sexta-feira, 31 de julho de 2015

109 ANOS DO INESQUECÍVEL MARIO QUINTANA


MINHA SINCERA HOMENAGEM A ESTE POETA DAS COISAS SIMPLES. ONTEM (30/07) ELE FARIA 109 ANOS. POETA E SER HUMANO QUE EU ADORO COM TODA A MINHA ALMA.


SAUDADES! 
MARIO QUINTANA!
Roberta Carrilho




segunda-feira, 27 de julho de 2015

PARABÉNS MINHA FILHA AMADA - sua mãe



Filha... finalmente chegou mais uma primavera no jardim da sua vida. E eu não poderia deixar passar sem dizer o que vai aqui dentro do meu coração. Há datas em um ano que não podemos esquecer, hoje é com certeza uma delas, afinal é o seu aniversário. É muito bom fazer parte deste momento em que todas as pessoas que gostam de você e são muitas comemoram mais um ano da sua existência. Você é uma pessoa muito especial para mim, e se olhar ao seu redor estará todo mundo querendo lhe dar um abraço bem forte e dizer: Feliz Aniversário!!! É natural, pois você é uma pessoa muito querida, destas que a gente encontra pra conversar e nem se importa em ver o tempo passar. Gostaria sinceramente que soubesse que torço pela sua felicidade. Desejo a você um dia repleto de boas surpresas e muitas alegrias.
Parabéns, muitas bênçãos na sua vida e Feliz Aniversário!
sua mãe
Roberta Carrilho


Maria Eduarda Carvalho Carrilho Clébicar Nogueira - 27/07/02 (Bebein forever)



sexta-feira, 24 de julho de 2015

COMO RECONHECER A ARMADILHA DO RELACIONAMENTO ABUSIVO por Aline Valek (hk)



"Estou em um relacionamento abusivo. E agora?” Bem, só tenho um conselho para te dar: sai dessa. Corre. É uma cilada. Eu sei o estrago que este tipo de relação faz ao espírito (hk). Muda nosso caminho, desvia os nossos projetos, sonhos e objetivos. Você se transforma em um monte de pedaços desconexos de si mesma. Não sabe onde recomeçar e onde encontrar a segurança de amar e viver plenamente. Seu riso some dos olhos. Roberta Carrilho



1. Possessividade e controle: esse é o principal indício de que você pode estar com um cara abusivo. Ele tem ciúmes dos seus amigos, de pessoas do seu trabalho, até de familiares? Controla com quem você pode falar ou com quem você pode sair? Vigia suas mensagens, exige senha do seu e-mail e redes sociais? Desconfia constantemente de você, te acusa de traição sem motivos? Controla as roupas que você usa? Tenta isolar você só pra ele? Olha, o alarme já soou por aqui. Essa possessividade indica que o cara acredita que você é uma coisa, e não um ser humano autônomo e independente. E a gente já sabe o perigo que essa ideia representa, né?

2. Comportamento agressivo: nem é preciso partir para o espancamento para você descobrir que está em um relacionamento perigoso. Ele usa formas de contato físico para te ameaçar, como te segurar com força pelos braços ou te empurrar? Ele soca, chuta e derruba coisas para te intimidar? Já te ameaçou com uma arma? Amiga, fuja desse cara sem olhar pra trás.

3. Força sexo: não é sua obrigação como mulher ou namorada fazer sexo com seu parceiro. Você disse “não” e mesmo assim ele te forçou a fazer algum ato sexual? Ele já tentou fazer sexo com você enquanto você estava dormindo, contra a sua vontade? Ele já te ameaçou ou fez alguma chantagem emocional para que você concordasse em fazer sexo com ele? Sexo sem consentimento significa uma coisa: estupro. Um cara que não respeita o seu “não” já te enxerga como uma coisa desprovida de vontade.

4. Coloca você pra baixo: um relacionamento abusivo não é uma relação de igual para igual, mas sim uma das partes tentando exercer poder sobre a outra. O cara abusivo vai colocar você para baixo para poder se sentir poderoso. Ele humilha você com xingamentos ou apelidos pejorativos? Desvaloriza tudo o que você faz? Faz você se sentir feia, burra ou incapaz? Fica com raiva quando você demonstra independência, inteligência ou força? Ele te ofende e faz você passar por constrangimentos? Com isso, ele está destruindo uma das suas armas mais poderosas: sua autoestima. Há homens que acreditam que se puderem enterrar a autoestima da mulher sob vinte metros de concreto, ela estará mais suscetível a tolerar uma merda de relacionamento.

5. Desrespeita outras mulheres: fique atenta ao histórico do cara com quem você vive ou se relaciona. Ele maltrata outras mulheres, como a mãe, a irmã, a empregada, amigas, colegas de trabalho, desconhecidas na rua? Não fique indiferente ao comportamento agressivo do cara em relação a outras mulheres, pois nada impede que ele faça o mesmo com você.

6. Manipula: ele faz chantagem ou joguinhos para que você faça exatamente o que ele quer? Ele te pune e te impõe restrições se você o desobedece? Ele te coloca em situações em que você precisa da permissão dele para alguma coisa? Ele te proíbe de falar com os parentes para impedir que você conte o que acontece entre vocês? Ele te culpa por um abuso que ele tenha cometido contra você? Depois de um abuso ele se torna repentinamente carinhoso e romântico para que você o desculpe? Ele te ameaça ou faz qualquer tipo de chantagem caso você ameace abandoná-lo? Ele ameaça se matar caso você termine o relacionamento?

Se sim, lamento informar, mas você está em um relacionamento abusivo. Ou, na mais utópica das hipóteses, com um cara MUITO babaca. 

Claro que não é fácil assim. E eu te entendo, de verdade. Por isso o relacionamento abusivo é uma armadilha tão perigosa: porque te coloca numa situação difícil de sair, seja por ter tornado você dependente do cara financeira ou emocionalmente, seja por fazer você sentir medo ou culpa ou ainda aquela esperança de que você possa “salvar” o seu namoro ou casamento. Mas sua vida está acima de um namoro ou de um casamento. O caso é grave e não dá para arriscar sua vida, seu bem estar e sua integridade física desse jeito.

Se for difícil, conte para familiares e amigos mais próximos. Tenho certeza de que você terá muitas pessoas ao seu lado para te apoiar e te proteger nesse momento.

E se o cara te trata dessa forma, ele não vale a pena MESMO. Eu te garanto: você não vai estar perdendo nada. Além disso, não caia na ilusão de que você tem a “missão” de consertar este cidadão. Você não é obrigada.

Acima de tudo, o mais importante e que eu destacaria com um marcador colorido e glitter se fosse possível: NÃO É CULPA SUA.

Podem dizer que você foi burra por ter se envolvido com um cara assim, que a culpa foi sua por não ter percebido antes, que a culpa foi sua por ter deixado ele abusar de você, que você foi ingênua, fraca, submissa. Não acredite. Não é verdade. A culpa aqui é do cara que abusou de você, te ameaçou, tentou te controlar ou te agredir. Pro inferno com essa gente que tenta transferir a culpa para quem só se ferrou na história toda.

No mais, se ele te agrediu, continua te ameaçando ou te perseguindo, procure uma Delegacia da Mulher e denuncie.

