sexta-feira, 9 de novembro de 2012

COMO OS JORNAIS AMERICANOS AVALIARAM A VITÓRIA DE OBAMA



PARABÉNS PRESIDENTE BARACK OBAMA!


Fiquei feliz pela sua vitória, 

estava torcendo para que o povo americano 

escolhesse o melhor. E escolheram!!!


Sou sua fã!
Roberta Carrilho



O presidente reeleito dos Estados Unidos, Barack Obama faz o discurso da vitória em centro de convenções de Chicago, cidade em que construiu sua carreira profissional e que o projetou politicamente. O presidente começou lembrando a história da democracia americana, há 200 anos, e disse que, com sua eleição, "o país decidiu mover-se adiante" graças aos eleitores.

"Precisamos seguir adiante", afirmou o presidente, reproduzindo seu slogan de campanha. Garantindo estar "mais determinado e inspirado do que nunca", Obama prometeu levar em frente projetos não concretizados no primeiro mandato, como a reforma migratória. E, claro, se comprometeu em prosseguir com a recuperação da economia, até agora lenta e pouco convincente.


Após agradecer ao rival Mitt Romney e dizer que pretende se sentar com ele nos próximos dias "para discutir como levar o país para frente", Obama arrancou aplausos empolgados do público ao afirmar: "Nunca estive tão esperançoso com a América".


Ele também destacou o fato dos Estados Unidos precisar garantir oportunidades para todos, "homens, mulheres, negros, brancos, heterossexuais e gays". No final do discurso, pregou união e esperança em um futuro melhor. "Podemos alcançar esse futuro juntos, somos mais do que uma coleção de estados vermelhos ou azuis", disse em referência às divisões eleitorais no país. "Não somos tão divididos quanto nossa política sugere. Somos e sempre seremos os Estados Unidos da América", finalizou.


O presidente dos Estados Unidos, Barack ao vencer o rival republicano, Mitt Romney, em meio às dúvidas profundas que persistem sobre a gestão da economia no país. Foram, mais uma vez, decisivos para o presidente. O apoio ao republicano Mitt Romney veio principalmente de eleitores mais velhos, brancos e protestantes. As questões sociais foram determinantes para manter o apoio feminino a Obama. Confira a seguir as avaliações de alguns dos principais veículos americanos sobre o resultado das eleições:


O jornal The Wall Street Journal deu destaque para a difícil derrota do Partido Republicano e os desafios do partido daqui para frente. “O maior problema para os republicanos é que agora o partido parece ter como maior apelo a fatia do eleitorado que está em mais rápida queda: os brancos e os mais velhos - e tem apoio sólido apenas em uma parte do país, o sul”, diz a publicação. Para o jornal, a vitória republicana na Câmara dos Representantes não tira o sabor amargo da derrota, já que o partido não conseguiu maioria no Senado e fracassou no esforço altamente financiado de Romney para assumir o controle do país, em um período de ansiedade econômica que favoreceria mudanças. 


O Wall Street Journal tenta responder à pergunta: o que deu errado para os republicanos? Os partidários do Tea Party diriam que o partido errou ao não nomear um representante conservador mais confiável em vez do ex-governador de Massachusetts. Os moderados diriam que durante as primárias o partido empurrou Romney muito para a direita, abrindo espaço para acusações de obstrução e extremismo. Mas a crítica mais certeira seria a de que os republicanos não conseguiram acompanhar as mudanças no perfil do eleitorado. Pesquisas mostram que Romney venceu com folga entre os americanos brancos, mas perdeu feio entre grupos minoritários, mas importantíssimos, como os hispânicos, os asiáticos e os afro-americanos. 


Cerca de uma hora depois da vitória democrata ser projetada, Romney reconheceu a derrota na eleição presidencial e discursou diante de partidários em Boston, capital de Massachusetts, estado que governou de 2003 a 2007.


"Eu gostaria muito que tivesse sido capaz de corresponder suas esperanças de liderar este país em uma direção diferente. Mas a nação escolheu outro líder", declarou. "Esse é um momento de grandes desafios para a América, e eu rezo para que o presidente tenha sucesso ao guiar nossa nação", disse Romney após telefonar para Obama para parabenizá-lo.
Romney agradeceu a todos os que ajudaram durante a disputa eleitoral: "Nós demos tudo nesta campanha". O republicano elogiou especialmente o seu candidato a vice, Paul Ryan, e sua mulher, Ann, considerada o grande apoio emocional do candidato durante os meses de campanha. "Ela teria sido uma primeira-dama maravilhosa", lamentou ele.

A matéria cita declarações de Newt Gingrich, um dos derrotados por Romney nas primárias republicanas. Ele afirma que seu partido enfrenta um "grande desafio institucional": descobrir como se conectar com os eleitores das minorias que compõem uma parcela cada vez maior da sociedade americana. “O Partido Republicano simplesmente tem de aprender a parecer mais inclusivo para as minorias, particularmente hispânicos”, opina Gingrich. Em vez disso, os republicanos continuam a ficar bem atrás dos democratas quando o que está em jogo são os votos dos não brancos, parcela da população que tende a diminuir cada vez mais.


