Uma imagem vale mais que mil palavras... neste distúrbio do mundo arábe. Até quando vamos assitir a isso? Roberta Carrilho
Uma menina síria de quatro anos levantou as mãos ao confundir a câmera de um fotojornalista com uma arma e acabou comovendo o mundo. O registro foi postado no Twitter pela fotógrafa Nadia Abu Shaban e recebeu mais de 2 mil curtidas e 6 mil retweets.
Fotografia comoveu internautas e viralizou na redeFoto: Twitter |
Entenda a Guerra Civil na Síria por Felipe Araújo (Infoescola)
A Guerra Civil Síria é um conflito que teve início após uma sucessão de grandes protestos da população a partir do mês de janeiro de 2011. Um mês depois, o tom das manifestações ficou mais agressivo e elas se tornaram rebeliões armadas influenciadas pelas diversas revoltas que ocorriam ao mesmo tempo no Oriente Médio: a Primavera Árabe.
Os grupos de oposição, ao se manifestarem de forma incisiva, têm o objetivo de derrubar Bashar al-Assad, presidente do país, para iniciar um processo de renovação política e criar uma nova configuração à democracia da Síria. Porém, a situação acredita que as ações do Exército Sírio Oficial, que pratica ações violentas contra os manifestantes, são formas de combate aos terroristas que pretendem desestabilizar a nação. Devido a isso, teve início uma mobilização envolvendo os veículos de comunicação e a sociedade, que exigiram mais transparência dos políticos, liberdade de expressão e promulgação de um novo conjunto de leis.
Voltando ao ano de 1962, pode-se fazer uma análise da situação da Síria e descobrir o porquê do tom emergencial dos protestos. Naquele ano, foram suspendidas as medidas de proteção para os cidadãos do país que estavam previstas na constituição anterior. Considerado um ditador, Hafez al-Assad manteve-se no poder da nação durante três décadas, passando o posto para o seu filho Bashar al-Assad, que se mantém no poder com mão-de-ferro desde 2000.
Devido a estes fatores, as manifestações da população síria foram iniciadas em frente as embaixadas estrangeiras de Damasco (capital) e ao parlamento sírio. Para conter os protestos, o governo mandou as forças militares do país contra os motins. Então começaram os conflitos entre as população e os soldados sírios, que, ao longo dos protestos, já resultaram em centenas de mortes, sendo que a grande parte refere-se aos civis.
Porém, diversos militares demonstraram-se contrários às ações do exército para conter a população. Há relatos de soldados sendo expulsos das forças militares após se recusarem a atirar na população. Depois de diversas represálias governamentais contra os guerrilheiros rebeldes, um grupo de civis e desertores formaram uma ação conjunta e criaram o Exército Livre da Síria para lutar contra as ações violentas do governo. No segundo semestre do ano de 2011, os opositores reuniram-se em uma organização única que foi batizada pelo nome de Conselho Nacional da Síria.
A partir deste momento, a guerra civil tornou-se ainda mais brutal e teve início um processo de incursão das forças oficiais do governo em territórios controlados pela oposição. Em 2012, os inúmeros conflitos foram categorizados como Guerra Civil pela Cruz Vermelha. Desta forma, foi aberto um atalho para o emprego de investigações referentes a crimes de guerra e a aplicação de medidas do Direito Humanitário Internacional e das decisões acertadas nas convenções de Genebra.
De acordo com dados de ativistas, a quantidade de mortes causada pelo conflito é de mais de 100.000 pessoas, sendo que 130.000 teriam sido detidas pelo governo sírio através das forças armadas. Fora isso, cerca de 2 milhões de cidadãos buscaram refúgio em outros países. Grande parte dos refugiados encontra abrigo no Líbano, nação vizinha da Síria.
Forças militares que apoiam Assad receberam acusações de serem responsáveis por assassinatos e ações violentas contra civis. Entretanto, no período em que ocorreram as manifestações, os grupos de oposição, incluindo o Exército Livre da Síria, também foram acusados por grupos de direitos humanos por atrocidades e homicídios.
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