Mostrando postagens com marcador ódio. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador ódio. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 7 de maio de 2018

NOVA CHANCE DE REVER E SE PERDOAR - EX-NEONAZI SUECA QUE FOI ACOLHIDA PELA ESQUERDA E HOJE TRABALHA COM REFUGIADOS




“Ao invés de provar do ódio que eu mesma propaguei, me recebem com amor”: a ex-neonazi que trabalha com refugiados na Suécia (SUÉCIA - MONARQUIA DE ESQUERDA SOCIALISTA)


A tatuagem do soldado nazista na perna direita, hoje, se esconde atrás de uma gueixa. A inscrição SS na parte interna do dedão esquerdo do pé foi coberta por uma flor vermelha. E a águia nazista tatuada numa das mãos se transformou numa mandala. Assim como suas tatuagens se tornaram menos agressivas, Anna-Lena Joners Larsson, 39, também mudou radicalmente. Conhecida como “nazibruden”, (garota nazista, em sueco), do livro de mesmo título, ela deixou o movimento neonazista pra trás. Tudo teve início na época em que começou a frequentar festivais de música e adquirir contato com bandas que exaltavam a “supremacia branca”. Em 2010, num desses festivais, Anna-Lena deu início a uma relação amorosa com um dos mais conhecidos nazistas suecos na época: “Erik”, como ela o nomeia em sua biografia. Ele era músico e figura conhecida entre os skinheads. 

“Eu gostava da música, mas me desligava dos textos e do público que fazia saudações nazistas na frente do palco. Eu não era politicamente engajada naqueles tempos. Mas quando o encontrei, fiz também amizades com gente que tinha uma série de opiniões políticas. A partir daí, me envolvi cada vez mais no movimento neonazista”, conta Anna-Lena.

De repente, ela se transformou em manager da banda de “Erik”. E, quando precisaram de uma voz feminina para algumas baladas, ela foi a alternativa óbvia. Desse momento em diante, começaram a fazer apresentações na Suécia e exterior. O universo nazista de Anna-Lena se ampliou e dentro em pouco ela também tornou-se famosa nos shows clandestinos dos nazis. Quando Anna-Lena engravidou do primeiro filho do casal, o engajamento político se intensificou. Sem emprego fixo e com fibromialgia, a situação ficou impraticável quando ela se deparou com burocracia e mal-entendidos com os sistema sueco de Seguros e Saúde. Da revolta, nasceu a mobilização política através das mídias sociais.

“No primeiro ano com eles, eu era alienada. Depois, perdi o controle. Mais e mais. E daí, sim, a política começou definitivamente a fazer parte do meu dia-a-dia. Me sentia desconfortável na companhia dos meus velhos amigos, pois ficaram sabendo do meu envolvimento com nazistas. E isso resultou no término de muitas amizades. Eu me afastei das pessoas de propósito, pois ficou uma relação estranha”, conta.

Isolada, ela passava o dia destilando ódio aos refugiados, outros estrangeiros e minorias em geral nos fóruns online da extrema-direita sueca e pelo Facebook. “Um novo mundo se abriu pra mim. Lá, todos compreendiam a minha frustração. Eu esbravejava num comentário, clicava em enviar e, em poucos minutos, recebia simpatia, apoio e compreensão. Eu lia notícias falsas e mitos sobre estrangeiros e compartilhava na hora”, assume Anna-Lena.

Há nesse modus operandi semelhança com o fascismo brasileiro que fabrica fake news e as espalha no WhatsApp e Facebook? Que incita o ódio às minorias e clama por militarismo? A frustração política do cenário brasileiro atual fragilizou, inclusive, as relações pessoais. E revelou, principalmente nas mídias sociais, a face do vulgo cidadão de bem – adepto do velho discurso raso, populista, violento e mofado. 

Na Europa, a sombra da extrema-direita está, definitivamente, de volta. Hungria, Grécia, Áustria, e a quase vitória da Front National, de Marie Le Pen, nas últimas eleições francesas, é o soprar dos novos velhos ventos do fascismo europeu. 

