quarta-feira, 15 de junho de 2016

CINCO FRASES E CINCO LIVROS DE OLIVER SACKS



Quero conhecer mais sobre Oliver Sacks. Tenho uma terapeuta-psicóloga-amiga que sempre comenta comigo sobre algumas coisas que Sacks defendia. Ela disse que eu vou gostar de ler suas obras e que combinam comigo. Vamos ver! Eu disse que tenho 8 livros que eu comprei recentemente (box das crônicas de gelo e fogo) de George RR  Martin da série da HBO "Game of Thrones", Ostra feliz não faz pérolas e Palavras para desatar nós de Rubem Alves e Madame Bovary de Gustave Flaubert que eu ainda não terminei de lê-los mas que as minhas próximas aquisições seriam alguns títulos de Oliver Sacks. 

Então em homenagem minha amiga Claudia Rabello um post sobre Oliver Sacks



Oliver Sacks foi um dos mais influentes neurocientistas de nosso tempo

Poucos neurocientistas conseguiram um impacto tão grande na cultura mundial quanto Oliver Sacks. Seu estilo bem-humorado e instigante transformou seus livros em campeões de vendas e elevou seu status de pesquisador à celebridade. A adaptação para os cinemas de Tempo de despertar, com Robin Williams e Robert De Niro, ganhou uma indicação ao Oscar em 1991. Ao saber de seu falecimento em 2015, a autora J.K. Rowling homenageou Sacks descrevendo-o como um “grande inspirador da humanidade.”

Ele costumava receber cerca de 10 mil cartas de fãs de todo o mundo anualmente, e fazia questão de priorizar as respostas para remetentes com menos de dez ou mais de 90 anos e para quem estivesse na prisão.

Separamos algumas frases de Oliver Sacks e algumas de suas importantes obras. Confira!

1. “Música pode nos tirar da depressão ou nos levar às lágrimas – é um remédio, um tônico, um suco de laranja para o ouvido. Mas para muitos dos meus pacientes neurológicos, música é ainda mais – ela pode dar acesso, mesmo quando nenhum medicamento consegue, ao movimento, ao discurso, à vida. Para eles, música não é um luxo, mas uma necessidade”.

2. “Ainda que seja meu trabalho como neurologista diagnosticar a doença e pensar no tratamento da doença, eu sempre quis tratar a pessoa tanto quanto a doença e fico muito feliz que o meu médico pense da mesma forma. Eu não sou apenas um trabalho para ele. Eu sou uma pessoa reagindo a uma situação. Dessa forma, eu me coloco entre a visão biológica e humanista”.

3. “Quase inconscientemente, eu me tornei um contador de histórias numa era em que a narrativa médica estava quase extinta. Isso não me desestimulou, já que eu sentia a influência das grandes histórias de estudo de casos neurológicos do século XIX. Eu era solitário mas profundamente realizado na minha existência quase monástica por muitos anos”.

4. “Eu não posso fingir não ter medo. Mas meu sentimento predominante é de gratidão. Eu amei e fui amado; eu me doei muito e muito me foi dado em troca; eu li e viajei e pensei e escrevi. Eu me relacionei com o mundo, o mundo especial de escritores e leitores”.

5. “Acima de tudo, eu sou um ser consciente, um animal pensante, neste lindo planeta e isso, em si, é um enorme privilégio e uma aventura”.
Conheça cinco sucessos da carreira literária do autor:

SEMPRE EM MOVIMENTO 
Quando revelou à família que era homossexual, ouviu de volta da mãe que ele era “uma abominação”. Esta sentença o fez abandonar a Inglaterra e o colocou na estrada. Nessas viagens, cruzando de ponta a ponta um país tão familiar quanto estrangeiro, surgiu o médico que viemos a conhecer: apaixonado, obstinado e perpetuamente curioso com o mundo. Sacks mostra ao leitor como a mesma energia que motiva suas paixões físicas – levantamento de peso e natação – alimenta suas paixões cerebrais. Ele escreve a respeito de seus casos de amor, tanto os românticos quanto os intelectuais, sobre a culpa de abandonar a família para ir aos Estados Unidos, sua ligação com o irmão esquizofrênico e os escritores e cientistas que o influenciaram.


TEMPO DE DESPERTAR
Usando uma nova droga, o neurologista Oliver Sacks conseguiu, entre 1969 e 1972, despertar vários pacientes de encefalite letárgica do estado em que viviam desde o fim da Primeira Guerra Mundial, quando ocorreu um surto da chamada “doença do sono”. Tempo de despertar traz um relato detalhado das experiências neuroantropológicas do autor junto a vítimas desta doença, de seus esforços por tirá-las do letargo e compreender o mundo em que vivem mergulhadas.

 

O HOMEM QUE CONFUNDIU SUA MULHER COM UM CHAPÉU
Nesta obra, Sacks coloca o leitor diante de pacientes que, imersos num mundo de sonhos e deficiências cerebrais, preservam sua imaginação e constroem uma identidade moral própria. Relatos clínicos são intencionalmente transformados em artefatos literários, mostrando que somente a forma narrativa restitui à abstração da doença uma feição humana, desvelando novas realidades para a investigação científica e problematizando os limites entre o físico e o psíquico.


