Eu sempre gostei do 'Bread'.
Tenho uma história interessante a respeito desta banda. Em 2003 eu tinha acabado de sair de um período de depressão-aguda na gestação e pós-parto da minha filha mais nova, Maria Eduarda. Neste período horrível da minha vida, separei e voltei para a minha cidade para continuar meu tratamento e terminar minha graduação em Direito.
Foi um ano muito difícil para mim, pois, ainda gostava do meu companheiro e também por ter que ficar longe da minha filha. Naquela época, nós tínhamos feito um acordo tácito, ou seja, ele ficaria cuidando da nossa filha até que eu recuperasse minha saúde emocional e terminasse a faculdade. Eu ainda acreditava nele e também em nosso relacionamento, ledo engano!
Enfim, voltando a história do CD, mesmo desempregada e em recuperação ganhava algum dinheirinho do meu pai para cobrir minhas despesas básicas como: pagar a van para me levar ao campus, farmácia e também a mensalidade da faculdade. Voltei a estudar e aos poucos fui recuperando minha saúde emocional, numa luta herculana contra a depressão. Tinha muitos sonhos... sarar e voltar para 'casa' junto da minha filha e do 'meu amor'. Quanta inocência!!! Mas era a minha realidade até então, pois, naquela época eu o amava de verdade. Para selar e provar esse amor, decidi presenteá-lo com um CD da banda BREAD.
Economizei cada centavo para poder comprar e presenteá-lo no seu aniversário. Cada centavo era importante. Foram vários meses de privação. Foi o presente mais caro que eu comprei para alguém devido as circunstâncias. E pensava: tudo valia a pena por ele. Tinha tanta certeza de que ele iria gostar e claro, reconhecer todo aquele sacrífico.
Nas vésperas do seu aniversário, fui à BIBOP, uma loja de cds e dvs em Divinópolis, encomendar o cd: "THE BEST OF BREAD". Tive que encomendar porque não tinha disponível devido a banda não ser muito comercial. E quando me ligaram dizendo que tinha chegado, fui correndo buscar e comprar um lindo cartão para ele. Escrevi com a alma, eu me lembro disso. Coloquei todo sentimento naquele cartão. Depois, postei nos correios com 03 dias de antecedência para que ele pudesse receber no dia exato do seu aniversário, era a minha surpresa.
Quando ele recebeu, me ligou e disse que estava saindo para viajar com nossa filha para vir me visitar. O seu aniversário geralmente coincide com o dia das mães e comentou que antes de sair resolveu ouvir o CD. Eu perguntei: -Você gostou da minha surpresa? Ele respondeu que sim e completou que já tinha ouvido algumas canções mas não sabia que àquelas músicas eram da banda BREAD. Eu me lembro que fiquei feliz!!!
Mas em 2006 no mês de setembro ou outubro, não sei precisar, viajei para Caxambu para visitar nossa filha na casa da mãe dele e para minha surpresa, ele também chegou lá sem avisar. Ao me ver acompanhada de um amigo, ficou ciumado, aliás muito ciumado. Eu já tinha entregue a mãe dele uma sacolinha com alguns CD que estavam comigo e entre eles estava o do BREAD. Naquele dia, ele vistou a sacolinha em cima da mesa da sala e foi verificar o conteúdo. E para minha decepção ele pegou o CD do BREAD, sem se importar com nada, com todos aqueles meses que fiquei sem dinheiro para juntar centavo por centavo para comprá-lo, e sem nenhuma cerimônia remessou-o pela janela da sala e o mesmo espatifou no muro de frente a casa. Ah! também tirou o relógio do pulso e fez o mesmo.
Meu coração ficou lá naquele muro, despedaçado como o CD. Nunca consegui esquecer isto. Sempre que ouço BREAD vem essas lembranças.
Inevitável mais uma decepção com ele. Aliás, foram tantas que eu perdi a conta. Hoje revejo todas estas coisas e penso que sempre fui muito honesta com meus sentimentos. Isto eu posso falar de peito aberto, sem medos e nem vergonha. Sou o que sou! Autêntica, coisa que ele infelizmente não é.
Nunca mais voltei a comprar nada para ele, eu acho que este episódio me marcou profundamente. Mas aprendi uma preciosa lição! Ingratidão mata paixão. E neste caso, especificamente, foram tantos anos de sofrimentos e ausências, que eu cansei, literalmente. Não suporto mais lembrar ou pensar nele. Tenho raiva do nosso passado.
Roberta Carrilho
IF
If a picture paints a thousand words,
Then why can't I paint you?
The words will never show the you I've come to know.
If a face could launch a thousand ships,
Then where am I to go?
There's no one home but you,
You're all that's left me too.
And when my love for life is running dry,
You come and pour yourself on me.
If a man could be two places at one time,
I'd be with you.
Tomorrow and today, beside you all the way.
If the world should stop revolving spinning slowly down to die,
I'd spend the end with you.
SE
Se um quadro vale por mil palavras
Então, por que não poderia pintar você?
As palavras jamais mostrarão
O que você veio pra saber.
Se uma pessoa pode lançar mil navios
Então, onde eu estou indo?
Não há ninguém mais em casa, exceto você,
Você é tudo que resta para mim também.
E quando o meu amor pela vida está se apagando
Você vem e se deita sobre mim
Se uma homem pudesse estar
Em dois lugares ao mesmo tempo
Eu estaria com você, hoje e amanhã
Ao seu lado de todas as formas.
E se o mundo fosse parar de girar
Girando lentamente até morrer
Eu ficaria no final com você
E quando o mundo acabar
Aí uma por uma, as estrelas apagariam
E nós simplesmente voaríamos para longe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário