Esta noite decidi esperar a morte, não porque a ela deixarei vencer, ou menos ainda, porque dela sou vencedor, mas porque hoje compreendi que é por ela que a vida clama é por ela que busco e desejo, e assim, aceitando-a, não precisarei tê-la como clandestina, abrupta ou brutal pois, é a ela que busco encontrar.
Decidi a ela esperar, como quem perquiri aos quatro cantos em busca dos sonhos morados sem me amorar. Por ela ficarei de braços abertos, aguardando o dia que de forma a salivar como quando vejo ou sinto o sabor da fruta desejada e que apenas em pensamento, apenas neste, se encontra sem deveras apoderar, e desta forma, sinto meus lábios tocarem um ao outro como quem lasciva com a falta aguardando o retorno do objeto amado.
Ah falta! É dela que tentamos juntar os nacos dos pequenos espaços de tempo, que de forma tão doentia e civilizada não nós permite compreender que a morte é para nós como o céu é para o pássaro, que de livre possui apenas a nossa imaginação, pois aprisionado no azul celeste não consegues desejar o azul do encontro mar.
Não quero ser limite, estipulado apenas na vida, sem compreender que somos libra ora pesando para um dos lados da existência.
Marcos Costa
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