UM ANTROPÓLOGO EM MARTE
O que têm em comum o pintor que, aos 65 anos, passa a enxergar o mundo em preto e branco; o massagista que, cego desde a mais tenra infância, recupera a visão após passar por uma cirurgia; e a mulher autista que não consegue entender os sentimentos humanos, mas se torna uma especialista em comportamento animal? Para o neurologista Oliver Sacks, esses não são apenas casos clínicos extraordinários – antes de mais nada, eles dizem respeito a indivíduos cujas vidas podem nos ajudar a compreender melhor o que somos.


VENDO VOZES
Numa fascinante incursão pelo universo dos surdos, a preocupação de Oliver Sacks não é simplesmente apresentar às pessoas a condição daqueles que não conseguem ouvir. Acompanhando a história, os dramas e as lutas dessas pessoas, o leitor será levado a olhar para o seu próprio cotidiano de um modo inteiramente novo. Será capaz de ouvir, nos sons da linguagem, um pequeno milagre que se repete cada vez que uma nova sentença é proferida.


Outros títulos de Oliver Sacks:


ENXAQUECA

Para a maioria de nós, a enxaqueca é apenas uma forte dor de cabeça que acomete periodicamente certas pessoas. Para Oliver Sacks, ela é muito mais do que isso. É, antes de mais nada, um conjunto extremamente complexo e diversificado de síndromes nas quais a dor de cabeça nem sempre está presente. Além disso, a enxaqueca pode nos fornecer pistas sobre algumas das questões mais fundamentais do ser humano.Primeiro livro de Sacks, Enxaqueca já contém todos os elementos que fizeram o sucesso de suas obras posteriores: conhecimento científico posto a serviço de um estilo único de narração capaz de transformar relatos clínicos em episódios de um maravilhoso romance de suspense.





O OLHAR DA MENTE

Um escritor que perde a capacidade de ler. Uma pianista que confunde um guarda-chuva com uma cobra. Indivíduos que só enxergam imagens bidimensionais ou não reconhecem rostos. Nos casos relatados em O olhar da mente, do neurologista inglês Oliver Sacks, a ciência é sempre vista a partir da experiência humana. Nesse percurso se mesclam, de forma ao mesmo tempo rigorosa e afetiva, informações técnicas sobre distúrbios da memória, da fala e de outras funções cerebrais e a narrativa de suas consequências no dia a dia de pacientes e familiares.



DIÁRIO DE OAXACA
Conhecido por seus relatos clínicos que desvendam grandes mistérios do cérebro humano, Oliver Sacks revela uma nova faceta em seu diário de viagem para o estado de Oaxaca, no México. Durante dez dias, acompanhou um grupo de botânicos e cientistas amadores interessados em conhecer o habitat das samambaias mais raras do mundo. Entre descrições minuciosas da morfologia das plantas e uma ou outra digressão acerca de pássaros e tipos de solo, o texto concentra toda a sua força em desvendar um grande mistério da mente humana: a curiosidade científica. Ao observar de perto o comportamento de seus colegas de excursão, Oliver Sacks revela que a ciência, longe de ser uma seara de cálculos e experimentos, nasce do interesse genuíno e apaixonado de amadores, cuja erudição nem sempre supera a vontade de aprender e descobrir fatos novos.





ALUCINAÇÕES MUSICAIS

A música é uma das experiências humanas mais assombrosas e inesquecíveis, e o novo livro do neurologista e escritor Oliver Sacks, Alucinações musicais, nos faz entender por quê. A exemplo de seus livros anteriores, entre os quais se destacam 'Tempo de despertar' e 'O homem que confundiu sua mulher com um chapéu', Sacks nos oferece aqui histórias musicais cheias de drama e compaixão humana envolvendo pessoas comuns ou portadoras de distúrbios neuroperceptivos. O que se passa com o cérebro humano ao fazer ou ouvir música? Onde exatamente reside o enorme poder, muitas vezes indomável, que a música exerce sobre nós? Essas são algumas das questões que Oliver Sacks explora, em seu estilo cativante, nesta admirável coletânea de casos, mostrando, por exemplo, como a música pode nos induzir a estados emocionais que de outra maneira seriam ignorados por nossa mente, ou ainda evocar memórias supostamente perdidas nos meandros do cérebro. É impossível não se impressionar, por exemplo, com a história do médico que experimenta, depois de ser atingido por um raio, uma irresistível compulsão por música de piano, a ponto de se tornar ele mesmo um pianista. Ou com os casos de “amusia”, uma condição clínica que faz Mozart soar como uma trombada automobilística aos ouvidos da pessoa afetada. Sem contar as histórias de gente acometida dia e noite por alucinações musicais incessantes. O estudo de casos surpreendentes de pessoas com distúrbios neurológicos ou perceptivos ligados à música reitera a crença de Sacks em uma medicina que humaniza o paciente e tenta, junto com a abordagem clínica, integrar as dimensões psicológica, moral e espiritual tanto das afecções quanto de seu tratamento.