A vida é curta demais para perder tempo com quem trata você como coisa.



terça-feira, 21 de julho de 2015

ÂNIMO - Chico Xavier



Não desanimes.
Persiste mais um tanto.
Não cultives o pessimismo.
Centraliza-te no bem a fazer.
Esquece as sugestões do medo destrutivo.
Segue adiante, mesmo varando a sombra dos próprios erros.
Avança ainda que seja por entre lágrimas.
Trabalha constantemente.
Edifica sempre.
Não consintas que o gelo do desencanto te entorpeça o coração.
Não te impressiones à dificuldade.
Convence-te de que a vitória espiritual é construção para o dia a dia.
Não desistas da paciência.
Não creias em realização sem esforço.
Silêncio para a injúria.
Olvido para o mal.
Perdão às ofensas.
Recorda que os agressores são doentes.
Não permitas que os irmãos desequilibrados te destruam o trabalho ou te apaguem a esperança.
Não menosprezes o dever que a consciência te impõe.
Se te enganaste em algum trecho do caminho.
Reajusta a própria visão e procura o rumo certo.
Não contes vantagens nem fracassos.
Estuda buscando aprender.
Não se voltes contra ninguém.
Não dramatizes provações ou problemas.
Conserva o hábito da oração para que se te faça luz na vida íntima.
Resguarda-te em Deus e persevera no trabalho que Deus te confiou.
Ama sempre, fazendo pelos outros o melhor que possas realizar.
Age auxiliando.
Serve sem apego.
E assim vencerás.

Francisco Cândido Xavier




segunda-feira, 20 de julho de 2015

PRAZER CONCEDIDO AO HOMEM NA TERRA: REENCONTRO DE CORAÇÕES AFINS por Chico Xavier


Eu tenho ainda a mania em ter esperança de encontrar pelo menos um além da minha filha Maria Eduarda Carrilho nesta existência.
Roberta Carrilho






20 DE JULHO - DIA DO AMIGO .... Diálogos do Absurdo - XI by Flávio Flora




Perfeitas citações para este dia!! Parabéns meu amigo Flavio Flora pela preciosa seleção. ;)



Foram convidadas nove pessoas famosas para falar de amizade e de amigos e construir um discurso para o Dia do Amigo. Também participou da mesa, um anônimo...

“A amizade é uma predisposição recíproca que torna dois seres igualmente ciosos da felicidade um do outro” (Platão). 

Ela “desenvolve a felicidade e reduz o sofrimento, duplicando a nossa alegria e dividindo a nossa dor” (Joseph Addison).
Ela “é, acima de tudo, certeza – é isso que a distingue do amor (Marguerite Yourcenar).
“O amor pode morrer na verdade, a amizade na mentira” (Abel Bonnard).
“Eu poderia suportar, embora não sem dor, que tivessem morrido todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos (Vinicius de Moraes).
“O prazer dos banquetes não está nos pratos, mas nos amigos que nos acompanham à mesa” (Giovani Boccaccio).
“Para conhecermos os amigos é necessário passar pelo sucesso e pela desgraça. No sucesso, verificamos a quantidade e, na desgraça, a qualidade” (Confúcio).
“Você só saberá quem são seus amigos de verdade quando você mais precisar” (Miley Cyrus). 
“É muito difícil encontrar um bom amigo, mais difícil ainda deixá-lo e impossível esquecê-lo” (Anônimo)


domingo, 19 de julho de 2015

PARA QUANDO EU ME FOR por Rafael Zoehler



Morrer é uma surpresa. Sempre. Nunca se espera. Nem mesmo o paciente terminal acha que vai morrer hoje ou amanhã. Na semana que vem talvez, mas apenas se a semana que vem continuar sendo na semana que vem.

Nunca se está pronto. Nunca é a hora. Nunca vamos ter feito tudo o que queríamos ter feito. O fim da vida sempre vem de surpresa, fazendo as viúvas chorarem e entediando as crianças que ainda não entendem o que é um velório (Graças a Deus).

Com meu pai não foi diferente. Na verdade, foi mais inesperado. Meu pai se foi com 27 anos, a idade que leva muitos músicos famosos. Jovem. Moço demais. Meu pai não era músico nem famoso, o câncer parece não ter preferência. Ele se foi quando eu ainda era novo, descobri o que era um velório justamente com ele. Eu tinha 8 anos e meio, o suficiente pra sentir saudade pelo resto da vida. Se ele tivesse morrido antes, não haveriam lembranças. Nem dor. Mas também não haveria um pai na minha história. E eu tive um pai.

Tive um pai que era duro e divertido. Que me colocava de castigo com uma piadinha pra não me magoar. Que me dava um beijo na testa antes de dormir. Hábito esse que eu levei para os meus filhos. Que me obrigou a amar o mesmo time que ele e que explicava as coisas de um jeito melhor que a minha mãe. Sabe? Um pai desses que faz falta.

Ele nunca me disse que ia morrer, nem quando já estava deitado cheio de tubos. Meu pai fazia planos para o ano que vem mesmo sabendo que não veria o próximo mês. No ano que vem iríamos pescar, viajar, visitar lugares que nenhum de nós conhecia. O ano que vem seria incrível. Eu vivi esse sonho com ele.

Acho, tenho certeza na verdade, que ele pensava que isso daria sorte. Supersticioso. Pensar no futuro era o jeito dele se manter otimista. O desgraçado me fez rir até o final. Ele sabia. Ele não me contou. Ele não me viu chorar a sua perda.

E de repente o ano que vem acabou antes de começar.

Minha mãe me pegou na escola e fomos ao hospital. O médico deu a notícia com toda a sensibilidade que um médico deixa de ter com os anos. Minha mãe chorou. Ela também tinha um pingo de esperança. Como disse antes, todo mundo tem. Eu senti o golpe. Como assim? Não era só uma doença normal dessas que a gente toma injeção? Pai, como eu te odiei. Você mentiu pra mim. Não fiquei triste, pai, fiquei com raiva. Me senti traído. Gritei de raiva no hospital até perceber que meu pai não estava lá pra me colocar de castigo. Chorei.

Mas aí meu pai foi meu pai de novo. Trazendo uma caixa de sapato debaixo dos braços, uma enfermeira veio me consolar. Dentro, dezenas de envelopes lacrados com frases escritas onde deveriam ficar os nomes dos destinatários. Entre as lágrimas e os soluços não consegui entender direito o que estava acontecendo. E então a mesma enfermeira me entregou uma carta. A única fora da caixa.

“Seu pai me pediu pra entregar essa pessoalmente e te dizer pra abrir. Ele passou a semana inteira escrevendo tudo isso e disse que era pra você. Seja forte.” Disse a enfermeira com um abraço.

PARA QUANDO EU ME FOR dizia o envelope que ela me entregou. Abri.
Filho,
Se você está lendo eu morri. Desculpa, eu sabia.
Não queria te dizer que ia acontecer, não queria te ver chorar. Parece que consegui. Acho que um homem prestes a morrer tem o direito de ser um pouco egoísta.
Bom, como eu ainda tenho muito pra te ensinar, afinal você não sabe de nada (hehe), deixei essas cartas. Você só pode abrir quando o momento certo chegar, o momento que eu escrevi no envelope. Esse é o nosso combinado, ok?
Eu te amo. Cuida da sua mãe, você é o homem da casa agora.
Beijo, pai.
PS: Não deixei cartas para sua mãe, ela já ficou com o carro. :)
E com aqueles garranchos, afinal naquela época não era tão fácil imprimir como é hoje em dia, ele me fez parar de chorar. Aquela letra porca que uma criança de 8 anos mal entendia (eu, no caso) me acalmou. Me arrancou um riso do rosto. Esse era o jeito do meu pai de fazer as coisas. Que nem o castigo com uma piadinha para aliviar.

