Beatriz, os países mais capitalistas tendem a revelar maior número de psicopatas. Para ela, a recente crise econômica que abateu o sistema foi uma "crise de valores psicopáticos". Assim como os desvios de verbas e corrupções que afligem o Brasil e a impunidade diante de tais escândalos. 

"Desvio de merenda escolar, por exemplo, isso atinge milhares de pessoas, são crianças que ficam sem estudar. Superfaturamento ou desvio de verba de medicamentos, todas são atitudes francamente psicopaticas", exemplifica, argumentando que os responsáveis por tais ações sabem que milhares de pessoas serão prejudicadas, ou seja, usam a razão e atuam sem qualquer sentimento. 

A médica lembra que esses casos não entram em fichas policias, mas são tão graves quanto um assassinato: "As pessoas associam psicopatia com assassinato, mas a maioria dos psicopatas não mata".

Níveis de psicopatas 
Ana Beatriz afirmou que há três níveis de psicopatas: o leve, que aplica os famosos golpes 171 (estelionato ou fraude) e atinge uma pessoa; o moderado, que aplica o mesmo golpe, porém em uma esfera social mais alta (como o superfaturamento na compra de remédios para o sistema de saúde pública) e acaba lesando milhares de pessoas; e o grave, que seria o serial killer, o assassino para quem não basta matar, tem que haver atos de crueldade. Esse último tipo, porém, é raro.

Dos 4% de psicopatas da população, 1% é grave e 3% são leves e moderados. A personagem Yvone, por exemplo, é uma psicopata de nível médio, pois ela sempre lesa uma só pessoa, nunca um grande sistema, e não é capaz de matar.

Segundo a médica, o grande tratamento para os psicopatas "é a postura que temos com essa pessoa". A grande arma da sociedade, segundo a médica, é não tolerar a impunidade.

11 sinais de que você pode estar namorando um sociopata

Será que aquela pessoa incrível que você ou alguém próximo a você começou a namorar pode na realidade ser um sociopata? Essa situação não é tão improvável quanto você imagina. Aproximadamente um em cada 25 americanos é sociopata, segundo a psicóloga de Harvard, a Dra. Martha Stout, autora do livro The Sociopath Next Door (O Sociopata Que Mora Ao Lado).

Obviamente, nem todos os sociopatas são criminosos perigosos. Mas com certeza podem dificultar bastante a vida, dado que uma das características da sociopatia é o comportamento anti-social.

Veja a seguir 11 SINAIS DE ALERTA de que uma pessoa pode ser sociopata (100% HK):

SINAL DE ALERTA No. 1- Ter um ego exagerado.
O Manual de Diagnóstico e Estatísticas das Doenças Mentais (DSM-V) destaca que os sociopatas tem uma percepção exagerada de si mesmos. São narcisistas ao extremo, com um enorme sentimento de merecimento, escreveu o Dr. Seth Meyers, psicólogo clínico do Departamento de Saúde Mental do Município de Los Angeles, no site Psychology Today. Eles tendem a culpar os outros pelas próprias falhas.

SINAL DE ALERTA No. 2 – Mentir e exibir um comportamento manipulativo.
Os sociopatas costumam enganar e manipular com frequência. Por quê? “Mentem por mentir. Mentem só para ver se conseguem enganar as pessoas. E às vezes contam mentiras maiores que terão efeitos maiores”, disse o Dr. Stout à Interview Magazine.

SINAL DE ALERTA No. 3 – Demonstram uma falta de empatia.
“Essas pessoas não tem um mundo interior emocional significativo como a maioria das pessoas têm e talvez por causa disso não conseguem de fato imaginar ou ter a dimensão do mundo emocional das outras pessoas”, segundo relato de M. E. Thomas, diagnosticado como sociopata e autor do livro Confessions Of A Sociopath (Confissões De Um Sociopata), à radio NPR. “É algo que eles desconhecem por completo.”

SINAL DE ALERTA No. 4 – Não sentem remorso ou vergonha.
O Manual DSM-V explica que o transtorno de personalidade anti-social indica que os sociopatas não sentem remorso, culpa ou vergonha.

SINAL DE ALERTA No. 5 – Mantêm uma tranquilidade assustadora em situações de medo ou perigo.
Um sociopata talvez não demonstre ansiedade após um acidente de carro, por exemplo, disse M.E. Thomas. E pesquisas mostraram que enquanto pessoas normais demonstram medo quando veem imagens perturbadoras ou são ameaçadas com choques elétricos, mas em geral os sociopatas não sentem isso.

SINAL DE ALERTA No. 6 – Comportamento irresponsável ou extremamente impulsivo.
Sociopatas mudam rapidamente de objetivo para objetivo e agem no calor do momento, segundo o Manual DSM. Eles podem ser irresponsáveis com as finanças e obrigações.

SINAL DE ALERTA No. 7 – Têm poucos amigos.
Os sociopatas tendem a não ter amigos – pelo menos não amigos verdadeiros. “Os sociopatas não querem amigos, a não ser que precisem deles. Ou então todos os amigos têm apenas uma conexão superficial com eles, são amigos por associação”, afirmou o psicoterapeuta Ross Rosenberg, autor do livro The Human Magnet Syndrome (A Síndrome Do Imã Humano), ao The Huffington Post.

SINAL DE ALERTA No. 8 – São encantadores – mas apenas superficialmente.
Os sociopatas podem ser muito carismáticos e simpáticos – pois sabem que vai ajudá-los a conseguir o que querem. “Eles são exímios vigaristas e sempre têm segundas intenções”, explicou Rosenberg. “As pessoas ficam tão surpresas quando descobrem que alguém é um sociopata porque conseguem encaixar-se muito bem no ambiente. São mestres na arte do disfarce ou dissimulação. A principal ferramenta que usam para impedir que sejam descobertos é a criação de uma personalidade superficial”.