A MENTE ASSOMBRADA

Quem nunca fechou os olhos antes de dormir e se deparou com uma série de luzes e manchas? Ou pensou ter ouvido ruídos e vozes que não estavam lá?



TEMPO DE DESPERTAR

Relato detalhado das experiências "neuroantropológicas" do autor junto a vítimas da "doença do sono", de seus esforços por tirá-las do letargo e compreender o mundo em que vivem mergulhadas.




GRATIDÃO

Durante os últimos meses de sua vida, Oliver Sacks escreveu uma série de ensaios nos quais explorou de maneira comovente seu percurso pessoal para concluir a vida e enfrentar a própria morte da melhor forma. Este livro traz quatro textos publicados no New York Times entre julho de 2013 e agosto de 2015, pouco antes de ele morrer. Juntos, formam uma ode à singularidade de cada ser humano e de gratidão pelo dom da vida. Sacks reflete sobre o significado de levar uma existência que valha a pena. “Não consigo fingir que não estou com medo. Mas meu sentimento predominante é a gratidão. Amei e fui amado, recebi muito e dei algo em troca, li, viajei, pensei, escrevi. Tive meu intercurso com o mundo, o intercurso especial dos escritores e leitores.”




A DESPEDIDA DE OLIVER SACKS



Um texto do escritor e neurologista inglês Oliver Sacks, 81, para o jornal “The New York Times”, tem sido muito compartilhado no Facebook. Com o título “My Own Life” (“Minha Própria Vida”, em tradução livre), Sacks anuncia ter câncer terminal, com múltiplas metástases no fígado, e reflete sobre a vida e a morte.

Escritor e neurologista fala sobre seu legado e como vai viver os poucos meses que lhe restam. ‘Não posso fingir que não tenho medo. Mas meu sentimento predominante é de gratidão’

O professor e escritor Oliver Sacks


Oliver Sacks, escritor, neurologista e professor do curso de medicina da Universidade de Nova York, publicou uma carta aberta no jornal americano The New York Times sobre seus últimos meses de vida. Diagnosticado com câncer em fase de metástase, Sacks, de 81 anos, conta que se sentia bem e com saúde, até descobrir a disseminação do tumor pelo seu corpo. "Há nove anos fui diagnosticado com um tumor raro no olho, um melanoma ocular. A radiação e a cirurgia que removeu o tumor me deixaram cego daquele olho, porém, em casos raros ele se torna uma metástase. Eu estou entre os 2% desafortunados", diz no início do texto.



Apesar da doença terminal, Sacks se mostra grato pela vida e fez de sua carta um comovente texto de despedida. 



"Eu me sinto feliz por ter usufruído mais nove anos de boa saúde e produtividade desde o diagnóstico original, mas agora estou face a face com a morte. O câncer ocupa um terço do meu fígado, e mesmo que ele avance devagar, este tipo da doença não pode ser parado."

"Agora, cabe a mim escolher como viver os anos que me restam. Tenho que viver da maneira mais rica, intensa e produtiva possível", diz Sacks antes de citar o filósofo David Hume, que ao descobrir que morreria aos 65 anos, escreveu sua autobiografia em um dia, em 1776. O escritor se diz sortudo por ter vivido mais de 80 anos, tendo trabalhado no que amava e sendo produtivo. 

"Nos últimos 15 anos publiquei cinco livros e terminei minha autobiografia (um pouco maior que as poucas páginas de Hume) que será publicada este ano. Também tenho diversos outros livros quase finalizados."

"Nos últimos dias, pude ver minha vida de outro ângulo, como uma paisagem, e com um forte senso de conexão entre as partes. Isso não significa que me entreguei. Pelo contrário, me sinto intensamente vivo, e eu quero e espero, no tempo que me resta, aprofundar minhas amizades, me despedir das pessoas que amo, escrever mais, viajar se eu tiver forças, e alcançar novos conhecimentos. Mas também haverá tempo para um pouco de diversão (e até algumas tolices)."

"Tenho um novo senso de perspectiva. Não há tempo para o que é trivial. Tenho que focar em mim, no meu trabalho e nos meus amigos", diz o escritor que promete ficar distante do noticiário, da política e dos problemas ambientais em seus últimos meses de vida. "Isto não é indiferença, mas desapego - ainda me importo com o Oriente Médio, com o aquecimento global, com a igualdade, mas estas coisas não são mais para mim, elas pertencem ao futuro. E eu fico feliz de ver jovens talentosos - como o que diagnosticou minha metástase. Sinto que o futuro está em boas mãos."

"Não posso fingir que não tenho medo. Mas meu sentimento predominante é a gratidão. Eu amei e fui amado; doei-me e muito me foi dado; eu li, viajei, pensei e escrevi. Eu me relacionei com o mundo, o relacionamento especial entre escritores e leitores. Acima de tudo, eu fui um ser humano ciente, um animal pensante, neste belo planeta, e só isso já foi um enorme privilégio e aventura", finaliza o escritor.



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