Aquela caixa se tornou a coisa mais importante do mundo. Proibi minha mãe de abrir, de ler. Mas elas eram minhas, só pra mim. Sabia decorado todos os momentos da vida em que eu poderia abrir uma carta e ler o que meu pai tinha deixado. Só que esses momentos demoraram muito pra chegar. E eu esqueci.

Sete anos e uma mudança depois eu não tinha ideia de onde a caixa tinha ido parar. Eu não lembrava dela. Algo que você não lembra não faz falta. Se você perdeu algo da sua memória, você não perdeu. Simplesmente não existe. Como dinheiro que depois você acha no bolso da bermuda.

E então aconteceu. Uma mistura de adolescência com o novo namorado da minha mãe desencadeou o que meu pai sabia que um dia aconteceria. Minha mãe teve vários namorados, sempre entendi. Ela nunca casou de novo. Não sei ao certo o motivo, mas gosto de acreditar que o amor da vida dela tinha sido meu pai. Mas esse namorado era ridículo. Eu sentia que ela se rebaixava pra ele. Que ele fazia pouco da mulher que ela era. Que uma mulher como ela merecia algo melhor do que um cara que ela tinha conhecido no forró.

Me lembro até hoje do tapa que veio acompanhado da palavra “forró”. Eu mereci, admito. Os anos me mostraram isso. Na hora, enquanto a pele da minha bochecha ardia, lembrei da minha caixa e das minhas cartas. De uma carta em específico que dizia PARA QUANDO VOCÊ TIVER A PIOR BRIGA DO MUNDO COM A SUA MÃE.

Corri para o quarto e revirei minhas coisas o suficiente para levar outro tapa na cara da minha mãe. Encontrei a caixa dentro de uma mala de viagem na parte de cima do armário. O limbo. Procurei entre os envelopes. Passei por PARA QUANDO VOCÊ DER O PRIMEIRO BEIJO e percebi que havia pulado essa, me odiei um pouco e decidi que a leria logo depois, e por PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE, uma que eu esperava abrir logo, logo. Achei o que procurava e abri.
Pede desculpa.
Eu não sei o motivo da briga e nem quem tem razão. Mas eu conheço a sua mãe. Então a melhor maneira de resolver isso é com um humilde pedido de desculpas. Do tipo rabinho entre as pernas.
Ela é sua mãe, cara. Te ama mais do que tudo nessa vida. Sabe, ela escolheu parto normal porque alguém disse que era melhor pra você. Você já viu um parto normal? Pois é, quer demonstração de amor maior que essa?
Pede desculpa. Ela vai te perdoar. Eu não seria tão bonzinho.
Beijo, pai.
Meu pai passava longe de um escritor, era bancário, mas as palavras dele mexeram comigo. Havia mais maturidade nelas do que nos meus quatorze anos de vida. O que não era muito difícil por sinal.

Corri para o quarto da minha mãe e abri a porta. Já estava chorando quando ela, chorando também, virou a cabeça pra me olhar nos olhos. Não lembro o que ela gritou pra mim, algo como “O que você quer?”, mas lembro que andei até ela e a abracei, ainda segurando a carta do meu pai. Amassando o papel já velho entre os meus dedos. Ela me abraçou de volta e ficamos em silêncio por não sei quantos minutos.

A carta do meu pai fez ela rir alguns momentos depois. Fizemos as pazes e conversamos um pouco sobre ele. Ela me contou umas manias estranhas que ele tinha, como comer salame com geleia de morango. De algum modo, senti que ele estava ali. Eu, minha mãe e um pedaço do meu pai, um pedacinho que ele deixou naquele papel. Que bom.

Não demorou muito e li PARA QUANDO VOCÊ PERDER A VIRGINDADE.

Parabéns, filho.
Não se preocupa, com o tempo a coisa fica melhor. Toda primeira vez é um lixo. A minha foi com a puta mais feia do mundo, por exemplo.
Meu maior medo é você ler o envelope e perguntar da sua mãe antes da hora o que é virgindade. Ou pior, ler o que eu acabei de escrever sem nem saber o que é punheta (você sabe, não sabe?). Mas isso também não será problema meu, não é mesmo?
Beijo, pai.
Meu pai acompanhou minha vida toda. De longe, sim, mas acompanhou. Em incontáveis momentos suas palavras me deram aquela força que ninguém mais conseguia dar. Ele sempre dava um jeito de me arrancar um sorriso em um momento de tristeza ou de clarear meus pensamentos num momento de raiva.

PARA QUANDO VOCÊ CASAR me emocionou, mas não tanto quanto PARA QUANDO EU FOR AVÔ.
Filho, agora você vai descobrir o que é amor de verdade. Vai descobrir que você gosta bastante da sua mulher, mas que amor mesmo é o que você vai sentir por essa coisinha aí que eu não sei se é ele ou ela. Sou um cadáver, não um vidente.
Aproveita. É a melhor coisa do mundo. O tempo vai passar rápido, então esteja presente todos os dias. Não perca nenhum momento, eles não voltam mais. Troque as fraldas, dê banho, sirva de exemplo. Acho que você tem condições de ser um pai tão incrível quanto eu.
A carta mais dolorida da minha vida foi também a mais curta do meu pai. Acredito que ele sofreu para escrever aquelas quatro palavras o mesmo que eu sofri por ter vivido aquele momento. Demorou, mas um dia eu tive que ler PARA QUANDO SUA MÃE SE FOR.
Ela é minha agora.
Uma piada. Um palhaço triste que esconde o choro por trás do sorriso de maquiagem. Foi a única carta que não me arrancou um sorriso, mas entendi a razão.

Eu sempre respeitei o combinado com meu pai. Nunca li nenhuma carta antes do momento certo. Tirando PARA QUANDO VOCÊ SE DESCOBRIR GAY, claro. Nunca acreditei que o momento de ler essa carta chegaria, então abri muitos anos atrás. Ela foi uma das mais engraçadas, por sinal.
Sério, filho?
O que eu posso dizer? Ainda bem que morri.
Sempre esperei muito pelo próximo momento. Pela próxima carta. Pela próxima lição que meu pai tinha pra me dar. Incrível como um homem que viveu 27 anos teve tanto pra ensinar pra um senhor de 85 como eu.

Agora, deitado na cama do hospital, com tubos no nariz e na traqueia (maldito câncer), eu passo os dedos por cima do papel desbotado da última carta. PARA QUANDO SUA HORA CHEGAR o garrancho quase invisível diz.

Não quero abrir. Tenho medo. Não quero acreditar que a minha hora chegou. Esperança, lembra? Ninguém acredita que vai morrer hoje.

Respiro fundo e abro.

Oi, filho, espero que você seja um velho agora.
Sabe, essa foi a carta mais fácil de escrever. A primeira que eu escrevi. A carta que me livrou da dor de te perder. Acho que estar perto do fim clareia a cabeça pra falar sobre o assunto.
Nos meus últimos dias eu pensei na vida que eu levei. Na minha curta vida, sim, mas que me fez muito feliz. Eu fui seu pai e marido da sua mãe. O que mais eu poderia querer? Isso me deu paz. Faça o mesmo.
Um conselho: não precisa ter medo.
PS: Tô com saudade.




sexta-feira, 17 de julho de 2015

AFASTE-SE DE PESSOAS QUE LHE FAZEM SENTIR-SE MAL




De fato estamos cercados de pessoas tóxicas - hk

Pessoas que são egocêntricas, manipuladoras, interesseiras, arrogantes, rancorosas, amarguradas, mal amadas, invejosas ou fracassadas, que não conseguem ver o sucesso ou a felicidade alheia. Enfim, pessoas sombrias que minam os relacionamentos e amizades com intrigas, críticas excessivas, falta de consideração e respeito pelo outro e abusos verbais ou físicos. Pessoas muito perigosas de se conviver.

Essas pessoas tóxicas acabam, de alguma forma, nos envenenando. Direta ou indiretamente, acabamos agindo por influência delas, seja com atitudes ou omissões. Muitas vezes acabamos agindo por impulso para evitar essas pessoas, ou, na pior das hipóteses, acabamos agindo da mesma forma. São pessoas nocivas, intoxicando nosso comportamento e nos levando a agir e a tomar decisões que, em outras circunstâncias poderiam ser completamente diferentes.

São tóxicas, porque conseguem despertar o que há de pior dentro de nós, não apenas no sentido de maldade ou crueldade, mas no sentido de perdermos a identidade, a autonomia, a energia, a iniciativa e o poder de decisão. Ficamos estagnados, hipnotizados, paralisados. São verdadeiros vampiros, sem Luz própria, que consomem nossa energia vital, que exploram e manipulam pessoas de acordo com os seus interesses e vivem às custas da energia dos outros para se sustentarem.

Tóxicas são aquelas pessoas que sabem tudo a respeito da vida das outras pessoas, mas não conseguem administrar a própria vida. Sabem dar conselhos como ninguém tem um discurso lindíssimo para o mundo lá fora, mas que, na vida pessoal, nos bastidores, na vida íntima, são pessoas frustradas, isoladas, verdadeiras ilhas no meio da sociedade, que não tomam para si os próprios conselhos.

Sabem olhar de fora, apontar defeitos, problemas, erros. Mas não sabem participar, não conseguem enxergar os próprios problemas ou defeitos. Apontam os erros alheios para, de certa forma, esconder os seus próprios. São os “sabe-tudo” e só a sua forma de pensar é que está certa. Não suportam ser contrariados e confrontados. Quando o são, perseguem a pessoa até “livrarem-se” dela ou então se vingam. Seu ego é superlativo para compensar a sua extrema falta de Amor-Próprio. Usam as pessoas conforme seus interesses e, quando estas discordam de suas ideias, são descartadas e eliminadas, sem a menor consideração.

A toxicidade reside exatamente no fato de não nos darmos conta de que estamos sendo manipulados ou influenciados. Ficamos hipnotizados, fascinados, imersos numa imensa ilusão, até o dia em que despertamos e tomamos consciência de que estamos muito mal, morrendo por dentro, e que algo urgente necessita ser feito. Um corte para a nossa libertação, para resgatar a nossa sanidade, saúde, alegria de viver.

Em nossa busca pela felicidade, por tudo aquilo que nos traz bem-estar e alegria, o grande segredo é não se deixar influenciar, se afastar e evitar a convivência com esses tipos. Isso não significa alimentar sentimentos negativos dentro de si com relação a eles, mas de preferência visualizá-los felizes e agradecidos em sua vida, emanando energias e vibrações positivas.

Reflita, você convive intimamente com alguma pessoa tóxica, seja na família, no trabalho, ou nas “amizades”?

Tenha cuidado, afaste-se, fique longe o quanto antes dessas pessoas.
Cuide-se, preserve-se, seja você mesmo, seja pleno e feliz.
E acima de tudo sempre perdoe essas pessoas, muitas vezes, elas não tem consciência de seus próprios malefícios.

Minha opinião pessoal:

Minha intenção é de colocar como nossas atitudes e certos padrões de comportamentos afetam nossa saúde física e emocional, mas para ter uma saúde equilibrada, muitas vezes, não depende só da gente, pois vivemos cercados de pessoas com suas variadas complexidades.

Quando percebemos que mantemos ao nosso lado pessoas e relacionamentos que não valem a pena, que esgotam nossa energia e nos fazem sentir mal… (Creio que a a maioria das pessoas tem esse tipo de pessoa próxima por causa dos laços de família), muitas vezes isso acontece porque permitimos, nem sempre somos vítimas desse tipo de pessoas, nós é que damos abertura a elas, damos o poder a elas para nos manipular, talvez por medo de não sermos aceitos, ou querer aprovação, por carência, por estar com auto-estima lá chão e por aí vai.

Resolvi escrever minha opinião aqui no tópico depois de ler muitos comentários dizendo que é egoísmo e não devemos nos afastar de pessoas que precisam de ajuda, que Jesus ensinou isso ou aquilo, mas esquecem que Jesus também ensinou: “Ame o próximo como a ti mesmo”. Como amarei o próximo se não me respeito, se não me amo e não busco o que imagino que seja o melhor para mim?

Eis a questão: Quem é mais importante? Você ou o outro? Eu respondo que EU sou mais importante, pois se eu não estiver bem e equilibrada nenhum tipo de relação vai agregar coisas boas em minha vida e não saberei amar e respeitar quem estiver ao meu lado… E se para EU ficar bem for preciso me afastar de pessoas que me desvalorizam ou querem me manipular de alguma maneira, que me criticam apontando o dedo potencializando meus defeitos enchendo-me de frustrações, então eu prefiro me afastar sem culpas e remorsos… Ninguém muda ninguém, o que podemos e devemos fazer é mudar a nós mesmos. Cuidar da auto-estima para conquistar imunidade emocional, buscar companhia de pessoas nutritivas que irão agregar em nossas experiências de vida… Mas é preciso saber identificar relações saudáveis com problemas normais que nos ensinam a lidar com as diferenças de relações tóxicas.

Tantos problemas de saúde surgem por não conseguirmos equilibrar nossas emoções, segundo a metafísica da saúde todos os desequilíbrios em nosso corpo surgem de um desequilíbrio emocional. Vou citar alguns exemplos:

Metafisicamente, o útero é afetado quando a mulher se distancia das suas características básicas, assumindo posturas de vida que não correspondem a sua maneira de ser. Geralmente isso ocorre por ter sido muito criticada ou, ainda, por ter tido os piores resultados ao agir de acordo com seus princípios. Quando a mulher perde sua originalidade, espontaneidade para agradar aqueles com quem convive, ela pode ter sérios problemas no útero.

A inflamação dos brônquios revela um estado emocional de desconforto e irritabilidade acerca do que se passa ao redor. Essa condição é desencadeada pela falta de habilidade em lidar com os fatores internos frente às situações.

Quem tem seus brônquios inflamados geralmente vive num ambiente tumultuado, com atritos e discussões, ou num silêncio demasiado, em que não há diálogo entre as pessoas. Ambos os casos podem causar medo de se expressar e ser tratado com estupidez ou com indiferença. Em virtude disso, algumas pessoas afetadas pela bronquite preferem se isolar e permanecer caladas; outras recorrem ao exibicionismo para chamar a atenção; existem, ainda, aquelas que se revoltam e se tornam rebeldes.

Conviver com pessoas muito críticas e que não te dá oportunidade de se expressar, de ser voce mesmo, e não respeitam suas idéias pode gerar problemas na garganta. De modo geral a DOR NA GARGANTA, segundo a metafísica da saúde representa dificuldade de se expor, e profundos aborrecimentos em relação à sua própria conduta. A frustração de não conseguir falar o que sente ou de não fazer o que sabe afeta as emoções, disparando o “gatilho somático” que atinge diretamente a garganta.

Quando a febre surge, no âmbito metafísico esse padrão refere-se a um estado de profunda irritação contida.

A gastrite refere-se metafisicamente a irritação com o que se passa ao redor. Preocupação excessiva com os episódios que estão a nossa volta.