Como M.E. Thomas descreveu em um post para o site Psychology Today: “Se me conhecesse, gostaria de mim. Eu tenho o tipo de sorriso que é comum vermos em personagens de programas de TV e que são raros na vida real, com dentes perfeitos e brilhantes, capaz de expressar um sentimento agradável”.

SINAL DE ALERTA No. 9 – Viver segundo o “princípio do prazer”.
Se a coisa é prazerosa e eles conseguem evitar as consequências, eles o farão! Eles vivem a vida de forma acelerada – sempre de maneira extrema – buscando estímulos, excitação e prazer de qualquer maneira que conseguirem”, escreveu Rosenberg em Human Magnet Syndrome.

SINAL DE ALERTA No. 10 – Demonstrar desrespeito pelas normas da sociedade.
Eles desrespeitam as regras e leis porque não acreditam que as regras da sociedade se aplicam a eles, escreveu o psiquiatra Dr. Dale Archer em um blog do Psychology Today.

SINAL DE ALERTA No. 11 – Ter um olhar “intenso”.
Os sociopatas não têm problema nenhum em manter o contato olho no olho sem interrupção. “A incapacidade de desviar o olhar de maneira educada também é considerada como sendo agressiva ou sedutora”, M.E. Thomas escreveu para o site Psychology Today.


Psicopatas - Além do traço de personalidade 
Existe algo intrigante na personalidade daquele homem. Estranho, mas ele não se abate com nada. Transparece uma normalidade tão absoluta, que mesmo em meio às maiores tormentas, mantém um equilíbrio assustador. Mesmo quando acusado dos crimes que de certo cometeu, seu semblante é inabalável. Um comportamento que não é humanamente normal. Sua frieza é tanta, que revela a ausência total de parâmetros de moralidade. Por outro lado ele é muito agradável e seguro de si. 

A primeira vista ela também é encantadora e sedutora. Até os incrédulos, depois de uma conversa, por mais breve que seja, saem encantados com aquela mulher. Também pudera, de fala fácil e cativante, ela tem sempre a palavra certa para a hora exata, fala o que o interlocutor quer ouvir. Fala de tudo, e mesmo que fale sem profundidade, diz com uma segurança convencedora. Suas respostas espertas e suas histórias deslumbrantes, corroboram para a construção do seu fascínio. Quando é contestada, jamais se embaraça. Simplesmente muda a história ou distorce os fatos para se encaixar triunfante de novo. Ela cativa, mas vista com olhos mais apurados, percebe-se seu talento natural para mentir, enganar e manipular. 

Obstinado em alcançar seu objetivo, ele não mede esforços nem discrimina os métodos, pelo contrário, facilmente recorre a esquemas, intrigas e claro, ao seu poder de convencimento. Prefere se rodear de pessoas sem escrúpulos, mas que lhe facilita a realização de suas ambições. Dominante e muito seguro de tudo o que diz, ele procura controlar os outros. Até aceita opiniões diferentes das suas, mas quando lhe são interessantes. E se por desventura alguém o enfrenta e ele se sente ameaçado, ai sim, seu equilíbrio se esvai, ele se torna agressivo, e friamente é capaz de cometer qualquer coisa para tirar aquela ameaça de seu caminho. 

Desonesta por natureza, ela vive do poder que a possibilita obter vantagens de toda espécie. Compulsiva, cruel e impulsiva, e com uma inteligência é acima da média, ela manipula e usa as pessoas com grande facilidade. E sem sentimento algum, as descarta quando já não lhe servem mais. Remorso? Ela não sabe o que é isso. 

Egocêntrico, ele se sente um ser superior regido por suas próprias normas. Sim, as leis não foram feitas para ele, pois sua sensação de onipresença o faz acreditar que tudo lhe é permitido. 

Nesta simbiose entre ele e ela, nasce a fictícia personagem Rivone. E não se assuste, meu caro leitor, se você vier a reconhecer alguém da vida real nos traços de personalidade da Rivone. Saiba que ela é bem mais real que se pode imaginar. E pode estar em qualquer lugar. Pode ser o açougueiro, a manicure ou o político em quem você pode votar nas próximas eleições. Pode ser bela ou encantador. Sem estudo ou doutor. Pode ser qualquer um, afinal, estas são algumas das características de um psicopata. 


Síndrome do Narciso Maligno 
Muitas vezes é extremamente difícil fazer o diagnóstico da psicopatia, quando a situação clínica não está claramente definida. Por isso Otto Kernberg faz um diagnóstico diferencial entre três tipos de ocorrências anti-sociais: 

1) A Síndrome do Narcisismo Maligno, representando o Psicopata cuja eventual causa da sociopatia seria fruto do meio e de elementos psicodinâmicos. Aqui a conduta anti-social tem origem no Narcisismo Maligno, há incapacidade em estabelecer relações que não sejam exploradoras, não existe capacidade de identificar valores morais, não existe capacidade de compromisso com os outros e não há sentimentos de culpa; 

2) A Estrutura Anti-Social Propriamente Dita. Aqui o quadro é basicamente o mesmo da anterior, ou seja, também se manifestam condutas anti-sociais mas não há o fenômeno do Narcisismo Maligno. Há também incapacidade de relações não exploradoras, incapacidade de identificação dos valores morais, incapacidade de compromisso com outros e incapacidade de sentimentos de culpa. 

3) A Personalidade Narcisística com Conduta Anti-social. Além da conduta anti-social existe uma estrutura narcisística. Não há Narcisismo Maligno, há igualmente incapacidade de relações não exploradoras, incapacidade de identificar valores morais, incapacidade de compromisso com os outros, porém, existe capacidade de sentimento de culpa (Kernberg, 1988). 

