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Nem todos meus desejos (Conatus) são ou precisam ser determinados por causas externas. Existem desejos que são determinados por causas próprias que são os que expandem nosso ‘conatus’ de fato. Isso me realiza como ser individual. Espinoza afirma que esse desejo por si só é ético porque é um desejo que não depende de um desejo do outro, de uma realização do outro, pois, é um desejo que me realiza e que provavelmente não realizam outras pessoas. Por afirmar que os desejos são determinados por causas internas que Espinoza serve como contraponto a sociedade de consumo, que os desejos são criados por causas externas.
Assim como falou Nietzche (1889), só existe a ideia de livre arbítrio quando eu posso determinar minha ação, se eu penso a partir dos meus afetos, se eu constato que só ajo afetivamente para que haja uma mudança na minha conduta, no meu comportamento. É preciso, porém, que antes haja uma mudança nos meus afetos. Espinoza também dizia que não adianta o conhecimento se ele não for afetivo, pois, só o que transforma um afeto é outro afeto. Ele cita o poeta romano, Ovídio (43 a.C – 17a.C) – Metamorfose – “Vídeo meliora provoque, deteriora sequor” -“Penso o melhor, faço o pior”.
Significa que não adianta você pensar no bem e agir corretamente no bem, na moral, porque se você não tiver uma transformação afetiva, o conhecimento é inócuo, ele é incapaz de modificar os nossos afetos, e no entanto, são os determinantes da nossa ação.
Espinoza
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