Na fibromialgia, a pessoa sente-se extremamente arrependida por ter sido omissa nas situações passadas, vítima da falta de apoio e de consideração dos outros. Foi displicente com as necessidades próprias para atender às solicitações alheias; arrepende-se por ter feito para os outros aquilo que deveria ter feito para si mesma.

A pressão baixa é caracterizada pelo comportamento de fugir dos acontecimentos, inconscientizando as situações conflitantes. As pessoas afetadas pela pressão baixa, sempre que se deparam com episódios difíceis negam-se a enfrentá-los, querem esquecer que estão passando por tais problemas.

Esses são apenas alguns exemplos de como nosso desequilíbrio emocional afeta nossa saúde, e como sabemos que ninguém vive sozinho, precisamos nos dedicar mais às pessoas que respeitam e aceitam sem críticas o que temos de melhor a oferecer e que também nos dão o seu melhor, não precisa ser perfeito porque ninguém é, mas é preciso respeito mútuo.

Foi por causa desses conceitos psicossomáticos, e claro, por experiência própria de conviver com pessoas autoritárias e manipuladoras que eu acho imprescindível nos afastar de pessoas que nos sugam, que nos criticam o tempo todo causando-nos insegurança e medo de nos expressar, pessoas que se acham donas da verdade, que não conseguem te ver bem que já encontra um jeito de tentar te por para baixo, pessoas que menosprezam suas idéias e seus ideais, que manipulam e tentam de todo jeito te tirar a liberdade de ser quem você realmente é.

Márcia

Como conseguir viver bem ao lado de pessoas com características “tóxicas“? 

1) NÃO TENTE MUDAR A PESSOA
Isso é um pouco decepcionante, pois, na prática, é difícil não tentar mudá-la. Ainda mais se gostamos e queremos o bem da pessoa. Ocorre que é preciso levar em conta que ninguém muda pelo outro. Só mudamos porque queremos mudar e, mesmo assim, é um processo difícil e demorado.

2) AJUSTE AS SUAS EXPECTATIVAS SOBRE A RELAÇÃO
Não espere valorização ou algum tipo de reconhecimento por algo que você fez para a pessoa. Pessoas difíceis são inseguras e com baixa auto-estima, apesar de, muitas vezes, apresentarem uma fachada que mostra exatamente o contrário. Geralmente, sabem tudo sobre a vida alheia, mas não conseguem enxergar a si mesmas. Costumam falar: “Eu não tenho problemas” ou “É você que está com problema”. Portanto, se essas pessoas não conseguem reconhecer o próprio valor, imagine ver o valor dos outros!

3) CUIDE DE SUA AUTO-ESTIMA
Essas pessoas sempre tentarão abalar o que você pensa sobre si mesmo. Potencializam os seus pontos fracos e o enchem de culpa e frustrações. Portanto, cuide de sua auto-estima para conquistar uma imunidade emocional cada vez mais forte e, consequentemente, conseguir se desviar de qualquer “ataque tóxico” da pessoa. Portanto, é possível se proteger da “toxicidade” dessas pessoas e não deixar sua vida ser dominada por elas. Não se desgaste emocionalmente tentando mudar a pessoa. Aproveite para usar essa energia para si mesmo. Invista na construção de uma auto-estima à prova de balas e, consequentemente, viva com menos estresse e mais felicidade ao lado de qualquer pessoa saudável ou “tóxica”.

Livro:
Stamateas, Bernardo. “Gente Tóxica: Como lidar com Pessoas Difíceis e não ser dominado por elas”. Rio de Janeiro: Thomas Nelson Brasil, 2009.


Fonte: Márcia Cassandra via Causa Emocional - http://thesecret.tv.br/2015/03/afaste-se-de-pessoas-que-lhe-fazem-sentir-se-mal/

A MAGIA DE SER MULHER DEPOIS DOS 40 por Raquel Aldana


“É preciso muita coragem para amar as mulheres marcadas pelo passado, aquelas de temperamento forte, mas de bom coração. Muito amor é necessário para curar as feridas e decepções. Mas acima de tudo, precisa ser inteligente, porque elas são tão maduras e tão experientes que já não acreditam no que você sente, mas no que está disposto a fazer por elas.” – Walter Riso

Não temos mais a aparência de 20 anos, pois as pedras do caminho moldaram nosso corpo. Nosso olhar é cúmplice, pois tem sido formado há anos, o que nos permite dominar a arte de amar nossos filhos, nosso cônjuge, nossa família e nossos amigos. Acumulamos de maneira perfeita a experiência e juventude, o que nos faz dominar a arte e a gestão de nossa essência, acrescentando vida aos anos que desfrutamos e ainda temos para desfrutar.

Porque uma mulher com mais de 40 anos deixa sua marca por onde passa, tornando-se senhora de seus passos. Sente que pisa firme, transmite segurança em si mesma e conseguiu uma estabilidade e equilíbrio emocional hipnotizantes.

Mais de 40 respirações de ar fresco … 

“Muitas vezes me perguntam quantos anos eu tenho… Que importa isso!? Tenho a idade em que olho as coisas com mais calma, mas com o interesse de um maior crescimento. Tenho anos quando os sonhos começam a acariciar os dedos, e se transformam em esperança. Tenho anos de amor, às vezes é um flash louco, ansioso para queimar no fogo da paixão desejada. E às vezes um refúgio de paz, como o pôr-do-sol na praia. Quantos anos têm? Não há necessidade de discar um número, que fez os meus desejos, meus triunfos, as lágrimas derramadas pelo caminho quebrado para ver meus sonhos… Vale mais do que isso. Que importa se tenho vinte, quarenta ou sessenta! O que importa é a idade que eu sinto. Tenho os anos que preciso para viver livremente e sem medo o caminho, carregando comigo a experiência e a força dos meus desejos. Quantos anos têm? Isso é que importa!? Tenho os anos necessários para perder o medo em fazer o que eu quero, desejo e sinto.”

José Saramago

40 e 50 são um momento peculiar em que você se encontra entre duas gerações que revelam a natureza efêmera da vida, então percebemos que devemos aproveitar e reconciliar nossos mundos. Você deixa de se preocupar com o que passou e o que passará, e começa a desfrutar do que está acontecendo. A partir dos 40 finalmente entendemos que cada pessoa com quem você se depara tem uma função. Algumas pessoas te põe à prova, outras te usam, há aquelas que te amam e te ensinam, mas as pessoas realmente importantes são as que despertam o melhor em você. Elas são e serão as poucas pessoas extraordinárias que te lembram que tudo vale a pena.

A magia do momento

“As mulheres da minha geração são as melhores. E ponto. Hoje elas têm quarenta anos, e são lindas, muito lindas, mas também calmas, compreensivas, sensatas e, acima de tudo, diabolicamente sedutoras, apesar dos pés de galinha ou das coxas com celulite, isso é o que as torna tão humanas, tão reais … Lindamente reais.” – Sharon Stone, 48 anos.

Muitas mulheres com mais de 40 anos já estiveram em situações difíceis. Podem ter sido renegadas e rejeitadas pela sociedade.Viveram traições e decepções que as amadureceram. Sentiram sua pele se rasgando por separações desonrosas, rejeição e desprezo. Foram feridas pelas flechas inesperadas. Elas têm carregado em suas costas grande parte do fardo da vida e, portanto, as mulheres com mais de 40 desenvolveram um sétimo sentido que lhes permite ir mais longe, manter a calma e se conciliar com a vida.

Como brincadeira, é dito que uma mulher de 20 anos pode ser atraente, a 30 pode ser sedutora, mas só as com mais de 40 podem ser irresistíveis. Este é o resultado de uma mistura perfeita de experiência e juventude. De alguma forma, a mulher com mais de 40 deu um passo importante na busca de amor. Ela agora se ama mais do que amava há uma década. 

