quarta-feira, 2 de junho de 2010

CEDER - Letícia Thompson


Por que será que nos lamentamos tanto quando nos decepcionamos, perdemos e erramos? 

O mundo não acaba quando nos enganamos; ele muda, talvez, de direção.

Mas precisamos tirar partido dos nossos erros. Por que tudo teria que ser correto, coerente, sem falhas?

As quedas fazem parte da vida e do nosso aprendizado dela.

Que dói, dói. Ah! Isso não posso negar!

Dói no orgulho, principalmente.

E quanto mais gente envolvida, mais nosso orgulho dói.

Portanto, o humilhante não é cair, mas permanecer no chão enquanto a vida continua seu curso.

O problema é que julgamos o mundo segundo nossa própria maneira de olhar e nos esquecemos que existem milhões e milhões de olhares diferentes do nosso.

Mas não está obrigatoriamente errado quem pensa diferente da gente só porque pensa diferente. E nem obrigatoriamente certo.

Todo mundo é livre de ver e tirar suas próprias conclusões sobre a vida e sobre o mundo. Às vezes acertamos, outras erramos. E somos normais assim.

Então, numa discussão, numa briga, pare um segundo e pense: "e se eu estiver errado?" É uma possibilidade na qual raramente queremos pensar.

Nosso "eu" nos cega muitas vezes. 

Nosso ciúme, nosso orgulho e até, por que não, nosso amor? 

Não vemos o lado do outro e nem queremos ver.

E somos assim, muitas vezes injustos tanto com o outro quanto com a gente mesmo, já que nos recusamos a oportunidade de aprender alguma coisa com alguém. 

E é porque tanta gente se mantém nessa posição que existem desavenças, guerras, separações. 

Ninguém cede e as pessoas acabam ficando sozinhas. 

E de que adianta ter sempre razão, saber de tudo, se no fim o que nos resta é a solidão? (grifos meus)

Vida é partilha. 

E não há partilha sem humildade, sem generosidade, sem amor no coração.

Na escola, só aprendemos porque somos conscientes de que estamos lá porque não sabemos ainda; na vida é exatamente a mesma coisa. 

Se nos fecharmos, se fecharmos nossa alma e nosso coração, nada vai entrar. E será que conseguiremos nos bastar a nós mesmos? 

Eu duvido. (grifos meus)

Não andamos em cordas bambas o tempo todo, mas às vezes é o único meio de atravessar. 

Somos bem mais resistentes do que julgamos; a própria vida nos ensina a sobreviver, viver sobre tudo e sobretudo.

Nunca duvide do seu poder de sobrevivência! 

Se você duvida, cai. 

Aprenda com o apóstolo Pedro que, enquanto acreditou, andou sobre o mar, mas começou a afundar quando sentiu medo. Então, afundar ou andar sobre as águas? Depende de nós, depende de cada um em particular. 

Letícia Thompson


Texto simplesmente perfeito!
E completo: "O Destino decide quem vamos encontrar na Vida... as Atitudes decidem quem Fica ..." Roberta Carrilho

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