quarta-feira, 3 de setembro de 2014

SEXUALIDADE MASCULINA por Deise Barreto



Em tempos passados as traições masculinas eram vistas como sinal de virilidade. Vivenciando as quatro etapas funcionais: excitação, ereção, penetração e ejaculação.

A partir de 1970 as feministas com suas críticas fizeram os homens reverem seu comportamento. E isso também contribuiu para que as mulheres se tornassem mais exigentes na escolha do parceiro, pois não esperavam apenas um bom desempenho sexual, mas também envolvimento afetivo e sexual, o que a princípio foi muito complicado para eles que tiveram uma educação baseada na questão que homem não chora, homem não demonstra sentimento. Levando a construir uma imagem deles de que estão sempre pronto para a atividade sexual e desconsiderando momentos difíceis e conflitantes dos mesmos. 

Isso é nítido diante da escuta clínica, onde muitas mulheres acham inadmissível a falta de vontade do homem quando elas os procuram, pois ainda é muito viva a questão de que a mulher precisa das preliminares para se sintonizar e ceder ao sexo, enquanto os homens bastam um beijo para excitá-los. O que em parte é real, mas não podemos deixar de lado, que os homens também têm seus momentos de ansiedade, insegurança e preocupação.

Vale ressaltar que com as mudanças ocorridas no mundo contemporâneo e o homem deixando de ser o único provedor da família, e nem sempre o principal, acarretou crises de identidades masculinas segundo cientistas sociais.

Os homens se deparam atualmente com mulheres inteligentes, bem sucedidas, que sabem o que querem e não dependem mais deles. As mulheres hoje os procuram e muitas parecem insaciáveis na cama, o que acaba assustando e os deixando confusos, deixando os com medo de como seu desempenho será avaliado, comparado e/ou até comentado.

Segundo França (2005), “tantos homens perdendo o desejo, enquanto as mulheres demonstram os seus”.
As disfunções sexuais masculinas é um problema que ocorre há anos, e a resistência deles em busca de tratamento continua grande. Desde 1998 com o início da comercialização do famoso ‘Viagra’, acabou contribuindo para a redução da busca por análise. No entanto, isso foi revertido logo, pois os usuários da pílula masculina perceberam que estavam resolvendo os problemas em parte, e negligenciando os problemas psicológicos associados.

As disfunções sexuais masculinas mais frequentes são:
- Disfunção erétil
- Distúrbios da ejaculação (ejaculação precoce, ejaculação retardada, anejaculação e ejaculação retrógrada)
- Anorgasmia

Disfunção erétil, que substituiu o termo impotência sexual. A disfunção erétil pode ser de etiologia orgânica ou psicológica. Os fatores psicológicos mais comuns são: perda da autoestima, problemas de relação conjugal, insegurança em relação ao desempenho sexual, ansiedade, depressão, doenças psiquiátricas e também desconhecimento básicos sobre a sexualidade.

Problemas orgânicos, uso contínuo de tabagismo e alcoolismo também interferem de forma significativa.

Ejaculação precoce, disfunção geralmente de fundo psicológico, onde o homem ejacula antes do desejado e em muitos casos com uma estimulação mínima sexual, antes, durante ou após a penetração vaginal. A ansiedade acaba interferindo muito, hoje a medicina utiliza medicamentos buscando minimizar esse quadro, mas é necessário lidar também com as questões emocionais relacionadas.

O início da vida sexual parece ter muita influência, inclusive quando os adolescentes não têm locais e tempo para a realização da atividade sexual, e precisam fazer as pressas com receio dos pais chegarem ou quando estão em locais inapropriados onde não podem ter maior intimidade e focarem apenas no que estão fazendo naquele momento, deixando de se preocupar com os estímulos externos.

Ejaculação retardada, é um quadro mais raro de acontecer, levando-se em consideração que um coito normal leva em torno de 3 a 20 minutos, na ejaculação retardada o homem pode permanecer de meia hora a duas horas com ereção prolongada sem que consiga ejacular. Ou seja, há uma dificuldade em ejacular durante a atividade sexual. Muitos autores consideram a ejaculação retardada como um distúrbio do desejo, mas pode estar associado ao uso de maconha e outras drogas, a quadros depressivos, fantasias inconscientes, desejos homossexuais, sentimento de culpa, medo de gravidez, medo de perder a virilidade, ressentimento com a parceira, preocupação com o tamanho do pênis.

Anejaculação, ausência de ejaculação, ocorrem às sensações orgásticas normais, porém sem a expulsão do sêmen. Segundo França (2005) “[...] o sêmen não é produzido, ou quando os canais que conduzem o fluido seminal do testículo estão ocluídos”. Como causas orgânicas podem ter lesões anatômicas congênitas do sistema genito-urinário, as lesões da medula espinhal e as lesões dos gânglios simpáticos lombares.

Ejaculação retrógrada, o sêmen também não é expelido, e sim disparado para dentro da bexiga, e não pela uretra. É resultante da incompetência de fechamento do colo vesical durante a ejaculação. Qualquer condição que altere a inervação simpática do colo vesical pode causar ejaculação retrógrada, como por exemplo, diabetes mellitus, cirurgias retroperitoneais, cirurgias no colo vesical, ressecção transuretral da próstata ou lesão medular. Algumas medicações também resultam em ejaculação retrógrada, as mais comuns são os antipsicóticos e alguns anti-hipertensivos. O diagnóstico é realizado com a pesquisa de espermatozoides na urina após uma ejaculação.


Anorgasmia, há a ejaculação, mas ocorre a ausência da sensação de prazer orgásmico.


Todas essas disfunções podem ser tratadas por um profissional ético e competente, o que é de etiologia orgânica requer um acompanhamento com o urologista e o que compete a fundo emocional, o ideal é a busca por um profissional onde você se sinta a vontade para falar a respeito e trabalhar os conteúdos que o impedem de viver sua sexualidade de forma satisfatória.






Bibliografia:
França, Cassandra Pereira. Disfunções Sexuais. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2005.



Um comentário:

  1. Obrigada! Aline
    Vou compartilhar seu vídeo no blog.
    Seja bem-vinda!

    Roberta Carrilho

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