Não se esqueça, mulher … Os anos têm permitido olhar a vida com mais calma, mas com interesse de maior crescimento. É agora que o amor pode ser impetuoso ou um refúgio de paz. É agora que pode gritar seus medos sem receio e fazer o que quiser, mesmo temendo falhar. Hoje você pode amar, aceitar e abraçar, pois os anos te tornaram uma pessoa muito mais completa, muito mais você mesma. 


Fonte: http://lamenteesmaravillosa.com/la-magia-ser-mujer-despues-de-los-40/





segunda-feira, 13 de julho de 2015

APRENDA A DISCORDAR USANDO A LÓGICA DO PAPEL HIGIÊNICO por Dakir Lara




Qual é a forma certa de se colocar um rolo de papel higiênico no banheiro?


POR CIMA!

60% das pessoas têm a certeza absoluta que o certo é o estilo “cachoeira”, com o papel saindo por cima. É mais fácil achar a ponta, dá pra rasgar certinho no picote, não fica raspando a mão na parede (menos bactérias!) e hotéis podem sinalizar aos seus hóspedes que o banheiro foi higienizado, com dobras elaboradas ou colando selinhos.




POR BAIXO!


Os outros 40% acham esses 60% uns loucos e estão certos que o melhor é por baixo. O “caimento” é melhor, o papel não fica sobrando, gatos e crianças não conseguem desenrrolar um monte de papel e basta uma puxadinha para rasgar um quadradinho, porque para baixo tem mais tração.




Mas, afinal, quem está certo e quem está errado? Todo mundo. Não tem certo nem errado. O papel higiênico é seu, e você usa do jeito que quiser. É uma decisão totalmente pessoal, influenciada apenas por hábitos, com as duas maneiras suportadas por motivos bastante pertinentes.

POR QUE ISSO INTERESSA?

Essa questão bizarra do papel higiênico serve como dinâmica para colocar o foco na nossa habilidade de argumentação e não para se chegar a uma resposta, já que não tem o certo nem o errado. Por exemplo, o professor de sociologia Edgar Alan Burns, do Eastern Institute of Technology Sociology, usa esse truque no primeiro dia de aula. Ele pergunta aos seus alunos:

“Como vocês acham que o papel higiênico deve ser colocado?”

E nos 50 minutos seguintes, os alunos naturalmente começam a avaliar os MOTIVOS para suas respostas e acabam chegando sozinhos a questões sociais muito maiores como:

• diferenças de papéis sociais entre homens e mulheres

• diferenças entre comportamentos públicos e privados

• diferenças entre classes sociais

• etc

São relações de construção social que nunca pararam para pensar antes, mas que agora, sem que ninguém os orientasse, conseguiram enxergar. Sozinhos, começaram a raciocinar e perceberam correlações e fatos. E, principalmente, começaram a argumentar.

No dia-a-dia, quase nunca fazemos isso. Geralmente, tomamos um partido e passamos a defendê-lo de forma passional, enxergando só o que nos interessa. Somos bons de discutir, mas ruins para argumentar. Piores ainda para mudar de ideia. Mais para o boxe do que para o tênis.

O que parece ser uma estratégia não muito inteligente para encarar essa nova sociedade em que conversamos com muito mais gente, sobre muito mais coisas, todo santo dia.

APRENDER A DISCORDAR

A aula do papel higiênico devia ser dada de cara para crianças. A escola ensina que existe o certo e o errado, e dá notas baseadas nisso. Mas podia estimular abordagens diferentes, habilidade de argumentação, capacidade de deduzir (algumas já fazem, eu sei, mas a maioria ainda não).

Do mesmo jeito que tem nota para as melhores respostas, deveria ter para as melhores perguntas também. Senão a gente vai continuar crescendo com essa mania de preferir estar certo do que aprender algo novo, do que parar pra pensar e repensar sempre. Aproveitar a bagagem e o raciocínio do outro.

Já reparou como a maioria dos comentários feitos todos os dias na internet não tem elaboração nenhuma? Ou é genial ou é a coisa mais estúpida que já se viu em toda a a história da humanidade. O programador Paul Grahan fez um gráfico bacana, que mostra a “Hierarquia da Discordância”, do mais ao menos elegante, do mais ao menos eficiente.


O design thinking é isso. A maneira de pensar de um designer não é a do certo ou do errado, porque não existe certo ou errado na hora de projetar um bule de café. Mas existe o melhor, o mais eficiente. É uma maneira de pensar em que se evolui a realidade.

Quem sabe um dia a gente consegue argumentar sobre futebol, política e religião. Dizem que não se discute, mas a recomendação só existe porque somos meio trogloditas. A propósito, o grande designer Donald Norman coloca os rolos de papel higiênico na sua casa… assim:




Fonte: https://dakirlarara.wordpress.com/2012/06/11/aprenda-a-discordar-usando-a-logica-do-papel-higienico/



domingo, 5 de julho de 2015

FREQUÊNCIA AFETIVA, QUAL É A SUA? por Eduardo Benesi "Do Entenda os Homens"

Espero, sinceramente que minha 'ausência afetiva' não venha no futuro a decidir minha relação e meu amor com uma pessoa que é e sempre foi muito importante para mim. Eu a amo hoje, ontem e sempre. Minhas ausências não são sem fundamentação ou sentimentos. É tudo tão triste! O que resta é a fé que tudo será esclarecido, entendido e aceito. Pra você MECCCN - Roberta Carrilho



Dias desses mandei um inbox parabenizando uma amiga querida pelo seu aniversário. Na verdade, eram votos atrasados, já que ela tinha aniversariado no dia anterior. Ao agradecer meu pequeno textinho, ela escreveu: 
“gratidão pelo carinho e energia positiva, também por aceitar minha frequência afetiva”.
Eu nunca tinha lido essa expressão “frequência afetiva” e ela ficou na minha cabeça por alguns dias. Propositalmente, não perguntei a ela o que aquilo significava porque eu simplesmente quis atribuir o meu sentido para aquela expressão tão especial, usada em um contexto tão carinhoso, por uma pessoa tão profunda.

Comecei a pensar que todos nós tínhamos a tal frequência afetiva. Essa ideia talvez estivesse diretamente ligada ao nível de presença que exercemos na vida das pessoas importantes para nós e também a forma como demonstramos isso. Pensei então em alguns exemplos de amigos que possuíam frequências afetivas muito especificas:

– A Natalia é uma amiga dos tempos de faculdade muito querida. Era daquele tipo do fundão que se infiltra no seu grupo sem você convidar, mas que no fim fazia tudo certinho. Sua característica marcante era o fato dela apreciar novelas do canal Viva – isso era um segredo dela.

Depois que deixamos de conviver, comecei a perceber que eu só conseguia marcar algo com ela de seis em seis meses, em média. Que se eu tentava marcar coisas com intervalos menores, por algum motivo, o role não saia. Passei a aceitar que esse era o tempo dela e que isso não diminuía a minha importância em sua vida. Até hoje mantemos essa amizade tão especial quanto semestral.

– Tem a Carol que foi minha amiga da época de acampamento. A Carol é muito intensa e já viveu as fases mais exóticas que você pode imaginar. Ela já quis ser cigana e atriz, já foi para Brasília para defender ideias de esquerda, já morou nos Estados Unidos e em Londres e hoje trabalha como professora. O fato é que nessas fases de turbilhão a Carol sumia por muito tempo, tipo quatro anos, e depois reaparecia do nada.