Principais Sintomas:
1. - Encanto superficial e manipulação 
Nem todos psicopatas são encantadores, mas é expressivo o grupo deles que utilizam o encanto pessoal e, conseqüentemente capacidade de manipulação de pessoas, como meio de sobrevivência social. Através do encanto superficial o psicopata acaba coisificando as pessoas, ele as usa e quando não o servem mais, descarta-as, tal como uma coisa ou uma ferramenta usada. Talvez seja esse processo de coisificação a chave para compreendermos a absoluta falta de sentimentos do psicopata para com seus semelhantes ou para com os sentimentos de seu semelhante. Transformando seu semelhante numa coisa, ela deixa de ser seu semelhante. O encanto, a sedução e a manipulação são fenômenos que se sucedem no psicopata. Partindo do princípio de que não se pode manipular alguém que não se deixe manipular, só será possível manipular alguém se esse alguém foi antes seduzido. 

2. - Mentiras sistemáticas e Comportamento fantasioso 
Embora qualquer pessoa possa mentir, temos de distinguir a mentira banal da mentira psicopática. O psicopata utiliza a mentira como uma ferramenta de trabalho. Normalmente está tão treinado e habilitado a mentir que é difícil captar quando mente. Ele mente olhando nos olhos e com atitude completamente neutra e relaxada. O psicopata não mente circunstancialmente ou esporadicamente para conseguir safar-se de alguma situação. Ele sabe que está mentindo, não se importa, não tem vergonha ou arrependimento, nem sequer sente desprazer quando mente. E mente, muitas vezes, sem nenhuma justificativa ou motivo. Normalmente o psicopata diz o que convém e o que se espera para aquela circunstância. Ele pode mentir com a palavra ou com o corpo, quando simula e teatraliza situações vantajosas para ele, podendo fazer-se arrependido, ofendido, magoado, simulando tentativas de suicídio, etc. É comum que o psicopata priorize algumas fantasias sobre circunstâncias reais. Isso porque sua personalidade é narcisística, quer ser admirado, quer ser o mais rico, mais bonito, melhor vestido. Assim, ele tenta adaptar a realidade à sua imaginação, à seu personagem do momento, de acordo com a circunstância e com sua personalidade é narcisística. Esse indivíduo pode converter-se no personagem que sua imaginação cria como adequada para atuar no meio com sucesso, propondo a todos a sensação de que estão, de fato, em frente a um personagem verdadeiro. 

3. - Ausência de Sentimentos Afetuosos 
Desde criança se observa, no psicopata, um acentuado desapego aos sentimentos e um caráter dissimulado. Essa pessoa não manifesta nenhuma inclinação ou sensibilidade por nada e mantém-se normalmente indiferente aos sentimentos alheios. Os laços sentimentais habituais entre familiares não existem nos psicopatas. Além disso, eles têm grande dificuldade para entender os sentimentos dos outros mas, havendo interesse próprio, podem dissimular esses sentimentos socialmente desejáveis. Na realidade são pessoas extremamente frias, do ponto de vista emocional. 

4. - Amoralidade 
Os psicopatas são portadores de grande insensibilidade moral, faltando-lhes totalmente juízo e consciência morais, bem como noção de ética. 

5. - Impulsividade 
Também por debilidade do Superego e por insensibilidade moral, o psicopata não tem freios eficientes à sua impulsividade. A ausência de sentimentos éticos e altruístas, unidos à falta de sentimentos morais, impulsiona o psicopata a cometer brutalidades, crueldades e crimes. Essa impulsividade reflete também um baixo limiar de tolerância às frustrações, refletindo-se na desproporção entre os estímulos e as respostas, ou seja, respondendo de forma exagerada diante de estímulos mínimos e triviais. Por outro lado, os defeitos de caráter costumam fazer com que o psicopata demonstre uma absoluta falta de reação frente a estímulos importantes. 

6. - Incorrigibilidade 
Dificilmente ou nunca o psicopata aceita os benefícios da reeducação, da advertência e da correção. Podem dissimular, como dissemos, durante algum tempo seu caráter torpe e anti-social, entretanto, na primeira oportunidade voltam à tona com as falcatruas de praxe. 

7. - Falta de Adaptação Social 
Já nos primeiros contatos sociais o psicopata, desde criança, manifesta uma certa crueldade e tendência a atividades delituosas. A adaptação social também fica comprometida, tendo em vista a tendência acentuada do psicopata ao egocentrismo e egoísmo, características estas percebidas pelos demais e responsável pelas dificuldades de sociabilidade. Mesmo no meio familiar o psicopata tem dificuldades de adaptação. Durante o período escolar tornam-se detestáveis tanto pelos professores quanto pelos colegas, embora possam dissimular seu caráter sociopático durante algum tempo. Nos empregos a inconstância é a característica principal. 

http://virtualpsy.locaweb.com.br/index.php?sec=91&art=149

Os psicopatas se divertem com o medo alheio? 
Quando a maioria das pessoas pensa em assassinos como o "Maníaco do Parque" ou o "Bandido da Luz Vermelha", imagina pessoas que se sentem compelidas a infligir sofrimento a outros seres humanos, que apreciam causar medo e não sentem remorsos por suas ações. E, de maneira geral, essas caracterizações procedem completamente. Os assassinos seriais (e muitos outros tipos de criminosos violentos) são tipicamente considerados psicopatas, com traços agressivos e anti-sociais. 


