Obrigada meu amigo querido Rander Maia de Boa Esperança por compartilhar comigo mais uma das suas fantásticas crônicas. Sempre carinhoso e amoroso comigo.
Roberta Carrilho
A política é uma causa nobre e a bíblia diz que devemos orar pelos nossos governantes. Ela é importante para servir ao país e ao povo, mas do jeito que está sendo exercida no Brasil, ela macula e desvirtua seus objetivos.
Numa outra crônica usei pela primeira vez o termo “pecado político” para expressar a falência do sistema político no país e o descalabro da atuação dos políticos brasileiros nas últimas décadas. A corrupção institucionalizada, a incompetência e o descompromisso dos nossos governantes, senadores, deputados federais e estaduais com os interesses da nação, dos estados e do povo não é novidade na vida política brasileira. Mas, sem dúvida alguma, é a maior que já existiu nesse país, que parece esquecido por Deus, desde que o Brasil se tornou independente. Jamais existiu coisa parecida. Desde que o Brasil trocou os governos militares por essa democracia corrompida nunca tivemos tantos desgovernos e tanta corrupção. Existe coisa mais imoral que o foro privilegiado dos políticos, que só existe no Brasil, para crimes comuns? O congresso e as assembleias consagram a impunidade. Os homens do poder, ao assumirem um mandato pensam somente em seus próprios interesses, em acumular riqueza e status em detrimento dos verdadeiros interesses da nação e do povo. No Brasil a maioria dos partidos políticos é criada para atender interesse de corporações e ou projetos políticos pessoais. Atualmente são 35 partidos. É surreal. Na verdade não são partidos. São legendas. Não têm ideologia e não cumprem os seus próprios programas. Têm interesses. Não pensam no Brasil. Não são patriotas. Disse o, escritor Diogo Mainardi, “Brasil não tem partido de direita, de esquerda, de nada, tem um bando de salafrários que se unem pra roubar juntos”.
Criam-se verdadeiras organizações políticas criminosas que permitem cuidarem tranquilamente de seus interesses pessoais, na busca pelo poder, não para servir ao povo, mas o poder pelo poder, para se servirem e se abastarem com o dinheiro público. Muitas obras que são realizadas pelos nossos governantes mais com o intuito de levarem vantagens ou mesmo roubarem e se locupletarem do que propriamente para servir a população. Alguns são espertalhões. Sabem roubar e não são descobertos ou ainda não foram, embora todos sabem da origem de sua riqueza. Hipócritas. Pensam que o povo é tolo. E mesmo quando pegos em suas falcatruas, têm o cinismo de dizerem: Foi tudo feito dentro da lei e as contas foram aprovadas. São profissionais do cinismo. Tentam desqualificar os críticos na tentativa de vestir a trapaça com o verniz da lisura. Uma desfaçatez. É o roubo institucionalizado. É, sim, a exploração dos trabalhadores pelos governantes, senadores, deputados e ocupantes de cargos do alto escalão, em todos os poderes da república, que vão acumulando vantagens, benefícios e benesses com seus altos salários que chegam a receber 40, 50 e 80 mil reais mensais ou mais. Recebem auxílios e mais auxílios. Falta vergonha. Sobra ganância. E o povo pergunta: Para que servem o Congresso Nacional e as Assembleias Estaduais que deveriam ser os guardiões da democracia e da decência? Para nada responde a maioria da população. Ah sim, servem de balcão de negócios escusos dos políticos corruptos. Infelizmente. Enquanto isso, as mais diversas categorias profissionais tão úteis e importantes à sociedade brasileira não tem o valor nem a remuneração que merecem.