Depois, sumia novamente por tempo indeterminado e eu nunca sabia em que momento da vida eu encontraria ela novamente. Nossa amizade sempre teve esses intervalos bruscos, sem data para a próxima vez. Há dois meses a Carol me chamou para ser padrinho do seu casamento. E eu me dei conta de que essa falta de obrigatoriedade temporal na nossa amizade pouco influía na consideração que um tinha pelo outro.

– Tem o exemplo da Divimary. Nós temos uma amizade cinéfila. Nossos encontros são assíduos até hoje. Ao menos uma vez por mês damos um jeito de marcar nosso café com cinema. Desde os tempos de faculdade, nos acostumamos a passar tardes na Rua Augusta, regadas a filmes de todos os tipos e passeios sem destino. Ela é daquele tipo de amiga que para te ajudar, manda o seu currículo sem você saber e chega a ir à entrevista de emprego junto pra te dar apoio moral.

É daquelas que te dão apoio quando você esta começando algo incerto e faz propaganda positiva sobre você para todos os outros amigos dela. É engraçado que mesmo não fazendo por ela exatamente na mesma medida o que ela faz por mim, tenho a certeza que ela aceita a minha frequência afetiva.

A ideia de “frequência afetiva” a meu ver envolve muito de aceitar o que o outro tem pra te oferecer, mas principalmente o que ele não tem. Nos últimos meses passei por diversas situações em que eu tive que dizer não para alguns amigos e pessoas queridas. A verdade é que quanto mais relações afetivas você tenta manter, mais você tem que disponibilizar o seu tempo e fazer escolhas em prol delas. Muitas vezes, essas escolhas não vão favorecer um amigo seu e a maneira como ele reage a isso é um momento importante para que você se descubra seletivo em suas relações.

Às vezes você não diz não por egoísmo, às vezes você diz não porque tinha outra prioridade. Você conhece verdadeiramente as pessoas – que supostamente gostam de você – quando observa como elas se comportam diante desse não. Existe a situação oposta: aquelas amigos que nunca podem fazer nada, que de 100 convites, topam apenas um. Eu não deixo de ser amigo dessas pessoas por isso, mas elas deixam de ser prioridade na hora de pensar em quem vou chamar pra ir pra balada ou pro teatro. Na minha escala de amizades assíduas, os amigos que costumam topar coisas em cima da hora costumam naturalmente estar no topo das minhas prioridades.

Essa aceitação vale para todo tipo de relação, inclusive para as familiares ou para os namoros. Existem relações familiares que se estabelecem apenas pela convenção das datas comemorativas. Primos que você vê somente no Natal e que talvez você não procure durante o ano exatamente por isso. Porque esse tipo de frequência estabeleceu-se na relação com eles e não porque no fundo você só os vê pela obrigação da data.

A frequência também envolve o jeito de demonstrar afeto. No mundo também existe gente que “não gosta” de receber ou demonstrar afeto ou que não é de abraço, pior ainda se for demorado. Tem até gente que não lida bem com elogios. E essa negociação de espaços é muito importante. Saber colocar em prática a arte da empatia tentando entender e tolerar o outro da maneira como ele é, caso você faça questão da relação.

Não tem como finalizar esse texto sem tocar em um tipo de frequência afetiva extremamente importante na vida virtual. A frequência de likes. Existem aqueles amigos que não são de entrar na internet ou de interagirem em redes sociais. Tem os que leem você em silêncio ou aqueles que simplesmente têm preguiça do que você escreve – não necessariamente preguiça de você.

Existem os que usam o like como uma forma de vínculo/interação/ manutenção de relação. Existe até aquela pessoa que estranhamente só da like quando você conta alguma zica que te aconteceu. Existe também o ciúme. – Por que ela vive dando like no amiguinho e não em mim?

Na vida conjugal as coisas ficam um pouco mais delicadas. Quanto menos expectativas sobre o seu par melhor. Mas e pra baixá-las? É difícil entender que existem parceiros que se esquecem de datas importantes ou namoradas que não sentem ciúme de você e pronto. Aceitar uma vida a dois tem muito de estarmos preparados para tudo o que não iremos receber. Você está preparado para não receber? Você está preparado para receber, só que não exatamente da forma que esperava? Você respeita a frequência afetiva dos outros?



Fonte: http://www.geledes.org.br/frequencia-afetiva-qual-e-sua/#gs.0b4a50ea45314561931771ad4d9c26f1







VOCÊS NÃO SÃO TODOS MAJU! por Fabio Luiz


Fantástico! Esse discurso ‪#‎somostodosMaju‬ me soa tão falso quanto o ‪#‎jesuisCharlie‬, repetido por autômatos que cotidianamente protagonizam atos totalmente contraditórios. O preconceito, inclusive o racial, deve ser combatido e repudiado sempre, não apenas quando uma jornalista da Globo sofre seus efeitos. E sim, a Maju é linda, competente, simpática. E se não fosse? Aí seria tolerável o racismo?
by Alessandra Minadakis Barbosa


Quando o garoto negro é arrancado da loja na Oscar Freire, vocês não são todos Maju. Quando a propaganda sugere que a garota negra precisou ser adotada pra ter acesso à educação e refrigerante, vocês não são todos Maju.

Quando um apresentador em Black Face faz um Rap pra vender biscoitos, vocês não são todos Maju. Quando vocês dizem que tal pessoa tem cabelo “ruim”, vocês não são todos Maju.

Quando vocês seguram suas bolsas no elevador do shopping, vocês não são todos Maju. Quando vocês não me cumprimentam no hall do prédio, ou trancam o portão ao me ver chegando, não são todos Maju.

Quando vocês dizem que racismo não existe, e uma pessoa que “deu certo” como eu não deveria pensar ou falar sobre isso, vocês não são todos Maju. Quando, na minha própria agência bancária, demoro 10 minutos pra ser liberado na porta giratória, vocês não são todos Maju.

Quando eu tento pegar táxi num ponto onde não me conhecem, vocês não são todos Maju. Quando a criança negra aparece bem menos na tela do comercial de suco, ou de fralda, vocês não são todos Maju.

Quando eu sou o único pai “de cor” nas atividades da escola da minha filha, vocês não são todos Maju. Quando a família de negros que a TV apresenta, numa obra de ficção bem torta, é formada por bicheiros, beberrões, advogados corruptos e mulheres promíscuas, e vocês acham que esse é o toque de realidade da obra, vocês não são todos Maju. 

Quando insistem com as piadas de macaco, “preto” só é bom sambando e jogando bola, vocês não são todos Maju. Quando vocês acham mesmo que são todos lordes britânicos que magicamente apareceram num país da América latina e aqui vivem, vocês não são todos Maju. 

Quando não reconhecem os efeitos da escravidão sobre descendentes da diáspora africana, vocês não são todos Maju. Quando acham que nossas guias coloridas e o nosso batuque são uma afronta ao Deus — impávido colosso da imaginação de quem torceu textos bíblicos pra condicionar mentes, vocês não são todos Maju.


VOCÊS NÃO SÃO TODOS MAJU!



Fonte: http://www.geledes.org.br/voces-nao-sao-todos-maju/#gs.ef2598d79c494efa91c0db61f7f2b1eb

POR QUE O JAPÃO TEM UMA TAXA DE SUICÍDIOS TÃO ALTA? por BBC Brasil



Suicídio é principal causa de morte entre homens japoneses com idades entre 20 e 40 anos
No ano passado, no Japão, mais de 25 mil pessoas cometeram suicídio. Isso dá uma média de 70 por dia. A maioria delas, homens.