Bandido da Luz Vermelha


Maníaco do Parque

Mas nem todos os psicopatas são violentos - alguns são "simplesmente" manipuladores, desonestos e incapazes de experimentar emoções profundas, e podem se integrar à sociedade com relativa facilidade. Um executivo de empresa cujas trapaças levem seus funcionários a perder o dinheiro economizado para suas aposentadorias e deixa seu posto sem demonstrar qualquer traço de arrependimento pode ser um psicopata. Psicopatas, violentos ou não, não dispõem de consciência, de um compasso moral. Não experimentam sentimentos de culpa pelos crimes e traições que cometem

Um recente estudo do cérebro de psicopatas conduzido pelo British Journal of Psychiatry pode nos esclarecer um pouco sobre o que acontece - ou não - nas cabeças dessas pessoas. Os psiquiatras e pesquisadores sabem há anos que os psicopatas respondem de maneira diferente aos estímulos externos, e teorizaram que essa resposta anormal está enraizada no cérebro

A ideia é que os psicopatas processam informações de maneira diferenciada dos não-psicopatas, e numerosos estudos que empregam ressonância magnética funcional (FMRI) para visualizar a atividade cerebral sustentam essa interpretação. Em 2003, um estudo apresentado em uma conferência realizada no Reino Unido demonstrou que quando pessoas "normais" mentem, existe atividade ampliada no lobo frontal, que sugere uma experiência de culpa e desconforto; mas quando os psicopatas mentem, não existe intensificação da atividade cerebral. Um estudo anterior constatou que quando psicopatas veem palavras com pesada carga emocional, como "estupro" ou "assassinato", as mudanças que ocorrem em sua atividade cerebral diferem completamente das mudanças que ocorrem nos cérebros de não psicopatas, diante das mesmas palavras. A atividade cerebral ampliada, nos psicopatas, nem mesmo ocorre no sistema límbico, o centro de processamento da linguagem

Em 2006, um grupo de cientistas ingleses publicou os resultados de um estudo que pode oferecer informação adicional sobre a base biológica da psicopatia. Ao que parece, os psicopatas podem experimentar sinais de medo em outras pessoas de maneira que não é comparável àquela pela qual a maioria de nós o fazemos. De fato, eles talvez não sejam capazes dessa experiência. 

O objetivo do estudo era testar a ideia de que os psicopatas não sentem empatia pelo que incomoda as outras pessoas - não são capazes de compreender, sentir ou reagir apropriadamente a isso -, porque não apreendem os sinais desse incômodo. O estudo em questão, por exemplo, testava as respostas de nove pessoas "normais" e de seis psicopatas criminosos a sinais faciais e vocais típicos de medo e tristeza. Todos os participantes estavam conectados a equipamentos de FMRI que mediam suas respostas neurológicas a estímulos. Nesse contexto, "resposta" tipicamente significa fluxo ampliado de sangue e/ou acionamento acelerado de neurônios, os portadores dos sinais cerebrais. 

Os pesquisadores exibiam aos dois grupos de participantes dois conjuntos diferentes de imagens: um composto por rostos felizes ou neutros e outro por rostos temerosos ou neutros. As expressões neutras serviam para estabelecer o padrão de referência para a atividade cerebral. 

Tipicamente, quando os não psicopatas viam um rosto feliz, as regiões fusiforme e extra-estriada do cérebro - principais responsáveis pelo processamento de imagens e expressões faciais - demonstravam ampliação de atividade, se comparadas à resposta exibida diante de rostos neutros. Os cérebros dos psicopatas também demonstravam atividade ampliada diante das expressões felizes, ainda que em grau inferior ao constatado entre os não psicopatas. 

No entanto, enquanto os participantes não psicopatas demonstravam alta semelhante na atividade cerebral diante dos rostos tristes, o mesmo não se aplicava aos psicopatas. De fato, diante de imagens de rostos tristes ou chorosos, as imagens dos cérebros dos psicopatas mostravam menos atividade neurológica do que era o caso diante de faces neutras. 

Os pesquisadores concluíram que, entre os psicopatas, os percursos neurológicos que supostamente processam sinais de problemas e incômodos alheios ou não funcionam, ou funcionam de maneira completamente diferente da que vemos na população como um todo. Isso poderia explicar, ao menos em parte, porque os psicopatas não se identificam com o incômodo emocional que infligem às suas vítimas

As conclusões do estudo podem ser úteis para a compreensão de como a psicopatia funciona em nível neurológico, mas em artigo para a BBC News (em inglês), o pesquisador Nicola Gray, da Universidade de Cardiff, que estuda psicopatas, explica que "ainda estamos bem longe de descobrir o que se pode fazer a respeito"


Psicopatas não reconhecem seus semelhantes como seres humanos 

Psicopatas são pessoas manipuladoras, sem nenhuma consideração pelo próximo, sem inclusive reconhecer seus semelhantes como seres humanos os veem com pouca valia. Essas e outras tantas características descrevem o psicopata. Retratado muito bem pela personagem Iyone na novela Caminho das Índias, interpretada pela atriz Letícia Sabatela

Dentre tantas peculiaridades do psicopata a que mais chama a atenção é a ausência de culpa. O psicopata usa as pessoas para obter o que deseja, seja usando a crueldade para obter prazer, ou através da usura e exploração. Tem para si que seus atos não são maléficos e não causam nenhum dano a outrem, assim como não reconhecem suas atitudes como erradas. Ele não entende porque as pessoas ficam aterrorizadas perante suas atitudes. Isso se deve ao fato dele não reconhecer os sentimentos humanos, não podendo, assim, ter uma empatia com o outro

Além disso, diferentemente do que se pensa essa patologia não causa delírios ou alucinações. 

A psicopatia muitas vezes se manifesta ainda na infância e geralmente é confundida com agressividade. Crianças que manifestam crueldade gratuita, principalmente com animais, devem ser bem observadas. 

Nas situações em que o psicopata não pratica atos passíveis de punição judicial, pode ter uma ascensão profissional digna de nota. Prejudicando os colegas e sendo desprovido de escrúpulos para obter benefícios próprios, o psicopata consegue, por exemplo, subir de cargo em uma empresa, ou manter-se no poder usando subterfúgios imorais ainda que sem cometer atos ilícitos. Quem não conhece alguém assim? 

Estudos avaliam as diferenças entre os psicopatas não criminosos e os psicopatas criminosos. Tais estudos não chegam a uma opinião conclusiva para a questão: os psicopatas não criminosos não cometeram crimes ou apenas conseguiram ludibriar a polícia? As avaliações feitas nesses dois grupos de psicopatia mostraram semelhanças no comportamento de ambos, quase indistinguíveis. Os estudos revelam também que a personalidade e a propensão para atitudes imorais são semelhantes entre os grupos. O que os diferencia basicamente seria o meio onde o indivíduo está inserido, se beneficiado com educação e segurança familiar, a faceta criminosa não seria instalada. 

