Perguntamos a escritórios de arquitetura e de design de interiores em quais situações o barato sai caro em uma reforma. Projeto, mão de obra e qualidade dos materiais foram os itens mais votados. Veja todas as respostas!
1. “Nunca se mude antes de a obra terminar” Carol Lovisaro, designer de interiores
Resolva as pendências, por menores que pareçam, antes de entrar no novo imóvel. Assim você poderá curtir a casa nova sem dor de cabeça. Outra dica: o item em que menos deve economizar é o piso. Se ele não for bom, com o passar do tempo você terá de fazer outra reforma.
2. “Não economize no projeto” Sarkis Semerdjian, arquiteto
Projeto com pouco desenho e pouco detalhamento gera confusão durante a obra e, consequentemente, custo extra para o cliente. O pacote de projetos é um documento formal que protege o morador de custos adicionais apresentados por empreiteiros e construtoras ao longo da execução. Caso algo não dê certo no final, o cliente pode exigir a entrega do que está previsto em projeto.
3. “Desconfie do faz-tudo” Robert Robl, arquiteto
Nunca faça uma obra com o faz-tudo que fulano indicou. Geralmente orço a obra com dois engenheiros de confiança. O valor é um pouco mais alto, mas, no total, sai mais barato do que os extras cobrados pelo faz-tudo do cliente. Sem contar que com o faz-tudo as listas de materiais são intermináveis: mais tinta, mais argamassa, mais isso, mais aquilo... Recomendo fazer a parte executiva com uma empresa de engenharia e execução, que fica oficialmente responsável pelos serviços de gesseiro, pintor, entre outros.
4. “Invista em metais sanitários economizadores e lâmpadas de led” Eduardo Bessa, arquiteto da Cactus Arquitetura
Sugiro não economizar em metais sanitários. Prefira os que controlam o fluxo de água, ainda que custem mais caro; eles resultarão em economia a longo prazo. O mesmo vale para o sistema de iluminação: prefira as lâmpadas de led. Embora sejam mais caras, elas fazem a diferença na sua conta de luz. Se o orçamento for apertado, cogite pintar os banheiros em vez de trocar os revestimentos.
5. “Espelho e papel de parede: invista” Flavia Sá, arquiteta
A qualidade do espelho só aparece após algum tempo de uso. Em áreas com umidade, o cromo descasca, deixando a superfície toda manchada, se não for de boa qualidade. Também não se pode economizar com o instalador de papel de parede. Já deparei com papel descolando na casa de um cliente porque o instalador havia aplicado o produto sobre tinta acrílica, o que não é recomendado (o correto é aplicá-lo sobre tinta PVA). O erro acarretou na perda do papel de parede importado.
6. Invista na contratação do arquiteto” Vanessa Féres, arquiteta
A pior economia é a feita com o arquiteto. Por ser um profissional flexível e gabaritado, ele pode indicar soluções adequadas e econômicas. Cliente de bom arquiteto nunca é cobaia. Quanto à obra, eu diria que o mais importante é analisar toda a parte hidráulica com muita atenção e verificar se as prumadas devem ser trocadas para não haver surpresas após a conclusão da reforma.
7. “Refazer sai mais caro” Silvana Lara Nogueira, arquiteta
Não vale a pena economizar no planejamento nem na qualidade dos materiais. Pense que a refação sairá mais caro. Não recomendo, por exemplo, reformar um banheiro sem trocar o encanamento e sem fazer uma boa impermeabilização.
8. “Não atropele o andamento da obra” Lucia Manzano, arquiteta e paisagista
Em uma construção ou reforma, as coisas têm uma ordem para acontecer. Quando essa ordem é atropelada, por pressa do cliente ou por falta de conhecimento de quem a está gerenciando, o trabalho de alguma forma precisa ser refeito. Também não economize na proteção das superfícies antes da pintura. Qualquer conserto em um móvel ou piso sairá mais caro do que o custo do material de proteção.
9. “Fuja dos amadores” Ieda Korman, arquiteta
Nunca contrate profissionais que não sejam especializados. Um mau pedreiro ou empreiteiro é o primeiro item de uma obra malfeita. Um projeto que não contempla futuros ajustes de componentes ou acabamentos pode comprometer totalmente o resultado de uma obra. Economizar no eletricista, no encanador e no pedreiro pode significar curto-circuito, risco de incêndio, vazamentos de gás ou de água. Cuidado também ao comprar um imóvel barato pensando em reformá-lo. Só faça isso após consultar um engenheiro ou um arquiteto. Há casos em que os problemas de estrutura, elétrica e até de hidráulica são irreversíveis.
10. “Gaste com os móveis da cozinha” Denise Monteiro, arquiteta
Um caso típico em que o barato sai caro é a marcenaria da cozinha. Contrate uma empresa especializada em cozinhas, que trabalhe com todos os acessórios e acabamentos adequados. Exija garantias e manutenções.
11. “Áreas úmidas precisam de revestimento” Vivian Coser, arquiteta da VCS Projetos
Não gosto de realizar pintura em ambientes úmidos. Nesses casos, a duração da tinta é curta e, geralmente, é necessário realizar nova pintura a curto prazo, o que acaba saindo mais caro do que utilizar revestimentos em todo o espaço. Vale a pena economizar na sofisticação dos acabamentos nas áreas de serviço, sem, porém, deixar de lado a qualidade. Pode-se optar por peças de design mais simples e de menor custo. Para o profissional de arquitetura, negociar com fornecedores e comprar maior quantidade de coisas em um mesmo lugar é uma atitude válida para economizar.
12. “Compre produtos certificados e use tinta adequada na área externa” Bianka Mugnatto, designer de interiores do escritório Interart
Não vale a pena pagar barato por produtos que não tenham certificação ou selos que garantam desempenho, qualidade e durabilidade. Na busca pela economia, muita gente acaba passando tinta látex à base de água na parte externa, se esquecendo de que, após uma chuva pesada, a pintura ficará danificada. É importante usar a tinta correta para cada ambiente, assim como prever os materiais ideais de acordo com a situação. Com o tempo, em uma região litorânea, uma luminária de ferro vai enferrujar. Embora sejam mais baratas, elas não têm a mesma resistência do alumínio.
13. “Projeto detalhado não deixa o orçamento estourar” João Conrado, arquiteto do escritório Conrado Ceravolo
Arquitetos Se for bem-feito e detalhado, o projeto ajuda a planejar a obra, colocar os custos na ponta do lápis e pensar nas possibilidades de dividir a empreitada em etapas, caso necessário. É possível gastar menos substituindo materiais, como o piso de porcelanato pelo cimento queimado, por exemplo, ou fazendo um armário com laterais e fundo de alvenaria para reduzir o volume de marcenaria.
14. “Materiais básicos devem ser de boa qualidade” Fernando Figoli, arquiteto do escritório Figoli-Ravecca
Não economize na qualidade dos produtos que pretende ter em sua obra. Isso vale desde o tijolo que vai ser usado para construir a parede, o material do mobiliário até, principalmente, os itens que ficam dentro das paredes, pisos e forros, como tubulações, material elétrico e de impermeabilização. Se forem de baixa qualidade, eles terão de ser substituídos em uma nova obra, e o custo de reposição vai ser alto. Gaste uma vez só!
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