A corrupção e a ganância dos políticos brasileiros devastam o país e essa roubalheira institucionalizada retira os recursos da saúde pública, da segurança, da educação, das obras de infraestrutura necessárias ao país. Recentemente num programa de televisão do jornalista Alexandre Garcia com especialistas no assunto, ele afirmou que o Congresso brasileiro gasta para atender a assistência médica, paga com os recursos públicos, dos senadores e deputados o equivalente ao que 5.500 municípios brasileiros gastam para atender a assistência à saúde de seus munícipes. Afirmou, também, que o fundo partidário criado pelos políticos com verbas públicas para os partidos políticos fazerem politicagem é um saque escamoteado e um acinte a dignidade do povo brasileiro.
Os governos do Brasil contemporâneo insistem em cobrar mais e mais impostos, quando poderiam cortar as despesas supérfluas, os privilégios e a corrupção. Recursos absurdos são subtraídos na forma de aposentadorias kafkianas e injustas e privilégios descabidos para políticos e ocupantes de altos cargos públicos. Sem falar nos milhares cargos comissionados desnecessários criados somente para acomodar seus apaniguados. O povo brasileiro trabalha cinco meses do ano somente para sustentar uma máquina administrativa onerosa, ineficiente desses governos perdulários, corruptos e incompetentes. O povo brasileiro vive uma distopia, termo usado pelo escritor e jornalista inglês George Orwell para designar a opressão governamental, e assim o povo brasileiro vive oprimido pela corrupção, pela excessiva carga tributária, pelo imposto de renda injusto e desumano que tanto sacrifica a classe média, pelos péssimos serviços públicos e pelo podre sistema político. É o império da opressão.
Agora, o Governo Federal, cujos donos do poder ostentam polpudas aposentadorias, apresenta uma proposta criminosa e covarde de reforma da previdência que é uma violência e muito prejudica os trabalhadores e suas viúvas. E ainda a sensação de impotência, pois, aqueles que deveriam defender o interesse do povo, em sua maioria, são corrompidos e venais. Certamente os privilegiados políticos e os marajás do serviço público não estarão incluídos nela ou encontrarão outras formas de se beneficiarem. E com essa reforma, que vai provocar o empobrecimento dos trabalhadores e da classe média brasileira, os brasileiros irão se aposentarem na hora da morte. Dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, afirmou em entrevista a jornal “Estado de Minas”: “falta moral a maioria dos atuais deputados e senadores para reformar a previdência”. Segundo especialistas em seguridade social, a previdência social urbana não é deficitária. Temos um governo podre e medíocre.
É injusto e opressivo recolher impostos cada vez mais escorchantes do povo trabalhador para enriquecer os políticos e atender as suas mordomias. Os recursos que faltam nos serviços públicos de qualidade, na construção de obras de interesse da população são consumidos pela corrupção, pelos altos salários dos ocupantes de cargos públicos ou jogados no ralo do desperdício. Empobreceram o país. Vivemos uma democracia corrompida e um sistema político apodrecido. Elegemos políticos para nos roubarem. Mas a verdade é que ultimamente Brasil tem sido governado por organizações criminosas travestidas de partidos políticos. A intemperança desses políticos rasga a alma brasileira.
Os recursos roubados são o dinheiro retirado do povo pelos impostos absurdos. É o pecado político. É o pecado cometido pelos políticos que roubam e se locupletam disfarçados com o verniz da honestidade que não possuem e acham que enganam o povo. Certamente o inferno estará cheio desses políticos e governantes desonestos e dissimulados. O Brasil e os brasileiros estão mal servidos com seus governantes e representantes no parlamento e nas assembleias estaduais. Com honrosas exceções.
Como diz o padre Fábio de Melo; “O poder não é fonte de vaidade”.
Nem de enriquecimento ilícito. Isso mesmo, eles são eleitos para servir ao país e ao povo e não para se servirem. O Brasil tem jeito, mas o sistema político tem que mudar e as mordomias e privilégios dos políticos têm que acabar. Estamos acomodados e não adianta somente nos indignar. É preciso reagir e manifestar repúdio contra esse descalabro dos políticos e dos governantes brasileiros. A desilusão e a descrença com a política e com os políticos são generalizadas. BASTA.
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