Esses estudos visam principalmente desmistificar algumas idéias acerca dos psicopatas que normalmente são associados a maníacos criminosos com disfunções neurológicas. Ao contrário do que se pensa a maioria dos psicopatas não são violentos e a maioria das pessoas violentas não é psicopata

Especialistas dizem que os psicopatas em sua grande maioria são homens. Os motivos para esta desproporção entre os gêneros ainda é desconhecido. A frequência entre as populações é praticamente a mesma, não havendo alterações estatísticas entre ocidentais e orientais e nem entre populações que tem ou não acesso a culturas modernas. 

Agora vamos divagar no tema. A Iyone da novela é uma mulher inescrupulosa e usa de todos os artifícios para conseguir dinheiro. É uma psicopata. 

E os homens que usam de todo o tipo de artifício para obter sexo e conquistar mulheres sem critério nenhum, fazendo as pobres donzelas sofrerem e quiçá traumatizando-as para todo o sempre? Sob a óptica das definições encontradas, o psicopata é um ser altamente sociável, encantador, manipulador, e não tem remorso ou culpa dos seus atos. Seria o cafajeste um psicopata? 


PSICOPATAS DO QUOTIDIANO 
Pensamos em psicopatas como Hollywood o faz: serial killers, estupradores sádicos etc. Porém, há psicopatas menos óbvios, e há de sobra. Muitos leigos acham que a desordem “está na cara”, mas não está; que seja só “de homens”, mas não é. A mãe de uma aluna mentia, enganava e roubava com uma cara deslavada. Porém, a patologia explodiu e tentou matar o marido com uma faca. Teve que ser internada. Até então, ninguém fora da família suspeitava que ela era uma psicopata. O interesse da aluna não era acadêmico: queria saber se estava fadada a ser psicopata também. 

Robert Hare, um especialista mundial em psicopatologias, diz que há muitos psicopatas e não é fácil detetá-los. Falam como você, se vestem como você, parecem com você. Aliás, você pode ser psicopata e não saber. Poucos psicopatas sabem que são psicopatas. Muitos são encantadores, divertidos; leva muito tempo até identificar essa perigosa desordem de personalidade

Paul Babiak é um psicólogo, consultor de empresas preocupadas com o prejuízo causado por executivos e empregados psicopatas. Psicopatas podem subir nas empresas, até os cargos mais altos, mas é difícil vê-los como são: insinceros, arrogantes, muito manipuladores, insensíveis aos demais; se lixam com os pensamentos, emoções e dores alheias. Fazem alianças, mas apenas na medida em que os beneficiem. São logo descartadas. Acusam os demais por quaisquer problemas e seus próprios fracassos. Os demais são objetos. 

Psicopatas podem causar muita dor. Muitos desviam dinheiro, dão desfalques e fraudes, mas poucos são detetados e presos antes de prejudicar muita gente. O escândalo da Enron é emblemático. O capitalismo selvagem tornou a detecção dos psicopatas mais difícil. Alguns dos comportamentos “típícos” foram incorporados pelo capitalismo do espírito (não se trata do espírito do capitalismo), pelo consumerismo. Num modelo que soma zero, se os valores materiais crescem, os humanos, religiosos e éticos decrescem

A ampla aceitação da “Lei de Gerson” tornou mais difícil distinguir psicopatas de não-psicopatas. 

Vários comportamentos passaram a ser iguais. O consumo é um vício que passou a ser a sua própria justificativa. Os símbolos políticos ruíram, alguns por obra de psicopatas, outros não. Os deputados do mensalão são psicopatas ou simples corruptos? O juiz Nicolau e Luiz Estevão o que são? Os milhares de funcionários públicos que recebem e não trabalham? E os que perseguiram Eduardo Jorge? 

Quando a ética desaparece e a sociopatia deixa de ser um fenômeno individual para ser um traço social e cultural, o que define um psicopata? Os psicopatas “sub-clínicos” quase não se distinguem da maioria da população. 

O conhecimento está muito concentrado nos psicopatas violentos. Um estudo de 125 assassinos canadenses encontrou uma correlação entre escores numa escala de psicopatia (PCL-R) e o tipo de homicídio: 93% eram instrumentais, práticos, frios. Hare estima que, no Canadá, pouco mais de 1% da população é psicopata. Há estimativas piores. Se essa percentagem for válida no Brasil, temos perto de dois milhões de psicopatas! Poucos são violentos, mas todos são manipuladores, insensíveis, egoístas extremos. Hare os denominou "subclínicos". Vê-los e identificá-los antes que eles nos vejam é importante, sobretudo para os policiais: nos Estados Unidos, 1% a 3% da população, 20% a 25% dos presos e quase 50% dos assassinos de policiais são psicopatas. 

Como se “fabrica” um psicopata? 
Há uma discordância antiga entre genética e fatores sociais, nature vs nurture. Todos ganhariam trabalhando juntos, mas poucos o fazem. A genética tem um papel. Em Copenhagen os pais biológicos de crianças psicopatas adotadas tinham uma probabilidade 4 a 5 vezes mais alta de serem psicopatas. Muitos estudos sobre gêmeos, bi e monozigóticos, e sobre adotados mostram a importância dos fatores genéticos, mas há exceções. As explicações sociais extrapolam de estudos que mostram que famílias disfuncionais, violentas, inconsistentes e de um só adulto produzem muito mais delinquentes e criminosos do que as famílias integradas. Porém, muitos desses estudos não sublinham os efeitos da família, mas da falta dela, ao mostrar que parte significativa da delinquência e do crime são aprendidos na rua. 