Na Suécia, a ascensão também é fato consumado. O terceiro maior partido sueco, (SD), Democratas Suecos, tem 15,9% de intenções de voto, segundo dados atuais do instituto sueco de pesquisa, Kantar Sifo. O SD já chegou a ocupar o posto de segundo maior partido, atrás apenas do Socialdemokraterna, Partido dos Democratas Sociais, que governa a Suécia atualmente.

Apesar da perda de eleitores, desavenças internas, escândalos e saída de alguns membros do SD, a extrema-direita sueca ainda permanece na briga por mais território político. Recém-criado e também de extrema-direita, o partido Alternativ för Sverige, Alternativa para a Suécia, também veio completar o cenário fascista. Querem a saída do país da União Europeia (EU); retirada de benefícios econômicos concedidos a cidadãos estrangeiros; severas políticas anti-imigratórias e incentivo à repatriação de exilados já regularizados em território sueco.

Resumindo, são contra toda e qualquer forma de políticas de integração de estrangeiros. Sem mencionar a série de projetos com a intenção de controlar a mídia e a liberdade de expressão.

Assim como no Brasil, 2018 também é ano de eleição na Suécia. A diferença é que, apesar da permanência dos fascistas no páreo eleitoral, o discurso extremista parece já ter vivido seu ápice. No Brasil, não.

Dos tempos de turnê com a banda do ex-namorado, encontros com líderes de organizações reconhecidamente nazistas, como a inglesa Blood & Honour e racistas, como a americana Ku Klux Klan, restaram a consciência do erro e a luta contra seus próprios demônios. O radicalismo ficou pra trás e a Anna-Lena de hoje acha, inclusive, um completo absurdo os Democratas Suecos terem mandatos no parlamento. “Não creio que eles vão se manter na mesma posição depois das eleições de setembro. É a minha impressão quando converso com as pessoas que votaram no partido anteriormente”, diz Anna-Lena, que há tempos se declara ex-nazista.

Anna-Lena e a princesa sueca, Viktoria


O que a fez mudar de opinião sobre o seu próprio radicalismo?

“Eu estava perdida e apaixonada. Queria pertencer a um grupo. Queria algo que me fizesse sentir confiante”, explica. A mudança começou após ter sido abandonada por Erik com um casal de filhos pequenos pra criar. Anna-Lena passou a rever suas posições ideológicas, se desfazer de contatos nocivos na vida real e mais de mil “amigos” nazistas no seu Facebook. Por fim, desligou-se completamente do movimento.

Hoje, ela trabalha como assistente de integração da prefeitura de Bollnäs, sua cidade natal, no norte da Suécia. Anna-Lena presta diariamente atendimento a refugiados sírios e de outros países. No projeto, bairros ditos problemáticos, recebem apoio e ferramentas pra combater a segregação. 

“Treinamos sueco, as crianças brincam juntas e é fantástico. Não consigo me imaginar fazendo outros tipo de trabalho. Tenho o emprego dos sonhos”, diz Anna-Lena.
Anteriormente, ela já estava engajada em outras causas sociais ligadas à igreja sueca. 

Fora isso, trocou as turnês da banda de “white power” do seu ex por turnês em que palestra contando suas experiências no nazismo, na tentativa de dissuadir jovens de se engajarem em movimentos politicamente radicais. E, como ela mesma conta, tentando fazer desses momentos forma de terapia. Durante as palestras, ela alerta ainda para as consequências do que se posta na internet. Por causa de diversas ameaças, a polícia é sempre informada sobre a presença de Anna-Lena nas cidades. Inclusive, policiais à paisana misturam-se ao público como forma de segurança. 

“Em Boden (norte da Suécia), durante uma palestra, foi registrada a presença de um ativista de uma conhecida organização nazista. Eles sempre sabem aonde eu estou, o que faço e sobre o que falo nos encontros. Apenas falo sobre o que eu vivi, as minhas impressões. Não falo sobre as ideologias das organizações nazistas. E eles sabem disso”, explica Anna-Lena. 

Você acredita que vai conseguir se perdoar totalmente por tudo? 

