segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A INUTILIDADE DO SUICÍDIO


Foto by Luca Rossato

O grande equívoco do suicida é acreditar que após o fenômeno da morte tudo estará terminado. Movido por esta ilusão materialista, ele aceita a infeliz idéia, que o conduzirá à sua primeira decepção: constatar que a vida continua após a morte do corpo; e com ela também, todos os problemas não resolvidos.
É de estranhar que algumas pessoas, apesar dos inúmeros fenômenos comprobatórios da realidade espiritual, ainda relutem em manter, a visão limitada que entende o ser humano, apenas, como um amontoado de células regido pelas complexas ações cerebrais.

Movido por esta equivocada interpretação, não compreendem, que a vida no corpo físico é uma maravilhosa oportunidade, através da qual o espírito se acerta com as leis universais.

Por mais que alguns estudiosos o defendam, como um direito do homem contemporâneo, o suicídio será sempre um ato violento e uma ingratidão contra a misericórdia divina. O verdadeiro dever de cada um deveria ser o de preservar a vida e através dela alcançar a perfeição. Para isso, lutaria procurando vencer os obstáculos e desafios, inerentes a tão importante empreendimento.

É bem verdade, que o homem quando atinge certo nível de evolução, realiza uma importante conquista − o livre arbítrio (liberdade de agir), porém, vinculado a esta conquista ele assume um grande compromisso – a responsabilidade pelos seus atos.

Atentar contra a própria vida é na realidade, resultado de uma interpretação tão imediatista, quanto paradoxal, comum a alguns materialistas de plantão, que assim se expressam: “O homem tem o direito de renunciar à vida, quando esta não lhe proporciona as mínimas condições para sentir-se feliz”. Nesta ilusão, projetam-se para uma infelicidade maior.

Estudos realizados comprovaram que cada suicídio tem um impacto em pelo menos seis outras pessoas. Dessa forma, o infrator pelo mau exemplo, poderá causar dissabores e agravamentos na vida dos que ficam inclusive a indução à idêntica atitude. Daí, por força da lei de causa e efeito, ele será responsabilizado tanto pelos danos causados a si, quanto pelos danos causados aos outros, necessitando de uma ou até várias reencarnações, para a devida reparação.

É importante que se considere: a vida mesmo sendo um patrimônio individual, pela interdependência através da qual é gerada e perpetuada, torna-se patrimônio coletivo. Dessa forma podemos perceber que se suicidar não é apenas um fenômeno de autodestruição, mas também de destruição de esperanças e causa de muitos sofrimentos para familiares, amigos e outros, que de forma direta e indireta se vinculam à vítima.

A literatura espírita, a única que nos oferece subsídios para uma análise real sobre suicídio, em nenhuma obra fala de qualquer circunstância, que justifique essa trágica decisão.

Quanto ao resultado de tamanha violência, podemos afirmar que dores superlativas aguardam todos aqueles que aderem a tão precipitada atitude.

Do livro Loucura e Obsessão (Divaldo Pereira / Manoel Phillomeno de Miranda) encontramos um comentário a respeito de Sara, que se suicidou ingerindo substância tóxica: “Atada aos despojos que se exauriam com vagar, apesar da brusca interrupção vital pelo suicídio, encontrava-se a pobre equivocada, somando às dores do tóxico corrosivo, as dilacerações produzidas pela autópsia”.

Relatos como este testemunham, claramente, que suicidar-se no intuito de fugir de problemas e sofrimentos considerados insuportáveis, é simplesmente sofrer a frustração de se deparar com sofrimentos maiores.

Diante do exposto, temos motivos de sobra para concordarmos quanto a este fenômeno, com a afirmativa de A. Schopenhauer: “Suicidar é um ato inútil e insensato; destrói arbitrariamente o fenômeno individual, enquanto a coisa em si permanece intacta”.

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