Estes números não representam a maior taxa de suicídio entre países desenvolvidos - o título ainda cabe à Coreia do Sul, com uma média anual de 28,9 suicídios por 100 mil habitantes. Mas estão muito acima de outras nações ricas.

O índice japonês de 18,5 suicídios para cada 100 mil habitantes é, por exemplo, três vezes o registrado no Reino Unido (6,2) e 50% acima da taxa dos Estados Unidos (12,1), da Áustria (11,5) e da França (12,3).

O assunto voltou a ter destaque com a auto-imolação de um homem de 71 anos em um trem bala na última terça-feira. O que fez um pacato idoso a se matar desta forma em um vagão lotado? Conforme ele derramava o líquido inflamável sobre si mesmo, teria se afastado de outros passageiros, segundo testemunhas, para não colocá-las em perigo. Algumas disseram que ele tinha lágrimas nos olhos ao fazer isso. 

Agora, conforme seu passado começa a ser investigado pela mídia japonesa, surgem sinais de se tratar de um homem no limite. Ele vivia sozinho e não tinha emprego. Passava os dias coletando latas de alumínio para vendê-las para reciclagem. Vizinhos disseram a repórteres que o ouviram quebrar uma janela ao se trancar do lado de fora de seu apartamento dilapidado. Outros afirmaram raramente tê-lo visto fora de casa, mas ouviam com frequência a televisão ligada. Pobre, de idade avançada e sozinho. É um caso bastante familiar.
"O isolamento é o fator número um que antecede a depressão e o suicídio", diz o psicólogo Wataru Nishida, da Universidade Temple, em Tóquio.
"Hoje em dia, são cada vez mais comuns histórias de idosos que morrem sozinhos em seus apartamentos. Eles estão sendo negligenciados. Os filhos costumavam cuidar de seus pais no Japão, mas isso não ocorre mais."

'Suicídio em nome da honra'


Muitas mortes de idosos solitários podem ser suicídios. Muitas pessoas costumam citar uma antiga tradição de "suicídio em nome da honra" para a alta taxa do país. Elas citam, por exemplo, a prática samurai de cometer "seppuku" e dos jovens pilotos "kamikazes" de 1945 para explicar por que razões culturais tornam os japoneses mais propensos a tirar suas próprias vidas. De certa forma, Nishida concorda com este ponto de vista: "O Japão não tem história de Cristianismo. Então, o suicídio não é um pecado. Na verdade, alguns encaram como uma forma de assumir responsabilidade por alguma coisa".

Ken Joseph, que trabalha no serviço de ajuda a suicidas do país, concorda. Ele diz que sua experiência ao longo dos últimos 40 anos mostra que idosos que têm problemas financeiros podem ver o suicídio como uma saída para esta situação.
"Os seguros de vida no Japão são muito ambíguos quanto ao pagamento por suicídio. Então, quando uma pessoa se mata, o seguro costuma ser pago", afirma Joseph.
"Os idosos vivem sob uma pressão intolerável e acreditam que o melhor que podem fazer é tirar suas vidas para sustentar sua família."

Pressão financeira


Dificuldade em encontrar empregos estáveis gera ansiedade e depressão
Por causa disso, alguns especialistas acreditam que a taxa de suicídios no Japão é na verdade muito mais alta do que os registros mostram. Muitos casos de idosos que morrem sozinhos nunca chegam a ser completamente investigados pela polícia. De acordo com Joseph, a prática quase universal no país de cremar os corpos também significa que qualquer evidência de um suicídio é rapidamente destruída.

Mas não são apenas os idosos homens com problemas financeiros que estão tirando suas vidas. O índice vem crescendo rapidamente entre homens jovens, fazendo com que o suicídio seja a principal causa de morte entre os homens japoneses com idades entre 20 e 40 anos.

E as evidências apontam que estes jovens estão se matando porque perderam completamente a esperança e são incapazes de pedir ajuda. Os números começaram a crescer após a crise financeira asiática de 1998 e aumentaram novamente após a crise financeira mundial de 2008. Especialistas acreditam que estes aumentos estão ligados a um crescimento das "condições precárias de emprego", em que jovens são contratados por curtos períodos de tempo. 

O Japão já foi a terra do emprego vitalício, mas, enquanto muitas das pessoas mais velhas ainda desfrutam de estabilidade e benefícios generosos, quase 40% dos jovens japoneses não conseguem encontrar empregos estáveis. A ansiedade causada por problemas financeiros e a instabilidade no trabalho é reforçada pela cultura japonesa de não reclamar. "Não há muitas formas de expressar raiva ou frustração no Japão", diz Nishida. 
"Esta é uma sociedade muito orientada por regras. Jovens são moldados para se encaixar em nichos existentes. Não há como alguém expressar seus sentimentos verdadeiros. Se são pressionados por seu chefe ou se deprimem, alguns acham que a única saída é morrer."

Isolamento tecnológico


Tecnologia vem acentuando isolamento social de jovens japoneses
A tecnologia pode estar piorando esta situação, ao aumentar o isolamento dos jovens. O Japão é famoso por uma condição conhecida como "hikkimori", um tipo de isolamento social grave. O jovem nesta situação pode se fechar completamente ao mundo, permanecendo em um quarto por meses ou mesmo anos. A maioria deles são homens. Mas esta é apenas a forma mais extrema de uma atual perda generalizada de socialização cara a cara. Uma pesquisa recente sobre o comportamento dos jovens em relacionamentos e sexo trouxe resultados impressionantes.

Publicada em janeiro pela Associação de Planejamento Familiar do Japão, o estudo indicou que 20% dos homens com idades entre 25 e 29 anos tinham pouco ou nenhum interesse em relações sexuais. Nishida aponta para a internet e a influência da pornografia online sobre isso.
"Os jovens japoneses têm muito conhecimento, mas pouca experiência de vida. Não sabem como expressar suas emoções", afirma Nishida.
"Eles esqueceram como é tocar uma pessoa. Quando pensam sobre sexo, podem ficar ansiosos e sem saber como lidar com isso."
E, quando jovens se encontram isolados e deprimidos, eles têm poucos lugares aos quais recorrer. Doenças mentais são um tabu no país, e a depressão é geralmente pouco compreendida. Quem sofre deste problema, normalmente tem medo de falar sobre o assunto.

Sistema de saúde ruim


Jovens japoneses têm muito conhecimento, mas pouca experiência de vida
O sistema de saúde para doenças mentais também é ruim. Faltam psiquiatras, e não há qualquer tradição destes profissionais trabalharem junto com psicólogos. Pessoas com problemas mentais podem receber prescrições de medicamentos psicotrópicos fortes, mas, com frequência, isso não vem acompanhado de um acompanhamento psicológico.

O próprio mercado de psicologia do Japão é uma bagunça. Ao contrário de outros países, não há um sistema de ensino estabelecido pelo governo nem para qualificação profissional de psicólogos clínicos. Qualquer um pode ser apresentar como tal, e é muito difícil saber se quem presta este tipo de serviço sabe o que está fazendo.

Não é um bom cenário, ainda mais porque, apesar da taxa de suicídio ter começado a declinar nos últimos três anos, ela ainda é muito alta. Nishida diz que o Japão agora começa a debater mais sobre doenças mentais e não tratar isso como algo assustador e estranho que afeta apenas a alguns poucos. Mas o especialista acredita que ainda há um longo caminho a ser percorrido.
"Quando há uma discussão na TV sobre problemas mentais no Japão, eles ainda falam como se depressão fosse sinônimo de suicídio. Isso precisa mudar."


Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/07/150705_japao_suicidio_rb