“Já pensei em pegar os meus filhos e deixar a minha cidade. Mas, ao mesmo tempo, estou cansada de fugas. Então, resolvi ficar e assumir as consequências dos meus atos. Mas a minha consciência pesa muito. Tudo o que eu já disse, fiz, como me comportei, o modo como tratei algumas pessoas. Vou viver com isso até o fim da minha vida. Mas trabalhei pra reconquistar a confiança dos meus velhos amigos e voltei a ser aceita na sociedade. Ao invés de provar do ódio que eu mesma propaguei, me recebem com amor e isso me fortalece. 

Quando os meus filhos crescerem, pretendo ser totalmente aberta em relação à vida que eu levava. Eles vão saber de tudo, não quero que nada fique sem explicação”. 

Anna-Lena me diz que das poucas mulheres presentes no movimento neonazista sueco, aproximadamente 12 delas deixaram as organizações nos últimos tempos, mas ainda não tornaram pública sua saída.


"Só o amor pode curar ou cobrir uma multidão de pecados".By Jesus Cristo 


sexta-feira, 8 de julho de 2016

EDITORA ALEMÃ PLANEJA REPUBLICAR VERSÃO ORIGINAL DE "MINHA LUTA" LIVRO ESCRITO POR ADOLF HITLHER

Se publicar uma edição em português tenho interesse em adquirir porque é fascinante estudar uma mente brilhante como foi do ditador antissemita Adolf Hitler. Sem sombras de dúvidas ele foi um homem do mal, mas genial. Suas ideologias políticas de EXTREMA DIREITA só trouxeram mal a humanidade, sofrimento e horror. É por estas e outras que eu sou centro-esquerda. Sou contra tudo que ele fez e seus pensamentos eram de um facínora, monstro, etc. Mas lendo a gente aprende o que não se deve permitir voltar a ser praticado no mundo. Roberta Carrilho

Intenção da Editora Schelm é relançar manifesto antissemita de Hilter sem comentários críticos de historiadores. Embora especialistas apontem que é hora de Alemanha lidar com passado nazista, editora pode ser alvo da Justiça.


Exemplar de "Minha Luta" assinado por Hitler


Em meio a grande agitação, o livro Minha Luta, de Adolf Hitler, voltou às prateleiras das livrarias alemãs em janeiro deste ano 2016 – como edição comentada. A primeira tiragem, com cerca de 3,7 mil notas de historiadores que contextualizam a obra, esgotou em poucas semanas.

A publicação da edição comentada se tornou possível após os direitos autorais do livro terem expirado e a obra ter caído em domínio público, 70 anos após a morte do ex-ditador nazista. Em termos legais, a obra é considerada sediciosa. No entanto, os comentários críticos do Instituto de História Contemporânea, sediado em Munique, possibilitaram sua publicação de forma legal.

Esse não é necessariamente o caso da nova edição que a editora alemã de direita Schelm pretende lançar em meados do ano – em sua forma original, sem contextualização crítica.

Baseada em Leipzig, a Schelm já está aceitando encomendas em seu site para a "reimpressão inalterada", que, segundo os editores, vai servir como fonte de educação pública e documentação histórica para o universo acadêmico.

Os planos da Schelm foram anunciados numa livraria de Forchheim, ao norte de Nurembergue. "A editora divulgou que planejava vender a versão original e anunciou o livro com uma imagem de Hitler", afirmou à DW Christopher Rosenbusch, porta-voz do Ministério Público local, que indiciou uma investigação. Um anúncio do tipo já pode ter consequências legais.

De acordo com as leis alemãs contra a incitação ao ódio racial, republicar o manifesto original é ilegal. Os investigadores avaliam agora se vão apresentar queixa contra a editora.

Estratégias de dissimulação
A Schelm argumentou que planeja publicar o texto com um comentário como prefácio, o que não seria suficiente para que seja considerado material de pesquisa. "Falar de educação pública nesse caso não faz o menor sentido", afirma Hajo Funke, professor do Instituto de Ciências Políticas em Berlim. "Trata-se de um texto antissemita, que só serve para criar agitação."