Quaisquer que sejam as causas, muito passa pelo cérebro, que é diferente: Diana Fishbein encontrou diferenças claras entre psicopatas e não psicopatas em situação de risco usando PET scans. Adrian Raine comparou 22 assassinos com 22 controles, demonstrando diferenças na absorção de glucose no cortex pre-frontal. Dominique LaPierre também encontrou problemas nessa área. O hipocampo, uma área do cérebro, parece regular a agressividade e a aprendizagem sobre quais as situações que devem provocar medo. Raine, em outro estudo, aplicou MRI e uma bateria de testes a 91 homens. O grupo foi subdividido em dois, os que haviam cometidos crimes e foram presos e os que admitiram ter cometido crimes, mas não foram presos, além de um grupo controle de pessoas normais. Verificaram que o corpus callosum, localizado no hipocampo, era, na média, 23% mais largo e 7% mais comprido. O tamanho do corpus callosum se correlacionou com menos remorso, menos emoções e menos conexões sociais. Noventa e quatro porcento dos psicopatas que foram presos tinham o lado direito do hipocampo maior do que o esquerdo, ao passo que entre os demais essa percentagem era inferior a 50%. O volume do corpus callosum também se associa com deficiências na área afetiva e interpessoal entre outras características. 

Psicopatas são atraídos pelo poder, não somente no sentido “macro”, mas no sentido micro também. Buscam chefias, diretorias, participação em conselhos, representante disso ou daquilo. Porém, são projetos de poder e não de realização de um programa nem de serviço a uma comunidade. Há psicopatas e narcisistas em posições que vão desde a presidência de países, governadores, presidentes de empresas, lideres de torcidas, presidentes de sindicatos, até síndicos e líderes de gangue. 

O efeito cresce com o poder em suas mãos. Fritz Redlich é um médico que estuda as catástrofes provocadas pelos psicopatas que ocuparam o poder mais alto em diferentes países (como Hitler, Stalin, Slobodan Milosevic, Saddam Hussein, Adi Amin Dada). Até em níveis modestos, os psicopatas usam o poder para punir e perseguir muitas pessoas de maneira cruel porque não sentem pena nem remorso. Encontramos psicopatas em todos os lugares

Você morar ao lado de um, morar com um, ou até ver um no espelho. (deve ser publicado no Jornal do Brasil). 


TODOS OS TEXTOS FORAM RETIRADOS DO 
BLOG PSICOPATAS 
Ana Maria C. Bruni 


Desordem de Personalidade Antissocial: 
Psicopata x Sociopata 


O psicopata e o sociopata instigam a curiosidade de muitos, pois falam sobre não respeitar regras, passar por cima de quem quer que seja e cometer crimes absurdos pelo simples prazer sádico de fazê-lo. Mas a coisa não é bem assim, existem psicopatas e sociopatas que conseguem se adequar razoavelmente às expectativas sociais. Você pode encontrar inclusive alguns psicopatas muitíssimo bem ajustados trabalhando como presidentes de empresa, executivos, advogados, médicos, ou qualquer outro tipo de profissão. 

Tanto o psicopata quando o sociopata sofrem de Desordem de Personalidade Antissocial. Isso significa que eles não têm empatia pelas outras pessoas, não ligam — mesmo as vezes seguindo — para regras sociais e podem ser muito violentos sem sentir culpa ou remorso. Mas qual a diferença? 



Psicopatas 
  • Incidência: são apenas 1% da população 
  • Comportamento: são aparentemente adequados ao que a sociedade espera e não levantam suspeita. 
  • Personalidade: altamente manipuladores e sedutores 
  • Trabalho: Conseguem, por suas características, ter uma boa carreira. 
  • Relacionamentos: Não conseguem vincular-se emocionalmente aos outros 
  • Crimes: quanto cometem crimes, calculam e planejam bem o que fazem, demoram para serem pegos 
  • Causa: aparentemente, a causa da psicopatia é genética, apesar de muitos psicopatas terem histórico de abuso durante a infância 
Sociopatas 
  • Incidência: São 4% da população 
  • Comportamento: são visivelmente antissociais e impulsivos, chamam atenção com suas atitudes. 
  • Personalidade: encantadores, impulsivos e espontâneos.
  • Trabalho: Podem ter muita dificuldade em manter um emprego ou relacionamentos interpessoais sadios. 
  • Relacionamentos: Conseguem manter vínculos com algumas poucas pessoas. 
  • Crimes: como são impulsivos, têm dificuldade em disfarçar as pistas, podendo ser pegos com facilidade 
  • Causa: esta mais relacionado ao ambiente. Muitos sociopatas foram crianças abandonadas, abusadas sexualmente por parentes próximos (irmãos, pais, primos, tios, etc) e institucionalizadas, crescendo por exemplo em orfanatos. 


Diferenças entre o Psicopata e o Sociopata 


Psicopata e sociopata são termos usados na psicologia popular para o que a psiquiatria chama de transtorno de personalidade anti-social. 

Os dois tipos de personalidade têm um padrão invasivo de desrespeito pela segurança e direitos dos outros. Engano e manipulação são as características principais para ambos, mas existem algumas diferenças significativas entre estes dois tipos de personalidade. Ao contrário da crença popular, um psicopata ou sociopata não é, necessariamente, violento. 

As pessoas com o transtorno de personalidade anti-social possuem 3 ou mais das seguintes características: 

  1. Quebram ou desrespeitam as leis, com freqüência 
  2. Mentem e enganam constantemente 
  3. São impulsivos, não planejam com antecedência 
  4. Podem ser agressivos 
  5. Não se importam com a segurança dos outros 
  6. São irresponsáveis e podem não cumprir obrigações financeiras e socialmente deslocados principalmente os sociopatas
  7. Não sentem remorso ou culpa 
Os sintomas começam antes dos 15 anos. 

