Temos de assumir a nossa existência o mais amplamente possível; tudo, até mesmo o impensável, tem de ser possível.
No fundo é esta a única coragem que nos é pedida pelo universo; ter coragem para o mais estranho, o mais singular e o mais inexplicável que possamos encontrar. O fato da humanidade ter sido covarde neste sentido fez muito mal à vida limitando a plenitude. Nossos sentidos e capacidades ficam atrofiados.
(...) Pois não é apenas a inércia a responsável pela repetição das relações humanas, indescritivelmente monótonas e iguais; é a timidez perante qualquer tipo de experiência nova e imprevisível com a qual não nos sentimos capazes de lidar. Mas só alguém que está pronto para tudo, que não exclui nada, nem mesmo a coisa mais enigmática, viverá a relação com o outro como algo vivo que sairá dele próprio e da sua existência.
Roberta Carrilho
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