Na Alemanha, qualquer pessoa que incite o ódio contra um indivíduo devido à sua origem nacional, racial, religiosa ou étnica pode ser acusada de perturbação da ordem pública. Qualquer glorificação do nazismo é passível de processo judicial.

No entanto, estudantes ou acadêmicos que usarem Minha Luta como parte de seus trabalhos acadêmicos não são alvo da Justiça. Por essa razão – e para se proteger legalmente – a Schelm está tentando vender sua edição como um serviço acadêmico e, em seu site, a editora se distanciou de passagens odiosas do livro.

Fala por si só, no entanto, o fato de que o domínio volkstod.com pertença à editora, algo que pode ser traduzido como "morte do povo.com", e de que a Schelm publique somente livros de orientação de direita.

"Essas estratégias de dissimulação sempre estiveram em jogo", disse Kai Brinckmeier, especialista em extremismo de direita. "Havia um site na internet, semelhante ao Wikipedia, com uma lista de tópicos destinados a negar o Holocausto. Os estudantes que buscavam informações na web corriam o risco de levar as informações a sério, caindo assim na armadilha dos neonazistas."

Edição comentada de "Minha Luta" publicada pelo Instituto de História Contemporânea de Munique pesa cinco quilos

Proibição não é resposta
Apesar do conteúdo controverso, não houve um banimento específico da publicação do livro desde que entrou em domínio público. "Mas um banimento não iria, necessariamente, evitar que o ideário se enraizasse na cabeça de muitas pessoas", afirma Brinckmeier. Para o especialista, no entanto, há o risco de que alguém que, a princípio, não tinha nada a ver com o movimento de extrema direita possa acabar levando tais pontos de vista em consideração por meio da distribuição do livro.

Horst Pöttker, professor da Universidade de Hamburgo, também disse considerar que uma proibição não seria eficaz. Segundo ele, a versão comentada é um bom meio-termo. Ele mesmo quis publicar uma edição semelhante há alguns anos, mas na época os direitos autorais ainda estavam em vigor.

"Na Alemanha, teme-se uma onda de extremismo de direita [se o livro for publicado], mas esse não é o caso em outros países. Até mesmo em Israel, Minha Luta é vendido na versão original", explicou o professor.

Para Pöttker, a reação na Alemanha mostra que cidadãos do país não sabem lidar com o passado nazista. "Existe uma necessidade urgente na sociedade de se encontrar, finalmente, um caminho apropriado para resgatar esse passado, cultural e publicamente", afirmou Pöttker. "Minha Luta faz parte do discurso público. E agora a ala de extrema direita tenta fazer suas próprias incursões."

Minha Luta em contexto histórico
Minha Luta não é somente uma diatribe. O livro também contém ideias que teriam agradado a alguns membros de classes alemãs com maior nível educacional na época de Hitler. "[Hitler] escreveu que se deveria ler muito, e Munique é descrita como uma cidade linda", aponta Pöttker.

Hoje, o texto pode ser colocado claramente num contexto ideologicamente racista, que levou a campos de concentração e extermínio de judeus. "O fato de Hitler ter escrito sobre sua ideologia racial e Auschwitz em Minha Luta serve para provar que todos aqueles que negam o Holocausto estão errados", acrescentou o professor.

Apesar de suas objeções, Funke acredita que a editora Schelm está preenchendo uma lacuna de mercado com seus planos de uma edição não comentada. "A versão com comentários críticos é muito instrutiva, mas também muito assustadora", afirma o cientista político, acrescentando que ela não seria apropriada para uma interpretação crítica ampla. "A análise crítica poderia, facilmente, ter sido feita ao longo de 200 páginas."

Funke diz estar interessado em como o caso Schelm vai avançar, porque se queixas forem apresentadas, isso pode acabar tendo efeito sobre a edição comentada publicada pelo Instituto de História Contemporânea. "Mesmo com seus comentários, o texto também poderia ser visto como um meio de glorificar os conteúdos do livro. Nesse caso, ele também não teria uma base legal sólida", conclui.












Fonte: http://www.dw.com/pt/editora-alem%C3%A3-planeja-republicar-vers%C3%A3o-original-de-minha-luta/a-19312356