Traços de um Psicopata 
Pesquisadores em geral acreditam que os psicopatas tendem a nascer psicopatas, ou seja, com uma predisposição genéticaenquanto sociopatas tendem a ficar assim de acordo com o ambiente em que vivem

A psicopatia pode estar relacionada com diferenças fisiológicas cerebrais. Eles podem ter dificuldades em se apegar emocionalmente com outros, o que os leva a formar relações artificiais, rasas, mantidas apenas para que possam manipulá-las de uma forma que os beneficia. Eles usam as pessoas de acordo com seus objetivos e raramente sentem culpa por seus maus comportamentos, não se importam com o quanto feriram outros. 

Por outro lado, eles podem ser vistos como pessoas bem sucedidas, charmosas, confiáveis, mantendo empregos estáveis e aparentemente normais. Alguns até possuem famílias e relacionamentos amorosos normais. 

Quando um psicopata se envolve em um comportamento criminal, tendem a fazê-lo de uma forma que minimize o risco para si. Eles planejam cuidadosamente a atividade criminosa para garantir que não serão descobertos, eles pensam em todas as possibilidades. 

Traços de um Sociopata 
Pesquisadores acreditam que a sociopatia é o resultado de fatores como o ambiente familiar em que uma criança vive ou a educação recebida por um adolescente num lar muito negativo onde podem ter ocorridos abusos físicos, emocionais ou traumas de infância. Sociopatas tendem a ser mais impulsivos e irregulares no seu comportamento do que os psicopatas e possuem maior dificuldade em se relacionar ou criar um vínculo. 

Quando um sociopata tem um comportamento criminal, costumam ser impulsivos e, na maioria das vezes, não planejam, dão pouca ou nenhuma atenção para os riscos ou conseqüências de suas ações. Se irritam facilmente, às vezes, resultando em explosões de violência. Esses tipos de comportamentos aumentam as chances de um sociopata ser descoberto. 

Quem é mais perigoso? 
Ambos são seres predadores na sua própria sociedade. São seres que destroem outros seres da mesma espécie. "São lobos no galinheiro". Ainda a tecnologia ou ciência genética não conseguiu encontrar uma terapia ou remédio para curar ou controlar pessoas com transtorno de personalidade anti-social (TPA). Ou seja, não há cura ou tratamento ou controle. Eles apresentam riscos para sociedade porque buscam viver uma vida normal tentando lidar com sua doença, porém destroem, traumatizando outras pessoas sem se importarem ou arrependerem. Acham que fez o que tinha que ter feito na mente distorcida e desprovida de empatia ou senso humanitário. A decisão sempre é exclusiva deles tanto do psicopata como sociopata. São mestres em manipularem as pessoas e situações. Sempre se colocando como salvador ou vítima na mente deles. Mas a psicopatia é, provavelmente, o transtorno mais perigoso do que a sociopatia, pela falta do sentimento de culpa. 

O psicopata tem uma maior capacidade de se dissociar de suas ações, por não se envolverem emocionalmente, não se importam com a dor e o sofrimento que podem causar em outros. 

Grande parte dos serial killers são psicopatas, mas nem todas as pessoas que chamaríamos de psicopata ou sociopata são violentos. A violência não é um requisito necessário (nem para um diagnóstico de transtorno de personalidade anti-social), mas pode estar presente. Muitos dissimulam um comportamento de timidez para atrair uma presa, após viram manipuladores fazendo a vítima co-dependente do mesmo. 

Psicopata ou Sociopata na Infância 
Geralmente, a psicopatia e a sociopatia podem ser percebidas ainda na infância. A maioria das pessoas diagnosticadas mais tarde com a sociopatia ou psicopatia tiveram um padrão de comportamento em que violavam os direitos ou a segurança dos outros, quebravam as regras (ou até mesmo leis) e as normas sociais ainda quando crianças. 

Os psicólogos chamam esses tipos de comportamentos de infância de transtorno de conduta. Transtornos de conduta envolvem quatro categorias de comportamento: 


  • Agressão a pessoas e animais 
  • Destruição de propriedade 
  • Engano ou roubo 
  • Violações graves das regras sociais e legais



Resumo 


Psicopatia e sociopatia são diferentes rótulos culturais aplicados ao diagnóstico de transtorno de personalidade anti-social. Este distúrbio é mais comum entre os homens e visto principalmente em pessoas que possuem problemas com álcool, com o abuso de outras substâncias, ou em contextos forenses, tais como prisões. Psicopatas tendem a ser manipuladores e podem ser bem vistos por outros por terem, aparentemente, uma uma vida normal, o que minimiza o risco de serem suspeitos de atividades criminosas. Sociopatas tendem a ser mais erráticos, mais propensos à raiva, e são incapazes de levar uma vida normal. Quando sociopatas se envolvem em atividades criminosas, costumam ser imprudentes e não pensam nas conseqüências. 




Fonte: Psycentral traduzido e adaptado por Psiconlinews 


O chocante caso de Beth Thomas, a menina psicopata


Muitas pessoas já conhecem o caso de Beth Thomas, uma história intrigante que está causando um grande impacto nas redes sociais. Se você ainda não ouviu falar dessa garotinha ou se já conhece a história dela, continue lendo este artigo.

Beth Thomas: a história da menina psicopata
Esta é a história real da menina que perdeu sua mãe quando tinha apenas um ano de idade. Ela e seu irmão ficaram sob a tutela do pai biológico, que abusou sexualmente das duas crianças. Seis meses depois, os médicos identificaram os abusos e as crianças foram acolhidas por uma assistente social.

Felizmente, Beth e Jonathan, seu irmão mais novo, foram adotados por um casal cristão que queria muito ter filhos, mas que não podiam gerá-los. Tudo ia muito bem até que Beth começou a ter estranhos pesadelos, foi aí que eles perceberam que havia algo errado.