A vantagem democrata - Em um editorial, o jornal The New York Times admite que a vitória de Obama foi “dramática” e não pode ser considerada um sinal de que uma nação fragmentada finalmente se uniu para as eleições - apesar do discurso de Obama dizendo que os americanos "não são tão divididos quanto a política sugere". Porém, destaca a notícia como um forte endosso das políticas econômicas que promoveram o aumento do número de empregos, da controversa reforma de saúde, do aumento dos impostos e da redução equilibrada do déficit - além das políticas moderadas sobre a imigração, o aborto e o casamento gay. Segundo o jornal, a reeleição de Obama mostra “um repúdio à era Reagan” no que diz respeito ao corte exagerado dos impostos e às políticas de “intolerância, medo e desinformação






O presidente prometeu ouvir os dois lados da política e destacou que acordos serão necessários para “levar o país adiante”. “A tarefa de aumentar nossa união prossegue”, disse. Falando para simpatizantes em Chicago, Obama prometeu trabalhar com democratas e republicanos para reduzir o déficit americano, consertar o sistema tributário, reformar as leis de imigração e reduzir a dependência dos Estados Unidos do petróleo estrangeiro. "Se eu recebi o seu voto ou não, eu ouvi vocês, eu aprendi com vocês. E vocês fizeram de mim um presidente melhor", completou. O presidente afirmou à sua multidão de correligionários que pretende se reunir com Romney nas próximas semanas para estudar maneiras de enfrentar os desafios futuros. Ele disse que voltará à Casa Branca mais determinado do que nunca para enfrentar os desafios do país - e que “o melhor ainda está por vir”. “Peço a vocês que mantenham essa esperança”, completou.

Obama, que fez história em 2008 ao ser o primeiro negro eleito presidente dos Estados Unidos, sob o lema de mudança e esperança, terá diversos desafios em seu segundo mandato, diante de uma economia que se recupera lentamente de sua pior crise desde a Grande Depressão dos anos 1930. Desde o fim da II Guerra Mundial, em 1945, apenas um democrata havia conseguido a reeleição para a Presidência dos Estados Unidos: Bill Clinton, em uma situação econômica muito melhor do que a atual, em que a taxa de desemprego nacional é de 7,9%. Nenhum presidente americano havia sido capaz de chegar à reeleição com um índice de desemprego acima de 7,2%. Obama ainda enfrenta a difícil tarefa de enfrentar um déficit anual de 1 trilhão de dólares, reduzir a dívida nacional de 16 trilhões de dólares, reformar os caros programas sociais e lidar com o Congresso dividido. 


Para o New York Times, a vitória do presidente se deve de forma decisiva à popularidade de Obama em Ohio, estado-chave nestas eleições, depois que o presidente conseguiu resgatar a importante indústria automobilística local. “Os eleitores do centro-oeste do país parecem ter endossado o argumento do presidente de que o governo tem um papel significativo na criação de empregos no setor privado e no impulso à economia. E eles aparentemente rejeitaram a posição de Romney de que Washington deveria simplesmente ficar de fora desses assuntos e deixar o mercado livre trabalhar à sua vontade”, avalia o jornal. Segundo o texto, uma sólida maioria dos eleitores acredita que George W. Bush é o culpado pelo atual estado da economia, e não Obama. 

De acordo com a publicação, Romney tomou uma decisão fatal durante as primárias, ao assumir uma linha dura sobre a imigração, que lhe valeu uma rejeição contundente por parte dos latinos. “Ao adotar a posição insensível de que os imigrantes ilegais devem ser coagidos a uma ‘autodeportação’, elogiando a cruel lei de imigração do Arizona, Romney fez seu caminho na Flórida e em vários outros estados cruciais ficar muito mais tortuoso”, diz o jornal. Apenas um terço dos eleitores disse que os imigrantes ilegais devem ser todos deportados, enquanto dois terços apoiam um caminho para a residência legal e cidadania. “A abordagem, se não for revista, pode custar caro para os republicanos no futuro”, acrescenta o texto.

Os próximos quatro anos - No Washington Post, o editorial intitulado: "Agora o trabalho pesado de fato começa afirma que a perspectiva de mais quatro anos oferece a Obama uma chance para ampliar as realizações do primeiro mandato e completar sua “obra inacabada”.Quatro anos atrás, Barack Obama tornou-se presidente quando a economia estava derretendo. Sua eleição para um segundo mandato ocorre em um momento um pouco mais calmo, porém, ainda conturbado”, destaca o jornal. “Em 2008, comemoramos, juntamente com americanos de ambos os partidos, que um negro poderia ser eleito presidente. Esperávamos que um líder jovem e carismático ajudaria a curar as divisões partidárias e confrontar escolhas difíceis de que os políticos geralmente preferem se esquivar. Desta vez, a vitória de Obama tem menor importância, mas dá ao presidente a oportunidade de preencher os espaços em branco de um legado ainda incerto”, completa o texto.

Para a publicação, a verdadeira medida do sucesso de Obama, e a avaliação final de seu mandato presidencial, ainda está por vir: resta saber se, em mais quatro anos de governo, o presidente conseguirá cumprir algumas das promessas que fez aos americanos há quatro anos. Ele precisará mostrar a astúcia política e legislativa necessária - que muitas vezes lhe escapou durante o primeiro mandato - para driblar a intransigência da oposição num Congresso dividido. O Washington Post lembra que Obama tem assuntos importantes inacabados. No topo da lista, além da economia, estão a reforma da imigração e as ações relacionadas ao meio ambiente. No âmbito da política externa, o programa nuclear iraniano será um desafio decisivo. Obama também terá de assegurar que os ganhos no Afeganistão e no Iraque não sejam apagados no rescaldo da retirada das tropas americanas.





http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/como-os-jornais-americanos-avaliaram-a-vitoria-de-obama
http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/obama-nao-somos-tao-divididos-quanto-a-politica-sugere

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