Pesadelos, o primeiro sinal do comportamento antissocial da pequena Beth

Os pesadelos de Beth eram sobre um homem que “caia em cima dela e a machucava.” Além disso, Beth tinha um comportamento bastante violento com seu irmão, com seus pais e com os animais (que ela chegava a matar). Além da raiva, Beth manifestava um comportamento sexual inadequado: ela se masturbava publicamente e de forma excessiva, chegando a sangrar.

Esses fatos fizeram seus pais considerarem a possibilidade de procurar a ajuda de um psicólogo.

Foi o Dr. Ken Magid, um psicólogo clínico, especialista em tratamento de crianças vítimas de abuso sexual grave, que cuidou do caso de Beth. Durante suas seções de terapia, ele gravou um vídeo onde entrevistava a menina, vídeo este que tem percorrido o mundo todo. As coisas que ele descobriu sobre as consequências e os efeitos dos abusos sexuais é objeto de estudo em todas as faculdades de psicologia.


O arrepiante diálogo entre Beth e seu psicólogo

Esta é uma pequena parte do início da conversa:
– “Dr. Ken: As pessoas têm medo de você, Beth?
-Beth: Sim.
-Dr. Ken: Seus pais têm medo de você?
-Beth: Sim.
-Dr. Ken: O que você quer fazer com eles?
-Beth: Esfaqueá-los.
-Dr. Ken: O que você quer fazer com o seu irmão?
-Beth: Matá-lo.
-Dr. Ken: Em quem você gostaria de espetar alfinetes?
-Beth: Na mamãe e no papai.
-Dr. Ken: O que você quer que aconteça com eles?
Beth: Que Morram.”

Ela admitiu ter maltratado seu irmão fisicamente
Em suas conversas com o Dr. Ken, Beth admitiu friamente que maltratava seu irmão desde sempre. Ela contou que batia a cabeça dele contra o chão, furava o corpo dele e suas partes íntimas com agulhas, puxava e chutava seus órgãos genitais… Ela até explicou que, uma vez, tentou matá-lo e só parou porque seus pais a descobriram. Ela também admitiu ter pensado seriamente em matar seus pais em várias ocasiões. Beth também contou que costumava maltratar os seus animais de estimação, inclusive, ela matou vários deles, até mesmo os que vagavam pelo pátio de sua casa.

Diante de todos estes fatos que ela mesma relatava, Beth admitiu não sentir nenhum tipo de ressentimento e nem culpa, seu tom de voz em todas as suas declarações era frio e calmo, como se estivesse explicando qualquer assunto trivial. Quando questionada sobre o porquê de ela agir dessa maneira, ela respondeu que queria que todos sentissem tudo o que ela sentiu quando sofria abusos do seu pai. Além disso, sempre que o médico perguntava se ela estava ciente de que estas ações causavam muito sofrimento na outra pessoa, com calma, ela respondia que sim, que era exatamente isso que ela queria.

A internação em um centro especializado e o tratamento psicológico
Depois de uma longa conversa, o psicólogo decidiu internar a menina em um centro de tratamento para crianças com transtornos de comportamento. Beth foi diagnosticada com um grave transtorno de conduta, que é caracterizado pelo desenvolvimento da incapacidade de estabelecer relacionamentos saudáveis e adequados, devido ao histórico de abuso sexual e maus tratos.

Quem sofre do transtorno de conduta precisa receber atendimento psicológico urgente. No caso de Beth, a completa falta de empatia colocava em risco todos à sua volta, incluindo ela mesma. Essa falta de empatia poderia ser facilmente comparada com distúrbios como a psicopatia ou sociopatia. Beth não foi diagnosticada como uma psicopata porque, naquela época, ainda não era conhecida a existência do transtorno de personalidade antissocial (transtorno de personalidade antissocial antes dos 18 anos), o que continua sendo assunto de um extenso debate entre os acadêmicos de saúde mental.

Tratamento psicológico para controlar os impulsos antissociais
O tratamento imposto a Beth era muito rigoroso. Costumava ser aplicado especialmente em crianças com o mesmo transtorno, que não respeitavam regras e nem hábitos. Beth ficava trancada em uma sala durante a noite, para evitar que ela machucasse outras crianças. Ela precisava pedir permissão para tudo, para ir ao banheiro, para beber água… Qualquer coisa.

Com o tempo, as restrições foram diminuindo e Beth foi melhorando gradualmente.
Beth se recuperou totalmente e hoje é uma pessoa com uma vida comum


No final do vídeo, podemos ver um grande avanço no tratamento de Beth. Ao longo dos anos, Beth foi melhorando e se tornou uma pessoa com capacidade de sentir empatia e de ter consciência das consequências de suas ações. Obviamente, a aparente ‘maldade’ dela tinha sua origem nos abusos e maus tratos que ela sofreu quando ainda era um bebê. Seu caso ilustra claramente as consequências terríveis dos abusos sexuais e dos maus tratos físicos e psicológicos em uma idade ainda jovem.

Atualmente, Beth leva uma vida normal e trabalha como enfermeira. Ela ganhou vários prêmios por suas realizações profissionais.

Este caso nos leva às seguintes conclusões: a importância de uma boa criação, especialmente durante os períodos mais difíceis da vida da criança. Também nos mostra que a terapia psicológica pode ser sim, muito eficaz, mesmo em casos de extrema gravidade e que parecem irredutíveis.

Quais foram as chaves psicoterapêuticas da sua recuperação?
A total recuperação psicológica da pequena Beth foi alcançada. A menina aprendeu a ter consciência das suas próprias ações através da sensibilização, aumentando a sua autoestima. Além de consolidar seus hábitos funcionais e o seu comportamento social, ela conseguiu desenvolver a capacidade de aceitar certas normas e de gerir, canalizar e entender o motivo da raiva que sentia.

Recomendamos que assista ao documentário completo do caso de Beth, realizado pela HBO em 1992. É realmente muito interessante e convém conhecer profundamente esse caso, por tudo o que ele pode nos ensinar como profissionais e como seres humanos.

A ira de Um Anjo (1992) Dublado



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